Cogumelo “Amanita vaginata” e bagas vermelhas de “Tamus communis”
Mário Silva Mário Silva
Cogumelo “Amanita vaginata” e
bagas vermelhas de “Tamus communis”

Essa foto de Mário Silva é uma composição marcante que equilibra elementos de cor e ausência de cor para criar um contraste visual dramático.
O cogumelo, identificado como “Amanita vaginata”, domina o centro da imagem.
A sua textura detalhada é capturada em preto e branco, com as lamelas bem definidas sob o chapéu, e o pé ergue-se de forma elegante.
Ao lado dele, as bagas vermelhas de “Tamus communis” destacam-se, vibrantes e cheias de vida, rompendo a monocromia do fundo.
A técnica de seletiva de cores realça a beleza natural desses elementos, enquanto o fundo desfocado, com a assinatura do artista, foca a atenção nos sujeitos.
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O Contraste entre a Vida e o Desgaste da Floresta
Num mundo onde as estações se desvanecem numa paleta de cinzas e castanhos, a floresta de Mário Silva irrompe como uma faísca de vida.
A fotografia, uma obra de arte que transcende a mera representação, apresenta-nos uma cena de contraste e coexistência.
Um cogumelo “Amanita vaginata” ergue-se majestoso, na sua forma delicada e lamelas finas capturadas num preto e branco que acentua a textura e o desgaste do tempo.
Ele é o protagonista silencioso, parte de um ciclo contínuo de decomposição e renovação.
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Ao seu redor, uma constelação de bagas vermelhas de “Tamus communis”, também conhecidas como erva-da-moura, explode em cor.
Essas pequenas joias escarlates parecem desafiar a seriedade monocromática do seu envolvimento.
São como gotas de sangue numa paisagem adormecida, um lembrete vívido da energia e da vitalidade que persistem mesmo nas profundezas da floresta.
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Essa dualidade é o coração da imagem.
O cogumelo, na sua sobriedade, representa a passagem do tempo, a estrutura e a quietude.
Ele é o passado e o presente, a base sobre a qual a vida se constrói e se desfaz.
As bagas, por outro lado, são a promessa do futuro, o grito de cor no meio do silêncio.
Elas simbolizam a resiliência e a paixão, a explosão de vida que não pode ser contida.
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Mário Silva, com a sua técnica de cor seletiva, não apenas registra uma cena da natureza, mas também nos convida a uma reflexão mais profunda.
Ele mostra-nos que a beleza não está apenas na exuberância e na cor, mas também na sobriedade e na simplicidade.
A foto é um diálogo entre o efêmero e o eterno, entre a serenidade da morte e a paixão da vida, unindo esses dois mundos num único e belo quadro.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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