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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

26
Set25

Cogumelo “Amanita vaginata” e bagas vermelhas de “Tamus communis”


Mário Silva Mário Silva

Cogumelo “Amanita vaginata” e

bagas vermelhas de “Tamus communis”

26Set DSC04873_ms

Essa foto de Mário Silva é uma composição marcante que equilibra elementos de cor e ausência de cor para criar um contraste visual dramático.

O cogumelo, identificado como “Amanita vaginata”, domina o centro da imagem.

A sua textura detalhada é capturada em preto e branco, com as lamelas bem definidas sob o chapéu, e o pé ergue-se de forma elegante.

Ao lado dele, as bagas vermelhas de “Tamus communis” destacam-se, vibrantes e cheias de vida, rompendo a monocromia do fundo.

A técnica de seletiva de cores realça a beleza natural desses elementos, enquanto o fundo desfocado, com a assinatura do artista, foca a atenção nos sujeitos.

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O Contraste entre a Vida e o Desgaste da Floresta

Num mundo onde as estações se desvanecem numa paleta de cinzas e castanhos, a floresta de Mário Silva irrompe como uma faísca de vida.

A fotografia, uma obra de arte que transcende a mera representação, apresenta-nos uma cena de contraste e coexistência.

Um cogumelo “Amanita vaginata” ergue-se majestoso, na sua forma delicada e lamelas finas capturadas num preto e branco que acentua a textura e o desgaste do tempo.

Ele é o protagonista silencioso, parte de um ciclo contínuo de decomposição e renovação.

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Ao seu redor, uma constelação de bagas vermelhas de “Tamus communis”, também conhecidas como erva-da-moura, explode em cor.

Essas pequenas joias escarlates parecem desafiar a seriedade monocromática do seu envolvimento.

São como gotas de sangue numa paisagem adormecida, um lembrete vívido da energia e da vitalidade que persistem mesmo nas profundezas da floresta.

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Essa dualidade é o coração da imagem.

O cogumelo, na sua sobriedade, representa a passagem do tempo, a estrutura e a quietude.

Ele é o passado e o presente, a base sobre a qual a vida se constrói e se desfaz.

As bagas, por outro lado, são a promessa do futuro, o grito de cor no meio do silêncio.

Elas simbolizam a resiliência e a paixão, a explosão de vida que não pode ser contida.

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Mário Silva, com a sua técnica de cor seletiva, não apenas registra uma cena da natureza, mas também nos convida a uma reflexão mais profunda.

Ele mostra-nos que a beleza não está apenas na exuberância e na cor, mas também na sobriedade e na simplicidade.

A foto é um diálogo entre o efêmero e o eterno, entre a serenidade da morte e a paixão da vida, unindo esses dois mundos num único e belo quadro.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Set25

"Frutos de Lonicera periclymenum"


Mário Silva Mário Silva

"Frutos de Lonicera periclymenum"

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A fotografia "Frutos de Lonicera periclymenum" de Mário Silva foca num pequeno ramo de bagas vermelhas de madressilva.

As bagas, que são redondas e brilhantes, formam pequenos cachos.

A fotografia é tirada num fundo escuro e desfocado, que realça a vivacidade e a cor dos frutos.

A luz incide diretamente sobre o ramo, criando um brilho intenso nas bagas e nas poucas folhas verdes visíveis.

Uma teia de aranha fina e delicada é visível perto da haste principal.

A imagem é assinada digitalmente no canto inferior direito.

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Estória: O Segredo das Bagas de Ouro

Na floresta, havia um arbusto de madressilva, um arbusto de lendas e de segredos.

A fotografia de Mário Silva capturou a sua beleza e o seu mistério.

O arbusto, que florescia no verão, dava no outono pequenos frutos vermelhos, as suas "bagas de ouro", como a velha Inácia, a curandeira da aldeia, lhes chamava.

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Inácia, que conhecia a floresta como a palma da sua mão, sabia que aquelas bagas eram mais do que apenas frutos.

Eram os corações de um antigo amor, a essência de um velho conto.

A lenda dizia que a madressilva tinha sido criada por uma fada para proteger um amor proibido entre uma princesa e um plebeu.

A fada, para os proteger da fúria do rei, transformou-os em dois arbustos de madressilva, que se entrelaçaram e deram frutos, as "baga de ouro", que se tornaram o símbolo do seu amor eterno.

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A teia de aranha, que Mário Silva capturou na fotografia, era o véu que a fada tinha lançado sobre o arbusto, um véu de proteção e de mistério.

As gotas de orvalho que brilhavam nas bagas eram as lágrimas de alegria da fada, por ter conseguido salvar o amor dos dois amantes.

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Inácia acreditava que, se alguém com o coração puro comesse uma daquelas bagas, o amor verdadeiro viria à sua vida.

Ela nunca as colheu; apenas as admirava.

A sua beleza, a sua lenda, a sua história, eram o seu tesouro.

Ela acreditava que a vida, tal como a floresta, era cheia de segredos e de milagres.

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Um dia, uma jovem da aldeia, de coração partido, foi ter com a velha curandeira.

- Inácia - disse ela - o meu coração está vazio. O que faço?

Inácia, sem dizer uma palavra, pegou na mão da jovem e levou-a para a floresta.

Ela mostrou-lhe o arbusto de madressilva, com as suas bagas vermelhas a brilhar no escuro.

- As bagas - disse ela - não são para ser comidas, mas para serem admiradas. A sua beleza é a prova de que o amor, mesmo quando parece perdido, continua a viver. O seu amor não está vazio, está apenas a dormir. E a vida, como a floresta, precisa de tempo para curar e para renascer.

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A jovem, com um sorriso, olhou para as bagas.

Ela não sentiu o desejo de as comer, mas apenas de as admirar.

E ela soube, naquele instante, que o amor verdadeiro não é uma coisa que se procura, mas uma coisa que se sente.

E que a sua beleza, tal como a das bagas, estava dentro dela.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Out24

"Antiga casa invadida por heras verdes e vermelhas" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

"Antiga casa invadida por heras verdes e vermelhas"

Mário Silva

05Out DSC02797_ms

A fotografia de Mário Silva captura um momento de serena decadência na aldeia transmontana de Águas Frias, Chaves - Portugal.

A imagem, com a sua composição rica em texturas e cores vibrantes, convida o observador a uma profunda reflexão sobre a passagem do tempo, a relação entre natureza e cultura, e a beleza intrínseca da ruína.

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A antiga casa de pedra, com as suas paredes cobertas de musgo e a porta entreaberta, evoca um passado vivido e histórias esquecidas.

A estrutura, agora em ruínas, serve como um lembrete da fragilidade da construção humana diante da força implacável da natureza.

As heras, com as suas folhas verdes e vermelhas, cobrem a fachada da casa como um manto vibrante.

Essa invasão vegetal simboliza a reconquista da natureza sobre o construído, um processo lento e irreversível que transforma a paisagem e apaga as marcas da presença humana.

A luz natural, que incide sobre a cena, cria contrastes marcantes entre as sombras e as áreas iluminadas, realçando a textura da pedra e as nuances das cores.

A luminosidade suave confere à imagem uma atmosfera poética e melancólica.

A paleta de cores da fotografia é marcada pela oposição entre o verde exuberante das heras e o cinza da pedra.

Essa combinação cromática cria um efeito visual impactante, que atrai o olhar do observador e desperta emoções contraditórias.

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Mário Silva demonstra um olhar sensível para a beleza da ruína e uma profunda compreensão da linguagem visual.

A fotografia transcende a mera representação da realidade, convidando o observador a construir as suas próprias narrativas a partir dos elementos visuais presentes na imagem.

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A composição da fotografia é equilibrada e harmoniosa, com a casa e as heras ocupando o espaço de forma simétrica.

A perspetiva escolhida pelo fotógrafo permite ao observador apreciar a riqueza de detalhes da fachada da casa e a intensidade das cores das heras.

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A fotografia "Antiga casa invadida por heras verdes e vermelhas" é uma obra que emociona e inspira, convidando o espectador a refletir sobre o significado da passagem do tempo e a beleza da natureza.

A imagem é um testemunho da capacidade da fotografia de capturar a alma de um lugar e de despertar emoções universais.

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A imagem pode ser interpretada como uma metáfora dos ciclos da vida, onde a juventude e a vitalidade (representadas pelas heras) cedem lugar à velhice e à decadência (representadas pela casa em ruínas).

A fotografia também pode ser vista como uma reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza, onde a natureza, representada pelas heras, reconquista o espaço ocupado pela civilização, representada pela casa.

A casa em ruínas pode ser interpretada como um símbolo da memória, enquanto as heras representam o esquecimento, que lentamente cobre e apaga as marcas do passado.

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A fotografia de Mário Silva é uma obra de grande beleza e profundidade, que convida o observador a uma jornada de descoberta e reflexão.

Através duma linguagem visual rica e poética, o fotógrafo captura a essência de um lugar e desperta emoções universais.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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