"O cavalo e o velho barracão"
Mário Silva Mário Silva
"O cavalo e o velho barracão"

A fotografia de Mário Silva, intitulada "O cavalo e o velho barracão", retrata uma cena campestre marcada pela rusticidade e pela luz dourada da tarde.
O ponto focal é um cavalo de pelagem castanha escura e crinas pretas, com uma pequena mancha branca na testa, que se encontra em pose calma no centro da imagem.
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À sua esquerda, domina a cena um velho barracão (ou abrigo) de madeira rústica e desgastada, com tábuas verticais de cor avermelhada e uma estrutura de apoio precária.
O telhado, coberto por um material escuro e lona preta, está inclinado.
O cavalo está de pé junto a um poste de madeira do barracão, ligado por um cabresto.
O chão é coberto por erva alta e seca, e o fundo é preenchido por uma vegetação luxuriante e iluminada, que contrasta com a sombra e a aspereza do barracão.
A cena transmite uma sensação de abandono e serenidade rural.
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O Cavalo e o Guardião Silencioso da Memória
A imagem de Mário Silva, que junta um cavalo vigoroso a um velho barracão em ruínas, é um poderoso símbolo da vida rural em Trás-os-Montes e da relação profunda entre o homem, o animal e o tempo.
Não é apenas uma foto, mas um testemunho da persistência da vida num mundo que avança rapidamente.
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O Barracão: A Memória da Terra
O velho barracão de madeira é o protagonista silencioso da cena.
As suas tábuas desgastadas e a estrutura torta contam uma história de utilidade e abandono.
A sua condição precária fala de um tempo em que era essencial para guardar alfaias agrícolas.
Hoje, ele resiste ao tempo, mas é a sua fragilidade que lhe confere beleza.
O barracão é a memória física da quinta, um marco que lembra as gerações passadas e o trabalho árduo da vida no campo.
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O Cavalo: A Força do Presente
Em contraste com a decadência da estrutura, o cavalo é a imagem da vitalidade e da nobreza.
Com a sua pelagem lustrosa e a postura ereta, ele representa o presente e a continuidade da vida rural.
A sua presença junto ao barracão não é acidental; é um laço que une o passado e o futuro.
O cavalo, como animal de trabalho e de companhia, tem sido o parceiro indispensável do homem rural, e a sua pose calma sugere uma confiança na permanência dos ciclos.
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A Harmonia entre o Rústico e o Vivo
A fotografia de Mário Silva capta um momento de harmonia rústica.
A luz dourada do final do dia incide sobre a cena, tornando a madeira gasta quase poética e iluminando o verde da floresta.
O barracão oferece abrigo e sombra, e o cavalo honra a sua história ao ali se deter.
É uma lembrança de que a beleza rural não está apenas no que é novo ou perfeito, mas na dignidade do que é antigo e na persistência do que vive.
A vida segue o seu curso, e mesmo nos vestígios do que foi, a beleza e a utilidade podem ser encontradas.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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