O muro de pedra solta e a hera que por ele trepava
Mário Silva Mário Silva
O muro de pedra solta e a hera que por ele trepava
O muro de pedra solta,
Sem argamassa unida,
Era a imagem da desolação,
Da tristeza abatida.
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A hera, trepadeira vivaz,
Com seus ramos rastejantes,
Cobria as pedras com um manto verde,
Escondendo as falhas constantes.
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A hera subia, subia sempre,
Em busca da luz do sol,
Enquanto o muro, frio e silente,
Suportando o seu peso, era o seu farol.
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Uma simbiose estranha e bela,
Unindo o forte e o frágil,
A vida e a morte, a esperança e a dor,
Num abraço vegetal.
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O muro, sem a hera, seria apenas ruínas,
Um amontoado de pedras sem vida.
A hera, sem o muro, rastejaria no chão,
Sem destino e sem guarida.
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Juntos, formavam uma imagem única,
De força e de beleza,
De união e de superação,
De eterna proeza.
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O muro de pedra solta e a hera que por ele trepava,
Uma história de simbiose e amor,
Que nos ensina que a união faz a força,
E que a beleza pode nascer da dor.
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Poema & Fotografia: ©MárioSilva
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