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MÁRIO SILVA - Fotografia & Escrita

*** *** A realidade e a "minha realidade" em imagens e escrita

29
Jan23

Cozinha tradicional transmontana - Um Altar de Odores & Sabores


Mário Silva Mário Silva

 

Cozinha tradicional transmontana

Um Altar de Odores & Sabores

24 DSC03437_ms_marca agua

 

.

Entra.se na cozinha transmontana

E tudo se torna maravilhoso

.

A lenha de carvalho crepita

E as labaredas iluminam o espaço

.

Não há fogo sem fumo

e este espalha-se pela cozinha,

dando um espetro de fantasia

e festejo com as “muchanas “

as estrelar entre a fumaça

.

Mas tudo isto é o prefácio para

A maravilha que, meio escondida,

é a estrela da festa.

.

Sim, o protagonista desta verdadeira Maravilha,

Está perfeitamente alinhado

Nos “lareiros” quase junto ao teto.

.

Ó Maravilha das Maravilhas …

É o olhar … é o odor …

… e mais tarde o Sabor dos Sabores …

.

No altar “sagrado” da cozinha transmontana

Está o afamado (e com razão)

Do fumeiro de Trás-os-Montes…

O mais saboroso

Do Mundo (e arredores…).

.

São os salpicões, as sangueiras,

as chouriças, as linguiças,

o presunto, as alheiras …

.

Eu sei lá que mais …

É uma verdadeira relojoaria de Sabores …

.

Bom apetite

Ou como eu …

Salivo só de ver, pensar,

Sonhar …

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Texto e Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
21
Jul21

A CASA em RUÍNAS e a HERA - Águas Frias (Chaves) - Portugal


Mário Silva Mário Silva

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A CASA em RUÍNAS e a HERA

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Foi uma casa tipicamente transmontana.

Agora só … e invadida … assaltada pelas heras que viram uma boa parede para viverem…

Mas o que mais valor tem, foram as Gentes que lá viveram … as alegrias … as tristezas … as contrariedades … as ilusões … os sonhos … e o amor … pelos filhos e pela “mulher”.

Agora, restam as paredes em que o granito foi empilhado, pedra sobre pedra … com esforço mas dedicação.

Era (É) uma casa portuguesa … com certeza!!!!

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Blog 21 DSC07106_ms

 

MEMÓRIA

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

.

Carlos Drummond de Andrade

.

.

Ver também:

https://www.facebook.com/mariofernando.silva.9803/

http://aguasfrias.blogs.sapo.pt

https://www.youtube.com/channel/UCH8jIgb8fOf9NRcqsTc3sBA...

https://twitter.com/MrioFernandoGo2

https://www.instagram.com/mario_silva_1957/

 

 

Mário Silva 📷
22
Fev20

Águas Frias (Chaves) - ... a névoa ... o "mar" de Trás-Os-Montes ...


Mário Silva Mário Silva

 

... a névoa ...

... o "mar" de Trás-Os-Montes ...

 

Águas Frias (Chaves) - ... a névoa - o mar de Trás-Os-Montes ...... a névoa - o mar de Trás-Os-Montes ...

 

Desce a névoa da montanha

 

Águas Frias (Chaves) - ... é preciso limpar o terreno das ervas daninhas, para se poder iniciar as sementeiras e plantações ...

 ... é preciso limpar o terreno das ervas daninhas, para se poder iniciar as sementeiras e plantações ...

 

“A névoa involve a montanha,
Húmido, um frio desceu.
O que é esta mágoa estranha
Que o coração me prendeu?

 

Águas Frias (Chaves) - ... uma casa que ainda nos relembra o passado da Aldeia ...

... uma casa que ainda nos relembra o passado da Aldeia ...

 

Parece ser a tristeza
De alguém de quem sou actor,
Com fantasiada viveza
Tornada já minha dor.

Águas Frias (Chaves) - ... os pote de ferro, em lareira limpa ...

... os potes de ferro, em lareira limpa ...

 

Mas, não sei porquê, me dói
Qual se fora eu a ilusão;
E há névoa em tudo o que foi
E frio em meu coração.”

Novas Poesias Inéditas. Fernando Pessoa

Águas Frias (Chaves) - ... a igreja matriz banhada pela luz brilhante dos esporádicos raios de sol ...... a igreja matriz banhada pela luz brilhante dos esporádicos raios de sol ...

 

Em 1930, Fernando Pessoa publicou num do jornal açoriano um poema até então inédito. “Névoa” apareceu junto a “Minuete Invisível”, que tinha sido apresentado pela primeira vez no primeiro (e único) número da Portugal Futurista, e a um texto de apresentação assinado pelo jornalista Rebelo de Bettencourt.

 

Águas Frias (Chaves) - ... o gato apanhando os preciosos raios de sol em dias de inverno ...

... o gato apanhando os preciosos raios de sol em dias de inverno ...

 

Depois dessa data, o poema não voltou a ser publicado. Caiu no esquecimento, até que um investigador o encontrou, por acaso, mais de 80 anos depois.

Águas Frias (Chaves) - ... uma antiga varanda (que penso que já não existe) ....... uma antiga e tradicional varanda transmontana (que penso que já não existe) ....

 

Agora, entrou finalmente para o corpus pessoano, ao ser incluído no mais recente volume da edição crítica da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM).

 

Águas Frias (Chaves) - ... o pôr do sol, atrevido, em dias de inverno ...

... o flamejante pôr do sol, atrevido, em dias de inverno ...

 

 

Até breve !!!

 

 

 

 

 

 

 

Mário Silva 📷
15
Fev20

Águas Frias (Chaves) - ... o cume da serra ...


Mário Silva Mário Silva

 

O CUME DA SERRA

 

Águas Frias (Chaves) - ... e a neve cobrindo as serranias da vizinha Espanha ...... e a neve cobrindo o cume das serranias, da vizinha Espanha ...


No cume daquela serra
Plantei uma roseira
A rosa no cume cresce
A rosa no cume cheira

Quando cai a chuva grossa
A água o cume desce
O orvalho no cume brilha
O mato no cume cresce

 

Águas Frias (Chaves) - ... a água do ribeiro saltita por entre o arvoredo e os socalcos do seu leito ... 

... a água do ribeiro saltita por entre o arvoredo e os socalcos do seu leito ...


Mas logo que a chuva cessa
Ao cume volta a alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no cume ardia

E quando chega o Verão
E tudo no cume seca
O vento o cume limpa
E o cume fica careca

Águas Frias (Chaves) - ... refúgio, no meio da vinha ... ... refúgio, no meio da vinha ...

 


Ao subir a linda serra
Vê-se o cume aparecendo
Mas começando a descer
O cume se vai escondendo

 

Águas Frias (Chaves) - ... espreitando um castanheiro pelo buraco no tronco de outro velho castanheiro ...

... espreitando um castanheiro pelo buraco no tronco de outro velho castanheiro ...


Quando cai a chuva fria
Salpicos no cume caiem
Abelhas no cume picam
Lagartos do cume saem

 

Águas Frias (Chaves) - ... o cordeirinho negro, mas com a cauda de lã branca, para não ser a "ovelha negra do rebanho" ...... o cordeirinho negro, mas com a cauda de lã branca, para não ser a "ovelha negra do rebanho" ...

 


E à hora crepuscular
Tudo no cume escurece
Pirilampos no Cume brilham
E a lua no cume aparece

E quando vem o Inverno
A neve no cume cai
O cume fica tapado
E ninguém ao cume vai

 

Águas Frias (Chaves) - ... visão da Aldeia num dia de céu limpo, em pleno inverno ...... visão da Aldeia num dia de céu limpo, em pleno inverno ...


Mas a tristeza se acaba
E de novo vem o Verão
O gelo do cume derrete
E todos ao cume vão

Poesia tradicional portuguesa

 

Águas Frias (Chaves) - ... o belo altar mor da Igreja matriz ...

... o belo altar mor da Igreja matriz ...

 

 

 

Até breve !!!!

 

 

 

 

 

Mário Silva 📷
25
Jan20

Águas Frias (Chaves) - ... a tradicional matança do porco ...


Mário Silva Mário Silva

 

A TRADICIONAL MATANÇA DO PORCO

 

Águas Frias - ... a tradicional matança do porco ...

... a tradicional matança do porco ...

 

Gordo, gordinho, matulão, o porco chega ao terreiro, conduzido por aquele que havia de lhe pôr termo aos dias de ceva. Mirones, apesar do chuvisco frigidíssimo. Motivo para estar ali um garrafão encarapuçado por um púcaro de alumínio. «Vai um?» «Claro!» Dantes, já lá vão uns anitos, quando eu assistia ao ritual, reparava em um ou dois molhos de palha que se destinavam a faxucar o animalzinho; agora olho, com alguma nostalgia, para uma botija de gás. O fumo da palha tinha outro encanto, carregada que era de símbolos sacrificiais.

 

Águas Frias (Chaves) - ... uma vista "apertada" de uma parcela da Aldeia ...

... uma vista "apertada" de uma parcela da Aldeia ...

 

Um facalhão, tachos, um balde e a senhora ......., lesta, apesar da idade, a encher um regador no fontanário próximo. «Vamos a isto, rapazes» – voz de comando do senhor ....... que prende uma corda na boca do animal, segurando-a bem entre as duas queixadas. «E o banco? Traga o banco», diz a afanosa ........ «Qual banco, responde o dono. – Vai ser aí em cima do muro».

E eu a cismar: aquele bloco ancho de cantaria sempre tinha mais parecença com uma pedra de ara.

 «Espere aí: deixe-me beber mais uma pucarada» – voz de um rapazola que esfregou as beiças com as costas da mão.

Águas Frias - ... a lua entre os pinheiros ...

... a lua entre os pinheiros ...

 

O porco, desconfiado do sítio, tinha fossado uma borda de rango e leitugas, abrindo-lhe um sulco direito de sachola. Os cochilros que inundavam a parede espreitavam a cerimónia. Quatro homens aferraram-se ao colosso e foi então que o berreiro a sério começou. A proximidade do sacrifício é o melhor estímulo da sensibilidade.

Aguas Frias - ... levando a vaquinha para um melhor pasto ...

... levando a vaquinha para um melhor pasto ...

 

 

As mãos dos homens confundiram-se num momento com as da besta. A razão e a força. As queixas de um na ufania do outro. Sempre assim foi – pensaria uma leituga prostrada na lamiça. Ao tempo em que a senhora ........ aparava o sangue ainda vivo num tacho, frémitos de cozinha alegravam o coração dos circunstantes. Alguém voltara os olhos, quando o facalhão perfurou a peitaça do animal. «Ora, não sejas maricas» – teve de ouvir.

 

Águas Frias - ... os grelos floridos colorindo a visão da Aldeia ...

... os grelos floridos colorindo a visão da Aldeia ...

 

 

«Venha o maçarico, venha o maçarico». E o fogo acendeu júbilos novos nas sedas do ridente chacim. Amolecido com água quente, o couro foi raspadinho com lascas de pedra rugosa e, logo a seguir, pendurado na loja onde o tal maricas se pôs a farejar. Pudera! Já a senhora ........ descia com uma travessa de bolos de bacalhau e fatias de salpicão a dizerem «comei-me».

 

Águas Frias - ... um caçador e os seus cão (mas ão vislumbro caça nenhuma) ...

... um caçador e os seus cão (mas não vislumbro caça nenhuma) ...

 

 

Sape, gato – voz a ralhar a um ougado, porque o senhor magarefe ainda estava rec-rec com a alimária. Sape, gato – repetiu a patroa, ao descer novamente as escadas com um açafate de trigo de quartos numa mão e uma caçarola de sangue cozido com alho picado na outra. Já o tal se havia desougado, fazendo mão baixa à travessa.

 

Águas Frias - ... pela rua da Lampaça ...

... pela rua da Lampaça ...

 

 

Interim, ........ tinha aberto o formoso bestigo, de alto a baixo, e fazia a colheita do interior. Primeiro, as tripas, que encheram um balde; depois, a colada: fígado, pulmões e coração. Finalmente, os untos ou banha que, depois de atravessar três bilhardas à entrada da barriga, para efeito de arejamento, deixou a pingar de uma delas.

Águas Frias - ... Papa-moscas (comum)  Ficedula hypoleuca  Pied flycatcher ...

... Papa-moscas (comum) Ficedula hypoleuca Pied flycatcher ...

 

 

«Tens-me cá uma colada», ouvi uma mulher dizer ao tal que parecia maricas e que acabava de abichar uma rodela de salpicão. Vim a saber que o que ela queria dizer era que o outro era um mandrião. Comia e dormia. Como o porco. A gente riu-se. E, quando mestre .......... acabou de lavar as mãos, fiquei admirado por ele não meter à boca mais do que um bolo de bacalhau, recusando os pedaços quentinhos de sangue cozido – que para mim estavam uma delícia.

 

 


António Cabral [1931-2007] foi um poeta, ficcionista, cronista, ensaísta, dramaturgo, etnógrafo e divulgador da cultura popular portuguesa.
in: "Tradições populares"https://www.antoniocabral.com.pt/matanca-do-porco/   



 

 

Até breve !!!

 

 

 

 

Mário Silva 📷
28
Mar19

Águas Frias (Chaves) - ... 28 de março - Dia Nacional dos Centros Históricos ...


Mário Silva Mário Silva

 

28 de março

Dia Nacional dos Centros Históricos

Águas Frias (Chaves) - ... uma casa na Aldeia ...

... uma casa na Aldeia ...

 

O Dia Nacional dos Centros Históricos comemora-se anualmente a 28 de março, na data do nascimento de Alexandre Herculano, seu patrono.

O Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses foi formalmente criado em 28 de março de 1993, sendo rapidamente adotado pela maioria das autarquias portuguesas com centro histórico.

Atividades

Em várias centros históricos das cidades de Portugal organizam-se atividades para comemorar o Dia Nacional dos Centros Históricos. Neste dia os monumentos e outros espaços dos centros históricos estão abertos ao público, que os podem visitar gratuitamente, entrando em contacto com o passado destes locais.

Nesta data realizam-se exposições, torneios, provas de orientação, concertos, leituras encenadas, animações de rua, etc., tudo com o objetivo de dinamizar os centros históricos e chamar a atenção para a preservação e valorização dos mesmos.

Pode visitar um centro histórico diferente por ano ou tentar visitar mais do que um centro histórico neste dia.

in: https://www.calendarr.com/portugal/dia-nacional-dos-centros-historicos/

 

Águas Frias (Chaves) - ... indo para o campo de enxada às costas ...

... indo para o campo de enxada às costas ...

 

Águas Frias (Chaves) - ... flor de (?) ...

... flor de (?) ...

 

Águas Frias (Chaves) - ...  flores amarelas na paisagem ainda acastanhada  ...

... flores amarelas na paisagem e a escada esquecida encostada à árvore ...

 

Águas Frias (Chaves) - ... igreja matriz recebendo os últimos raios solares do dia e no cimo o Castelo na penúmbra ...

... igreja matriz recebendo os últimos raios solares do dia e no cimo, o Castelo, na penúmbra ...

 

Águas Frias (Chaves) - ... casa tradicional na Aldeia ...

... casa tradicional na Aldeia ...

 

Águas Frias (Chaves) - ... Pintarroxo (Carduelis cannabina) na extremidade de fino ramo ...

... Pintarroxo (Carduelis cannabina) na extremidade de fino ramo ...

 

 

Até breve !!!

 

 

 

 

 

 

Mário Silva 📷

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