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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

24
Dez24

Conto de Natal - O Natal da Senhora Clementina Panoquinhas


Mário Silva Mário Silva

Conto de Natal

O Natal da Senhora Clementina Panoquinhas

24Dez DSC08261_ms Natal

Na pequena aldeia de Frescura d’Água, em pleno coração de Trás-os-Montes, o frio cortava como lâminas naquela véspera de Natal.

As casas de pedra, cobertas de musgo, exalavam um cheiro de lenha queimada, e as chaminés enchiam o ar com uma névoa que parecia misturar-se com as estrelas que despontavam no céu límpido.

Era uma aldeia esquecida pelo tempo, onde as tradições se mantinham vivas, e o Natal era celebrado com a mesma simplicidade de décadas atrás.

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Clementina Panoquinhas, uma viúva de 76 anos, morava sozinha na última casa da aldeia, à beira de um caminho de terra que subia para o monte.

Desde que perdera o marido, o Sr. Ferraz do Dedo Grande, há vinte anos, a sua vida era marcada pela solidão e pelas lembranças.

Contudo, todos na aldeia conheciam Clementina Panoquinhas pela sua bondade e pela habilidade em fazer o melhor pão de centeio da região.

No Natal, ela tinha o costume de preparar broas doces e distribuí-las pelos vizinhos mais necessitados.

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Naquela noite, enquanto o vento zunia pelas frestas das janelas, Clementina Panoquinhas estava na sua cozinha, amassando a última fornada de broas.

O velho relógio de parede marcava as onze horas.

O calor do forno aquecia-lhe as mãos e o coração, mas a solidão parecia mais pesada do que nunca.

Era a primeira vez que não haveria ninguém para partilhar a ceia.

Os filhos tinham emigrado para França e não conseguiriam vir por causa do trabalho.

Mesmo assim, Clementina Panoquinhas decidira manter a tradição.

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Quando terminou as broas, enrolou-as num pano branco e colocou-as numa cesta de vime.

Vestiu o seu xaile de lã, gasto pelo tempo, e saiu pela porta, enfrentando o frio que fazia doer os ossos.

As ruas da aldeia estavam desertas, mas havia uma magia no ar.

Algumas janelas iluminadas deixavam escapar o som abafado de risos e cantorias.

Clementina Panoquinhas caminhava devagar, depositando uma broa na soleira de cada casa humilde, com um sorriso nos lábios e uma prece no coração.

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Quando terminou, sentiu-se exausta, mas em paz.

Ao voltar para casa, reparou que o céu estava extraordinariamente estrelado, como se o firmamento quisesse dar-lhe um presente.

Sentou-se no banco de pedra junto à porta e olhou para o céu, lembrando-se de Sr. Ferraz do Dedo Grande.

"Que Deus te tenha em paz, meu querido... Se ao menos estivesses aqui" - sussurrou.

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De repente, ouviu um som que a fez sobressaltar.

Era o trote de cavalos, algo raro na aldeia.

Virou-se e viu, no caminho iluminado apenas pela lua, um velho carro de bois decorado com ramos de azevinho e lanternas.

No banco da frente, um homem idoso, de barba branca e um sorriso gentil, segurava as rédeas. Ao lado dele, um jovem com roupas simples segurava um saco volumoso.

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"Senhora Clementina Panoquinhas!" - chamou o homem, com uma voz calorosa.

"Será que podemos entrar? Temos uma mensagem para si."

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Clementina Panoquinhas, surpresa, assentiu e abriu a porta, embora o coração lhe batesse forte.

Assim que os dois homens entraram, a casa pareceu aquecer de forma inexplicável.

O homem mais velho entregou-lhe um pequeno embrulho, envolto em papel pardo e uma fita vermelha.

Clementina Panoquinhas, com as mãos trémulas, abriu-o e encontrou uma fotografia antiga dela e de Sr. Ferraz do Dedo Grande, tirada no Natal de 1953.

Lá estava ela, jovem e sorridente, segurando um bebé nos braços, enquanto Sr. Ferraz do Dedo Grande olhava para ela com ternura.

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"Mas... como conseguiram isto?"- perguntou, com os olhos marejados de lágrimas.

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"Este é o espírito do Natal, minha senhora" - respondeu o homem, com um sorriso enigmático.

"Um presente para lembrar que o amor nunca se perde, mesmo quando aqueles que amamos estão longe, ou já partiram."

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Antes que Clementina Panoquinhas pudesse dizer mais alguma coisa, os dois visitantes despediram-se e desapareceram tão rapidamente quanto tinham chegado.

Clementina Panoquinhas ficou na porta, segurando a fotografia contra o peito, com o coração inundado de gratidão e paz.

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Naquela noite, enquanto a aldeia dormia, Clementina Panoquinhas colocou a fotografia junto ao presépio.

Sentiu, pela primeira vez em muito tempo, que não estava sozinha.

O Natal de Frescura d’Água tornara-se mais brilhante, como se o céu e a terra conspirassem para lembrar que a magia do amor e da partilha nunca desaparece.

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E assim, na madrugada fria, as estrelas pareciam sorrir.

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A TODOS UM BOM e SANTO NATAL

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
20
Nov24

"A cancela de ramos de giesta" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

"A cancela de ramos de giesta"

Mário Silva

20Nov DSC08702_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cancela de ramos de giesta", transporta-nos para um cenário bucólico e familiar, com um forte apelo à tradição e à identidade rural portuguesa.

A imagem captura uma simples cancela de madeira, confecionada com ramos de giesta, que dá acesso a um extenso lameiro verdejante.

Ao fundo, destaca-se uma paisagem campestre, com árvores e arbustos, que se estende até o horizonte.

A luz natural incide sobre a cena, criando um ambiente tranquilo e convidativo.

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A fotografia valoriza a simplicidade e a autenticidade.

A cancela de giesta, rústica e artesanal, é o elemento central da imagem e evoca um passado rural, onde a vida era mais simples e os recursos naturais eram utilizados de forma sustentável.

A escolha deste elemento como protagonista da fotografia revela a sensibilidade do fotógrafo em capturar a beleza nas pequenas coisas.

A imagem estabelece uma forte conexão com a natureza.

A giesta, uma planta típica da região, simboliza a resistência e a adaptação ao meio ambiente.

O lameiro verdejante e a paisagem campestre evocam a força da terra e a importância da agricultura na cultura transmontana.

A fotografia convida o observador a entrar em contacto com a natureza e a apreciar a sua beleza.

A cancela de giesta, aberta e convidativa, pode ser interpretada como uma metáfora para a confiança do povo transmontano.

A tradição de construir cancelas com materiais naturais e simples reflete a honestidade e a abertura das comunidades rurais.

A ausência de fechaduras ou cadeados sugere um ambiente seguro e acolhedor, onde a confiança prevalece.

A fotografia de Mário Silva é um retrato da identidade cultural da região de Trás-os-Montes.

A cancela de giesta, o lameiro, a paisagem campestre e a luz natural são elementos que evocam a memória coletiva e a história da região.

A imagem captura a essência do rural e contribui para a valorização do património cultural e natural de Portugal.

A composição da fotografia é equilibrada e harmoniosa.

A linha diagonal da cancela conduz o olhar do espectador para o fundo da imagem, criando uma sensação de profundidade.

A luz natural, suave e difusa, envolve a cena em um halo de poesia, realçando as texturas e as cores.

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Como conclusão, "A cancela de ramos de giesta" é uma fotografia que transcende a mera representação da realidade, revelando a sensibilidade e a profundidade do olhar de Mário Silva.

A imagem, ao mesmo tempo simples e complexa, convida à reflexão sobre a importância da tradição, da natureza e da identidade cultural.

A fotografia é um hino à beleza da vida rural e um convite a valorizar as raízes e a simplicidade.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
27
Out24

Igreja de Santa Baia de Arzádegos - Vilardevós - Espanha


Mário Silva Mário Silva

Igreja de Santa Baia de Arzádegos

Vilardevós - Espanha

27Out DSC08351_ms

A fotografia de Mário Silva captura a simplicidade e a beleza da Igreja de Santa Baia de Arzádegos, localizada em Vilardevós, Espanha.

A construção, datada do final da década de 1950, apresenta características arquitetónicas que refletem o estilo da época e a influência das tradições construtivas locais.

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A fachada principal da igreja destaca-se pela sua sobriedade e pela disposição simétrica dos elementos.

A porta principal, com suas colunas pseudo-dóricas e a cornija, confere à igreja um ar de monumentalidade.

A torre sineira, localizada no canto sul, é um elemento marcante da composição.

A sua estrutura em dois corpos, com quatro aberturas para sino no segundo corpo, confere à igreja um perfil característico.

A utilização de pedra como material de construção principal confere à igreja uma aparência sólida e resistente ao passar do tempo.

As paredes de silhar, reforçadas com contrafortes, são típicas da arquitetura rural da região.

A cobertura de telha de cerâmica de duas águas é um elemento comum em construções religiosas da região, proporcionando uma boa proteção contra as intempéries.

As janelas retangulares, localizadas entre os contrafortes, permitem a entrada de luz natural no interior da igreja, criando um ambiente acolhedor e luminoso.

A presença de arbustos e árvores circundando a igreja confere ao local um ar de serenidade e integra a construção na paisagem natural.

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A fotografia de Mário Silva transmite uma sensação de paz e tranquilidade, convidando o observador a refletir sobre a importância da fé e da espiritualidade na vida das comunidades locais.

A igreja, como centro religioso da comunidade, representa um ponto de encontro e um lugar de celebração dos valores espirituais.

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A igreja é uma manifestação concreta da fé da comunidade, um espaço sagrado dedicado ao culto religioso.

A construção representa um importante património cultural da região, testemunhando a história e as tradições da comunidade.

A igreja está harmoniosamente inserida na paisagem natural, estabelecendo uma relação entre o homem e o meio ambiente.

A arquitetura da igreja reflete a busca pela simplicidade e funcionalidade, características típicas da arquitetura religiosa da época.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva convida-nos a apreciar a beleza e a importância da Igreja de Santa Baia de Arzádegos.

Através desta imagem, podemos compreender a rica história e o significado cultural deste edifício religioso, que continua a ser um ponto de referência para a comunidade local.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
26
Abr24

Campo verde e viçoso …


Mário Silva Mário Silva

Campo verde e viçoso …

A26 DSC00552_ms

A fotografia mostra um campo verde e viçoso, com uma cerca de madeira em primeiro plano.

A erva é alta e densa, de um verde intenso e uniforme.

A cerca de madeira é feita de troncos grossos e irregulares, que estão dispostos verticalmente e unidos por traves horizontais.

A cerca está bem conservada e parece ser bastante robusta.

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A foto representa a beleza e a simplicidade da natureza.

O campo verdejante e a cerca de madeira são elementos naturais que evocam uma sensação de paz e tranquilidade.

A fotografia também pode ser interpretada como um símbolo de vida e crescimento.

O verde da erva é a cor da vida, e a cerca de madeira pode ser vista como um símbolo de proteção e segurança.

 

Podemos também pensar que ela representa a relação entre o homem e a natureza.

A cerca de madeira, feita pelo homem, contrasta com o campo verdejante, que é natural.

Essa contraposição pode ser vista como um símbolo da interdependência entre o homem e a natureza.

O homem precisa da natureza para sobreviver, e a natureza precisa do homem para ser cuidada.

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O campo verde é o elemento central da fotografia.

Ele representa a natureza, a vida e o crescimento.

O verde da erva é uma cor relaxante e calmante, que pode evocar uma sensação de paz e tranquilidade.

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A cerca de madeira é um elemento importante da fotografia.

Ela representa o homem, a proteção e a segurança.

A cerca de madeira pode ser vista como um símbolo da separação entre o mundo natural e o mundo humano.

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A fotografia é composta de forma simples e equilibrada.

O campo verde ocupa a maior parte da imagem, e a cerca de madeira está posicionada em primeiro plano.

Essa composição cria uma sensação de calma e serenidade.

A fotografia é iluminada por luz natural.

A luz é suave e difusa, o que contribui para a sensação de paz e tranquilidade que a fotografia transmite.

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A fotografia "Campo verde e viçoso" é uma bela imagem que representa a natureza, a vida e o crescimento.

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A fotografia também pode ser interpretada de outras maneiras, dependendo da perspetiva do observador.

Por exemplo, algumas pessoas podem ver na fotografia um símbolo de esperança e renovação, enquanto outras podem vê-la como um símbolo de solidão e isolamento.

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A fotografia "Campo verde e viçoso" é uma imagem importante porque nos lembra da beleza da natureza e da importância de proteger o meio ambiente.

A fotografia também pode-nos inspirar a refletir sobre a nossa relação com o mundo natural e a procura de um estilo de vida mais sustentável.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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