Rua Cimo de Vila da antiga "villa" de "Aquae frigidae"
(hoje, "Águas Frias" - Chaves - Portugal)
A fotografia de Mário Silva captura a essência da rua Cimo de Vila, na antiga "villa" de "Aquae frigidae", hoje conhecida como Águas Frias, em Chaves, Portugal.
A imagem retrata um cenário típico das aldeias portuguesas mais antigas, com elementos que evocam a história e a tradição local.
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As paredes de pedra granítica, típicas da região, dominam a imagem, conferindo à rua um aspeto rústico e autêntico.
A textura irregular das pedras e a presença de musgo revelam o passar do tempo e a resistência dos materiais utilizados na construção.
As portas de madeira, uma verde e outra de madeira crua, contrastam com a tonalidade das pedras e adicionam um toque de cor à composição.
O chão de pedra irregular, composto por calçada portuguesa, confere à rua um caráter histórico e contribui para a sensação de autenticidade. As marcas do tempo e o desgaste das pedras revelam o intenso uso ao longo dos séculos.
A presença de plantas espontâneas que crescem entre as pedras e nas proximidades das paredes confere à imagem um toque de vida e naturalidade.
As flores, adicionam um toque de cor e beleza à composição.
A perspetiva da fotografia, que se concentra na rua estreita e nas paredes de pedra, cria uma sensação de profundidade e convida o observador a imaginar a vida que se desenvolveu neste local ao longo dos séculos.
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A fotografia de Mário Silva transmite uma sensação de tranquilidade e serenidade, convidando o observador a uma viagem no tempo.
A rua Cimo de Vila, com a sua arquitetura tradicional e atmosfera bucólica, é um testemunho da história milenar de “Aquae Frigidae” e da importância das águas para o desenvolvimento da região.
A imagem captura a essência de um Portugal rural e autêntico, onde a tradição e a natureza se fundem de forma harmoniosa.
A Rua Central como Espinha Dorsal da Aldeia Transmontana de Águas Frias:
Uma Analogia com a Anatomia Humana
Na aldeia transmontana de Águas Frias, a Rua Central assume um papel fundamental na organização e no funcionamento da comunidade.
Assim como a espinha dorsal no corpo humano, a Rua Central serve como um eixo central, ligando todas as partes da aldeia e proporcionando estrutura e suporte para a vida cotidiana.
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Estrutura e Função
Espinha Dorsal: A espinha dorsal é uma estrutura óssea composta por vértebras, discos intervertebrais, nervos e ligamentos.
Ela estende-se desde a base do crânio até o osso sacro, fornecendo suporte e proteção à medula espinhal e aos órgãos internos.
A espinha dorsal também serve como ponto de ancoragem para os músculos das costas, que permitem o movimento do tronco e dos membros.
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Rua Central: A Rua Central de Águas Frias é uma via pública estreita que percorre o centro da aldeia.
Ela é ladeada por casas, café e edifício da Junta de Freguesia, servindo como principal via de acesso e circulação para os moradores.
A Rua Central também é um local de encontro e interação social, onde as pessoas se reúnem para conversar, fazer compras (vendedores ambulantes) e participar em eventos comunitários.
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Conexões e Fluxo
Espinha Dorsal: A espinha dorsal serve como um canal para os nervos que transmitem sinais entre o cérebro e o resto do corpo.
Esses sinais controlam o movimento, a sensação e outras funções corporais essenciais.
A medula espinhal também está localizada dentro da coluna vertebral, protegendo-a e transmitindo mensagens do cérebro para os nervos.
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Rua Central: A Rua Central liga todas as partes da aldeia, proporcionando acesso a casas, serviço público (Junta de Freguesia) e outros locais de interesse.
Ela também serve como um canal de comunicação, transportando pessoas, ideias e bens entre os diferentes bairros da aldeia.
A Rua Central é um local de fluxo constante, onde se cruzam moradores, comerciantes e outros visitantes.
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Simbolismo e Significado
Espinha Dorsal: A espinha dorsal é um símbolo de força, resiliência e vitalidade.
Ela representa a capacidade do corpo humano de se manter ereto e enfrentar os desafios da vida.
A espinha dorsal também é vista como um símbolo de conexão, pois une todas as partes do corpo num único sistema coeso.
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Rua Central: A Rua Central é um símbolo da identidade e da cultura da aldeia de Águas Frias.
Ela representa a história da aldeia, as suas tradições e o seu modo de vida.
A Rua Central também é um símbolo da comunidade, pois reúne as pessoas e promove a interação social.
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Conclusão
A analogia entre a Rua Central da aldeia transmontana de Águas Frias e a espinha dorsal do corpo humano revela a importância fundamental que ambas as estruturas têm para a organização, o funcionamento e o simbolismo das suas respetivas realidades.
Assim como a espinha dorsal proporciona suporte e conectividade ao corpo humano, a Rua Central serve como um eixo central para a aldeia, conetando as suas diferentes partes e promovendo a vida comunitária.
Ambas as estruturas representam força, resiliência e vitalidade, sendo símbolos importantes da identidade e da cultura dos seus respetivos contextos.
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Observações Adicionais
A fotografia mostra a Rua Central de Águas Frias numa perspetiva estreita, destacando a sua forma alongada e a presença de edifícios em ambos os lados.
A placa na imagem indica que a rua leva ao "Largo da Maria Claro Delgado", um espaço público que pode ser interpretado como um ponto de encontro ou uma encruzilhada dentro da aldeia.
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A analogia entre a Rua Central e a espinha dorsal pode ser expandida para incluir outros elementos da aldeia e do corpo humano.
Por exemplo, as ruas laterais da aldeia podem ser comparadas aos ramos da espinha dorsal, enquanto os edifícios podem ser comparados aos órgãos internos.
Da mesma forma, os veículos que circulam pela Rua Central podem ser comparados ao sangue que flui pelas veias e artérias do corpo humano.
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A analogia também pode ser utilizada para explorar temas relacionados à saúde e ao bem-estar da aldeia e do corpo humano.
Por exemplo, o estado de conservação da Rua Central pode ser um indicador da saúde geral da aldeia, assim como a saúde da espinha dorsal é um indicador da saúde geral do corpo humano.
A fotografia nos leva-nos a uma viagem no tempo pela Rua da Lampaça na aldeia rural transmontana de Águas Frias, em Chaves, Portugal. A foto em preto e branco, sem data precisa, mas com a textura característica de décadas passadas, convida-nos a imaginar a vida nesta rua num passado não muito distante.
Podemos imaginar o burburinho de crianças brincando na rua de terra batida, o cheiro de pão fresco vindo dos fornos individuais, o som de conversas animadas entre vizinhos nas suas varandas. O cão na foto, um observador atento da cena, traz-nos um toque de familiaridade e simplicidade.
Hoje:
A Rua da Lampaça, apesar de algumas mudanças ao longo dos anos, ainda conserva muito do seu charme original. Os paralelepípedos, agora desgastados pelo tempo, continuam a ser a base da rua. As casas, algumas restauradas e outras ainda com a pintura descascada ou em pré ruína, contam histórias de gerações que ali viveram.
O ritmo de vida na aldeia, mais calmo do que nas cidades, permite que os moradores apreciem os pequenos prazeres da vida. Uma cervejunha fresca, na varanda ao sol, uma conversa com o vizinho, um passeio pela rua.
A Rua da Lampaça, como o coração da aldeia, continua a pulsar com a vida da comunidade.
Amanhã:
O futuro da Rua da Lampaça é incerto, como o de muitas aldeias rurais em Portugal. A migração para as cidades e o envelhecimento da população são desafios que precisam ser enfrentados. No entanto, a beleza natural da região, a rica cultura local e o potencial turístico podem ser a chave para a revitalização da aldeia.
É possível imaginar um futuro para a Rua da Lampaça onde a tradição se encontra com a modernidade. A preservação da sua arquitetura original, aliada a investimentos em infraestruturas e turismo, pode transformar a rua num destino atraente para visitantes de todo o mundo.
A valorização da cultura local, com a promoção de eventos e festivais, pode fortalecer o senso de comunidade e atrair novos moradores. A criação de oportunidades de emprego, especialmente para os jovens, pode ajudar a reverter o fluxo migratório e garantir a vitalidade da aldeia.
Conclusão:
A Rua da Lampaça, com a sua história, presente e futuro, é um símbolo da resiliência e do encanto das aldeias rurais de Portugal.
É um lugar onde a tradição se mantém viva, onde o ritmo de vida é mais tranquilo e onde a comunidade se une para enfrentar os desafios do presente e construir um futuro melhor.
Observações:
A fotografia que aqui se apresenta não permite uma análise detalhada das mudanças na Rua da Lampaça ao longo do tempo.
A descrição do futuro da rua é baseada em especulações e no potencial da região.
O futuro da Rua da Lampaça e da aldeia de Águas Frias depende do compromisso e da ação conjunta dos seus moradores, das autoridades autárquicas locais e da comunidade em geral.
Numa fria manhã de inverno na aldeia transmontana de Águas Frias, Chaves, Portugal, uma densa camada de neve cobria as ruas estreitas e sinuosas. Era uma cena típica naquela região montanhosa, onde o branco predominante contrastava com os telhados das casas antigas e as montanhas ao redor.
Maria, uma moradora local, estava atrasada para o seu trabalho na padaria da “vila”. Após se despedir da família, apressadamente desceu as escadas estreitas e íngremes da sua casa de pedra. O seu objetivo era atravessar a rua e alcançar o carro que estava estacionado no largo. No entanto, o destino tinha outros planos para ela naquela manhã gélida.
Enquanto descia as escadas escorregadias, Maria sentiu o gelo sob os seus pés e tentou manter o equilíbrio. Ela agarrou-se às pedras da casa ao lado, com firmeza, mas uma rajada de vento forte apanhou-a de surpresa, fazendo-a perder o equilíbrio. Com um grito abafado, ela se viu deslizando descontroladamente pelos degraus cobertos de neve.
Os vizinhos que estavam nas proximidades ouviram o barulho e correram para ajudar. No entanto, Maria já estava no meio do seu trajeto de queda, incapaz de se segurar ou deter a sua descida. Sua bolsa voou para um lado, seu cachecol soltou-se, e os seus sapatos escorregaram, deixando-a num desamparo total.
Com um estrondo, Maria chegou ao final das escadas, onde uma pilha de neve macia a aguardava. Para sua sorte, a neve amortizou a sua queda, evitando qualquer ferimento grave. Ela viu-se deitada de bruços na neve fofa, um pouco atordoada, mas grata por não ter se machucado seriamente.
Os vizinhos correram para ajudá-la a levantar-se, oferecendo palavras de conforto e verificando se ela estava bem. Com um sorriso corajoso, Maria levantou-se, sacudiu a neve dos seus cabelos e agradeceu a todos pela ajuda.
Apesar do susto, Maria decidiu não desistir. Com determinação, ela seguiu em frente, enfrentando os desafios do inverno transmontano com coragem e resiliência, sabendo que cada obstáculo era apenas mais uma história para contar na sua vida na aldeia de Águas Frias.
O incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia (Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres)
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Era uma manhã ensolarada, numa pequena Aldeia no interior do país.
João, um jovem agricultor, estava levando sua carroça cheia de batatas e legumes para vender na feira do castelo. Ele estava feliz e cantarolava uma canção enquanto conduzia o seu cavalo pela rua de terra.
Ele chegou à rua íngreme que levava ao centro da Aldeia, onde ficava a praça. Era uma rua estreita e sinuosa, cercada por casas antigas e coloridas. João sabia que tinha que ter cuidado ao descer a ladeira, pois a carroça podia perder o equilíbrio e tombar.
Ele segurou firme as rédeas do cavalo e começou a descer devagar.
Mas, de repente, ele ouviu um barulho alto atrás dele.
Era um trator que vinha em alta velocidade pela rua abaixo.
O agricultor do trator tentou … tentou travar, mas não conseguiu e acabou por bater na traseira da carroça do João com força.
A carroça foi lançada para frente com o impacto e João perdeu o controle dela. O cavalo assustou-se e saiu correndo pela rua abaixo, arrastando a carroça atrás dele.
João tentou frear a carroça, mas as rodas não obedeciam. As batatas e os legumes voavam pelo ar e caíam no chão.
As pessoas que estavam na rua ficaram espantadas com a cena. Algumas saíram correndo para se proteger, outras tentaram ajudar João.
Uma senhora que estava na janela de sua casa jogou um balde de água no cavalo, esperando que ele parasse. Mas o cavalo só ficou mais nervoso e acelerou ainda mais.
A carroça chegou à praça, onde havia muita gente e a carrinha do pão e outra do peixeiro. João viu que ia bater em tudo e gritou:
- Saiam da frente! Saiam da frente!
Mas era tarde demais.
A carroça atingiu a carrinha do peixeiro e derrubou-a. Depois bateu na carrinha do pão e bolos e espalhou-os pelo chão. Em seguida, ainda colidiu com uma outra carroça que estava parada e ficou presa nela. O cavalo finalmente parou, ofegante e assustado.
João pulou da carroça e foi ver se o cavalo estava bem.
Ele acalmou o animal e o soltou da carroça.
Depois olhou em volta e viu o estrago que tinha feito.
As pessoas estavam furiosas com ele.
Elas reclamavam pelo pão e peixe espalhados pelo chão. Elas pediam indenização e ameaçavam chamar a GNR.
João não sabia o que fazer. Ele pediu desculpas e disse que não foi culpa dele, mas do homem do trator que bateu na sua carroça. Mas ninguém acreditou nele.
Eles disseram que ele era um irresponsável e um mentiroso.
Foi então que o dono do trator apareceu no largo.
Ele tinha conseguido descer a rua, aos solavancos e roçando pelo muro e paredes das casas e à deriva chegar ao largo até para ver se João estava bem.
Ele aproximou-se de João e disse:
- Desculpe-me, “home”. Eu não conseguir parar porque me falharam os travões e não pude evitar o choque com a sua carroça.
Ele dirigiu-se para o aglomerado de pessoas e disse:
- Foi tudo culpa minha. Eu bati na carroça dele e causei esse acidente. Eu vou pagar por tudo o que eu estraguei.
As pessoas ficaram surpresas com a confissão do agricultor.
Elas pararam de brigar com João e mas começaram a brigar com o dono do trator.
Elas exigiram que ele pagasse imediatamente pelos seus prejuízos.
João ficou aliviado com a atitude do agricultor.
Ele agradeceu-lhe pela honestidade e disse:
- Você é um homem de bem. Obrigado por assumir a responsabilidade.
O agricultor sorriu e disse:
- Não há de quê. Eu sei como é difícil ser agricultor nesse país. Eu também sou um.
Ele pegou na sua carteira e começou a distribuir dinheiro pelas pessoas que tinham sido prejudicadas pelo acidente.
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Perlim … Pim … Pim … a estória do incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia, chegou ao fim.
Não queiras saber o que é o branco para além do branco, a ilusão de que o mar se prolonga nesse mar que o branco devora, com os lábios do vento; nem interrogues o rosto que se esconde no horizonte do branco, onde só o silêncio te dá a resposta que ignoras.
No entanto, se o olhar que esse horizonte te devolve tem a luz do rosto que só no branco entrevês, quando o vento empurra as cortinas do mar, talvez reconheças no seu fundo o corpo que habita o céu em que o branco coincide com o mar.
E nos olhos fechados de um rosto preso à cama da madrugada, o branco do horizonte submerge o mar que avança por dentro do branco, como se a luz do dia que o vento te abre não fosse branca, como esse branco lençol que esconde o corpo sob o mar.
E em cada nuvem que passa no branco do céu, um rosto revela o branco para além do horizonte que o branco descobre.
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___________________Eugénio de Andrade_________________
Pela rua da Lampaça na pequena, mas bela aldeia transmontana de
Águas Frias – Chaves – Portugal.
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Lampaçaé uma espécie de acelga.
Abeterraba branca ou acelga portuguesa(Beta vulgaris var. cicla) é uma hortaliça que apresenta talos longos e firmes e folhas baças ou brilhantes, com coloração verde ou avermelhada.
Contém quantidades consideráveis de niacina, vitamina A e vitamina C, além de ésteres do ácido oxálico, o que pode prejudicar a absorção de cálcio pelos ossos.
Na Argentina, a acelga portuguesa é muito apreciada na culinária, consumida em pizzas, em forma de bolinhos fritos, mas principalmente como ensopado, com batata cortada em pedaços e temperada com alho frito em azeite.
No Oriente (Japão, Coreia do Norte e do Sul e China), é também muito apreciada na culinária, consumida em conservas, sob a forma de tsukemono, com ou sem pimenta mas principalmente com pepino, cenoura e nabo.
Na Bélgica é o ingrediente central da tarte al d'jote, especialidade culinária da cidade de Nivelles, em que os ingredientes do recheio da tarte são acelga portuguesa, queijo fresco e manteiga.
Na Antiguidade, a acelga portuguesa costumava ser utilizada pelos romanos, egípcios e gregos. Contudo, ficou mais conhecida na França, durante a Idade Média.
Pode ser aplicada em micoses, cicatrizes e cálculos biliares. Age como antioxidante, auxilia o fígado e é utilizada para o tratamento de doenças circulatórias.
É uma viela portuguesa … estreita … com escadaria em granito escavada da fraga …
Já foi passagem, encurtando caminho para Cimo de Vila …
Já foi local de confraternização … onde se sentavam pelas escadas abaixo, para alegre cavaqueira, anedotas contadas, episódios passados que a memória não esquece … até ao som da guitarra se cantaram músicas que a tradição não deve esquecer …
… Nessas escadas da viela já muitos bons momentos se passaram …
Ou não fosse essa viela um local da aldeia deÁguas Frias – Chaves – Portugal.
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Não sei porque, são tão estreitas as vielas
da minha Terra.
Talvez, por terem o nome de " viela"...
São românticas, dando passagem somente
às pessoas, e repletas de lírios e margaridas.
Os pássaros, coloridos, dão rasantes
para brincar com os amantes, sentados nas escadarias.
Mal iluminadas, mas bem sonorizadas pelo
jazz na vitrola, não permitem pressa no caminhar...
Janelas abertas, mostram a beleza das
toalhas de rendas branquinhas, estendidas
sobre as mesas, parecendo o altar da
felicidade!
Em cima do aparador, durante à noite, reina
a lamparina, iluminando a grande sala,
reservada às visitas que são, sempre, bem vindas.
A janela baixinha, permite o flerte da
rapariga vizinha, observando os gajos,
loucos para namorar!
Ah, Deus, Já se passaram tantos séculos
mas, ainda, sinto na alma o perfume das
flores e da gente, das vielas da minha Terra! . Sinval Santos da Silveira
Na rua da Paz … rua de sossego … rua pequena, como é a aldeia transmontana de Águas Frias – Chaves – Portugal.
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ODE À PAZ
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Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza, Pelas aves que voam no olhar de uma criança, Pela limpeza do vento, pelos atos de pureza, Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança, Pela branda melodia do rumor dos regatos, . Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia, Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos, Pela exatidão das rosas, pela Sabedoria, Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes, Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos, Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes, Pelos aromas maduros de suaves outonos, Pela futura manhã dos grandes transparentes, Pelas entranhas maternas e fecundas da terra, Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra, Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna, Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz. Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira, Com o teu esconjuro da bomba e do algoz, Abre as portas da História, deixa passar a Vida! . Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"
Pela rua 1º de maio, no interior da aldeia transmontana de Águas Frias – Chaves – Portugal.
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CASA NA ALDEIA
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A casa da aldeia É toda a casa Uma casa no mundo Que não pára nem por segundo . Terra com tantos extremos Tanta alegria e pobreza Tanta dor e riqueza É desolação.. . Que mundo inconsciente É o que nos rodeia Que nos mostra felicidade No meio do ar tão ardente . Mas que ar esse? Tão enfermo, tão iludido.. Tão endurecedor o ouvir da badalada E o tempo a passar.. É nada! . Ele passa, passa.. É real, é imaginário.. Mas que sonho tão precário Este mundo ao contrário . É uma terra desmedida Sem paz ou qualquer raiz Uma vontade esquecida De sair e ser feliz. .
Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite.
... vista sobre Cimo de Vila ...
Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos.
E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.
Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador.
Tudo parado e mudo. Apenas e move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:
– Para cá do Marão, mandam os que cá estão!…
... o cão atento, vigiando a entrada de casa ...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena: – Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso.
... ó lua que vais tão alto, iluminando a noite desta terra do Reino Maravilhoso ...
A autoridade emana da força interior que cada qual traz do berço. Dum berço que oficialmente vai de Vila Real a Chaves, de Chaves a Bragança, de Bragança a Miranda, de Miranda a Régua.
Um mundo! Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia, que tanto se levanta a pino num ímpeto de subir ao céu, como se afunda nuns abismos de angústia, não se sabe por que telúrica contrição.
Terra-Quente e Terra-Fria. Léguas e léguas de chão raivoso, contorcido, queimado por um sol de fogo ou por um frio de neve. Serras sobrepostas a serras. Montanhas paralelas a montanhas. Nos intervalos, apertados entre os rios de água cristalina, cantantes, a matar a sede de tanta angústia.
E de quando em quando, oásis da inquietação que fez tais rugas geológicas, um vale imenso, dum húmus puro, onde a vista descansa da agressão das penedias. Mas novamente o granito protesta. Novamente nos acorda para a força medular de tudo. E são outra vez serras, até perder de vista.
... planta encarnada que rompe por entre as folhas já a entrarem em decomposição ...
Não se vê por que maneira este solo é capaz de dar pão e vinho. Mas dá. Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que de baixo o seca, erguem-se os muros do milagre.
Em íngremes socalcos, varandins que nenhum palácio aveza, crescem as cepas como os manjericos às janelas. No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra-Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam e trabalham. Depois sobem.
E daí a pouco há sol engarrafado a embebedar os quatro cantos do mundo. A terra é a própria generosidade ao natural. Como num paraíso, basta estender a mão.
Bata-se a uma porta, rica ou pobre, e sempre a mesma voz confiada nos responde: – Entre quem é! Sem ninguém perguntar mais nada, sem ninguém vir à janela espreitar, escancara-se a intimidade duma família inteira. O que é preciso agora é merecer a magnificência da dádiva.
... nicho de S.ta Rita - manifestação da devoção cristã das Gentes da Aldeia ...
Nos códigos e no catecismo o pecado de orgulho é dos piores. Talvez que os códigos e o catecismo tenham razão. Resta saber se haverá coisa mais bela nesta vida do que o puro dom de se olhar um estranho como se ele fosse um irmão bem-vindo, embora o preço da desilusão seja às vezes uma facada.
Dentro ou fora do seu dólmen (maneira que eu tenho de chamar aos buracos onde vive a maioria) estes homens não têm medo senão da pequenez. Medo de ficarem aquém do estalão por onde, desde que o mundo é mundo, se mede à hora da morte o tamanho de uma criatura.
Acossados pela necessidade e pelo amor da aventura emigram. Metem toda a quimera numa saca de retalhos, e lá vão eles. Os que ficam, cavam a vida inteira. E, quando se cansam, deitam-se no caixão com a serenidade de quem chega honradamente ao fim dum longo e trabalhoso dia.
O nome de Trasmontano, que quer dizer filho de Trás-os-Montes, pois assim se chama o Reino Maravilhoso de que vos falei.
in: "Trás-os-Montes, o Reino Maravilhoso" de Miguel Torga
... folhas de "parreira" (videira) - "Vitis vinifera", com as suas cores vivas mas indicando o fim da sua função ...
O Dia Mundial da Gratidão celebra-se a 21 de setembro.
O verbo do Dia Mundial da Gratidão é agradecer. Neste dia, as pessoas são convidadas a agradecer a todos aqueles que fazem parte das suas vidas.
Este é o dia do ano de parar e de refletir em tudo o que de bom há na vida, um gesto que acaba por ter impacto no bem-estar da pessoa e por fazê-la mais feliz.
Por isso, para celebrar esse dia, envie mensagens de agradecimento aos seus familiares e amigos.
Demonstre às pessoas especiais o quanto elas são importantes para si, mas não se deixe ficar por aí: sorria e agradeça a todos os que o rodeiam e a todas as pessoas com que se cruza. Contribuirá para a alegria dos outros e também para a sua.
Origem do Dia Mundial da Gratidão
Este dia teve origem em 1965 no Havaí, onde se realizou um encontro internacional sobre a ideia de tirar um dia do ano para agradecer formalmente por todas as coisas de bem que se encontram no mundo.
De regresso à casa, no ano seguinte, no mesmo dia 21 de setembro, muitos dos participantes no encontro mantiveram o gesto. Desde então, o Dia Mundial da Gratidão ganhou mais adeptos, passando a se celebrado um pouco por todo o mundo.
... a aldeia de Águas Frias via a sua população triplicar, ... quadruplicar, .......
... os seus "filhos" e "amigos" voltavam a "casa" ...
... as ruas, cafés, casas, campos, enchiam-se de Gente ...
... havia juventude, crianças ...
... havia animação ...
Águas Frias sentia-se alegre com esta Gente que neste mês aproveitava para "matar saudades", confraternizar e/ou descansar num lugar sossegado e aprazível ...
E a Natureza, em Águas Frias, reconhecendo estas visitas, não se fez rogada e engalanou as suas ruas ... com flores.
Até a natureza, nesta terra, sabe receber quem a visita, dando o mais vistoso e agradável que possui ... o colorido e os aromas das suas flores.
... o conjunto entre a Natureza e as Gentes, tornou o mês de agosto um tempo especial, ...
Assim, deixo alguns "pingos" coloridos destas "Águas Frias"....