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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

26
Set24

Pensamentos de um Picanço-barreteiro (Lanius senator) em Águas Frias – Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

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Pensamentos de um Picanço-barreteiro

(Lanius senator)

em Águas Frias – Chaves - Portugal

26Set DSC03979_ms

Pousado num ramo de carvalho, observo o mundo à minha volta.

Sou um picanço-barreteiro, uma ave pequena, mas orgulhosa, e esta floresta de Águas Frias, em Chaves, é o meu lar.

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O aroma da floresta enche-me as narinas.

É uma mistura intoxicante de terra húmida, folhas em decomposição e a fragrância doce das flores silvestres.

Respiro fundo, deixando que o cheiro me inunde os sentidos.

Como é bom ser livre, penso eu.

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A brisa suave agita as folhas dos carvalhos, criando uma sinfonia natural que me acalma.

Fecho os olhos por um momento, saboreando a paz que só a natureza pode oferecer.

Aqui, neste recanto de Portugal, encontrei o meu paraíso.

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Abro os olhos e observo a vida que pulsa à minha volta.

Insetos zumbem de flor em flor, pequenos roedores correm pelo solo da floresta, e ao longe, ouço o canto de outros pássaros.

Cada criatura tem o seu papel neste ecossistema complexo, incluindo eu.

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Penso na minha liberdade, na capacidade de voar para onde quiser, de escolher o meu próprio caminho.

Não há muros nem gaiolas que me prendam.

O céu é o meu limite, e a terra abaixo oferece-me tudo o que preciso para sobreviver.

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Às vezes, pergunto-me se os humanos compreendem verdadeiramente esta sensação.

Será que eles sentem a mesma ligação profunda com a natureza?

Será que apreciam a simplicidade e a beleza de uma vida livre?

 

O sol começa a descer no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa.

É hora de procurar o meu jantar.

Com um último olhar para a paisagem deslumbrante, abro as asas e lanço-me ao ar.

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Enquanto voo sobre as copas das árvores, sinto uma onda de gratidão.

Gratidão pela vida, pela liberdade, e por este lugar maravilhoso que posso chamar de lar.

Sou apenas um pequeno picanço-barreteiro, mas aqui, nas terras de Monforte - Águas Frias - Chaves, sou o rei do meu próprio destino.

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E assim, com o coração cheio e as asas abertas, continuo a minha jornada, livre como o vento que sopra através desta antiga floresta de carvalhos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Jun24

O livre pensamento de um pastor de ovelhas …


Mário Silva Mário Silva

 

O livre pensamento de um pastor de ovelhas …

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O sol da tarde acaricia o rosto do pastor enquanto ele se senta nas pedras frias do muro, observando o seu rebanho pastar tranquilamente.

O vento sussurra nas folhas das árvores, criando uma melodia serena que acalma sua mente.

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Os seus pensamentos vagueiam livremente, contemplando a vastidão da natureza que o cerca.

As ovelhas, sob os seus cuidados, representam a fragilidade da vida, dependentes da sua proteção e orientação.

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Um sorriso surge em seus lábios enquanto ele se lembra dos momentos alegres que compartilhou com seu rebanho.

As brincadeiras dos cordeiros, a docilidade das ovelhas mais velhas, a sensação de paz que invade seu coração quando as vê saudáveis e contentes.

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Mas os seus pensamentos também se voltam para os desafios que enfrenta.

As doenças que atacam os animais, os predadores que os ameaçam, as intempéries da natureza que podem colocar tudo em risco.

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No meio desses pensamentos, o pastor encontra conforto na sua fé.

Ele acredita que Deus o guia e o protege, tanto a ele como ao seu rebanho.

A cada dia, ele se esforça para seguir os ensinamentos divinos, buscando ser um bom pastor e um exemplo para os seus semelhantes.

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Ao observar as ovelhas a pastar, o pastor também reflete sobre a própria vida.

Ele se vê como uma ovelha no rebanho de Deus, dependente da sua infinita bondade e misericórdia.

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Ele reconhece as suas falhas e imperfeições, mas encontra esperança na promessa de redenção.

Sabe que Deus o ama incondicionalmente e está sempre disposto a perdoá-lo e guiá-lo no caminho certo.

 

O sol começa a pôr-se, pintando o céu com tons de laranja e dourado.

O pastor levanta-se, sentindo uma renovada sensação de paz e gratidão.

Ele sabe que tem muito trabalho pela frente, mas também sabe que não está sozinho.

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Com um aceno de cabeça para suas ovelhas, ele despede-se do dia e prepara-se para os desafios que virão.

A fé que o guia e a beleza da natureza que o cerca dão-lhe a força e a esperança que precisa para seguir em frente.

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Nos seus pensamentos livres, o pastor encontra a sabedoria e a inspiração para ser um líder justo e compassivo, um exemplo de fé e amor para todos aqueles que o rodeiam.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
29
Out23

Os pensamentos pecaminosos de um pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula)


Mário Silva Mário Silva

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Os pensamentos pecaminosos de um pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula)

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Era uma manhã ensolarada de outono na mata da Quinta do Porto, em Águas Frias (Chaves) - Portugal.

Um pisco-de-peito-ruivo chamado “Rufio” estava sentado num galho de árvore, cantando alegremente. Ele era um pássaro pequeno e gordinho, com uma plumagem marrom-acinzentada e uma mancha vermelha no peito.

“Rufio” era um pássaro muito religioso. Ele sempre assistia às cerimónias religiosas das aves canoras, aos domingos e pia-rezava todas as noites. Ele acreditava que o seu Deus Pássaro era bom e misericordioso, e que ele o recompensaria pela sua boa conduta.

Mas, naquele dia, “Rufio” estava a ter alguns pensamentos pecaminosos. Ele estava olhando para um par de pombos que estavam fazendo ninho no galho de uma árvore próxima. Os pombos estavam a beijar-se e acariciando-se, e “Rufio” sentiu uma sensação estranha no estômago.

“Rufio” sabia que era errado sentir atração por outro pássaro que não fosse sua esposa. Ele tinha-se casado com uma linda pisco-de-peito-ruivo chamada “Rosadinha”, e eles tinham dois filhotes juntos. Mas, naquele momento, “Rufio” não conseguia tirar os olhos dos pombos.

Ele questionou-se como seria beijar outro pássaro. Ele perguntou, a si mesmo, como seria sentir o toque das penas de outro pássaro. Ele sonhou de como seria fazer amor com outro pássaro.

“Rufio” sabia que estava pensando coisas erradas. Ele sentiu-se culpado e arrependeu-se de seus pensamentos pecaminosos. Ele fechou os olhos e rezou para o seu Deus Pássaro, pedindo perdão.

"Deus dos Passarinhos, por favor, perdoe-me pelos meus pensamentos pecaminosos. Eu sei que é errado sentir atração por outro pássaro que não seja minha esposa. Eu prometo que vou tentar não pensar nisso novamente."

“Rufio” abriu os olhos e olhou para os pombos. Eles ainda estavam beijando-se e acariciando-se, mas não sentiu mais aquela sensação estranha no estômago. Ele estava determinado a seguir o caminho do seu Deus, e ele sabia que isso significava resistir à tentação.

Ele continuou cantando, mas agora sua música tinha um tom mais sério. Estava cantando sobre a importância da moralidade. Ele estava cantando sobre a necessidade de resistir à tentação.

“Rufio” sabia que seria difícil, mas ele estava determinado a seguir o caminho certo.

Ele queria ser um bom pássaro, e ele queria agradar ao seu Deus Pássaro.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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