"Altar-mor da igreja de São Lourenço" - Rebordelo (Vinhais – Portugal)
Mário Silva Mário Silva
"Altar-mor da igreja de São Lourenço"
Rebordelo (Vinhais – Portugal)

Esta fotografia de Mário Silva, intitulada "Altar-mor da igreja de São Lourenço", capta uma vista interior de um altar barroco ricamente decorado.
A imagem é dominada pelo altar-mor, uma estrutura imponente e ornamentada, revestida em talha dourada.
Ao centro, um nicho com a imagem de um santo, ladeado por colunas espiraladas, também em talha dourada, que se elevam até um dossel de grande detalhe.
Em ambos os lados do altar-mor, nichos laterais abrigam estátuas de santos.
O teto, arqueado, possui um fresco com representações de anjos e figuras celestiais.
O chão em primeiro plano é de pedra, com uma mesa de altar simples e branca.
A luz que incide sobre o altar realça o brilho do dourado e a complexidade dos detalhes da talha.
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A Preservação do Passado - A Luta Contra os "Restauros" que Desvirtuam a Origem
A fotografia de Mário Silva do altar-mor da igreja de São Lourenço, em Rebordelo, Vinhais, é um testemunho da riqueza e da beleza do património artístico e religioso de Portugal.
A complexidade da talha dourada e a história que ela carrega em cada pormenor reforçam a importância crucial da sua preservação.
No entanto, a preservação autêntica enfrenta um desafio crescente: os "restauros" que, em vez de conservarem, desvirtuam a verdadeira origem das obras.
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A Diferença Entre Preservação e "Restauro" Desvirtuado
A preservação do património histórico, seja ele um altar, uma estátua ou um edifício, é a arte de conservar a sua integridade e autenticidade.
O objetivo é manter a obra o mais próximo possível do seu estado original, reparando danos e protegendo-a da degradação, mas sem alterar a sua essência.
Isto implica um estudo aprofundado dos materiais, das técnicas e do contexto histórico.
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Em contraste, o "restauro" desvirtuado é uma intervenção que ignora a história da obra.
Muitas vezes, com a intenção de a "melhorar" ou "modernizar", são usados materiais e técnicas que não correspondem à época, ou são acrescentados elementos que nunca fizeram parte do original.
Um exemplo clássico é o uso de tintas sintéticas em vez das pigmentações tradicionais, ou a remoção de camadas de pintura que, embora danificadas, contam a história da obra.
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O Exemplo do Altar de São Lourenço
O altar-mor retratado por Mário Silva é uma obra-prima de talha dourada.
Cada espiral, cada folha de acanto, é um testemunho da mestria dos artesãos que, séculos atrás, criaram esta peça de devoção.
Um restauro inadequado poderia, por exemplo, levar à aplicação de um verniz que alterasse o brilho e a tonalidade do ouro, ou à substituição de peças originais por réplicas grosseiras, apagando assim a história e o valor da obra.
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O risco dos "restauros" que desvirtuam a origem não é apenas estético, mas também histórico e cultural.
A autenticidade de uma obra é um componente fundamental do seu valor.
Uma peça histórica perde o seu poder de nos ligar ao passado se a sua forma original for alterada.
O resultado é um objeto que parece novo, mas que perdeu a sua alma, a sua verdade e a sua capacidade de contar a sua própria história.
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O Caminho Certo: A Preservação Cautelosa
O caminho certo é o da preservação cautelosa e da intervenção mínima.
A fotografia de Mário Silva é um convite a olhar para o passado com respeito e admiração.
A beleza do altar de São Lourenço reside não só na sua forma, mas na sua idade, nos sinais do tempo que carrega.
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Preservar o património não é mantê-lo num estado de perfeição artificial, mas sim garantir que a sua autenticidade e a sua história sejam respeitadas e transmitidas às futuras gerações.
É a arte de manter viva a memória, sem apagar as marcas do tempo que nos contam quem fomos e quem somos.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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