"Pastor num planalto transmontano"
Mário Silva Mário Silva
"Pastor num planalto transmontano"

Esta fotografia de Mário Silva, em preto e branco, intitulada "Pastor num planalto transmontano", retrata um pastor em pé num vasto campo.
O homem, em primeiro plano à direita, está virado para a câmara, segurando um cajado na mão esquerda.
Ele veste calças e uma camisa de trabalho e tem um casaco escuro sobre o ombro.
O seu rosto, sombreado pelo boné, exibe uma expressão que sugere seriedade e a dureza da vida no campo.
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Atrás do pastor, o campo é preenchido por um rebanho de ovelhas, que pastam em relva seca e rala.
O rebanho estende-se pela paisagem, que é dominada por um vasto planalto com algumas árvores dispersas no horizonte.
O céu, com nuvens que se estendem por toda a largura da imagem, contrasta com a terra, criando um cenário dramático e intemporal.
A ausência de cores realça a austeridade da paisagem e a dignidade do trabalho do pastor.
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A Vida Dura do Pastoreio em Trás-os-Montes - Uma Dignidade na Solidão
A fotografia de Mário Silva, "Pastor num planalto transmontano", capta mais do que uma imagem; capta a alma de um ofício que resiste ao tempo e a dureza de uma vida que define a paisagem e as gentes de Trás-os-Montes.
A figura do pastor, com o seu cajado, e o rebanho disperso pelo vasto planalto, são a representação visual da solidão, da resiliência e da profunda ligação à terra.
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A Rotina e os Desafios
A vida de um pastor é marcada por uma rotina ininterrupta e por desafios que poucos conhecem.
A sua jornada começa antes do nascer do sol e termina muito depois de ele se pôr.
O pastor é o guardião do rebanho, responsável por o conduzir a pastos verdes, protegê-lo de predadores e garantir o seu bem-estar.
A sua "casa" é o campo aberto, e o seu "relógio" é o sol, que dita o ritmo do dia.
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O trabalho do pastoreio é fisicamente exigente.
O pastor caminha longas distâncias, atravessando terrenos irregulares e enfrentando as intempéries, desde o calor escaldante do verão, como a fotografia de Mário Silva sugere, ao frio gélido e à neve do inverno transmontano.
A sua companhia é, na maioria das vezes, o seu cão, um fiel amigo e um colaborador essencial na gestão do rebanho.
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A Sabedoria da Experiência
O pastor é também um guardião de saberes ancestrais.
Ele conhece os segredos da terra, o nome de cada planta e o curso de cada ribeiro.
A sua sabedoria é transmitida de geração em geração, e a sua ligação à natureza é profunda e intuitiva.
Ele sabe interpretar os sinais do céu, antecipar o tempo e encontrar os melhores pastos.
A sua vida é um testemunho da importância da experiência e da humildade perante a força da natureza.
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A Solitude e a Dureza da Vida
A solidão é uma companheira constante do pastor.
Horas e horas passadas em silêncio, apenas com o balido das ovelhas e o vento como banda sonora.
A sua vida é despojada de muitas das comodidades modernas, o que lhe confere uma simplicidade e uma dignidade únicas.
O pastoreio não é apenas um trabalho; é um modo de vida, uma filosofia de existência que valoriza a paciência, a observação e a gratidão pelas pequenas coisas.
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A fotografia a preto e branco de Mário Silva é um tributo a esta vida.
A ausência de cor realça a autenticidade e a crueza do ofício.
O pastor, no planalto de Trás-os-Montes, é um símbolo da resistência e da dignidade que se encontram na dureza, um lembrete de que, mesmo nas vidas mais simples, há uma beleza e uma força inabaláveis.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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