"Passeio a cavalo (passado) e passeio de mota (presente)" Tinhela, Valpaços, Portugal
Mário Silva Mário Silva
"Passeio a cavalo (passado) e passeio de mota (presente)"
Tinhela, Valpaços, Portugal

A fotografia "Passeio a cavalo (passado) e passeio de mota (presente)" de Mário Silva capta um momento na estrada rural entre Tinhela e Alvarelhos, em Valpaços, Portugal.
A imagem mostra duas mulheres, lado a lado, montadas em cavalos brancos.
Uma delas usa um boné e a outra um capacete de equitação.
Ao lado delas, na mesma estrada, um motociclista está sentado na sua mota, de costas para a câmara, a observar as mulheres a cavalo.
A paisagem de fundo é composta por colinas cobertas de árvores e vegetação, enquanto o primeiro plano tem um caminho de terra com erva amarelada.
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Estória: O Encontro do Tempo
Tinhela e Alvarelhos eram duas aldeias que o tempo tinha esquecido.
As suas estradas, estreitas e sinuosas, eram as artérias de uma terra que vivia ao seu próprio ritmo.
A fotografia de Mário Silva, com a sua composição única, parecia capturar o encontro de duas épocas, o passado e o presente.
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As duas mulheres a cavalo eram Maria e Ana, as duas netas do velho Manuel.
Elas, que tinham crescido na cidade, vinham todos os verões à aldeia, e a sua paixão era cavalgar.
Para elas, cavalgar era mais do que um desporto; era um ato de amor, uma ligação à sua herança, uma celebração do seu passado.
Na fotografia, com os seus cavalos brancos e os seus sorrisos no rosto, elas eram a beleza e a serenidade do passado.
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O motociclista, que Mário Silva capturou de costas, era o Diogo, um jovem da aldeia que tinha regressado da cidade.
Ele, com a sua mota preta e o seu capacete, era a personificação do presente.
Ele amava a sua aldeia, mas não se sentia ligado às suas tradições.
Para ele, o futuro era a cidade, o progresso, a tecnologia.
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Naquele dia, os dois mundos, o passado e o presente, colidiram.
O som da mota de Diogo quebrou o silêncio da estrada, e o som dos cascos dos cavalos de Maria e Ana ecoou no ar.
Diogo, que nunca tinha visto as duas a cavalgar, parou a mota e olhou para elas, fascinado.
Ele viu a alegria nos seus rostos, a paz nos seus corações, e a serenidade daquele momento.
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Ele percebeu que o passado não era um fardo; era uma herança.
Que a tradição não era um peso; era uma força.
E que a sua mota, que ele pensava ser o seu futuro, era apenas uma forma de se mover no presente.
A verdadeira viagem, ele percebeu, era a viagem interior, a viagem do coração, a viagem do espírito.
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A fotografia de Mário Silva era um lembrete de que o passado e o presente não são inimigos, mas companheiros de viagem.
E que o futuro, tal como a estrada, está à nossa frente, mas as nossas raízes, a nossa história, a nossa essência, estão sempre connosco.
E Diogo, com um sorriso, ligou a sua mota e seguiu o seu caminho, mas o som dos cascos dos cavalos de Maria e Ana permaneceu no seu coração, uma melodia do passado que lhe recordava que a vida, afinal, é um eterno encontro entre o passado e o presente.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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