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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

29
Out25

“Pela rua principal de Sobreira” – Águas Frias – Chaves – Portugal


Mário Silva Mário Silva

“Pela rua principal de Sobreira”

Águas Frias – Chaves – Portugal

29Out DSC07825_ms

Esta fotografia de Mário Silva capta um pequeno, mas profundamente característico, recanto da aldeia de Sobreira, em Águas Frias (Chaves), no Norte de Portugal.

A composição é dominada por uma antiga fachada rural, rústica e texturada, dividida em duas secções distintas.

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À esquerda, ergue-se uma parede de pedra irregular em tons quentes, banhada por uma luz solar que lhe confere um brilho dourado e acentua a robustez dos materiais de construção tradicionais.

À direita, a parede apresenta um reboco mais claro e desgastado, em contraste suave com a pedra.

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O ponto focal é a porta castanha-avermelhada, de aspeto metálico e simples, que se insere numa moldura de pedra.

Por cima desta porta, luxuriante e viva, cresce uma parreira (videira), com as suas folhas verdes a penderem de forma protetora sobre a entrada e a criarem uma coroa de vitalidade sobre o cenário de pedra antiga.

Esta vide sugere a tradição agrícola e a profunda ligação da vida rural à produção do vinho.

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A telha tradicional no topo da parede, os pequenos pormenores como o tubo de escoamento e a pequena janela, juntamente com a assinatura do autor, emolduram uma cena que exala a calma, a simplicidade e a durabilidade da vida no interior transmontano.

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A Parreira, a Pedra e a Porta – Os Elementos da Memória Rural Transmontana

A fotografia de Mário Silva, capturada na aldeia de Sobreira, em Águas Frias, não é apenas um retrato arquitetónico; é uma síntese visual dos valores e da cultura do Portugal rural e transmontano.

A imagem condensa três elementos centrais da identidade desta região: a pedra, a porta e a videira.

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A Pedra: A Fundação da Resiliência

A parede de pedra, fria e robusta, simboliza a resiliência e a antiguidade destas comunidades.

Construída com o material abundante da região – o granito –, estas fachadas testemunham séculos de vida, resistindo ao rigor do clima e à passagem do tempo.

Cada bloco irregular, iluminado pelo sol, conta a história de uma construção feita à mão, perfeitamente integrada no ambiente circundante.

É uma arquitetura de necessidade, mas também de profunda beleza.

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A Parreira: O Símbolo da Vida e do Sustento

Contrastando com a imobilidade da pedra, a parreira que se debruça sobre a porta traz vida, movimento e cor.

A videira é, historicamente, um pilar da economia e da cultura transmontana.

Crescer à entrada de casa não é apenas decorativo; é um símbolo de sustento, de sombra no verão e, sobretudo, da produção caseira do vinho.

Esta videira luxuriante representa a interdependência entre o homem e a terra, e o ciclo anual de trabalho, colheita e celebração.

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A Porta: O Limiar do Lar

O elemento central, a porta, é o portal entre o mundo público da rua e o santuário privado do lar.

A sua aparência simples e metálica sugere funcionalidade e proteção.

Numa rua principal de uma aldeia, a porta é o ponto de passagem onde se trocam as primeiras palavras do dia, onde o trabalho começa e onde o descanso se encontra.

É o coração visível da vida familiar, emoldurado pelo legado da pedra e pela promessa da videira.

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A fotografia, ao isolar e realçar estes três elementos, captura a essência de Sobreira e de muitas outras aldeias do interior: um lugar onde a tradição se mantém firme na pedra, a subsistência floresce no verde da videira, e o calor da vida reside logo após o humilde limiar da porta.

É um convite à reflexão sobre a autenticidade e a beleza duradoura do Portugal profundo.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
05
Mai25

“O cabrito que sobreviveu à Páscoa”


Mário Silva Mário Silva

“O cabrito que sobreviveu à Páscoa”

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A fotografia de Mário Silva, intitulada “O cabrito que sobreviveu à Páscoa”, mostra um cabrito num ambiente natural, com uma expressão serena e um olhar que parece carregar uma história.

Inspirado por esta imagem, segue um texto que reflete os pensamentos hipotéticos deste cabrito, que escapou de ser a iguaria tradicional do almoço de Páscoa nas zonas nortenhas de Portugal.

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“Sou um cabrito, e dizem que sou um sobrevivente.

Aqui nas terras do norte de Portugal, a Páscoa é uma época temida por aqueles como eu.

O cheiro da lenha queimando nos fornos, o som das famílias reunidas, as conversas sobre o "cabrito assado" que será o prato principal do domingo — tudo isso ecoa como um aviso.

Meus irmãos e eu sempre soubemos que, para muitos, somos mais do que um animal na pastagem; somos uma tradição, uma iguaria que reúne as pessoas à mesa.

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Mas eu? Eu escapei.

Não sei se foi sorte ou destino, mas aqui estou, ainda sentindo a brisa morna da primavera, o chão macio sob as minhas patas, e o perfume das flores silvestres ao meu redor.

Enquanto caminho por este campo, preso apenas por uma corda que me dá liberdade suficiente para sonhar, penso na vida que quase perdi.

Não guardo rancor, pois sei que as tradições humanas são antigas, enraizadas em histórias que não compreendo.

Ainda assim, sinto uma leveza no peito, um alívio que não sei explicar.

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Olho para o horizonte, onde o sol começa a pôr-se, e pergunto-me: será que fui poupado por algum motivo maior?

Talvez eu esteja aqui para contar a minha própria história, para ser mais do que um prato numa mesa festiva.

Por agora, vou apenas aproveitar este momento — o som dos pássaros, o toque da erva tenra, e a paz de estar vivo.

Sobrevivi à Páscoa, e isso, para mim, é uma pequena vitória.”

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Abr25

"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre" - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre"

Águas Frias - Chaves - Portugal

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A fotografia de Mário Silva retrata a "porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre", localizado em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma pequena entrada em forma de arco, construída com pedras rústicas e desgastadas pelo tempo, cobertas por musgo e vegetação rasteira.

A estrutura parece sólida, mas com sinais de deterioração, típicos de construções medievais expostas aos elementos por séculos.

A porta é estreita e baixa, sugerindo que não era destinada a grandes movimentações, mas sim a um propósito mais específico.

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As pequenas entradas, como a porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre, tinham uma importância tática crucial na arquitetura militar medieval.

- Controle de acesso e defesa: Portas pequenas, como a da fotografia, eram projetadas para limitar o número de pessoas que podiam entrar ou sair ao mesmo tempo.

Isso dificultava invasões em massa por inimigos, pois apenas um ou dois indivíduos podiam passar de cada vez, tornando-os alvos fáceis para os defensores dentro do castelo. Além disso, essas portas eram frequentemente protegidas por mecanismos defensivos, como ranhuras para barras ou portões internos.

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- Entradas secundárias para saídas estratégicas: Essas portas, conhecidas como postigos, eram usadas para saídas discretas ou missões furtivas.

Durante um cerco, os defensores podiam usá-las para enviar mensageiros, buscar suprimentos ou realizar ataques surpresa contra os sitiantes, sem expor as entradas principais do castelo.

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- Dificuldade de acesso para atacantes: A localização e o tamanho dessas portas eram estrategicamente planeados.

Muitas vezes, ficavam em pontos elevados ou de difícil acesso, como encostas ou áreas protegidas por outros elementos naturais ou artificiais.

A porta norte de Monforte de Rio Livre, por exemplo, parece estar numa área inclinada, o que dificultaria a aproximação de um inimigo com equipamento pesado, como aríetes.

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- Proteção contra armas de cerco: Portas pequenas eram menos vulneráveis a armas de cerco, como catapultas ou aríetes, que eram mais eficazes contra portões principais maiores.

A construção em arco, como a da fotografia, também aumentava a resistência estrutural, distribuindo melhor o peso e os impactos.

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- Uso em tempos de paz: Além da sua função defensiva, essas portas podiam ser usadas em tempos de paz para acesso de moradores ou para atividades rotineiras, como a entrada de suprimentos ou a saída de guarnições para patrulhas, sem a necessidade de abrir os portões principais, que demandavam mais esforço e vigilância.

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O castelo de Monforte de Rio Livre, situado em Águas Frias, Chaves, é um exemplo de fortificação medieval portuguesa, construído no século XII, durante o período de consolidação do reino de Portugal e das lutas contra os mouros e os reinos cristãos vizinhos, como Leão e Castela.

A sua localização na região de Trás-os-Montes, próxima à fronteira com a Espanha, reforça a sua importância estratégica para a defesa do território português.

Pequenas portas como a da fotografia eram elementos essenciais para a sobrevivência do castelo em tempos de conflito, garantindo tanto a segurança quanto a flexibilidade tática.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Jul24

Casas Rurais no Norte Transmontano: Importância para o Turismo e Economia


Mário Silva Mário Silva

Casas Rurais no Norte Transmontano:

Importância para o Turismo e Economia

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A fotografia mostra uma casa rural localizada em Castelo, uma freguesia do concelho de Chaves, no norte de Portugal.

As casas rurais são uma parte integrante do panorama arquitetónico e cultural da região transmontana, oferecendo uma janela para o passado e uma oportunidade para o desenvolvimento económico através do turismo rural.

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As casas rurais da região norte de Trás-os-Montes, como a exemplificada na imagem, possuem características únicas que refletem a história e a cultura da região:

Feitas de pedra e com telhados de telha vermelha, essas casas têm um charme rústico e uma durabilidade impressionante.

As paredes espessas de pedra proporcionam isolamento térmico natural, mantendo o interior fresco no verão e quente no inverno.

A presença de grandes ânforas de barro, como as mostradas na imagem, não é apenas decorativa, mas também funcional, pois eram tradicionalmente usadas para armazenamento de vinho e azeite.

As casas estão frequentemente localizadas em áreas de grande beleza natural, rodeadas por vegetação densa e montanhas, oferecendo um refúgio tranquilo e pitoresco.

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O turismo rural tem crescido significativamente na região de Trás-os-Montes, atraindo visitantes que buscam uma experiência autêntica e relaxante.

As casas rurais desempenham um papel crucial neste setor:

Os turistas podem experimentar a vida rural autêntica, desfrutando de atividades como caminhadas, colheita de frutas, e participação em festividades locais.

Muitas dessas casas foram convertidas em alojamentos turísticos, conhecidos como "turismo de habitação" ou "agroturismo", oferecendo acomodações confortáveis com um toque de tradição.

A proximidade com quintas e produtores locais permite aos turistas degustar produtos regionais frescos, como queijos, vinhos, e azeites, muitas vezes produzidos de forma artesanal.

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Além de atrair turistas, as casas rurais têm um impacto positivo na economia local de várias maneiras:

A manutenção e operação das casas rurais, bem como os serviços associados ao turismo (como guias, restaurantes, e lojas de artesanato), geram empregos para os residentes locais.

O turismo rural promove práticas sustentáveis e a preservação do património cultural e natural, incentivando o uso responsável dos recursos locais.

A revitalização das casas rurais e a afluência de turistas ajudam a manter vivas as tradições e costumes locais, além de proporcionar um fluxo constante de renda para as comunidades rurais.

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As casas rurais, como a situada em Castelo, Chaves, são mais do que simples construções antigas; elas são um símbolo da rica herança cultural de Trás-os-Montes e um pilar para o desenvolvimento do turismo e da economia local.

Ao preservar e promover essas casas, a região não só celebra a sua história, mas também assegura um futuro próspero e sustentável.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
27
Jun20

Vacas pastam sempre viradas para Norte ou Sul


Mário Silva Mário Silva

 

 

Vacas pastam sempre viradas

para Norte ou Sul

 

Cientistas alemães da Universidade de Duisburgo-Essen analisaram milhares de imagens de satélite do Google Earth e detetaram que as manadas de gado pastam ou descansam sempre viradas para Norte ou Sul, mas nunca para Este ou Oeste.

Os cientistas acreditam que as vacas orientam sempre os seus corpos para Norte ou Sul devido à influência do campo magnético da Terra, e não da posição do Sol ou direção do vento, duas hipóteses excluídas no estudo publicado na “Proceedings for the National Academy of Sciences“.

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A exceção a este comportamento verifica-se em África e na América do Sul, onde as vacas se viram ligeiramente para Nordeste-Sudoeste.

«Mas é sabido que o campo magnético da Terra é muito mais fraco nesses locais», explicou à BBC Sabine Begall, da Universidade de Duisburgo-Essen.

Muitas espécies – como aves, salmões ou morcegos – utilizam o campo magnético da terra para se guiarem, como se tratasse de um GPS natural.

Para além da análise das imagens de satélite, os cientistas observaram no terreno 2,974 veados selvagens em 277 locais da República Checa, tendo obtido conclusões semelhantes.

As observações revelaram que a maioria dos veados pasta ou descansa virado para Norte, enquanto que cerca de um terço o faz virado para sul, um comportamento que, especulam os cientistas, poderá ter como objetivo a defesa contra predadores.

 

In: https://pplware.sapo.pt/informacao/vacas-pastam-sempre-viradas-para-norte-ou-sul/

 

🐮

 

Ver também:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/

https://www.facebook.com/mario.silva.3363

http://aguasfrias.blogs.sapo.pt

https://aguasfriaschaves.blogs.sapo.pt/

www.flickr.com/photos/7791788@N04

https://www.youtube.com/channel/UCH8jIgb8fOf9NRcqsTc3sBA?view_as=subscriber

 

🐂              🐮               🐂

 

 

 

 

 

Mário Silva 📷

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