Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

16
Jul25

"O tanque de água esverdeada e os jarros brancos" e uma estoriazinha


Mário Silva Mário Silva

"O tanque de água esverdeada e os jarros brancos"

e uma estoriazinha

16Jul DSC01441_ms

Esta fotografia de Mário Silva, intitulada "O tanque de água esverdeada e os jarros brancos", retrata um canto da natureza que combina elementos de beleza e um certo abandono.

Em primeiro plano, destacam-se vários jarros brancos (Zantedeschia aethiopica), com as suas elegantes espatas brancas e folhas verdes vibrantes, que crescem abundantemente à beira de um tanque.

A composição dos jarros, alguns em plena floração e outros mais jovens, confere um toque de frescura e vida à cena.

.

O tanque ocupa grande parte do centro da imagem e apresenta uma superfície de água completamente coberta por algas esverdeadas, criando uma textura densa e um tom uniforme de verde-lima.

As paredes do tanque são visíveis, com musgo e sinais de humidade e tempo.

Ao fundo, para além do tanque, observa-se um terreno elevado, possivelmente um campo ou terreno agrícola, com vegetação de tons castanhos e verdes.

Uma pequena parte de uma árvore ou arbusto com folhagem verde escura é visível no canto superior direito, adicionando um elemento vertical.

A luz na fotografia sugere um dia claro, realçando as cores e as texturas.

A imagem convida à reflexão sobre a coexistência entre a beleza da flora e a natureza que lentamente reclama as estruturas criadas pelo homem.

.

A Estória: O Segredo do Velho Tanque

Na velha propriedade dos avós, entrelaçada com as raízes de um passado esquecido, jazia um tanque de água esverdeada.

Não era um verde vibrante de floresta, mas um verde leitoso e denso, como um tapete de musgo sobre as águas paradas, um espelho de tempo e negligência.

As suas paredes de pedra, outrora fortes e limpas, agora estavam cobertas por um manto húmido de líquenes, e pequenas fissuras denunciavam os anos de inverno e verão.

.

Para os netos que visitavam a casa nas férias grandes, o tanque era um mistério proibido.

"Não se aproximem!" - alertava a avó, com um brilho nos olhos que era metade preocupação, metade memória.

Diziam que as suas águas eram profundas e que o lodo no fundo escondia segredos.

Mas o que mais prendia o olhar eram os jarros brancos que, como pequenas e elegantes sentinelas, cresciam à beira do tanque.

As suas flores, de um branco imaculado, contrastavam dramaticamente com o verde estagnado, parecendo anjos caídos que velavam sobre algo.

.

Entre os jarros, havia um particularmente belo, com a sua haste longa e a sua espata branca a desdobrar-se em perfeição.

Era o jarro favorito de Ana, a neta mais curiosa.

Ela passava horas sentada perto dele, imaginando o que o tanque esverdeado poderia esconder.

Seria um portal para um mundo subaquático?

Um tesouro de moedas antigas que o avô, outrora um homem de muitos contos, teria deixado cair por descuido?

.

Uma tarde, enquanto a brisa soprava sussurrando segredos entre as folhas das árvores, Ana decidiu desafiar a proibição da avó.

Não para entrar no tanque, mas para se aproximar um pouco mais, para sentir o cheiro da água parada, para tocar a pétala suave do seu jarro favorito.

Ao esticar a mão, os seus dedos roçaram algo duro e frio, escondido entre as raízes dos jarros. Era uma pequena caixa de madeira, envelhecida pelo tempo, quase fundida com a terra.

.

Com o coração a bater forte, Ana abriu a caixa.

Dentro, não havia ouro nem joias, mas um conjunto de cartas amareladas e um pequeno medalhão de prata com uma gravação desvanecida: "Para a minha amada L. no nosso lugar secreto."

As cartas eram do seu avô para a avó, escritas nos tempos de juventude, falando de um amor proibido e encontros furtivos junto a este mesmo tanque, que então seria cristalino e convidativo.

O tanque, afinal, não guardava tesouros de piratas, mas o tesouro mais valioso de todos: a história de um amor puro e secreto que floresceu, tal como os jarros brancos, à margem da vida e do tempo.

.

Ana fechou a caixa com um sorriso nos lábios.

O tanque esverdeado já não era um mistério assustador, mas um santuário de memórias, um testemunho silencioso de um amor que resistiu ao tempo, assim como os jarros brancos resistiam à água turva, florindo em beleza e esperança.

Ela percebeu que, às vezes, os maiores segredos não são os que se escondem em profundidades escuras, mas aqueles que se revelam na simplicidade e na beleza de um canto esquecido do mundo.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
07
Jul25

"A borboleta (Pieris rapae) e as flores de cardo (Cirsium arvense)"


Mário Silva Mário Silva

"A borboleta (Pieris rapae)

e as

flores de cardo (Cirsium arvense)"

07Jul DSC01263_ms

Naquele dia ensolarado de julho, o campo irradiava uma paleta de verdes vibrantes, salpicados aqui e ali por explosões de cor.

Mas eram os tons de roxo intenso que mais chamavam a atenção, emanando das cabeças espinhosas dos cardos, que se erguiam orgulhosos, apesar da sua natureza um tanto indomável.

.

Uma pequena borboleta, uma “Pieris rapae”, ou a "borboleta-da-couve" como era carinhosamente conhecida, dançava no ar.

As suas asas, de um creme suave e quase translúcido, eram pontuadas por discretas pintas pretas, quase como a assinatura de um artista no seu trabalho.

Ela não era das mais exóticas, nem das mais chamativas, mas a sua elegância residia na sua simplicidade e na sua persistência.

.

A borboleta-da-couve, com os seus sentidos aguçados, sentiu o néctar doce que emanava das flores de cardo.

As “Cirsium arvense”, conhecidas popularmente como cardo-rasteiro, podiam ser consideradas uma praga por alguns, com as suas raízes profundas e a sua capacidade de se espalhar.

Mas para a borboleta, eram um oásis.

As suas flores, um turbilhão de filamentos roxos, ofereciam um banquete de energia essencial para os seus voos incansáveis.

.

Com um movimento grácil, a borboleta pousou delicadamente numa das flores.

As suas patinhas finas agarraram-se às pequenas estruturas espinhosas, não com medo, mas com a familiaridade de quem encontra um velho amigo.

A sua probóscide desenrolou-se, mergulhando no coração púrpura da flor, sorvendo o néctar com satisfação.

.

Ao lado, outra flor de cardo esperava, igualmente vibrante, a prometer mais néctar.

A borboleta sabia que tinha tempo, que o sol de julho ainda aquecia o ar e que a vida no campo se desenrolava no seu próprio ritmo.

.

Naquele instante, a cena era um microcosmo perfeito do equilíbrio da natureza.

A borboleta, frágil, mas determinada, encontrava sustento na planta que muitos consideravam robusta e indesejável.

Era uma dança antiga, um pacto silencioso de coexistência.

A “Pieris rapae” levaria pólen de uma flor para outra, perpetuando o ciclo de vida do cardo, que por sua vez, lhe oferecia a sua doce recompensa.

.

E enquanto a borboleta se demorava, o tempo parecia parar.

Não era apenas uma borboleta e uma flor; era a poesia do dia a dia, uma chamada de atenção de que a beleza e a interconexão podem ser encontradas mesmo nos cantos mais humildes do nosso mundo.

A fotografia de Mário Silva capturou não apenas uma imagem, mas um fragmento de uma história eterna, que continua a desdobrar-se em cada campo e em cada dia de verão.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
12
Jun25

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar" – (estória)


Mário Silva Mário Silva

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar"

(estória)

12Jun DSC03620_ms

Numa floresta densa e húmida, onde o verde reinava absoluto, vivia uma jovem folha de feto chamada Osmunda.

Todas as suas irmãs, folhas da espécie “Osmunda regalis”, exibiam com orgulho um verde vibrante, refletindo a vida e a energia da natureza.

Mas Osmunda era diferente.

Desde que brotou, ela recusava-se a verdejar.

Em vez disso, a sua cor era um dourado brilhante, como se o sol tivesse decidido morar dentro dela.

.

As outras folhas zombavam dela. "Por que tu não és verde como nós?", perguntavam.

"Tu não pertences a esta floresta!"

Osmunda, porém, não se abalava.

Ela sentia que a sua cor era especial, um presente que ainda não entendia completamente.

"Talvez eu tenha um propósito diferente", pensava, enquanto balançava suavemente com a brisa.

.

Um dia, a floresta enfrentou uma seca terrível.

O sol escaldante secou as folhas verdes, que começaram a murchar e perder a sua vitalidade.

Osmunda, no entanto, permaneceu intacta.

A sua cor dourada parecia absorver a luz do sol e transformá-la em força.

As outras folhas, agora frágeis e desbotadas, olhavam para ela com inveja e admiração.

.

Foi então que um pássaro sábio, que sobrevoava a floresta, pousou perto de Osmunda.

"Tu és única", disse ele.

"A tua cor não é uma falha, mas um dom. Você reflete a luz e a esperança em tempos de escuridão."

O pássaro explicou que a tonalidade dourada de Osmunda ajudava a atrair a humidade do ar, criando pequenas gotas de orvalho que caíam à sua volta, nutrindo o solo e as plantas próximas.

.

Com o tempo, a floresta começou a recuperar.

As folhas verdes voltaram a brotar, mas agora olhavam para Osmunda com gratidão.

Ela havia ensinado a todas uma lição: ser diferente não é uma fraqueza, mas uma força que pode salvar a todos.

E assim, Osmunda, a folha de feto que não queria verdejar, tornou-se uma lenda na floresta, um símbolo de resiliência e esperança.

.

Plim, pim, pim … a estória chegou ao fim …

.

Estória & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

 

Mário Silva 📷
04
Jun25

"A borboleta-de-rabo (Iphiclides podalirius) e flores Valeriana vermelha ou alfinetes (Centranthus ruber)"


Mário Silva Mário Silva

"A borboleta-de-rabo (Iphiclides podalirius)

e flores Valeriana vermelha ou alfinetes (Centranthus ruber)"

04Jun DSC06762_ms

A fotografia de Mário Silva captura um momento delicado e significativo na natureza: a interação entre a borboleta-de-rabo (Iphiclides podalirius) e as flores de Valeriana vermelha, também conhecidas como alfinetes (Centranthus ruber).

Essa relação exemplifica uma simbiose mutualística, onde ambas as espécies se beneficiam mutuamente, desempenhando papéis cruciais no ecossistema.

.

A borboleta-de-rabo, com as suas asas elegantes e padrões marcantes, depende das flores de “Centranthus ruber” como uma fonte essencial de néctar, que lhe fornece energia para voar, se reproduzir e sobreviver.

O néctar, rico em açúcares, é particularmente atrativo para borboletas adultas, e a coloração vibrante das flores, com tons de vermelho e rosa, serve como um sinal visual que as atrai.

Além disso, a estrutura tubular das flores da Valeriana vermelha é ideal para a probóscide da borboleta, permitindo que ela acesse ao néctar com facilidade.

.

Por outro lado, a “Centranthus ruber” beneficia diretamente da visita da borboleta.

Durante a alimentação, a borboleta-de-rabo transfere pólen de uma flor para outra, facilitando a polinização cruzada.

Esse processo é vital para a reprodução da planta, pois garante a fertilização e a produção de sementes, assegurando a continuidade da espécie.

A “Valeriana vermelha”, que cresce em solos bem drenados e é comum em regiões mediterrânicas, depende de polinizadores como a “Iphiclides podalirius” para manter a sua população, especialmente em habitats onde outros polinizadores podem ser menos frequentes.

.

Essa interação também tem um impacto mais amplo no ecossistema.

A polinização promovida pela borboleta contribui para a biodiversidade vegetal, enquanto a presença de flores saudáveis sustenta outras espécies de insetos polinizadores, criando uma rede de interdependência.

Além disso, a borboleta-de-rabo, ao alimentar-se, pode atrair predadores naturais, como pássaros, que ajudam a controlar populações de insetos, mantendo o equilíbrio ecológico.

.

Em resumo, a relação entre a “borboleta-de-rabo” e a “Valeriana vermelha” ilustra a importância da interconexão na natureza.

A borboleta garante a sua sobrevivência ao se alimentar do néctar, enquanto a planta assegura a sua reprodução através da polinização.

Juntas, elas reforçam a saúde do ecossistema, destacando como a preservação de ambas as espécies é essencial para a manutenção da biodiversidade.

A fotografia de Mário Silva não apenas captura a beleza desse momento, mas também lembra-nos da harmonia e da dependência mútua que sustentam a vida no planeta.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

 

 

 

Mário Silva 📷
21
Mai25

“Um casinhoto na serrania…” (Mandín – Verín – Espanha)


Mário Silva Mário Silva

“Um casinhoto na serrania…”

(Mandín – Verín – Espanha)

21Mai DSC00513_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Um casinhoto na serrania", retrata uma pequena construção de pedra com telhado de telhas, situada em Mandín, Verín, na Espanha.

A imagem mostra a casinha inserida numa paisagem serrana, cercada por vegetação verdejante, com colinas ao fundo e algumas árvores esparsas, uma delas seca, contrastando com a vitalidade da natureza ao redor.

.

Estas pequenas construções de pedra, como o casinhoto fotografado, têm uma relevância histórica, cultural e funcional nas regiões serranas, especialmente em áreas rurais da Península Ibérica.

.

Casinhotos como este eram frequentemente usados por pastores, agricultores ou caçadores como abrigos temporários.

Em áreas remotas, onde o clima pode ser imprevisível e rigoroso, essas construções ofereciam proteção contra o frio, a chuva ou o calor excessivo.

Serviam também para armazenar ferramentas, alimentos ou até mesmo para pernoitar durante longos períodos de trabalho na serra.

.

Feitos com materiais locais, como pedra e madeira, e cobertos com telhas de barro, esses casinhotos são exemplos da arquitetura vernacular, que utiliza recursos disponíveis no ambiente sem grandes impactos.

A construção em pedra garante durabilidade e isolamento térmico, enquanto o uso de materiais da região reduz a necessidade de transporte, refletindo uma prática sustentável que dialoga com o meio ambiente.

.

Estas construções são testemunhos da vida rural e das tradições das comunidades serranas.

Representam um modo de vida mais simples e autossuficiente, onde as pessoas dependiam diretamente da terra e dos recursos naturais.

Em muitas regiões da Galiza e do norte de Portugal, casinhotos semelhantes estão associados a práticas como a transumância (movimentação sazonal de rebanhos) e à agricultura de subsistência.

.

A fotografia de Mário Silva captura a beleza rústica do casinhoto integrado à paisagem serrana.

Essas construções, com a sua simplicidade e harmonia com a natureza, têm um valor estético que atrai fotógrafos, artistas e turistas.

Além disso, preservar essas estruturas é importante para manter viva a memória cultural e histórica das comunidades locais.

.

Num contexto de mudanças climáticas e urbanização, casinhotos como este, lembram a capacidade de adaptação das populações rurais ao meio ambiente.

A sua construção sólida e funcional pode inspirar práticas modernas de arquitetura sustentável, valorizando técnicas tradicionais que respeitam a natureza.

.

Em resumo, o casinhoto na serrania de Mandín é mais do que uma simples construção de pedra: é um símbolo de resiliência, tradição e harmonia com o meio ambiente.

Ele reflete a sabedoria das gerações passadas em lidar com os desafios da vida na serra, ao mesmo tempo em que carrega um valor estético e cultural que merece ser preservado e apreciado.

A fotografia de Mário Silva convida-nos a refletir sobre a importância de manter viva essa herança, tanto pela sua funcionalidade quanto pelo seu significado histórico e emocional.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
15
Mai25

"O alho napolitano (Allium neapolitanum)"


Mário Silva Mário Silva

"O alho napolitano (Allium neapolitanum)"

15Mai DSC05742_ms

A fotografia de Mário Silva intitulada "O alho napolitano (Allium neapolitanum)" provavelmente retrata a planta” Allium neapolitanum”, conhecida como alho napolitano ou alho-branco.

A fotografia destaca as características distintivas da planta, como as suas flores brancas em forma de estrela, dispostas em umbelas, com pétalas delicadas e estames visíveis.

As folhas são geralmente longas, estreitas e verdes, com uma textura suave.

A planta pode estar num ambiente natural, como um jardim, campo ou área mediterrânea, com foco em detalhes como a textura das flores ou o contraste com o fundo.

.

As flores do alho napolitano atraem polinizadores, como abelhas, borboletas e outros insetos, promovendo a biodiversidade e a reprodução de outras plantas no ecossistema.

Serve como fonte de néctar e pólen, sustentando populações de insetos benéficos que são parte da cadeia alimentar, apoiando pássaros e outros animais.

Como membro da família “Alliaceae”, o alho napolitano pode libertar compostos sulfurados que repelem certas pragas, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema sem a necessidade de pesticidas químicos.

Nativa de regiões mediterrâneas, é bem adaptada a climas secos, ajudando a estabilizar solos e prevenir erosão em áreas com vegetação escassa.

Além de seu papel ecológico, é usada em jardinagem e paisagismo, promovendo a conservação de espécies nativas e a educação ambiental.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
29
Abr25

"Observando o vale"


Mário Silva Mário Silva

"Observando o vale"

29Abr DSC00991_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Observando o vale", captura uma vista serena e melancólica da encosta de uma colina na Serra do Brunheiro, em Chaves, Portugal.

A imagem mostra um vale amplo e suavemente ondulado, com o rio Arcossó visível ao longe, represo pela barragem das Nogueirinhas, que reflete a luz suave do céu.

A paisagem é dominada por tons quentes e dourados, sugerindo que a foto foi tirada durante o entardecer, com uma luz suave que cria uma atmosfera etérea e enevoada.

.

No primeiro plano, há árvores despidas, com galhos finos e delicados, algumas cobertas de musgo, o que indica um ambiente natural e possivelmente a transição entre estações, como o final do inverno ou início da primavera.

A vegetação rasteira é verde, contrastando com os tons mais secos e amarelados do vale ao fundo.

As camadas de colinas e montanhas ao longe desaparecem gradualmente na névoa, criando uma sensação de profundidade e vastidão.

.

A assinatura "Mário Silva" está visível no canto inferior esquerdo da imagem, escrita em uma caligrafia fluida e branca, que se destaca contra o fundo verde da vegetação.

A moldura da fotografia tem um efeito de vinheta, escurecendo as bordas e direcionando o olhar para o centro da composição, reforçando a sensação de contemplação descrita pelo título.

É uma imagem que transmite tranquilidade e uma conexão profunda com a natureza.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
23
Abr25

"Olhai os lírios roxos no campo verdejante"


Mário Silva Mário Silva

"Olhai os lírios roxos no campo verdejante"

23Abr DSC00071_ms

A fotografia intitulada "Olhai os lírios roxos no campo verdejante", de Mário Silva, apresenta uma composição que captura a beleza natural de flores roxas, identificadas como lírios ou íris, num ambiente verdejante.

.

A imagem mostra duas flores roxas, provavelmente lírios, em primeiro plano, com as suas pétalas delicadas e vibrantes contrastando contra um fundo verde desfocado.

As flores estão em diferentes estágios de desenvolvimento: uma delas está plenamente aberta, exibindo as suas pétalas roxas com detalhes subtis de veios brancos e amarelos, enquanto a outra está parcialmente fechada, ainda em botão, sugerindo um ciclo de vida natural.

Os caules verdes das flores são visíveis, com alguns detalhes de textura, como pequenas manchas e partes secas, que adicionam realismo à cena.

.

O fundo é um desfoque de tons verdes, com leves toques de amarelo e roxo, sugerindo um campo ou jardim natural, possivelmente com outras flores ou plantas ao longe.

A profundidade de campo é rasa, o que mantém o foco nas flores e cria um efeito “bokeh” (áreas fora de foco e distorcidas), destacando-as ainda mais.

A fotografia tem uma moldura oval estilizada, com bordas desfocadas, que dá um toque clássico e suave à apresentação.

.

A escolha de uma profundidade de campo rasa é um acerto técnico, pois isola as flores do fundo, criando um contraste visual que atrai o olhar do observador diretamente para o tema principal.

O uso do efeito “bokeh” no fundo reforça a sensação de um ambiente natural e tranquilo, evocando a ideia de um "campo verdejante" mencionada no título.

A moldura oval, embora estilizada, pode ser interpretada como uma tentativa de dar um toque nostálgico ou romântico à obra, remetendo a estilos fotográficos mais antigos.

.

A iluminação é natural, o que realça as cores vibrantes das pétalas roxas e os tons verdes do caule e do fundo.

A luz suave evita sombras duras, criando uma atmosfera serena e harmoniosa, que combina bem com o tema da fotografia.

.

O título "Olhai os lírios roxos no campo verdejante" sugere uma referência bíblica, possivelmente inspirada no versículo de Mateus 6:28 ("Olhai os lírios do campo..."), que fala sobre a beleza e a simplicidade da natureza como uma lição de confiança e desapego.

As flores, nesse contexto, podem simbolizar a efemeridade da vida, a beleza natural e a harmonia com o ambiente.

O roxo das pétalas, uma cor frequentemente associada à espiritualidade e à nobreza, reforça essa leitura simbólica.

.

A escolha de capturar as flores em diferentes estágios de florescimento adiciona uma camada de significado: a flor aberta representa a plenitude, enquanto o botão simboliza o potencial e o futuro.

Essa dualidade pode ser interpretada como uma reflexão sobre o ciclo da vida e a beleza em todas as suas fases.

.

Mário Silva pretende evocar uma conexão espiritual ou emocional com a natureza, e ele conseguiu.

A fotografia transmite uma sensação de calma e contemplação, convidando o observador a apreciar a simplicidade e a beleza do mundo natural.

No entanto, a obra não inova em termos de estilo ou técnica; ela encaixa-se numa tradição clássica de fotografia de natureza, o que pode ser tanto um ponto forte (para quem aprecia o género) quanto uma limitação (para quem busca algo mais experimental).

.

Em conclusão, "Olhai os lírios roxos no campo verdejante" é uma fotografia que cumpre bem o seu propósito de capturar a beleza efêmera da natureza com uma abordagem delicada e contemplativa.

A composição é tecnicamente sólida, com um uso eficaz de foco, luz e cor.

É uma obra que ressoa emocionalmente, especialmente para quem aprecia a simplicidade e o simbolismo da natureza.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
08
Abr25

“Depois do “choro”, começa o abrolhamento ou rebentação dos gomos da videira”


Mário Silva Mário Silva

“Depois do “choro”, começa o abrolhamento

ou rebentação dos gomos da videira (Vitis vinifera) ”

08Abr DSC06761_ms

A fotografia de Mário Silva captura um momento específico do ciclo vegetativo da videira (Vitis vinifera), mais precisamente a fase de abrolhamento ou rebentação dos gomos.

Na imagem, podemos ver uma jovem folha de videira, ainda em desenvolvimento, com uma textura característica: as suas bordas são serrilhadas e a superfície apresenta uma leve penugem, típica das folhas novas.

A folha está a brotar de um gomo, que se encontra num ramo seco, evidenciando o início da nova temporada de crescimento após o período de dormência.

O fundo da fotografia mostra um cenário rural, com campos verdes e uma paisagem desfocada que sugere um ambiente natural, possivelmente uma vinha numa região de clima temperado.

O céu está claro, indicando que a foto foi tirada num dia ensolarado, o que é favorável para o desenvolvimento das videiras, já que elas precisam de luz e calor para prosperar nesta fase.

.

A legenda fornecida por Mário Silva, "Depois do “choro”, começa o abrolhamento ou rebentação dos gomos da videira (Vitis vinifera)", refere-se a uma sequência no ciclo da videira.

 O "choro" é a fase inicial, que ocorre geralmente no final do inverno ou início da primavera, quando a planta começa a "despertar" da dormência.

Durante o "choro", a videira exsuda seiva pelos cortes de poda, um sinal de que o fluxo de seiva foi retomado.

Logo após, vem o abrolhamento, como mostrado na foto, onde os gomos incham e começam a se abrir, dando origem às primeiras folhas e brotos que marcarão o início do crescimento vegetativo.

.

O ciclo vegetativo da videira é um processo anual que inclui várias etapas: o "choro", o abrolhamento (mostrado na foto), o crescimento dos ramos e folhas, a floração, a formação dos frutos (cachos de uvas), a maturação das uvas e, finalmente, a queda das folhas no outono, seguida pela dormência no inverno.

.

A fotografia de Mário Silva, portanto, documenta um momento crucial de renovação e crescimento, essencial para a produção de uvas e, consequentemente, para a vinificação.

A assinatura "Mário Silva" no canto inferior direito da imagem indica a autoria da foto, que parece ter sido tirada com um foco nítido no broto, destacando os detalhes da folha em contraste com o fundo desfocado.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
07
Abr25

Giesta Branca (Cytisus multiflorus)”


Mário Silva Mário Silva

"Giesta Branca (Cytisus multiflorus)”

07Abr DSC06659_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A Giesta Branca (Cytisus multiflorus)", mostra uma paisagem rural com um campo verdejante ao fundo, uma antiga estrutura de pedra parcialmente coberta por vegetação e, em primeiro plano, uma abundância de giestas brancas em flor.

A giesta branca, com as suas pequenas flores brancas, domina a cena, criando um contraste vibrante com o verde da vegetação ao redor e o azul claro do céu.

A imagem transmite uma sensação de serenidade e conexão com a natureza, com colinas suaves visíveis ao longe.

.

A giesta branca, uma planta da família “Fabaceae”, desempenha papéis fundamentais nos ecossistemas equilibrados, especialmente em regiões de clima mediterrâneo, como Portugal, onde é nativa.

.

Como muitas plantas da família das leguminosas, a giesta branca tem a capacidade de fixar nitrogénio atmosférico no solo através de uma simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas suas raízes.

Esse processo enriquece o solo com nitrogénio, um nutriente essencial para o crescimento de outras plantas, promovendo a fertilidade do solo de forma natural.

.

A giesta branca possui um sistema radicular profundo e extenso, que ajuda a estabilizar o solo, especialmente em áreas inclinadas ou degradadas.

Isso é crucial para prevenir a erosão do solo causada por chuvas ou ventos, contribuindo para a conservação do terreno e a proteção de ecossistemas frágeis.

.

As flores da giesta branca atraem polinizadores, como abelhas e borboletas, que são essenciais para a reprodução de muitas plantas no ecossistema.

Além disso, as suas sementes e folhas servem de alimento para aves e pequenos mamíferos, enquanto os arbustos densos oferecem abrigo e locais de nidificação para várias espécies.

.

A giesta branca é uma planta pioneira, ou seja, é uma das primeiras a colonizar solos pobres ou áreas afetadas por incêndios florestais.

A sua capacidade de crescer em condições adversas ajuda a iniciar o processo de sucessão ecológica, preparando o terreno para a chegada de outras espécies vegetais mais exigentes.

.

Quando as folhas e ramos da giesta branca caem e se decompõem, eles contribuem para a formação de matéria orgânica no solo, melhorando a sua estrutura e capacidade de retenção de água.

Isso é especialmente importante em solos arenosos ou pobres, comuns em algumas regiões mediterrâneas.

-

A giesta branca é uma planta resistente à seca e a solos pobres, o que a torna uma aliada em ecossistemas sujeitos a condições climáticas extremas.

A sua presença ajuda a manter a biodiversidade vegetal em áreas onde outras plantas podem não sobreviver.

.

Embora a giesta branca tenha muitos benefícios ecológicos, é importante notar que, em algumas situações, ela pode tornar-se invasiva, especialmente em áreas onde não é nativa.

O seu crescimento rápido e capacidade de se espalhar podem competir com outras espécies vegetais, reduzindo a biodiversidade local.

Em ecossistemas equilibrados, no entanto, ela desempenha um papel vital, promovendo a saúde do solo, a biodiversidade e a resiliência ambiental.

.

A fotografia de Mário Silva captura não apenas a beleza da giesta branca, mas também a sua integração harmoniosa num ecossistema rural, destacando a sua relevância para a paisagem natural.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

 

 

Mário Silva 📷
05
Abr25

"A aldeia transmontana de Águas Frias - Chaves - Portugal"


Mário Silva Mário Silva

"A aldeia transmontana de

Águas Frias - Chaves - Portugal"

05Abr DSC00987_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A aldeia transmontana de Águas Frias - Chaves - Portugal", captura uma vista panorâmica e um aspeto representativo da aldeia, permitindo observar a interação entre as construções humanas e a paisagem natural circundante.

.

A harmonia entre a ação do Homem e a beleza da Natureza numa aldeia transmontana como Águas Frias pode manifestar-se de diversas formas na imagem:

.

Integração das construções na paisagem: As casas, construídas com materiais locais como a pedra, apresentam cores e texturas que se harmonizam com o ambiente natural.

A sua disposição ao longo do terreno pode seguir as curvas e a topografia, em vez de as alterar drasticamente.

.

Utilização de materiais naturais: A presença de telhados de telha cerâmica, paredes de pedra e elementos de madeira contribui para uma estética rústica e integrada no ambiente.

.

Presença de vegetação: A fotografia poderá mostrar a aldeia rodeada por campos agrícolas, bosques, árvores de fruto ou jardins, evidenciando a coexistência entre a área habitada e a natureza.

A vegetação pode até mesmo envolver as casas, com trepadeiras ou flores a adornar as paredes.

.

Escala humana: A dimensão das construções e a forma como se inserem na vastidão da paisagem podem transmitir uma sensação de equilíbrio e de respeito pela natureza.

As atividades humanas visíveis, como caminhos, muros de pedra ou pequenas hortas, podem também refletir uma interação sustentável com o meio ambiente.

.

Cores e luz: A luz natural e as cores predominantes na imagem podem realçar a beleza tanto da arquitetura tradicional quanto da paisagem natural, criando uma sensação de unidade e harmonia visual.

Os tons terrosos das casas podem complementar o verde da vegetação e o azul do céu.

.

Preservação de elementos naturais: A fotografia evidencia a preservação de elementos naturais como rios, ribeiros, árvores centenárias ou formações rochosas dentro ou perto da aldeia, demonstrando uma valorização do património natural.

.

Em suma, a fotografia de Mário Silva poderá ilustrar como a comunidade de Águas Frias, ao longo do tempo, construiu o seu lar de forma a respeitar e a integrar-se na beleza natural da região de Trás-os-Montes, criando uma paisagem onde a ação humana e a natureza coexistem de forma harmoniosa.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
02
Abr25

"Narciso-dos-poetas ou Pincheis (Narcissus triandrus) no meio de Jacintos-dos-Bosques ou Jacinto-silvestre (Hyacinthoides non-scripta)"


Mário Silva Mário Silva

"Narciso-dos-poetas ou Pincheis

(Narcissus triandrus)

no meio de

Jacintos-dos-Bosques ou Jacinto-silvestre

(Hyacinthoides non-scripta)"

02Abr Pinchéis_ms

A fotografia de Mário Silva mostra um grupo de Jacintos-dos-Bosques (Hyacinthoides non-scripta) em primeiro plano, com várias flores de cor azul-violeta em forma de sino, dispostas ao longo de caules verdes.

No meio deste grupo, erguem-se duas hastes de Narciso-dos-poetas ou Pincheis (Narcissus triandrus).

Estas flores são mais delicadas, com pétalas brancas ou creme voltadas para trás e uma pequena coroa amarela.

.

O fundo da imagem é composto por uma superfície texturizada e escura, possivelmente um tronco de árvore ou uma rocha coberta de musgo, criando um contraste com as cores vibrantes das flores.

A luz parece incidir suavemente sobre as plantas, realçando os detalhes das suas formas e cores.

.

Tanto o Jacinto-dos-Bosques como o Narciso-dos-poetas desempenham papéis importantes num ecossistema saudável, especialmente em habitats florestais:

As flores destas plantas fornecem néctar e pólen, atraindo uma variedade de polinizadores como abelhas, borboletas e moscas.

A polinização é crucial para a reprodução de muitas outras plantas, incluindo árvores e outras espécies herbáceas, mantendo a biodiversidade do ecossistema.

Embora não sejam diretamente consumidas por grandes herbívoros, estas plantas podem servir de alimento para alguns insetos e outros pequenos animais.

A presença e abundância destas espécies podem ser indicadores da saúde de um ecossistema florestal.

O Jacinto-dos-Bosques, em particular, é uma espécie característica de bosques antigos e a sua presença pode indicar um habitat bem estabelecido e com boas condições de conservação.

Estas flores silvestres contribuem para a beleza natural das paisagens, proporcionando prazer estético e tendo muitas vezes valor cultural e tradicional nas comunidades locais.

.

Após a floração e frutificação, a matéria orgânica destas plantas decompõe-se, enriquecendo o solo com nutrientes essenciais para o crescimento de outras plantas.

.

Em resumo, a presença do Narciso-dos-poetas e do Jacinto-dos-Bosques contribui para a biodiversidade, o funcionamento dos processos ecológicos e a saúde geral do ecossistema em que ocorrem.

A sua proteção é importante para a conservação da natureza.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
31
Mar25

“Flores de Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus)”


Mário Silva Mário Silva

“Flores de Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus)”

NOTA: não confundir com o Louro-Comum (Laurus nobilis)

31Mar DSC00459_ms

A fotografia de Mário Silva intitulada “Flores de louro-cerejeiro (Prunus laurocerasus)” é uma captura delicada e detalhada que destaca a beleza natural desta planta ornamental.

A imagem mostra um ramo do louro-cerejeiro carregado de flores brancas, dispostas em cachos alongados e densos.

As flores são pequenas, com pétalas brancas e estames proeminentes, criando um contraste suave com as folhas verde-escuras e brilhantes da planta. Cada flor tem um formato estrelado, com um centro amarelado que adiciona um toque de vivacidade ao conjunto.

As folhas do louro-cerejeiro são lanceoladas, com bordas lisas e uma textura cerosa, típica da espécie, refletindo a luz de forma subtil, o que dá profundidade à fotografia.

O fundo da imagem é desfocado, mostrando outros ramos e folhas, além de um solo terroso e vegetação ao redor, sugerindo que a foto foi tirada num ambiente natural, possivelmente um jardim ou um bosque.

A assinatura de Mário Silva, visível no canto inferior direito, adiciona um toque pessoal à obra, indicando a sua autoria.

A iluminação da fotografia é natural, com luz suave que realça a brancura das flores e o verde vibrante das folhas, criando uma atmosfera serena e harmoniosa.

A composição centraliza as flores, mas permite que as folhas ao redor enquadrem a cena, dando equilíbrio visual à imagem.

.

Diferenças entre o Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus) e o Louro-Comum (Laurus nobilis)

Embora o louro-cerejeiro e o louro-comum sejam frequentemente confundidos devido ao nome e à aparência das folhas, eles pertencem a famílias botânicas diferentes e têm características e usos distintos.

Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus): Pertence à família Rosaceae, a mesma das cerejeiras e amendoeiras.

É uma espécie do gênero Prunus, que inclui outras plantas frutíferas.

.

Louro-Comum (Laurus nobilis): Pertence à família Lauraceae, que inclui outras plantas aromáticas como o loureiro e a canela.

É a verdadeira "folha de louro" usada na culinária.

 

Aparência

Louro-Cerejeiro: As folhas são largas, brilhantes, verde-escuras, com bordas lisas ou ligeiramente serrilhadas. São mais espessas e têm uma textura cerosa.

 

Louro-Comum: As folhas são menores, mais estreitas, com bordas onduladas e uma textura mais áspera. São verde-claras a médias e exalam um aroma forte e característico quando esmagadas.

.

Flores:

Louro-Cerejeiro: Produz flores brancas em cachos longos (racemos), como visto na fotografia, que aparecem na primavera e são bastante ornamentais.

.

Louro-Comum: As flores são pequenas, amarelo-esverdeadas e menos vistosas, aparecendo em pequenos cachos na primavera, mas não têm o mesmo impacto decorativo.

.

Frutos:

Louro-Cerejeiro: Produz pequenos frutos pretos ou roxo-escuros, semelhantes a cerejas, que são tóxicos para humanos e animais se forem ingeridos.

.

Louro-Comum: Produz bagas escuras, geralmente pretas, que também não são comestíveis, mas não são tão tóxicas quanto as do louro-cerejeiro.

 

Toxicidade

Louro-Cerejeiro: É uma planta tóxica. As suas folhas, frutos e sementes contêm cianeto de hidrogénio (ácido cianídrico), que pode ser fatal se ingerido em grandes quantidades.

É perigoso confundi-lo com o louro-comum na culinária.

.

Louro-Comum: É seguro para uso culinário e medicinal. As suas folhas são amplamente utilizadas como tempero e têm propriedades medicinais, como ação digestiva e anti-inflamatória.

.

Utilizações Específicas

Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus):

Uso Ornamental: É amplamente utilizado em jardinagem e paisagismo devido à sua folhagem densa e brilhante, que forma sebes ou telas naturais. As suas flores brancas e a aparência elegante tornam-no uma escolha popular para jardins formais.

 

Uso Tradicional:  Algumas culturas usavam partes da planta em remédios tradicionais, mas isso é raro hoje devido à toxicidade. Por exemplo, a água destilada das folhas (água de louro-cerejeira) já foi usada como sedativo em pequenas doses, mas com muito risco.

.

Cuidados: Deve-se evitar o contato com crianças e animais devido à toxicidade. A poda deve ser feita com luvas, pois até o manuseio pode liberar compostos tóxicos.

.

Louro-Comum (Laurus nobilis):

Uso Culinário: As folhas de louro-comum são um tempero clássico, usadas em sopas, ensopados, molhos e marinadas. Elas adicionam um sabor aromático e levemente amargo, mas devem ser retiradas antes de servir.

.

Uso Medicinal: O louro-comum tem propriedades digestivas, anti-inflamatórias e antissépticas. Infusões das suas folhas são usadas para aliviar dores estomacais, e o óleo essencial é aplicado em massagens para dores musculares.

.

Uso Simbólico: Na antiguidade, o louro era associado à vitória e à sabedoria (como nas coroas de louros dos romanos). Hoje, é usado em arranjos decorativos e coroas cerimoniais.

.

Uso Ornamental: Embora menos comum, também pode ser cultivado como planta ornamental, especialmente em vasos ou como arbusto podado.

.

Em conclusão, a fotografia de Mário Silva captura a beleza ornamental do louro-cerejeiro, destacando as suas flores delicadas e a sua folhagem brilhante, que o tornam uma planta valorizada em jardins.

No entanto, é essencial distinguir o louro-cerejeiro do louro-comum, já que o primeiro é tóxico e ornamental, enquanto o segundo é seguro e amplamente usado na culinária e medicina.

A confusão entre os dois pode ser perigosa, mas as suas diferenças visuais e funcionais são claras quando observadas com atenção.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
24
Mar25

"Uma Maravilha da Natureza: Chapim-real “Parus major”


Mário Silva Mário Silva

"Uma Maravilha da Natureza:

Chapim-real “Parus major”

24Mar DSC05728_ms

Num canto silencioso da manhã, onde o céu se veste de um azul suave e as árvores sussurram segredos antigos, surge uma maravilha da natureza: o chapim-real, Parus major, em toda a sua glória alada.

Empoleirado com graça sobre os galhos nus de uma árvore que desperta para a primavera, ele exibe o seu manto de cores vivas — o negro profundo da cabeça, o branco puro do rosto e o amarelo radiante que dança no seu peito.

As flores em botão, ainda tímidas, parecem saudá-lo, como se a própria terra reconhecesse a sua presença como guardião dos seus tesouros.

Este pequeno embaixador da floresta, com o seu canto agudo que corta o ar, é mais do que uma simples ave.

Ele é um símbolo vivo da resiliência da natureza, um tecelão de equilíbrio que dança entre os ramos, alimentando-se das sementes e insetos que ameaçam o delicado tecido da vida vegetal.

Em cada movimento, ele lembra-nos da interligação que une todos os seres — o canto de um pássaro, o desabrochar de uma flor, o sopro do vento que carrega promessas de renovação.

Que o chapim-real nos inspire a proteger este santuário verde, a ouvir os ecos da vida que pulsa nas florestas e a honrar a beleza frágil que a humanidade tantas vezes esquece.

Pois, no seu pequeno corpo, reside a força de um mundo que clama por cuidado e reverência.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
22
Mar25

A campainha-amarela (Narcissus bulbocodium)


Mário Silva Mário Silva

A campainha-amarela

(Narcissus bulbocodium)

22Mar DSC00455_ms

"A campainha-amarela (Narcissus bulbocodium)" de Mário Silva é mais do que uma fotografia; é um sussurro da primavera, um poema visual que captura a alma frágil e resiliente da natureza.

Neste delicado enquadramento, a flor amarela, com as suas pétalas onduladas como um sino dourado, ergue-se tímida entre o tapete de folhas secas e terras outonais, como se carregasse em si a promessa de renovação.

O seu tom vibrante, quase luminoso, contrasta com o fundo em tons terrosos, criando uma dança de luz e sombra que evoca esperança num meio de quietude do fim do inverno.

Há uma melancolia doce nesta imagem, uma lembrança de que a beleza muitas vezes floresce no silêncio, nas frestas da terra esquecida.

A campainha-amarela parece sussurrar segredos antigos, como se guardasse no seu coração amarelo as memórias das estações passadas e os sonhos de um futuro em flor.

O olhar atento de Mário Silva captura não apenas a forma da flor, mas a sua essência – um símbolo de perseverança, de vida que insiste em brotar, mesmo quando o mundo parece adormecido.

Esta fotografia é um convite à contemplação, uma ode à simplicidade que emociona, uma pausa para o coração que, como a campainha-amarela, busca luz mesmo nas sombras mais densas.

É arte que toca, que fala à alma, eternizando o efémero num instante perfeito, capturado com o olhar sensível e apaixonado de Mário Silva.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

 

 

Mário Silva 📷
21
Mar25

“Primavera a começar... vamos trabalhar..." 


Mário Silva Mário Silva

“Primavera a começar... vamos trabalhar..." 

21Mar DSC03898_ms

A imagem de Mário Silva é um sussurro poético do renascimento, onde a primavera tece os seus primeiros fios de luz sobre os campos adormecidos.

Um trator azul, como uma dança silenciosa sobre a terra, rasga o solo com o arado laranja, revelando promessas escondidas nas entranhas da natureza.

O agricultor, guiando com mãos firmes e olhar sonhador, parece entoar um hino à renovação, enquanto as videiras, ainda nuas nos seus galhos retorcidos, aguardam o sopro da vida que logo as cobrirá de verde.

O sol, generoso, banha o cenário em tons de ouro e terra, misturando-se ao verde tímido que brota no chão.

É a sinfonia do recomeço, a chamada ancestral para semear sonhos na terra fértil, com a alma aberta ao milagre da colheita futura.

Vamos trabalhar, pois a primavera canta e convida!

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
20
Mar25

"Início da primavera"


Mário Silva Mário Silva

"Início da primavera"

(Portugal - 9h 01min)

20Mar DSC05944_ms

Na lente de Mário Silva, a flor se revela,

Em Portugal, a primavera, um sonho que desvela.

Pétalas brancas, puras como a neve que se foi,

Anunciam a vida nova, que em breve se constrói.

.

O sol beija as flores, com um toque dourado,

E a natureza desperta, num bailado encantado.

O verde renasce, em tons vibrantes e alegres,

E o ar se enche de perfume, que a alma desagrega.

.

As amendoeiras em flor, um espetáculo sem igual,

Pintam a paisagem de branco, num festival floral.

As abelhas zumbem, em busca do néctar doce,

E os pássaros cantam, em uníssono, um refrão que nos comove.

.

A fotografia de Mário Silva, um poema visual,

Que nos transporta para um mundo, mágico e sensual.

Onde a beleza da natureza, se revela em cada detalhe,

E a primavera se eterniza, num instante que não falhe.

.

Em Portugal, a primavera, um renascimento constante,

Onde a vida se renova, num ciclo fascinante.

E a fotografia de Mário Silva, um testemunho fiel,

Dessa beleza efêmera, que nos eleva ao céu.

.

Que a primavera nos inspire, a amar a natureza,

E a preservar a sua beleza, com toda a certeza.

Que a fotografia de Mário Silva, nos lembre a cada instante,

Que a vida é um presente, que devemos celebrar constantemente.

.

Poema & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
17
Mar25

“Caminho rural com arbustos a florir” - A Natureza a despedir-se do inverno …


Mário Silva Mário Silva

“Caminho rural com arbustos a florir”

A Natureza a despedir-se do inverno …

17Mar DSC04548_ms

O caminho serpenteia entre a vegetação renascida, como um fio de esperança que se desenrola na paisagem.

A terra, ainda húmida do inverno, guarda a memória das chuvas frias, mas já se veste de um verde vibrante, prenúncio da primavera que se aproxima.

.

Os arbustos, outrora adormecidos, despertam com uma explosão de flores brancas, como se a natureza se quisesse despedir do inverno com um último suspiro de beleza.

As pétalas delicadas, como flocos de neve que se renderam ao sol, perfumam o ar com um aroma doce e fresco, convidando à contemplação.

.

As árvores, ainda despidas de folhas, erguem-se como esqueletos elegantes, contrastando com a exuberância da vegetação rasteira.

Os seus ramos nus, como braços que se estendem em direção ao céu, parecem ansiar pelo calor do sol e pelo toque das folhas novas.

.

A luz, suave e dourada, que banha a cena, confere-lhe um ar de magia e mistério.

As sombras alongadas, que se projetam no chão, criam um jogo de luz e escuridão que realça a beleza da paisagem.

.

Neste cenário idílico, onde a natureza se despede do inverno e se prepara para receber a primavera, o amor encontra o seu refúgio perfeito.

O caminho, outrora trilhado por passos solitários, agora convida a um passeio a dois, de mãos dadas, em sintonia com a melodia da natureza.

.

O aroma das flores, a brisa suave que acaricia a pele, o canto dos pássaros que anunciam a nova estação, tudo se conjuga para criar um ambiente romântico e apaixonante.

Neste lugar mágico, onde o tempo parece ter abrandado o seu ritmo, o amor floresce como as flores da primavera, intenso e eterno.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
26
Fev25

"As gotas do último aguaceiro e a teia que ainda resiste" - A Naturalidade e a Resiliência


Mário Silva Mário Silva

"As gotas do último aguaceiro e

a teia que ainda resiste"

A Naturalidade e a Resiliência

26Fev DSC08996_ms

A fotografia de Mário Silva intitulada "As gotas do último aguaceiro e a teia que ainda resiste" captura uma cena natural delicada e íntima.

A imagem mostra uma planta com ramos finos e verdes, sobre os quais repousam gotas de água, presumivelmente do último aguaceiro.

As gotas de água são translúcidas e refletem a luz de maneira que brilham, adicionando um toque de magia à imagem.

Além disso, há uma teia de aranha visível, que se estende entre os ramos da planta, adicionando um elemento de resiliência e permanência à composição.

.

A composição é minimalista, focando em detalhes pequenos, mas significativos.

O uso do foco seletivo destaca as gotas de água e a teia, enquanto o fundo é desfocado, o que ajuda a manter a atenção do observador nos elementos principais.

A escolha de um fundo verde suave complementa a cor da planta, criando uma harmonia visual.

.

A teia de aranha, apesar de ser frágil, ainda resiste após o aguaceiro, simbolizando a resiliência da natureza.

Este tema é reforçado pela presença das gotas de água, que, embora temporárias, são capturadas num momento de beleza efêmera.

A fotografia lembra-nos da força silenciosa e da persistência da natureza.

.

A luz é utilizada de maneira magistral para realçar as gotas de água, criando reflexos e brilhos que adicionam profundidade e textura à imagem.

A luz suave também sugere um momento de calma após a tempestade, reforçando o sentimento de tranquilidade e renovação.

.

A imagem pode ser interpretada como um comentário sobre a capacidade da natureza de se recuperar e manter a sua beleza mesmo após eventos adversos como um aguaceiro.

As gotas de água simbolizam a vida e a renovação, enquanto a teia representa a continuidade e a resistência.

.

Embora a imagem seja bela e poética, poderia haver um maior contraste entre a planta e o fundo para destacar ainda mais a estrutura da planta.

Além disso, uma perspetiva ligeiramente diferente poderia ter incluído mais da teia, mostrando a sua extensão e complexidade, o que poderia aumentar a narrativa de resiliência.

.

No geral, Mário Silva conseguiu capturar um momento fugaz da natureza com uma profundidade simbólica e uma estética que celebra tanto a beleza quanto a resistência do mundo natural.

A fotografia não só documenta um evento natural, mas também convida o observador a refletir sobre temas maiores como a resiliência e a beleza efêmera.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
19
Fev25

"Cogumelo (Lactarius pallidus) no meio das folhas secas"


Mário Silva Mário Silva

"Cogumelo (Lactarius pallidus)

no meio das folhas secas"

19Fev DSC09192_ms

A fotografia de Mário Silva captura a delicadeza e a fragilidade de um cogumelo “Lactarius pallidus” no seu habitat natural.

O cogumelo, com o seu chapéu de cor creme e textura aveludada, contrasta com as folhas secas que o circundam, criando uma composição visualmente interessante.

A perspetiva macro permite apreciar os detalhes do fungo, como as lamelas e o estipe.

.

A composição da fotografia é simples e eficaz, com o cogumelo a ocupar o centro da imagem.

A perspetiva macro permite apreciar a beleza e a complexidade desse pequeno organismo.

O fundo desfocado, composto por folhas secas, cria uma atmosfera natural e acolhedora.

A luz natural incide sobre o cogumelo, criando sombras que acentuam a textura do chapéu e a humidade do ambiente.

A paleta de cores é limitada, com predominância de tons de castanho, amarelo e branco, que evocam a sensação de decomposição.

Os cogumelos, ao longo da história, têm sido associados a diversos significados simbólicos, como a transformação, a espiritualidade e a conexão com o mundo natural.

Na fotografia de Mário Silva, o cogumelo pode ser visto como um símbolo da vida e da morte, da fragilidade e da resiliência da natureza.

Os cogumelos desempenham um papel fundamental no ecossistema, atuando como decompositores.

Ao decompor a matéria orgânica, eles contribuem para a ciclagem de nutrientes e para a formação do húmus, enriquecendo o solo e promovendo o crescimento de outras plantas.

.

Os fungos, como os cogumelos, desempenham um papel essencial na manutenção dos ecossistemas.

Eles são responsáveis por diversos processos ecológicos.

.

Os fungos decompõem a matéria orgânica morta, como folhas, troncos e animais, liberando nutrientes que são utilizados por outros organismos.

Muitos fungos estabelecem relações simbióticas com as raízes das plantas, formando micorrizas.

Essa associação beneficia tanto o fungo quanto a planta, pois o fungo fornece nutrientes à planta e a planta fornece açúcares ao fungo.

Muitos cogumelos são comestíveis e são utilizados na culinária de diversos países.

Alguns fungos produzem substâncias com propriedades medicinais, como a penicilina.

.

Em resumo, a fotografia "Cogumelo (Lactarius pallidus) no meio das folhas secas" de Mário Silva é mais do que uma simples imagem de um fungo.

Ela convida-nos a refletir sobre a importância dos fungos para o equilíbrio dos ecossistemas e sobre a beleza da natureza nas suas diversas formas.

A imagem, com a sua composição delicada e a sua riqueza de detalhes, é um convite à observação e à contemplação da natureza.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷

Junho 2025

Mais sobre mim

foto do autor

LUMBUDUS

blog-logo

Hora em PORTUGAL

Calendário

Julho 2025

D S T Q Q S S
12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031

O Tempo em Águas Frias

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.