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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

28
Fev25

O Regresso


Mário Silva Mário Silva

O Regresso

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Miguel regressou à aldeia onde nascera depois de quase duas décadas vivendo em Lisboa. Deixara Trás-os-Montes ainda adolescente, com sonhos de estudar, crescer e conquistar um mundo que, para ele, parecia pequeno demais nas serras e vales da sua infância.

Agora, regressava homem feito, com anos de trabalho numa multinacional e o espírito inquieto de quem já não sabia onde pertencia.

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O reencontro com a aldeia foi agridoce.

Os mais velhos ainda se lembravam dele e saudaram-no com abraços demorados e sorrisos carregados de nostalgia.

Mas os mais novos viam-no como um estranho. "O lisboeta", murmuravam quando passava.

Sentiu-se deslocado na própria terra, como se pertencesse a dois mundos e, ao mesmo tempo, a nenhum.

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Nos primeiros meses, Miguel lutou contra o silêncio das noites sem o ruído incessante da cidade.

Estranhou a lentidão dos dias, o tempo que se media pelo nascer e pôr do sol e não pelos ponteiros de um relógio de pulso.

Habituara-se a cafés apressados em esplanadas movimentadas e agora via-se a partilhar longas conversas na tasca local, ouvindo histórias que pareciam suspensas no tempo.

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A adaptação foi difícil.

A internet era lenta, a mercearia mais próxima ficava a mais de meia hora de distância e a solidão impunha-se de forma avassaladora.

Mas, aos poucos, aprendeu a apreciar as rotinas simples: a ida à mercearia para comprar pão fresco, o cheiro da terra molhada depois da chuva, o prazer de colher os próprios legumes da horta do seu avô.

E, sobretudo, redescobriu a alegria da proximidade humana, dos almoços intermináveis à volta da mesa e da solidariedade entre vizinhos.

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Miguel percebeu, então, que a felicidade não era exclusiva dos grandes centros.

O progresso e a modernidade tinham o seu valor, mas também tinham um preço.

Na aldeia, encontrou um sentido de pertença que nunca tivera nos anos apressados da cidade.

Aprendeu que a vida não precisa de ser sempre uma corrida e que, por vezes, voltar às raízes é a melhor forma de avançar.

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Para aqueles que enfrentam um regresso semelhante, Miguel deixa um ensinamento: a adaptação não é imediata, mas é possível.

A saudade da vida anterior vai existir, assim como a incerteza sobre se foi a escolha certa.

Mas, se há algo que Trás-os-Montes lhe ensinou, é que a terra sabe esperar pelos seus filhos.

E quando estes regressam, de coração aberto, a aldeia sempre encontra um lugar para eles.

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Com o passar dos meses, Miguel começou a investir na comunidade.

Restaurou a casa dos avós, plantou uma vinha e começou a colaborar com os produtores locais, trazendo novas ideias que equilibravam tradição e inovação.

Criou um pequeno negócio de turismo rural, mostrando aos visitantes as belezas escondidas da região, partilhando histórias antigas e os sabores únicos da gastronomia transmontana.

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E, enquanto a vida se desenrolava entre colinas e vinhedos, Miguel sentiu que finalmente encontrara o seu lugar.

A aldeia já não o via como o "lisboeta", mas como um dos seus.

E ele, que um dia partira em busca de um futuro melhor, percebeu que o futuro sempre estivera ali, à espera do seu regresso.

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Texto & Desenho digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Jun24

Santo António de Lisboa: Uma vida dedicada à fé e à caridade


Mário Silva Mário Silva

Santo António de Lisboa:

Uma vida dedicada à fé e à caridade

Jun13 Santo António 28_ms

Em 1195 nasceu em Lisboa (Portugal), com o nome de Fernando de Bulhões.

Aos 15 anos, ingressa no Convento de São Vicente de Fora, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.

Muda-se para Coimbra, em 1220, onde se junta aos Franciscanos.

Em 1221participa do Capítulo Geral da Ordem Franciscana em Assis, na Itália.

Inspirado por Francisco de Assis abandona a vida académica e dedica-se à pregação do Evangelho.

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Viaja pela Europa, pregando com grande fervor e eloquência.

Atribuem-se-lhe diversos milagres e conversões, consolidando a sua reputação de santidade.

Em 1229, o Papa Gregório IX concede-lhe o título de Doutor da Igreja.

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No dia 13 de junho de 1231 falece em Pádua, Itália.

É canonizado pelo Papa Gregório IX, apenas um ano após sua morte.

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É santo padroeiro: Lisboa, Pádua e diversas outras cidades.

Ficou conhecido pela sua intercessão em causas impossíveis, especialmente na busca por parceiros e na ajuda aos mais necessitados.

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As Festas de Santo António, também conhecidas como Festas de Lisboa, são um dos maiores eventos populares de Portugal.

Realizam-se anualmente entre 12 e 24 de junho, em Lisboa, e atraem milhares de visitantes nacionais e internacionais.

 

Há arraiais e festas populares ao ar livre com música, dança, comida típica e bebidas.

Há desfiles com grupos de moradores dos bairros de Lisboa, cantando e dançando (Marchas Populares).

Os casamentos de Santo António são casamentos simbólicos realizados na igreja de Santo António, com o objetivo de encontrar um parceiro.

As sardinhas assadas são um prato típico das festas, grelhadas nas ruas e servidas com pão, vinho e batata cozida.

O manjerico é um símbolo da festa, vendido em vasos floridos e oferecido como presente.

As ruas da cidade são decoradas com luzes coloridas, criando um ambiente festivo.

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Alfama: Bairro histórico de Lisboa, com diversos arraiais tradicionais.

Bairro Alto: Outro bairro histórico, conhecido pela sua vida noturna agitada durante as festas.

Avenida da Liberdade: Local da principal marcha popular da cidade.

Igreja de Santo António: Local onde se encontra o túmulo do santo e onde são realizados diversos eventos religiosos.

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As Festas de Santo António são uma ótima oportunidade para:

Conhecer a cultura e as tradições portuguesas.

Experimentar a gastronomia típica.

Assistir a apresentações de música e dança.

Divertir-se em um ambiente festivo e acolhedor.

Se você está em Lisboa em junho, não perca as Festas de Santo António!

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Santo António é considerado o santo casamenteiro.

Acredita-se que tocar no túmulo do santo traga sorte no amor.

A procissão de Santo António é um dos eventos religiosos mais importantes de Lisboa.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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