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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

27
Set24

A Lenda do Medronheiro (Arbutus unedo): A Árvore do Diabo


Mário Silva Mário Silva

A Lenda do Medronheiro (Arbutus unedo)

A Árvore do Diabo

Uma história que se perde no tempo

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O medronheiro, árvore tão característica da nossa flora, envolve-se em lendas e mistérios que se transmitem de geração em geração.

Uma das mais conhecidas e intrigantes associa esta árvore ao próprio Diabo.

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Diz a lenda que o Diabo, invejoso da beleza e da abundância dos frutos do medronheiro, lançou sobre ele uma maldição.

Os medronhos, tão saborosos e apreciados, começariam a amadurecer no outono, mas atingiriam o ápice do seu sabor e do seu teor alcoólico justamente na noite de Natal.

E nessa mesma noite, misteriosamente, desapareceriam.

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Diz-se que o Diabo, fiel à sua promessa, volta para colher os frutos que lhe pertencem, para celebrar a sua vitória sobre a criação divina.

Outros acreditam que os animais da floresta, atraídos pelo aroma intenso e pelo sabor inebriante dos medronhos maduros, os devoram todos em uma única noite.

Há ainda quem defenda que a natureza, na sua sabedoria infinita, esconde os frutos para protegê-los e garantir a sobrevivência da espécie.

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Na realidade, a explicação para o desaparecimento dos medronhos é bem mais prosaica.

Os frutos maduros, com alto teor alcoólico, fermentam rapidamente, caindo ao chão e sendo rapidamente consumidos por animais ou se decompondo.

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Apesar de ser uma lenda, a história do medronheiro e do Diabo continua a fascinar e a ser contada por todo o país.

A aguardente de medronho, bebida tradicional obtida a partir da fermentação dos frutos, é muitas vezes associada a esta lenda, reforçando a aura de mistério que envolve esta árvore.

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Para além da lenda, o medronheiro possui um profundo significado cultural e simbólico.

A sua resistência e a sua capacidade de se adaptar a solos pobres representam a força e a perseverança do povo português.

Os seus frutos, símbolo da abundância e da festa, são um lembrete da importância de celebrar a vida e os ciclos da natureza.

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Em conclusão, a lenda do medronheiro é mais do que uma simples história.

É uma expressão da nossa cultura, da nossa relação com a natureza e da nossa busca por explicações para os mistérios que nos rodeiam.

Seja qual for a verdade por detrás desta lenda, o medronheiro continuará a ser uma árvore especial, carregada de história e de significado.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
19
Jun24

A lenda medieval da Ponte do "Arquinho" - Chaves – Portugal


Mário Silva Mário Silva

A lenda medieval da Ponte do "Arquinho"

Chaves – Portugal

Era uma vez, em tempos antigos e esquecidos, na encantadora, outrora, vila de Chaves, em Portugal, existia uma pequena ponte de pedra conhecida como a Ponte do Arquinho.

Esta ponte, construída há séculos, ligava as duas margens de um riacho cristalino que serpenteava pela floresta densa.

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A lenda conta que a Ponte do Arquinho foi erguida por um habilidoso pedreiro chamado Domingos da Raia, que era conhecido na região pelas suas obras magníficas e duradouras.

No entanto, esta ponte não era uma construção comum.

Domingos da Raia havia feito um pacto secreto com uma fada da floresta chamada Liana, que tinha poderes sobre a natureza e os elementos.

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Liana prometeu a Domingos da Raia que a ponte seria indestrutível e que resistiria ao tempo e às intempéries, mas em troca, ele deveria jurar proteger a floresta e seus seres mágicos.

Domingos da Raia aceitou o pacto e, com a ajuda da magia de Liana, ergueu a Ponte do Arquinho com uma precisão e beleza incomparáveis.

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Durante muitos anos, a ponte serviu aos habitantes da vila, que atravessavam o riacho em segurança.

Diziam que, nas noites de lua cheia, era possível ver a figura etérea de Liana caminhando sobre a ponte, vigiando a sua criação e garantindo que o seu acordo fosse mantido.

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Certa vez, um grupo de forasteiros cobiçosos tentou destruir a ponte para obter as pedras preciosas que acreditavam estar escondidas na sua estrutura.

No entanto, ao tocarem na ponte com intenções maliciosas, foram repelidos por uma força invisível.

Liana, fiel ao seu pacto, usou a sua magia para proteger a ponte e afugentar os intrusos.

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Com o passar dos séculos, a vila de Chaves prosperou, mas a Ponte do Arquinho permaneceu um símbolo de união entre o homem e a natureza.

Os moradores locais contavam a lenda para seus filhos, ensinando-os a respeitar e proteger a floresta e as suas criaturas mágicas.

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Hoje, a Ponte do Arquinho ainda está de pé, um testemunho silencioso da aliança entre Domingos da Raia e Liana.

Aqueles que atravessam a ponte sentem uma sensação de paz e harmonia, e os mais atentos ainda podem ouvir, no murmúrio do riacho, o sussurro da fada Liana, guardiã eterna da Ponte do Arquinho.

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Lenda & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Abr24

A antiga lenda da galinha preta da aldeia transmontana de Águas Frias (Chaves) - Portugal


Mário Silva Mário Silva

A antiga lenda da galinha preta da aldeia transmontana de Águas Frias (Chaves) - Portugal

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A aldeia de Águas Frias, no concelho de Chaves, em Trás-os-Montes, Portugal, é uma pequena aldeia com uma população envelhecida e em declínio.

A aldeia é conhecida pela sua beleza natural, mas também por uma antiga lenda que fala de uma galinha preta que assombra a região.

A lenda diz que a galinha preta é o fantasma de uma mulher que foi amaldiçoada por um bruxo.

A mulher era uma jovem bonita e vaidosa que vivia na aldeia.

Um dia, ela encontrou um bruxo na floresta do Barros e ele ofereceu-lhe a juventude eterna em troca de sua alma.

A mulher aceitou a oferta, mas logo se arrependeu.

Ela tornou-se uma galinha preta e foi condenada a vagar pela terra para sempre.

A galinha preta é vista como um símbolo da solidão e do isolamento dos habitantes da aldeia.

A lenda reflete o medo do desconhecido e do sobrenatural, que é comum em muitas comunidades rurais.

A fotografia mostra uma galinha preta em pé num campo com erva.

A galinha está cercada por árvores e flores, mas ela parece solitária e isolada.

A imagem captura a beleza natural da região, mas também a sensação de solidão e isolamento que é sentida pelos habitantes da aldeia.

A solidão é um problema crescente em muitas áreas rurais de Portugal.

A população de Águas Frias está envelhecendo e muitos jovens deixaram a aldeia para procurar melhores oportunidades nas cidades e estrangeiro.

Isso deixou muitos idosos isolados e solitários.

A lenda da galinha preta pode ser vista como uma metáfora para a solidão dos habitantes da aldeia.

A galinha preta é uma criatura solitária que é condenada a vagar pela terra para sempre.

Da mesma forma, os habitantes da aldeia são muitas vezes solitários e isolados do resto do mundo.

A lenda da galinha preta da aldeia de Águas Frias é uma história triste e comovente que fala da solidão e do isolamento dos seus habitantes.

A lenda é uma chamada de atenção para os desafios que enfrentam as comunidades rurais em Portugal.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
10
Abr24

A Lenda do Fantasma do Castelo de Monforte de Rio Livre – Águas Frias (Chaves) - Portugal


Mário Silva Mário Silva

A Lenda do Fantasma do Castelo de Monforte de Rio Livre

Águas Frias (Chaves) - Portugal

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O Castelo de Monforte de Rio Livre, situado na freguesia de Águas Frias, em Chaves, Portugal, é uma imponente fortificação medieval que guarda muitos segredos e histórias.

Uma das mais intrigantes é a lenda do fantasma que assombra os seus muros há séculos.

Diz a lenda que o fantasma é o espírito de D. Maria de Noronha, uma jovem condessa que viveu no castelo no século XIV.

Era conhecida pelar sua beleza e gentileza, mas também pelo seu temperamento forte e rebelde.

Um dia, D. Maria apaixonou-se por um cavaleiro de origem humilde, contrariando a vontade de seu pai, o Alcaide de Monforte.

O alcaide, furioso com a desobediência da filha, trancou-a na torre do castelo.

Desesperada e sem esperança, D. Maria suicidou-se, atirando-se da torre.

Diz-se que seu fantasma ainda vagueia pelo interior do castelo, vestindo um longo vestido branco e carregando uma vela.

O fantasma de D. Maria é frequentemente visto por visitantes e moradores da região.

Alguns relatam ter visto a figura branca caminhando pelo interior da torre de menagem, enquanto outros ouvem os seus lamentos e sussurros.

Diz-se que o fantasma de D. Maria busca redenção pelos seus pecados.

Ela aparece para aqueles que estão em perigo, alertando-os sobre eventos futuros e ajudando-os a encontrar o caminho certo.

A lenda do fantasma do Castelo de Monforte de Rio Livre é uma das mais populares da região. Ela contribui para a aura de mistério e encanto que rodeia o castelo, atraindo visitantes de todo o mundo.

A foto mostra uma pilha de pedras num campo com erva.

As pedras podem ser os restos de uma antiga torre ou muralha do castelo. A erva verdejante representa a vida que continua, mesmo após a morte.

A lenda do fantasma do Castelo de Monforte de Rio Livre é uma história rica em simbolismo e significado.

Ela lembra-nos que o passado nunca está completamente morto e que as nossas ações podem ter consequências duradouras.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
17
Jan24

A lenda da Pedra Bolideira - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

A lenda da Pedra Bolideira

Chaves - Portugal

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A lenda da Pedra Bolideira

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A lenda da Pedra Bolideira é uma das lendas mais populares do distrito de Chaves, em Portugal. Conta a história de uma enorme fraga que, apesar do seu tamanho e peso, pode ser movimentada com um simples empurrão.

Segundo a lenda, a Pedra Bolideira foi descoberta por um pastor que apascentava os seus animais na zona. O pastor reparou que um dos seus carneiros, ao coçar os chifres na pedra, a fazia mexer.

A descoberta do fenómeno atraiu a atenção de muitos curiosos, que começaram a visitar a pedra para ver por si próprios como ela funcionava.

A explicação científica para o fenómeno é que a pedra está apoiada sobre uma base de areia e cascalho. Este solo é fofo e móvel, o que permite que a pedra se balance com um pequeno impulso.

No entanto, a lenda continua a ser popular, e muitos acreditam que a pedra tem propriedades mágicas.

A Pedra Bolideira está localizada na freguesia de Bobadela, a cerca de 18 quilómetros da cidade de Chaves. É um ponto de interesse turístico popular, e é possível visitar a pedra e experimentar o seu fenómeno.

A lenda da Pedra Bolideira é um exemplo da riqueza cultural e folclórica de Portugal.

É uma história que fascina e intriga as pessoas há séculos, e que continua a ser contada e recontada até hoje.

Parece impossível, mas que ela mexe (bole), lá isso mexe (bole).

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Jun23

Monforte de Rio Livre assombrado e da aia cativa (2.ª parte)


Mário Silva Mário Silva

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Lenda do castelo de

Monforte de Rio Livre assombrado

e da aia cativa

(2.ª parte)

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(… continuação)

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O misterioso desaparecimento da donzela

A lenda de Monforte de Rio Livre está impregnada de mistério. Um dos seus mistérios mais duradouros é o da donzela mantida em cativeiro no antigo castelo - e o seu estranho desaparecimento.

Durante séculos, os habitantes locais têm-se interrogado sobre o que lhe terá acontecido. Alguns afirmam que ela foi raptada por um grupo de vilões da aldeia local, enquanto outros acreditam que ela simplesmente desapareceu no ar. Seja qual for o caso, o seu desaparecimento continua a ser um mistério por resolver até aos dias de hoje.

Os pormenores que envolvem a sua prisão variam ligeiramente, dependendo de quem conta a história. Alguns dizem que foi fechada numa torre e escondida, enquanto outros afirmam que um poderoso feiticeiro a enfeitiçou, impedindo qualquer pessoa de a ver ou falar diretamente com ela.

Ao longo dos anos, foram lançadas inúmeras expedições com o objetivo de descobrir o que aconteceu à donzela e desvendar os segredos de Monforte de Rio Livre. No entanto, todas as tentativas foram infrutíferas e nunca ninguém encontrou indícios claros do que lhe terá acontecido.

Até hoje, o destino da donzela permanece desconhecido e envolto em mistério - uma homenagem final a uma antiga lenda de romance e aventura que cativará os leitores durante séculos.

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O castelo ainda hoje é assombrado? Lendas e avistamentos

A lenda do castelo assombrado de Monforte de Rio Livre e da donzela cativa mantém-se viva até hoje. Muitas testemunhas afirmam ter visto ocorrências estranhas e sinistras no castelo e nas suas imediações, alimentando a especulação de que o castelo é, de facto, ainda assombrado por um espírito inquieto.

Alguns dos fenómenos mais relatados incluem visões e sons de uma mulher desconhecida a chorar, aparições fantasmagóricas a pairar no pátio do castelo, luzes tremeluzentes no interior das muralhas do castelo à noite e uivos estranhos vindos do interior. Segundo o folclore local, todos estes fenómenos são provas de uma presença fantasmagórica inquieta em busca da sua amada perdida.

Outros relatos incluem pontos frios em certos locais do castelo, sensação de estar a ser observado, rajadas de vento inexplicáveis dentro das instalações - todos os sinais que apontam para alguma forma de atividade paranormal dentro das muralhas do Castelo de Monforte de Rio Livre. Embora ainda não existam provas concretas que confirmem estas alegações, uma coisa é certa - se alguma vez se encontrar perto deste local, mantenha os olhos bem abertos para qualquer coisa fora do normal!

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Conclusão

A história do Castelo Assombrado de Monforte de Rio Livre e da Donzela Cativa é um conto cheio de mistério, suspense e romance que tem sido transmitido através de gerações em Portugal. É uma história fascinante que combina o sobrenatural com o amor cortês de outrora. O conto lembra-nos que o amor é mais forte do que qualquer outra força no universo e que a boa vontade e a coragem prevalecerão sempre. Quer se acredite ou não na lenda, a história do Castelo Assombrado de Monforte de Rio Livre e da Donzela Cativa vai certamente cativar e inspirar.

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Texto e Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Abr20

Águas Frias (Chaves) - ... o Folar da Páscoa ...


Mário Silva Mário Silva

 

Lenda do Folar da Páscoa

A lenda do folar da Páscoa é tão antiga que se desconhece a sua data de origem.

Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. 

Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer.

Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre.

Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa, ao que parece, sorriu-lhe.
No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante.

Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina.

Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, os afilhados costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de batismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.

in: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$lenda-do-folar-da-pascoa

 

 

 

Até breve!!!!!

 

 

            

 

 

 

 

Mário Silva 📷
29
Jun19

Águas Frias (Chaves) - …A lenda (imaginária) da aparição da imagem de S. Pedro (lenda de 29 de junho de 2019) …


Mário Silva Mário Silva

 

… A lenda (imaginária) da aparição da imagem de

S. Pedro

(lenda de 29 de junho de 2019)

 

Águas Frias (Chaves) - ... A lenda (imaginária) da aparição da imagem de S. Pedro (lenda de 29 de junho de 2019) … …A lenda (imaginária) da aparição da imagem de S. Pedro (lenda de 29 de junho de 2019) …

 

Estavamos em meados do séc. XVIII (não se podendo, com exatidão, saber o ano), quando num dia invernoso, chovendo, ventando e trovoando, como, até então não se tinha observado por estas Terras de Monforte. O Castelo de Monforte de Rio Livre, as ruínas do seu povoado e até a sua igreja, já abandonadas e em ruínas, pois as suas Gentes já tinham descido a encosta da serra do Brunheiro e instalaram-se na sua base, pois era um sítio mais abrigado, menos agreste às intempéries e terrenos mais férteis e produtivos. Como ia dizendo, o tempo tempestuoso invadiu com uma fúria as muralhas, castelo e tudo à sua volta, destruindo o pouco o que ainda restava … Passados uns tempos, a Povoação subiu, a pé e a cavalo, para ver a devastação do local onde tiveram a sua origem. Desolados, foram até às ruínas da igreja, onde ainda tinham ficado as imagens, pois ainda não tinham construído um outro lugar religioso, digno das ditas imagens...

Foi então que a sua desolação ainda ficou mais forte … nos restos das ruínas, faltava a imagem, talhada em madeira do seu Santo predileto, … a imagem de S. Pedro. Possivelmente, dizia-se, de orelha a orelha, que o S. Pedro, pescador de peixes e Homens, teria aproveitado as enxurradas e navegado pelo Rio Livre ou outro qualquer ribeiro e zangado pelo seu abandono, teria “navegado” para outras paragens. O Povo entristeceu e lagrimas iam caindo (mesmo os fortes homens, não deixaram escapar uma gota lacrimal, pelo canto do olho)…

Os anos foram passando e o episódio (como vai sendo hábito nos humanos), foi caindo no esquecimento….

….

Andava o Sr. Bernaldo Soares, pelos montes e vales, pois tinha a fama de ter o maior rebanho de cabras e ovelhas, de toda a Terra de Monforte, quando numa tarde de muito calor (estava-se no início do Verão), vendo que ele e os seus animais estavam a ficar afogueados, encaminhou-se para umas terras que viu carregada de árvores, dando a sombra desejada e sabia que por lá passava um ribeiro, que saciaria a sede dos seus estimados animais. Se assim pensou, assim o fez.

Deixou o seu extenso rebanho, comendo as tenras ervas da margem e bebericando a água que corria, ainda com alguma abundância (naquele tempo, nos ribeiros ainda corria água !!!).

 Sempre vigiando as suas cabras, cabritos, ovelhas e cordeiros, escolheu uma pequena fraga na beira do ribeiro, pois sentia a frescura da sobra das árvores e da água a correr. Ficou de olhar meio abstrato, deixando passar o Tempo …

Mas …. “O que é aquilo, no meio das ervas, junto à água?” – perguntou ele, a ele mesmo.

Não é fraga, … não é peixe … não é animal … !!!!!

De um só lanço, levantou-se e até empurrando uma cabrita que por ali pastava, dirigiu-se para o local da sua estranha visão.

Os seus arregalaram-se, queria fala, mas não conseguia, queria pegar-lhe, mas o seu corpo ficou imóvel … Mas … mas, é uma escultura em madeira pintada  … é uma imagem de um santo …

É o S. Pedro …

De repente, lembrou-se das histórias que os seus avós e pais lhe contavam ao serão …

Passado o momento de inação, passou para um momento de emoção e … mesmo deixando o seu rebanho sem guarda, correu até à Aldeia de Águas Frias, para contar o acontecido.

Lá chegando, mal conseguindo falar, levantou a imagem para um grupo de homens e mulheres que se juntavam no largo, junto à taberna.

Logo, a voz de um ancião, gritou: “É o Nosso S. Pedro, perdido …”

As vozes foram aumentando de volume: “S. Pedro, … S. Pedro, … S. Pedro”.

De entre todos um exclama, com devoção: “Vocês ainda não entenderam? Hoje é dia 29 de Junho. É Dia de S. Pedro. Ele voltou para Nós. !!!!

O Ancião, prometeu, ali mesmo que, como mais velho ficaria à sua guarda a imagem e que após as colheitas, todo o Povo daria uma parte do que cultivaram, para edificar uma igreja …

Uma grande igreja, em honra de S. Pedro, que seria o padroeiro de Águas Frias.

A igreja com o esforço de Todos os Aquafrigidenses (trabalharam mais terras para angariaram mais verbas para a edificação de uma grande e bela Igreja.

A Igreja, ainda hoje existe, e a imagem em madeira de S. Pedro, ainda hoje está no lugar do orago de Águas Frias, continuando a olhar para o seu Povo, que de novo o acolheu e deu um lugar de relevo como merecia.

“O Bom Filho à sua Casa torna.”

 

(lenda que poderá vir a ser …!!!, daqui a quinhentos anos, embora tenha sido escrita pela primeira vez, por mim, no dia de S. Pedro de 2019) – autoria de Mário Silva

 

Águas Frias (Chaves) - ... s. Pedro - orago da Aldeia (Igreja matriz)

“Sobre esta Pedra edificarei a Igreja”

Bom dia de S. Pedro

 

 

Até breve !!!

 

 

 

 

 

 

 

Mário Silva 📷

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