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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

08
Jun25

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas"


Mário Silva Mário Silva

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas

e a Igreja vergada pelos seus dogmas"

08Jun DSC01425_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas", apresenta uma composição rica em simbolismo e contraste visual.

A imagem mostra uma cerejeira carregada de frutos vermelhos e os seus ramos curvados pelo peso, em primeiro plano.

Ao fundo, ergue-se uma igreja com uma torre de pedra, coroada por uma cruz, cercada por uma paisagem verdejante de árvores e colinas.

A luz suave do dia ilumina a cena, criando uma atmosfera serena, mas carregada de significado.

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A cerejeira, com os seus galhos pendentes e repletos de cerejas maduras, domina o lado direito da imagem.

As cores vibrantes das frutas contrastam com o verde das folhas e da vegetação ao redor, atraindo imediatamente o olhar do observador.

À esquerda, a igreja, com a sua arquitetura tradicional e telhados de telhas vermelhas, emerge entre as árvores.

A torre da igreja, com dois sinos visíveis e uma cruz no topo, é um elemento marcante que remete à presença da religião na paisagem rural.

O fundo, composto por colinas cobertas de vegetação densa, adiciona profundidade à fotografia, enquanto a luz suave sugere um momento de tranquilidade, possivelmente ao entardecer.

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O título da obra de Mário Silva é profundamente metafórico e convida a uma reflexão sobre os elementos visuais e os seus significados.

A cerejeira "vergada com o peso das cerejas" simboliza a abundância da natureza, mas também o fardo que essa abundância pode trazer.

Os galhos curvados sugerem um peso inevitável, uma consequência natural do ciclo de vida e da fertilidade.

Por outro lado, a igreja "vergada pelos seus dogmas" aponta para uma crítica à rigidez das instituições religiosas.

Assim como a cerejeira se curva sob o peso dos seus frutos, a igreja, segundo o autor, parece sobrecarregada por tradições e doutrinas que, em vez de libertar, podem oprimir.

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O contraste entre a cerejeira e a igreja também pode ser interpretado como uma dicotomia entre o natural e o humano, ou entre a liberdade da natureza e as restrições impostas pela sociedade.

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas"

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A cerejeira, mesmo vergada, permanece viva e vibrante, enquanto a igreja, embora imponente, parece estática e distante, quase engolida pela vegetação ao seu redor.

A escolha de enquadrar a cerejeira em primeiro plano reforça a sua predominância visual e simbólica, sugerindo que a natureza, com a sua espontaneidade, pode ter uma força maior que as construções humanas.

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas", é mais do que uma simples captura de uma paisagem rural.

É uma metáfora visual que nos convida a refletir sobre os pesos que carregamos — sejam eles naturais, como os frutos de uma árvore, ou impostos por construções sociais, como os dogmas religiosos.

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Na imagem, a cerejeira, carregada de frutos maduros, curva-se sob o peso de sua própria abundância.

Este é um fenómeno natural: a árvore, ao cumprir o seu ciclo, produz mais do que pode sustentar com facilidade.

No entanto, há beleza nessa sobrecarga.

As cerejas vermelhas, brilhando sob a luz do sol, simbolizam vida, fertilidade e a generosidade da natureza.

A curvatura dos galhos não é um sinal de fraqueza, mas de resiliência — a árvore adapta-se ao peso, continua a crescer e a oferecer os seus frutos.

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Essa imagem faz-nos pensar sobre os "pesos" que a natureza impõe.

A abundância, embora desejada, pode trazer desafios.

Assim como a cerejeira, muitas vezes encontramo-nos sobrecarregados pelas nossas próprias conquistas ou responsabilidades.

No entanto, a natureza ensina-nos que esses fardos são parte do ciclo da vida, e que a adaptação é possível.

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Em contraponto à cerejeira, a igreja na fotografia representa uma instituição humana, carregada de história e tradição.

No entanto, o título de Mário Silva sugere que essa instituição também está "vergada" — não por frutos, mas por dogmas.

Os dogmas religiosos, muitas vezes vistos como guias para a moral e a espiritualidade, podem tornarem-se fardos quando impostos de forma rígida e inflexível.

A torre da igreja, com a sua cruz no topo, é um símbolo de autoridade espiritual, mas também de uma estrutura que, ao longo dos séculos, nem sempre soube adaptar-se às mudanças do mundo.

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A crítica implícita na obra de Silva é poderosa: assim como a cerejeira se curva sob o peso natural de seus frutos, a igreja curva-se sob o peso artificial das suas próprias regras.

Mas, diferentemente da cerejeira, que encontra equilíbrio na sua flexibilidade, a igreja parece estática, incapaz de se libertar das suas amarras dogmáticas.

Essa rigidez pode levar à alienação, afastando aqueles que buscam uma espiritualidade mais fluida e ligada à essência da vida.

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A fotografia de Mário Silva apresenta-nos uma dicotomia entre o natural e o humano, entre a espontaneidade da natureza e as restrições impostas pelas instituições.

A cerejeira, com a sua vitalidade, parece desafiar a solidez da igreja, sugerindo que a verdadeira liberdade está na capacidade de se adaptar e fluir com os ciclos da vida.

A igreja, por outro lado, lembra-nos da necessidade de estruturas e tradições, mas também dos perigos de permitir que essas estruturas se tornem opressivas.

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Talvez a mensagem mais profunda da obra seja um convite ao equilíbrio.

Assim como a cerejeira encontra força na sua flexibilidade, as instituições humanas — sejam religiosas, sociais ou culturais — podem aprender a se adaptar, mantendo o que é essencial, mas deixando espaço para o crescimento e a transformação.

A natureza, com a sua sabedoria silenciosa, ensina-nos que o peso, quando bem administrado, pode ser uma fonte de beleza e renovação.

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Em conclusão, a obra de Mário Silva é uma chamada de atenção visual de que tanto a natureza quanto as criações humanas carregam os seus próprios fardos.

A cerejeira e a igreja, cada uma vergada à sua maneira, convidam-nos a refletir sobre como lidamos com os pesos que carregamos.

Podemos inspirar-nos na resiliência da natureza, que transforma os seus fardos em frutos, e buscar uma espiritualidade que, em vez de oprimir, nos eleve e nos conecte à essência da Vida.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
28
Mai25

Cúpula da igreja da Madalena (Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

Cúpula da igreja da Madalena

(Chaves - Portugal)

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A fotografia de Mário Silva captura a cúpula da Igreja da Madalena, localizada em Chaves, Portugal.

A imagem destaca a arquitetura tradicional portuguesa, com uma cúpula ornamentada coroada por uma cruz e um globo metálico no topo.

O telhado é coberto por telhas vermelhas, algumas com sinais de musgo e desgaste natural, refletindo a antiguidade da estrutura.

A cúpula apresenta janelas arqueadas e detalhes em pedra, incluindo pináculos decorativos ao longo das bordas.

Ao fundo, à direita, é visível uma escultura de um anjo sobre uma rocha, adicionando um elemento histórico e religioso à cena.

A luz do dia ilumina a estrutura contra um céu azul claro, enfatizando os tons terrosos e brancos da construção.

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Segundo a tradição católica, Maria Madalena foi uma seguidora devota de Jesus Cristo.

Ela é frequentemente identificada como a mulher de quem Jesus expulsou sete demónios (Lucas 8:2), marcando a sua transformação espiritual.

Maria esteve presente na crucificação, sepultamento e foi a primeira testemunha da ressurreição de Jesus, conforme os Evangelhos (João 20:1-18).

Apesar de algumas interpretações históricas a confundirem com a "pecadora" que ungiu os pés de Jesus (Lucas 7:36-50), a Igreja Católica não a considera uma prostituta, esclarecendo que essa associação é especulativa.

Ela é venerada como santa, com a sua festa celebrada em 22 de julho, simbolizando penitência, fé e testemunho da ressurreição.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
24
Mai25

“O gatito na Aldeia (uma estória)”


Mário Silva Mário Silva

“O gatito na Aldeia (uma estória)”

24Mai DSC06406_ms

A fotografia "O gatito na Aldeia" de Mário Silva mostra um gatinho castanho com tons acinzentados, de olhos amarelos penetrantes, sentado num muro de pedra numa aldeia rural.

Inspirado por esta imagem, aqui está uma história sobre um gatinho numa aldeia rural de Portugal.

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Numa pequena aldeia rural de Portugal, encravada entre colinas verdejantes e castanheiros centenários, vivia um gatinho chamado Tareco.

Tareco era um felino de pelo castanho-acinzentado, com olhos amarelos que brilhavam como duas lanternas ao entardecer.

Todos os dias, ele sentava-se num muro de pedra à entrada da aldeia, observando o movimento dos poucos moradores que ali passavam.

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Tareco não pertencia a ninguém, mas todos na aldeia o conheciam.

As poucas crianças corriam para lhe fazer festinhas, os muitos velhotes partilhavam pedacinhos de pão com ele, e até as galinhas do quintal da Dona Maria já se tinham habituado à sua presença silenciosa.

Ele era o guardião não oficial da aldeia, sempre alerta, com as orelhas empinadas e o olhar atento.

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Certa manhã, a aldeia acordou em alvoroço.

Um grupo de pardais tinha feito ninho no telhado da igreja, e estavam a comer as sementes que o Senhor António guardava para as suas pombas.

"Isto não pode ser!", exclamou o velho António, abanando a cabeça.

Mas os pardais eram rápidos e espertos, e ninguém na aldeia conseguia afugentá-los.

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Foi então que Tareco entrou em ação.

Com um salto elegante, subiu ao telhado da igreja, equilibrando-se nas telhas antigas.

Os pardais, ao verem o gatinho de olhos brilhantes, bateram asas em pânico e fugiram para o bosque.

A aldeia inteira aplaudiu o pequeno herói, e o Senhor António, agradecido, deu a Tareco um prato de leite fresco como recompensa.

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A partir desse dia, Tareco tornou-se ainda mais querido na aldeia.

Todas as tardes, quando o sol se punha e as sombras os castanheiros se alongavam, ele regressava ao seu posto no muro de pedra, vigiando a paz da sua pequena aldeia rural.

E assim, o gatito continuou a ser uma parte essencial daquela comunidade, trazendo sorrisos e segurança a todos que ali viviam.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
18
Mai25

“Maio, mês mariano - Nossa Senhora aos pés do altar mor da igreja de Águas Frias (Chaves – Portugal)”


Mário Silva Mário Silva

“Maio, mês mariano

Nossa Senhora aos pés do altar mor da igreja

Águas Frias (Chaves – Portugal)”

18Mai DSC06912_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Maio, mês mariano - Nossa Senhora aos pés do altar mor da igreja de Águas Frias (Chaves – Portugal)", retrata o interior de uma igreja com um altar ricamente ornamentado.

O altar mor, em estilo barroco, é decorado com detalhes dourados e brancos, destacando-se pela sua imponência e beleza.

No centro do altar, há uma estátua de Nossa Senhora posicionada aos pés, envolta em flores coloridas, simbolizando a devoção mariana típica do mês de maio.

Velas, arranjos florais e outros elementos litúrgicos, como candelabros e imagens de santos, complementam a cena, criando um ambiente de reverência e espiritualidade.

A arquitetura da igreja, com paredes de pedra e teto de madeira, adiciona um toque rústico ao cenário, enquanto as cortinas vermelhas nas janelas e os azulejos decorativos nas laterais reforçam a estética tradicional portuguesa.

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A devoção mariana é uma das expressões mais profundas e enraizadas da espiritualidade do povo português, moldando a sua identidade cultural e religiosa ao longo dos séculos.

Desde a formação da nacionalidade, a Virgem Maria ocupa um lugar central na fé, nas tradições e no imaginário coletivo de Portugal, sendo venerada como mãe, protetora e intercessora.

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A devoção a Maria em Portugal remonta aos primórdios do cristianismo na Península Ibérica, mas ganha particular relevo com a Reconquista e a fundação do reino.

No século XII, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, consagra o reino a Nossa Senhora, estabelecendo uma ligação indelével entre a monarquia e a Virgem.

Este ato reflete a crença de que Maria era a protetora da nação, guiando o povo português nas batalhas contra os mouros e nas adversidades.

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A Virgem Maria foi frequentemente invocada em momentos cruciais da história portuguesa, como nas conquistas marítimas dos Descobrimentos.

Os navegadores portugueses, enfrentando os perigos do mar, recorriam à proteção de Nossa Senhora, dedicando-lhe capelas e ermidas nos territórios descobertos.

A imagem de Maria como "Estrela do Mar" (Stella Maris) tornou-se um símbolo de orientação e esperança para os marinheiros.

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A devoção mariana em Portugal manifesta-se de forma vibrante em peregrinações, festas populares, romarias e na construção de santuários.

O culto a Nossa Senhora de Fátima é, sem dúvida, o mais emblemático.

Desde as aparições de 1917 na Cova da Iria, Fátima tornou-se um dos maiores centros de peregrinação mariana do mundo, atraindo milhões de fiéis que buscam consolação, cura e renovação espiritual.

A mensagem de Fátima, centrada na oração, penitência e conversão, ressoa profundamente com a espiritualidade portuguesa.

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Outros santuários marianos, como Nossa Senhora da Nazaré, Nossa Senhora do Sameiro e Nossa Senhora da Conceição (padroeira de Portugal), também são testemunhos da forte devoção do povo.

Cada região tem as suas invocações particulares, muitas vezes ligadas a lendas e milagres locais, como Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo ou Nossa Senhora dos Remédios em Lamego.

Estas manifestações regionais reforçam o caráter comunitário e festivo da fé mariana, com procissões, cânticos e rituais que unem as populações.

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A influência de Maria transcende o âmbito religioso, impregnando-se na literatura, na arte e nas tradições populares.

Na poesia, poetas como Camões e Fernando Pessoa evocaram a Virgem como símbolo de pureza e proteção.

Na arte sacra, as imagens de Maria, esculpidas em madeira ou pedra, são objetos de veneração e testemunhos da habilidade artesanal portuguesa.

A música, com hinos e cânticos marianos, também reflete essa devoção, sendo o "Avé Maria Puríssima" uma expressão recorrente nas celebrações.

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As festas marianas, frequentemente associadas aos ciclos agrícolas e às estações do ano, são momentos de celebração comunitária.

Nelas, a religiosidade mistura-se com a alegria profana, com danças, comes e bebes, e arraiais que reforçam os laços sociais.

A Virgem é vista não apenas como uma figura celestial, mas como uma mãe próxima, que compreende e acompanha as alegrias e dores do seu povo.

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Hoje, a devoção mariana continua a ser uma força viva em Portugal, embora adaptada aos tempos modernos.

A espiritualidade mariana é reinterpretada pelas novas gerações, que encontram em Maria um modelo de compaixão, resiliência e esperança.

Fátima, em particular, mantém-se como um ponto de convergência para portugueses e estrangeiros, sendo um espaço de diálogo inter-religioso e de reflexão sobre os desafios do mundo atual.

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A devoção a Maria também se expressa na solidariedade social, com muitas instituições de caridade e obras sociais inspiradas pelo exemplo da Virgem.

A sua imagem como mãe acolhedora ressoa em iniciativas que promovem a justiça, a paz e o cuidado pelos mais vulneráveis.

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Em conclusão, a devoção mariana das gentes portuguesas é mais do que uma prática religiosa; é um pilar da identidade nacional, uma fonte de consolo e um elo que une o passado ao presente.

Seja nas grandiosas peregrinações a Fátima, nas pequenas capelas rurais ou nos cânticos entoados em família, a Virgem Maria permanece como a "Mãe de Portugal", uma presença constante que guia, protege e inspira o seu povo.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Mai25

"Imagem de Nª Sª de Fátima, na igreja de Águas Frias"


Mário Silva Mário Silva

"Imagem de Nª Sª de Fátima, na igreja de Águas Frias"

13Mai DSC04835_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Imagem de Nª Sª de Fátima, na igreja de Águas Frias", retrata uma estátua de Nossa Senhora de Fátima, um símbolo profundamente enraizado na espiritualidade portuguesa.

A imagem mostra a Virgem Maria com o seu tradicional véu branco, adornado com detalhes dourados, segurando um rosário e com as mãos unidas em oração.

A estátua está posicionada sobre um pedestal ornamentado, com a inscrição "Ave Maria" visível, e é coroada por uma auréola de estrelas, simbolizando a sua santidade.

A simplicidade do cenário, com um fundo claro e detalhes subtis, realça a serenidade e a devoção que a figura inspira.

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A devoção mariana entre as gentes transmontanas é uma expressão viva da fé católica que atravessa gerações.

Em Trás-os-Montes, a ligação com Nossa Senhora, especialmente na sua invocação de Fátima, é marcada por uma espiritualidade intensa e por tradições que unem comunidades.

As romarias, as procissões e as festas em honra da Virgem são momentos de grande significado, onde as famílias se reúnem para rezar o terço, cantar hinos e partilhar histórias de milagres e graças alcançadas.

A imagem de Nossa Senhora de Fátima, como a capturada por Mário Silva, não é apenas um objeto de culto, mas um ponto de ligação espiritual que reflete a identidade cultural e religiosa do povo transmontano, que encontra na Mãe de Deus um refúgio de esperança e proteção.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Mai25

“Alminhas” – Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves – Portugal


Mário Silva Mário Silva

“Alminhas”

Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves – Portugal

04Mai DSC07714_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “Alminhas” – Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves - Portugal, mostra um pequeno nicho religioso encravado numa parede de pedra.

Dentro do nicho, há uma pintura que retrata uma cena tradicional: um anjo, possivelmente São Miguel Arcanjo, que está no topo, com asas e uma lança, sobre um fundo celestial.

Abaixo, figuras humanas, algumas em vestes azuis, parecem estar em sofrimento, envoltas em chamas que simbolizam o Purgatório.

À frente da pintura, há um vaso dourado com flores brancas (provavelmente lírios, associados à pureza) e uma lamparina vermelha com uma cruz, contendo uma vela acesa.

A palavra "Esmolas" está escrita na base do nicho, sugerindo um pedido de ofertas para as almas.

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Os nichos conhecidos como "alminhas" são pequenas construções religiosas comuns em Portugal, especialmente em áreas rurais como Trás-os-Montes.

Surgiram principalmente entre os séculos XVII e XIX, durante o período da Contrarreforma, quando a Igreja Católica reforçava a doutrina do Purgatório.

Esses nichos eram erguidos em encruzilhadas, caminhos ou muros, com o objetivo de lembrar os fiéis de orar pelas almas do Purgatório.

Muitas vezes, continham imagens ou pinturas de almas penadas no meio de chamas, com anjos ou santos intercessores, e a palavra "esmolas" indicava a solicitação de donativos para missas ou orações que ajudassem a aliviar o sofrimento dessas almas.

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Na tradição católica, as "almas penadas" são as almas dos mortos que estão no Purgatório, um estado intermediário entre o Céu e o Inferno.

Segundo a doutrina, essas almas pertencem a pessoas que morreram em estado de graça, mas ainda precisam ser purificadas de pecados veniais ou expiar as consequências de pecados já perdoados.

No Purgatório, elas sofrem temporariamente, frequentemente representado por chamas, até estarem prontas para entrar no Céu.

A Igreja ensina que as orações, missas e esmolas dos vivos podem ajudar a acelerar essa purificação, daí a importância dos nichos como as "alminhas", que incentivam os fiéis a interceder por essas almas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
30
Mar25

"Altar lateral da igreja Matriz de Santa Marta" (Vila Frade - Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"Altar lateral da igreja Matriz de Santa Marta"

(Vila Frade - Chaves - Portugal)

29Mar DSC07641_ms

A imagem apresenta um altar lateral ornamentado, caracterizado por uma exuberante talha dourada que cobre a estrutura, exibindo um trabalho artesanal intricado.

A moldura do altar é composta por arabescos, volutas e elementos florais esculpidos, típicos da arquitetura barroca portuguesa, que conferem um brilho opulento ao conjunto.

No centro, destaca-se a figura de Jesus Cristo crucificado, uma escultura realista que domina a composição.

O seu corpo, esculpido com expressiva dor e resignação, está suspenso na cruz, com os braços abertos e a cabeça inclinada.

Acima da cruz, uma placa com a inscrição "INRI" (Iesus Nazarenus, Rex Iudaeorum - Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus) reforça o contexto bíblico da crucificação.

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À esquerda da cruz, encontra-se a estátua de Nossa Senhora das Dores, vestida com um manto azul-escuro e véu, segurando um lenço ou as mãos em gesto de lamento.

A sua expressão serena, mas carregada de tristeza, reflete a tradicional iconografia mariana associada ao sofrimento materno diante da morte do filho.

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Ao redor das figuras principais, pequenas estátuas de anjos e santos adornam as colunas laterais, adicionando uma camada de espiritualidade e hierarquia celestial.

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No topo do altar, um painel pintado retrata uma cena religiosa, possivelmente a deposição de Cristo da cruz ou uma representação da Virgem e dos santos, envolta por uma aura de luz que sugere santidade.

A luz natural que entra pela janela à direita ilumina suavemente o altar, criando um contraste entre as áreas douradas e as sombras, enquanto os azulejos decorativos na parede inferior, com padrões geométricos e florais, complementam a estética tradicional portuguesa.

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Este altar é um testemunho da rica tradição religiosa e artística de Portugal, especialmente na região de Trás-os-Montes, conhecida pelas suas igrejas barrocas.

A talha dourada simboliza a glória divina e a riqueza espiritual, um recurso comum nas igrejas portuguesas para honrar a fé e atrair os fiéis.

A presença de Jesus crucificado e de Nossa Senhora das Dores evoca o núcleo da narrativa cristã: o sacrifício de Cristo e o sofrimento de Maria, que se tornaram ícones de redenção e compaixão.

Juntos, representam a Paixão de Cristo, um tema central na liturgia católica, especialmente durante a Quaresma e a Semana Santa.

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A luz que penetra pela janela pode ser interpretada como um símbolo de esperança ou da presença divina, iluminando o altar como um farol de fé num meio carregado de penumbra.

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Os azulejos, típicos da cultura portuguesa, ligam a obra ao património local, refletindo a identidade cultural de Vila Frade e Chaves.

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 A assinatura de Mário Silva no canto inferior direito sugere uma valorização pessoal do fotógrafo por esta peça de devoção e arte, capturando não apenas a beleza visual, mas também a profundidade espiritual do local.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva transcende a mera representação visual, oferecendo uma janela para a história, a fé e a arte de uma comunidade.

O altar lateral da igreja Matriz de Santa Marta é mais do que um objeto decorativo; é um espaço de contemplação, onde a dor, a glória e a esperança se entrelaçam, preservadas pela lente sensível do fotógrafo.

 

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
23
Mar25

O Adeus Dourado de Avelelas (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

O Adeus Dourado de Avelelas

(Águas Frias – Chaves – Portugal)

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O sol, pintor divino, tinge o céu de Avelelas com pinceladas de ouro e púrpura.

Na quietude da tarde, a Igreja de Nossa Senhora da Natividade ergue-se como um farol de fé, testemunha silenciosa da passagem do tempo.

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O campanário, outrora eco de preces e chamados, agora serve de portal para a luz poente.

Os raios solares, como mensageiros celestiais, deslizam pelas pedras gastas, beijando-as com um brilho suave.

A luz dança, brinca com as sombras, e por um instante, o tempo parece suspender-se.

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A povoação de Avelelas, aninhada no vale, observa o espetáculo com reverência.

As casas de pedra, com as suas telhas de barro, refletem o dourado do sol, como se também elas quisessem participar da despedida.

O ar, outrora vibrante com o burburinho do dia, agora acalma-se, embalado pela melodia silenciosa do crepúsculo.

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A fotografia de Mário Silva captura este momento mágico, eternizando a despedida do sol e a serenidade de Avelelas.

A imagem transcende o visível, convidando-nos a contemplar a beleza da simplicidade, a magia da luz e a eternidade da fé.

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No silêncio da noite que se aproxima, Avelelas guarda a memória do sol poente, a promessa de um novo amanhecer, e a certeza de que a luz divina sempre encontrará um caminho, seja através do campanário de uma igreja, seja no coração dos que ali habitam.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
16
Mar25

A Capela de São Miguel - Sobreira (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

A Capela de São Miguel

Sobreira (Águas Frias – Chaves – Portugal)

16Mar DSC07821_ms

A capela de São Miguel, em Sobreira, Águas Frias, Chaves, ergue-se como um testemunho da fé e da história, capturada com maestria pelo olhar de Mário Silva.

A imagem transporta-nos para um lugar de serenidade, onde o tempo parece ter abrandado o seu ritmo.

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A capela, com a sua arquitetura simples e austera, construída em granito, irradia uma beleza intemporal.

As pedras, desgastadas pelo tempo, contam histórias de gerações que ali encontraram refúgio e conforto espiritual.

O telhado de telha vermelha, com a sua tonalidade quente, contrasta com o cinzento da pedra, criando um jogo de cores que encanta o olhar.

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A torre sineira, com o seu campanário coroado por cruzes de pedra, ergue-se como um farol de esperança, guiando os fiéis e anunciando os momentos de oração.

A porta de madeira, com a sua simplicidade, convida à entrada, a um espaço de paz e introspeção.

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A vegetação exuberante, que abraça a capela, confere-lhe um ar de frescura e vitalidade.

As árvores, com as suas folhas verdes, contrastam com o céu azul, criando uma atmosfera de tranquilidade e harmonia.

O muro de pedra, que delimita o espaço da capela, protege-a do mundo exterior, criando um refúgio de paz e serenidade.

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Nesta imagem, Mário Silva captura a essência da capela de São Miguel, um lugar de fé e história, onde a beleza da arquitetura se funde com a serenidade da natureza.

A luz suave, que banha a cena, realça a beleza dos detalhes, convidando à contemplação e à reflexão.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
23
Fev25

“A igreja e a sua importância"


Mário Silva Mário Silva

“A igreja e a sua importância"

23Fev DSC00472_ms

A Igreja desempenha um papel fundamental na vida das comunidades rurais de Trás-os-Montes, tanto do ponto de vista arquitetónico, como cultural, social e religioso.

A fotografia de Mário Silva capta essa essência ao destacar uma igreja típica da região, inserida na paisagem natural e refletindo a importância histórica desses edifícios para o povo transmontano.

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As igrejas rurais de Trás-os-Montes apresentam um estilo arquitetónico tradicional, muitas vezes marcado por influências barrocas e românicas.

A igreja na imagem tem uma estrutura simples, com paredes brancas e um telhado de telha avermelhada, características comuns nas construções religiosas do interior português.

A torre sineira, com arcos bem definidos e uma cruz no topo, simboliza a presença divina e a ligação entre o céu e a terra.

O relógio na fachada reforça a sua função como ponto central da aldeia, regulando o tempo e a vida dos moradores.

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A Igreja é mais do que um edifício religioso; é um marco identitário para as comunidades rurais.

Ao longo dos séculos, esses templos foram espaços de celebração, memória e tradição.

As festividades religiosas, como as festas em honra dos santos padroeiros, romarias e procissões, reúnem os habitantes e descendentes da terra, reforçando os laços culturais e perpetuando as tradições locais.

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Além de local de culto, a Igreja é um ponto de encontro e convivência.

Em muitas aldeias transmontanas, é junto à Igreja que se realizam as principais interações sociais, desde reuniões comunitárias a eventos festivos.

Para uma população que historicamente enfrentou isolamento geográfico e dificuldades socioeconómicas, a Igreja sempre representou um espaço de união, onde os moradores partilham alegrias e tristezas.

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A fé tem um papel central na vida das populações rurais de Trás-os-Montes.

A Igreja representa a espiritualidade e a devoção do povo, sendo o local onde ocorrem os momentos mais importantes da vida comunitária, como batismos, casamentos e funerais.

Para muitos, a igreja é um refúgio espiritual, um espaço de oração e esperança, onde encontram conforto e orientação.

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Como conclusão, a Igreja, como a representada na fotografia de Mário Silva, é um símbolo de resistência e continuidade.

Em Trás-os-Montes, ela permanece como um elo entre o passado e o presente, refletindo a fé, a cultura e a identidade de um povo profundamente ligado às suas raízes e tradições.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
21
Fev25

“Pormenor da fachada da Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo” (Porto – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

“Pormenor da fachada da Igreja da Venerável

Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo”

(Porto – Portugal)

21Fev DSC08966_ms

A fotografia " Pormenor da fachada da Igreja do Carmo" de Mário Silva captura um detalhe arquitetónico desta joia do barroco e rococó situada no Porto, Portugal.

A Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, construída entre 1756 e 1768, sendo o projeto do arquiteto José Figueiredo Seixas, reflete o esplendor artístico e religioso do século XVIII.

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A imagem destaca uma escultura em pedra no topo da fachada da igreja, provavelmente representando São Lucas, tradicionalmente associado ao touro, seu símbolo iconográfico.

A figura esculpida segura um livro e um instrumento de escrita, remetendo à sua identidade como evangelhista.

O contraste entre a textura da pedra envelhecida e o céu azul cria uma composição visualmente impactante, ressaltando a riqueza ornamental da igreja.

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A igreja é um dos exemplos mais notáveis do rococó no Porto.

A sua fachada apresenta elementos típicos desse estilo, como curvas dinâmicas, ornamentos exuberantes e uma sensação de movimento nas esculturas e relevos.

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A escultura destacada na fotografia faz parte de um conjunto mais amplo que adorna a igreja, incluindo representações de santos e símbolos religiosos esculpidos em granito.

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Embora não visível na imagem, um dos elementos mais famosos da Igreja do Carmo é o seu grandioso painel lateral de azulejos, instalado em 1912, representando cenas da fundação da Ordem Carmelita.

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O interior da igreja mantém o luxo do barroco, com altares em talha dourada, pinturas e elementos decorativos detalhados.

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A fotografia de Mário Silva consegue capturar a essência do esplendor artístico da Igreja do Carmo, focando-se num detalhe muitas vezes ignorado pelo olhar casual.

A escolha do ângulo e da iluminação realça as texturas da pedra e a expressividade da escultura, enquanto o céu limpo ao fundo confere profundidade à imagem.

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Esta abordagem fotográfica convida o observador a refletir sobre a grandiosidade dos edifícios históricos e o seu papel na identidade cultural.

A preservação deste património é fundamental para manter viva a memória artística e religiosa do Porto.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Fev25

"A Torre Sineira e o Relógio de Sol no Pináculo"


Mário Silva Mário Silva

"A Torre Sineira e o Relógio de Sol no Pináculo"

09Fev DSC06501_ms

A fotografia de Mário Silva captura a majestosa torre sineira da igreja em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem focaliza a parte superior da torre, onde se encontram os sinos e um relógio de sol.

O céu azul intenso serve como pano de fundo, contrastando com a tonalidade clara da pedra da torre.

A torre, com suas linhas retas e formas geométricas, contrasta com a organicidade das plantas que crescem ao seu redor.

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A composição é vertical, com a torre ocupando a maior parte da imagem.

A perspetiva adotada permite apreciar a altura e a imponência da construção.

A linha diagonal da escada que leva ao relógio de sol conduz o olhar do observador para o topo da torre.

A luz natural incide sobre a torre, criando sombras que acentuam a textura da pedra.

A paleta de cores é limitada, com predominância de tons de cinza, branco e azul, que evocam a sensação de serenidade e espiritualidade.

A torre sineira e o relógio de sol são símbolos carregados de significado.

A torre, com seus sinos, representa a fé e a comunidade.

O relógio de sol, por sua vez, simboliza a passagem do tempo e a relação do homem com a natureza.

A fotografia captura a essência da cultura rural portuguesa, onde a igreja desempenhava um papel central na vida da comunidade.

A torre sineira e o relógio de sol eram pontos de referência para os habitantes da aldeia, marcando o tempo e convocando a comunidade para as celebrações religiosas.

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Os sinos marcavam as horas, as festas religiosas e os eventos importantes da comunidade.

Os sinos convocavam os fiéis para as missas e outras celebrações religiosas.

A torre sineira era um elemento identitário da aldeia, visível a grande distância.

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O relógio de sol permitia aos habitantes da aldeia determinar a hora solar, fundamental para a organização das atividades agrícolas e domésticas.

O relógio de sol era uma constante lembrança da passagem do tempo e da importância de aproveitar cada momento.

O relógio de sol estabelecia uma ligação direta entre o homem e a natureza, mostrando a influência do sol sobre o tempo.

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Em resumo, a fotografia "A Torre Sineira e o Relógio de Sol no Pináculo" de Mário Silva é um testemunho da importância da religião e da tradição na vida das comunidades rurais.

A imagem, com a sua composição harmoniosa e a sua simbologia rica, convida-nos a refletir sobre o papel da arquitetura religiosa na construção da identidade cultural de uma comunidade.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Fev25

"A aldeia transmontana de Águas Frias, em 2008"


Mário Silva Mário Silva

"A aldeia transmontana de Águas Frias, em 2008"

08Fev DSC04393_ms

A fotografia de Mário Silva, capturada em 2008, apresenta-nos uma visão aérea da aldeia transmontana de Águas Frias.

A imagem revela a típica arquitetura rural portuguesa, com casas de pedra e telhado de telha, agrupadas em torno de uma igreja.

A paisagem é marcada pela rusticidade e pela simplicidade, com campos cultivados e árvores pontuando o horizonte.

A ausência de grandes construções e a predominância de edifícios de pequena dimensão evocam um sentimento de tranquilidade e de vida comunitária.

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A composição da fotografia é equilibrada, com a aldeia ocupando o centro da imagem.

A perspetiva aérea permite uma visão abrangente da localidade, destacando a sua integração na paisagem natural.

A linha do horizonte divide a imagem em duas partes, criando uma sensação de profundidade.

A luz natural incide sobre a aldeia, criando sombras que acentuam a textura das paredes de pedra e a volumetria dos edifícios.

A paleta de cores é marcada pela sobriedade dos tons de terra, que evocam a sensação de rusticidade e de enraizamento no solo.

A aldeia representa um modo de vida tradicional, marcado pela proximidade com a natureza e pela forte ligação à terra.

A imagem da aldeia, com as suas casas agrupadas em torno da igreja, evoca um sentimento de comunidade e de pertença.

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Passados 17 anos desde o registo fotográfico de Mário Silva, é natural questionar se a aldeia de Águas Frias se manteve inalterada.

A fotografia captura um momento específico no tempo, mas a realidade é dinâmica e as comunidades rurais estão sujeitas a constantes transformações.

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A população da aldeia envelheceu consideravelmente, com um decréscimo radical do número de habitantes mais jovens.

Muitas casas antigas podem ter sido abandonadas, devido ao êxodo rural e à falta de manutenção.

A paisagem circundante pode ter sofrido alterações, devido à intensificação da agricultura ou a outras atividades humanas.

Algumas casas podem ter sido modernizadas ou ampliadas, adaptando-se às necessidades da vida contemporânea.

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O que pode ter levado à estagnação ou pouca mudança na aldeia?

Várias razões podem explicar a aparente estagnação da aldeia de Águas Frias:

- A localização remota da aldeia pode dificultar o acesso a serviços e infraestruturas, limitando as possibilidades de desenvolvimento.

- O envelhecimento da população pode levar a uma diminuição da atividade económica e a uma menor capacidade de investimento na melhoria das condições de vida.

A ausência de políticas públicas direcionadas para o desenvolvimento das zonas rurais pode dificultar a fixação de população e a criação de novas oportunidades económicas.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva é um documento valioso que nos permite compreender a realidade de uma aldeia transmontana no início do século XXI.

A comparação desta imagem com a realidade atual permite-nos refletir sobre as transformações ocorridas nas zonas rurais e sobre os desafios que estas comunidades enfrentam.

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Passaram-se 17 anos e quase nada mudou.

Porque será?

Os que encontrarem diferenças com a atualidade, por favor, mencionem as diferenças e qualifiquem-nas: se foram melhores, piores ou tudo ficou na mesma.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
26
Jan25

"Igreja transmontana" - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"Igreja transmontana"

Águas Frias - Chaves - Portugal

19Jan DSC00317_ms

A fotografia de Mário Silva captura a beleza e a serenidade de uma típica igreja rural transmontana, localizada em Águas Frias, Chaves.

A imagem, com a sua composição cuidadosa e paleta de cores harmoniosa, convida o observador a uma reflexão sobre a importância da fé e da tradição na vida das comunidades rurais.

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A fotografia apresenta uma perspetiva frontal da igreja, com a fachada principal destacando-se contra um céu nublado.

A igreja, de pequenas dimensões e linhas simples, é construída em pedra e apresenta um campanário com dois sinos.

A porta de entrada, em madeira, é ladeada por duas colunas e sobreposta por um frontão triangular.

A vegetação circundante, com árvores de folha caduca, confere à imagem um ar melancólico e introspetivo.

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A composição é equilibrada, com a igreja ocupando o centro da imagem e a vegetação servindo como enquadramento.

A linha diagonal formada pelo telhado da igreja e pelas árvores cria uma sensação de profundidade e conduz o olhar do observador para o ponto focal da imagem.

A luz natural, suave e difusa, envolve a cena, criando uma atmosfera serena e contemplativa.

As sombras suaves e alongadas contribuem para a sensação de profundidade e tridimensionalidade da imagem.

A paleta de cores é predominantemente quente, com tons de terra e ocre, que evocam a sensação de antiguidade e tradição.

A pedra da igreja, com as suas tonalidades envelhecidas, contrasta com o verde da vegetação, criando um efeito visual interessante.

A fotografia apresenta uma grande profundidade de campo, permitindo que todos os elementos da imagem estejam nítidos, desde o primeiro plano até ao fundo.

A escolha do diafragma e da velocidade do obturador permitiu capturar a textura da pedra e a atmosfera do local.

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São Pedro, o apóstolo a quem Jesus confiou as "chaves do Reino dos Céus", ocupa um lugar central na fé católica.

Considerado o primeiro Papa, é venerado como o patrono dos pescadores, dos arquitetos, dos carpinteiros e dos prisioneiros.

A escolha de São Pedro como orago desta igreja reflete a importância da fé católica na vida das comunidades rurais e a crença na proteção divina.

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A atmosfera serena da fotografia, com a igreja isolada no campo, transmite uma sensação de paz e tranquilidade.

A igreja, com a sua arquitetura simples e a sua história secular, evoca um sentimento de respeito e admiração pelo passado.

A igreja, integrada na paisagem natural, estabelece uma conexão entre o homem e a natureza.

A igreja, como lugar de culto, evoca sentimentos de espiritualidade e fé.

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Em resumo, a fotografia de Mário Silva captura a beleza e a importância histórica da igreja de São Pedro em Águas Frias.

Através de uma composição cuidadosa e de uma paleta de cores harmoniosa, o fotógrafo convida o observador a uma reflexão sobre a fé, a tradição e a importância da preservação do património cultural.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
19
Jan25

"São Mário" - Mário Silva (AI)


Mário Silva Mário Silva

"São Mário"

Mário Silva (AI)

19Jan S.Mário 4

A obra "São Mário" retrata o santo, de forma imponente e detalhada, com uma composição que remete à iconografia religiosa tradicional.

A figura principal, um homem maduro com uma barba grisalha e semblante sereno, carrega um semblante que evoca santidade e dignidade.

Ele segura duas crianças: uma nos braços e a outra pela mão.

O fundo da pintura é decorado com elementos ornamentais de inspiração barroca, como flores e arabescos dourados, que conferem riqueza à obra.

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As aureolas douradas são um indicativo de santidade, presente sobre as cabeças de São Mário e dos seus dois filhos.

A cruz dourada, nas mãos de São Mário, simboliza o seu martírio e fé cristã.

As flores e ornamentos são associados à pureza e virtude.

As crianças simbolizam a família e os valores cristãos que São Mário defendeu.

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Mário Silva utiliza uma abordagem contemporânea para evocar a estética religiosa clássica, mesclando o realismo na expressão facial e vestimenta do santo com a simbologia tradicional da arte sacra.

O uso de cores suaves (azul, dourado, branco) cria uma atmosfera celestial e reverente.

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A obra sugere uma busca por espiritualidade e transcendência, mas ao mesmo tempo reflete um caráter humanista, dado o foco na figura paterna e na relação com as crianças.

A harmonia entre tradição e inovação é evidente, tornando a pintura acessível tanto para apreciadores da arte sacra clássica quanto para aqueles que buscam abordagens modernas.

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São Mário, juntamente com a sua esposa Marta e seus filhos Audifax e Abacuc, é venerado como um mártir na Igreja Católica.

Segundo a tradição, eles eram cristãos persas que viajaram a Roma durante o reinado do imperador Cláudio II (século III), com o objetivo de visitar os túmulos de santos e ajudar os cristãos perseguidos.

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São Mário e a sua família foram martirizados por se recusarem a renunciar à fé cristã.

Eles foram torturados e executados, provavelmente decapitados, por ordem imperial.

O martírio foi considerado um testemunho de fé inabalável, motivo pelo qual foram canonizados pela Igreja Católica.

A festa litúrgica de São Mário é celebrada em 19 de janeiro.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Jan25

"A Igreja de São João Batista de Cimo de Vila da Castanheira"


Mário Silva Mário Silva

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"A Igreja de São João Batista

de Cimo de Vila da Castanheira"

12Jan DSC05543

A fotografia de Mário Silva captura a essência da Igreja de São João Batista de Cimo de Vila da Castanheira, um monumento nacional de grande valor histórico e arquitetónico.

A imagem revela a simplicidade e a solidez da construção românica, destacando os elementos mais característicos deste estilo arquitetónico.

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A fotografia apresenta uma perspetiva frontal da igreja, com a torre sineira à esquerda e o corpo principal à direita.

A construção em pedra, com tonalidades quentes e envelhecidas, contrasta com o telhado de telha vermelha.

A porta principal, com arco de volta inteira, é o elemento central da fachada, convidando o observador a entrar no interior do templo.

A vegetação circundante, com tons outonais, adiciona um toque de romantismo à imagem.

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A composição é equilibrada, com a igreja a ocupar o centro da imagem e a vegetação servindo como enquadramento.

A linha diagonal formada pelo telhado da igreja e pela vegetação cria uma sensação de profundidade e conduz o olhar do observador para o ponto focal da imagem.

A luz natural, suave e difusa, envolve a cena, criando uma atmosfera serena e contemplativa.

As sombras suaves e alongadas contribuem para a sensação de profundidade e tridimensionalidade da imagem.

A paleta de cores é predominantemente quente, com tons de terra e ocre, que evocam a sensação de antiguidade e tradição.

O contraste entre a pedra da igreja e o telhado vermelho cria um efeito visual interessante.

A fotografia apresenta uma grande profundidade de campo, permitindo que todos os elementos da imagem estejam nítidos, desde o primeiro plano até ao fundo.

A escolha do diafragma e da velocidade do obturador permitiu capturar a textura da pedra e a atmosfera do local.

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A utilização da pedra como material de construção é uma característica marcante do estilo românico.

A porta principal, com arco de volta inteira, é um elemento típico da arquitetura românica, conferindo à igreja uma sensação de solidez e robustez.

As linhas simples e as formas geométricas são características marcantes do estilo românico, que se manifesta na ausência de ornamentos excessivos.

A torre, com as suas características defensivas, evidencia a importância das igrejas românicas como refúgios em tempos de guerra.

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A fotografia evoca uma série de emoções e sensações no observador:

- A atmosfera serena da fotografia, com a igreja isolada no campo, transmite uma sensação de paz e tranquilidade.

- A igreja, com a sua arquitetura imponente e a sua história milenar, evoca um sentimento de respeito e admiração pelo passado.

- A igreja, integrada na paisagem natural, estabelece uma conexão entre o homem e a natureza.

-  A igreja, como lugar de culto, evoca sentimentos de espiritualidade e fé.

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Em resumo, a fotografia de Mário Silva captura a beleza e a importância histórica da Igreja de São João Batista de Cimo de Vila da Castanheira.

Através de uma composição cuidadosa e de uma paleta de cores harmoniosa, o fotógrafo convida o observador a uma viagem no tempo, permitindo-lhe apreciar a riqueza do património cultural português.

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Texto & Fotofrafia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Jan25

"Aldeia à noite" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

Aldeia à noite

07Jan DSC00276 (2)_ms

A fotografia "Aldeia à noite" de Mário Silva captura a essência da pequena aldeia transmontana de Águas Frias, Chaves, Portugal, sob a luz crepuscular.

A imagem apresenta uma composição harmoniosa, com as casas aglomeradas em torno de uma colina, onde se destaca a torre da igreja.

Os telhados de telha de barro, em tons quentes, contrastam com o céu noturno, pintado em tons de azul e cinza.

A iluminação artificial, proveniente dos postes de luz e das janelas das casas, cria um efeito aconchegante e acolhedor.

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A composição é equilibrada, com a aldeia a ocupar o centro da imagem e o céu noturno servindo como pano de fundo.

A linha do horizonte divide a imagem em duas partes, criando uma sensação de profundidade. A torre da igreja, como ponto mais alto, atrai o olhar do observador e confere um senso de verticalidade à composição.

A paleta de cores é predominantemente quente, com os tons de laranja e vermelho da iluminação artificial contrastando com o azul frio do céu.

Essa combinação de cores cria uma atmosfera acolhedora e convidativa.

A luz desempenha um papel fundamental na fotografia, criando uma atmosfera mágica e envolvente.

A iluminação artificial, juntamente com a luz natural do crepúsculo, confere à imagem uma profundidade e um realismo únicos.

A fotografia apresenta uma grande profundidade de campo, permitindo que todos os elementos da imagem estejam nítidos, desde o primeiro plano até ao fundo.

A escolha do diafragma e da velocidade do obturador permitiu capturar a beleza da luz crepuscular e a atmosfera da noite.

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A fotografia "Aldeia à noite" evoca uma série de emoções e sensações no observador.

A ausência de movimento e a iluminação suave criam uma atmosfera de calma e tranquilidade. A aldeia, adormecida sob a noite, transmite uma sensação de paz e serenidade.

A imagem evoca um sentimento de pertença e nostalgia.

A aldeia, com as suas luzes acesas, representa um lugar de acolhimento e de raízes.

A transição do dia para a noite simboliza a passagem do tempo e a renovação.

A aldeia, adormecida sob a noite, parece estar num estado de repouso, pronta para um novo dia.

A atmosfera noturna, com a névoa e a iluminação suave, confere à imagem um toque de mistério e magia.

A torre da igreja, iluminada, parece vigiar sobre a aldeia.

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Em resumo, a fotografia "Aldeia à noite" de Mário Silva é uma obra que captura a beleza e a poesia da vida rural portuguesa.

Através de uma composição cuidadosa e de uma paleta de cores harmoniosa, o fotógrafo convida o observador a uma viagem no tempo e no espaço, transportando-o para uma aldeia adormecida sob a luz das estrelas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Jan25

"O Reflexo" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

"O Reflexo"

Mário Silva

02Jan DSC08929_ms

A fotografia "O Reflexo" de Mário Silva apresenta uma imagem serena e contemplativa.

O elemento central é o reflexo invertido de uma igreja com um campanário, espelhado na superfície calma de um tanque.

A igreja, com as suas linhas simples e brancas, contrasta com a tonalidade escura e turva da água, criando um efeito visualmente impactante.

A vegetação circundante, com as suas formas suaves e desfocadas, adiciona um toque de mistério e profundidade à cena.

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A composição da fotografia é cuidadosamente equilibrada.

O reflexo da igreja ocupa o centro da imagem, criando um eixo vertical que divide a fotografia em duas partes simétricas.

Essa simetria evoca um senso de harmonia e equilíbrio.

A luz natural, suave e indireta, envolve a cena, criando uma atmosfera tranquila e quase espiritual.

A ausência de sombras duras contribui para a sensação de paz e serenidade.

A paleta de cores é limitada, com predominância de tons de cinza, branco e preto.

Essa escolha cromática reforça a atmosfera contemplativa e introspetiva da fotografia.

A fotografia parece ter sido capturada com uma grande profundidade de campo, o que permite que todos os elementos da imagem estejam nítidos, desde o primeiro plano até ao fundo.

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A fotografia "O Reflexo" pode ser interpretada de diversas maneiras, dependendo da sensibilidade de cada observador.

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O título da fotografia, "O Reflexo", convida o observador a uma reflexão interior.

A imagem espelhada da igreja pode ser vista como um símbolo da nossa própria alma, refletida nas águas da consciência.

A atmosfera serena da fotografia evoca sentimentos de calma e tranquilidade.

A igreja, um lugar de culto e oração, reforça essa interpretação.

A presença da água e da vegetação estabelece uma conexão entre o homem e a natureza.

A igreja, construída pelo homem, integra-se harmoniosamente no ambiente natural.

A imagem da igreja refletida na água pode sugerir a passagem do tempo e a preservação da memória.

A igreja, como testemunha do passado, continua a existir, mesmo que de forma refletida.

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Em resumo, a fotografia "O Reflexo" de Mário Silva é uma obra poética e introspetiva que convida o observador a uma jornada interior.

Através de uma composição cuidadosa e de uma paleta de cores limitada, o artista cria uma atmosfera de tranquilidade e serenidade, convidando-nos a refletir sobre a nossa própria existência e a nossa conexão com o mundo natural.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
29
Dez24

“O Menino Jesus de Praga”  - Igreja de Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

“O Menino Jesus de Praga” 

Igreja de Águas Frias - Chaves - Portugal

29Dez DSC09543_ms

A fotografia de Mário Silva “O Menino Jesus de Praga” capta uma imagem marcante da estátua do Menino Jesus de Praga, exposta em destaque no vértice do altar-mor da igreja paroquial de Águas Frias, Chaves, Portugal.

A composição centra-se numa estátua de uma criança, adornada com um manto branco imaculado apertado com um cinto dourado, no topo dum globo decorado com estrelas.

Este posicionamento celestial imediatamente chama a atenção do observador para o significado da estátua dentro da igreja.

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A postura e os acessórios da estátua são ricos em simbolismo.

O Menino Jesus é representado a segurar uma cruz, uma representação poderosa da fé cristã e do sacrifício.

Cercando a cabeça da Menino está uma auréola, um elemento artístico tradicional que significa divindade e santidade.

Esses detalhes, cuidadosamente capturados por Mário Silva, enfatizam a importância religiosa da estátua e o seu papel como ponto focal para o culto dentro da igreja.

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O uso da iluminação na fotografia por Silva é particularmente digno de nota.

Embora as técnicas específicas de iluminação não sejam detalhadas nas informações disponíveis, é provável que o fotógrafo tenha empregue uma iluminação cuidadosa para destacar as características da estátua.

O manto branco do Menino Jesus refletiria naturalmente a luz, criando um efeito luminoso que chama a atenção para a figura e a separa do ambiente potencialmente mais escuro do interior da igreja.

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O posicionamento da estátua no topo do altar-mor é um elemento crucial da composição.

Esta colocação elevada não só reflete o significado espiritual da estátua, mas também cria uma hierarquia visual dentro da igreja.

Paroquianos e visitantes naturalmente levantariam o olhar para ver o Menino Jesus, reforçando o seu papel como objeto de veneração e foco central do espaço sagrado.

A fotografia de Mário Silva provavelmente captura essa perspetiva ascendente, enfatizando a presença imponente da estátua na igreja.

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A fotografia de Mário Silva “O Menino Jesus de Praga” capta magistralmente a essência da estátua do Menino Jesus de Praga, mostrando o seu profundo significado artístico e religioso no contexto de uma igreja rural transmontana.

A habilidade do fotógrafo na composição e iluminação eleva a estátua de um mero artefato religioso a um poderoso símbolo de fé e devoção, ressoando profundamente com a comunidade local e a tradição católica mais ampla.

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As técnicas artísticas empregues por Mário Silva destacam os elementos simbólicos da estátua.

O manto branco, simbolizando pureza e divindade, é acentuado através de uma iluminação cuidadosa, criando um efeito luminoso que atrai o olhar do observador.

O cinto de ouro, representando a realeza e o poder, provavelmente brilha na fotografia, adicionando um toque de brilho celestial.

O globo decorado com estrelas sobre o qual a criança está, simboliza o Seu domínio sobre o mundo, enquanto a cruz na Sua mão e a auréola em torno da Sua cabeça reforçam a Sua natureza divina e papel sacrificial.

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No contexto da igreja rural da aldeia transmontana, a fotografia assume camadas adicionais de significado.

Capta não apenas um ícone religioso, mas um ponto focal de fé e identidade comunitária.

A posição de destaque da estátua no topo do altar-mor, tal como retratada na obra de Mário Silva, sublinha a sua importância na vida espiritual diária dos aldeões.

Serve como recordação constante da presença e da proteção divinas, particularmente pungente num meio rural onde a fé desempenha frequentemente um papel central na coesão comunitária.

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A fotografia de Mário Silva também comunica a natureza intemporal da devoção religiosa.

Ao captar esta representação secular do Menino Jesus num meio contemporâneo, o fotógrafo faz a ponte entre passado e presente, destacando a relevância duradoura de tais símbolos na prática espiritual moderna.

A imagem provavelmente ressoa com os observadores evocando um senso de continuidade com as tradições históricas e, ao mesmo tempo, apresentando a estátua como uma parte viva e vibrante da vida religiosa atual.

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O Menino Jesus de Praga, uma estátua reverenciada na tradição católica, tem um rico fundo histórico que abrange vários séculos.

Embora as origens exatas da estátua original não sejam consensuais, é amplamente conhecido que a devoção ao Menino Jesus de Praga começou no século XVII.

A estátua, representando o menino Jesus em trajes reais, tornou-se um importante símbolo de fé e devoção para os católicos em todo o mundo.

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A aparência icónica da estátua, conforme descrito em várias fontes, apresenta o menino Jesus vestindo um manto branco simbolizando a pureza, apertado com um cinto dourado representando a realeza.

De pé no topo de um globo decorado com estrelas, o menino Jesus segura uma cruz, significando o Seu sacrifício futuro, enquanto uma auréola circunda a Sua cabeça, denotando a Sua natureza divina.

Estes elementos combinam-se para criar uma poderosa representação visual da natureza dual de Cristo como humana e divina.

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A difusão da devoção ao Menino Jesus de Praga é um testemunho do seu significado espiritual.

Embora detalhes específicos da sua divulgação global não sejam conhecidos, sabe-se que a devoção chegou às comunidades católicas em todo o mundo.

Esta adoção generalizada fala do apelo universal da imagem do Menino Jesus e da sua capacidade de ressoar com diversas culturas e tradições dentro da fé católica.

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Para os crentes católicos modernos, o Menino Jesus de Praga tem um profundo significado espiritual.

A estátua serve como uma lembrança tangível da encarnação de Cristo e do mistério de Deus se tornando homem.

Encoraja os crentes a aproximarem-se da sua fé com confiança e simplicidade infantis, ao mesmo tempo que reconhecem o poder e a majestade de Cristo, mesmo na sua infância.

A imagem do menino Jesus segurando uma cruz prenuncia o  Seu sacrifício futuro, ligando a alegria do Seu nascimento com a solenidade da Sua crucificação.

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Hoje, o Menino Jesus de Praga continua a ser uma fonte de conforto, esperança e inspiração para os católicos de todo o mundo.

Muitos crentes associam a estátua a milagres e respondem a orações, particularmente em momentos de necessidade ou crise.

A popularidade duradoura desta devoção demonstra a sua capacidade de se adaptar às mudanças dos tempos, mantendo o seu significado espiritual central, oferecendo uma ponte entre as tradições católicas históricas e as práticas de fé contemporâneas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
26
Dez24

O Milagre da Aldeia Esquecida


Mário Silva Mário Silva

O Milagre da Aldeia Esquecida

26Dez 08a2e113ed1d9a97848223e13433ae43

Na pequena aldeia de Águas Frescas, aninhada entre colinas verdejantes do interior de Portugal, o Natal de 1994 prometia ser como tantos outros.

As casas de pedra, testemunhas silenciosas de séculos de história, aglomeravam-se em torno do largo central, onde uma igreja antiga se erguia, imponente e acolhedora.

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A família Carriço preparava-se para mais um Natal modesto.

Maria, a matriarca, acendia velas na janela, uma tradição quase esquecida que a sua avó lhe ensinara.

O seu marido, António, cortava lenha para a lareira, enquanto os filhos, João e Ana, decoravam um pequeno pinheiro com ornamentos feitos à mão, com “pratas” de chocolates eu foram colecionando durante todo o ano.

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Naquela tarde fria de dezembro, um forasteiro chegou à aldeia.

Manuel, um emigrante que partira há vinte anos para o Brasil, regressava à sua terra natal.

O seu rosto, marcado pelo tempo e pela saudade, iluminou-se ao reconhecer os contornos familiares da sua infância.

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Ao entrar na praça, Manuel sentiu o peso dos olhares curiosos.

Poucos o reconheceram, mas uma voz familiar quebrou o silêncio:

- Manuel? És mesmo tu?

Era Maria, sua amiga de infância.

O abraço que se seguiu foi caloroso, cheio de memórias e emoções há muito guardadas.

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-Vem - disse Maria - junta-te a nós para a ceia de Natal.

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À medida que a noite caía, a aldeia ganhava vida.

As velas nas janelas, uma tradição quase esquecida, começaram a brilhar uma a uma, como se a chegada de Manuel tivesse despertado antigas lembranças.

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Na casa dos Carriço, o jantar era simples, mas repleto de amor.

Manuel partilhou histórias das suas viagens, enquanto a família escutava, fascinada.

À meia-noite, os sinos da igreja tocaram, chamando os aldeões para a Missa do Galo.

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Ao saírem, foram surpreendidos por um espetáculo mágico.

Flocos de neve caíam suavemente, cobrindo a aldeia com um manto branco - algo que não acontecia há décadas.

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- Um milagre de Natal! - exclamou Ana, com os seus olhos brilhando de alegria.

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A praça encheu-se rapidamente.

Vizinhos que mal se falavam abraçavam-se, crianças riam e brincavam na neve, e até o velho Patrocínio, conhecido pelo seu temperamento difícil, sorria abertamente.

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Manuel, emocionado, olhou para Maria.

- Sabes - disse ele - passei anos a procurar um lugar para chamar de lar. Só agora percebo que ele sempre esteve aqui.

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Naquela noite, enquanto a neve continuava a cair, a aldeia de Águas Frescas redescobriu o verdadeiro espírito do Natal.

As tradições esquecidas foram revividas, velhas amizades renovadas, e um sentimento de comunidade, há muito adormecido, voltou a florescer.

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FELIZ e SANTO NATAL … para TODOS

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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