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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

21
Out25

Cogumelos (Lactarius decipiens)


Mário Silva Mário Silva

Cogumelos (Lactarius decipiens)

21Out DSC01903_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Cogumelos (Lactarius decipiens)", capta um grupo de pequenos cogumelos a emergir da cama da floresta.

O foco está nos corpos frutíferos, que possuem chapéus de cor bege-claro a salmão pálido, e as suas lâminas (estruturas debaixo do chapéu) são visíveis, dispostas de forma organizada.

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Os cogumelos parecem ser jovens, com os seus pés curtos e suaves.

O ambiente é de outono, com o chão coberto por folhas secas e detritos castanhos, que formam um contraste com a tonalidade clara dos cogumelos e alguns pequenos fios de relva verde que espreitam no fundo.

A luz suave e difusa realça as texturas do solo e a fragilidade dos cogumelos.

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A Vida Silenciosa do Reino Fúngico: A Jornada de um Cogumelo

A fotografia de Mário Silva, que nos mostra a delicadeza dos cogumelos (Lactarius decipiens) a surgir da terra, revela apenas a ponta do iceberg de um dos reinos mais fascinantes e essenciais da natureza: o Reino Fúngico.

A vida de um cogumelo é uma jornada discreta, mas de profunda importância para o equilíbrio de qualquer ecossistema.

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O Micélio: A Vida Invisível

A verdadeira "planta" do cogumelo não é o que vemos à superfície.

O corpo frutífero (o cogumelo em si) é apenas o órgão reprodutor.

O organismo vivo principal é o micélio, uma vasta rede subterrânea de filamentos finos chamados hifas.

Esta teia subterrânea pode estender-se por quilómetros quadrados, vivendo silenciosamente sob as nossas florestas, alimentando-se de matéria orgânica ou estabelecendo parcerias vitais com as árvores.

Para o Lactarius decipiens, assim como para muitos outros, o micélio é o centro de comando que passa a maior parte do ano a acumular energia e a decompor a folhagem da floresta.

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A Eclosão: O Corpo Frutífero

Quando as condições ambientais são perfeitas — geralmente humidade elevada e temperaturas amenas, típicas do outono —, o micélio decide que é hora de se reproduzir.

É neste momento que a energia acumulada se concentra e faz emergir, da terra, o corpo frutífero, o cogumelo que vemos na fotografia.

O propósito deste corpo é único: produzir e dispersar esporos, as sementes microscópicas que garantirão a continuidade da espécie.

O Lactarius decipiens, como indica o seu nome, pertence a um grupo conhecido por libertar um látex (líquido leitoso) quando cortado, um mecanismo de defesa ou um subproduto do seu metabolismo.

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O Papel Vital na Floresta

A importância do cogumelo para a floresta é inegável:

Decomposição: Muitos fungos são decompositores primários.

Eles quebram a matéria orgânica morta (folhas, troncos, detritos), reciclando os nutrientes essenciais e devolvendo-os ao solo.

Sem este processo, a vida vegetal seria rapidamente asfixiada.

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Simbiose (Micorrizas): Outros, como os que formam micorrizas, estabelecem uma relação simbiótica crucial com as raízes das árvores.

O fungo ajuda a árvore a absorver água e minerais, enquanto a árvore fornece açúcares produzidos pela fotossíntese ao fungo.

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A curta e colorida vida do cogumelo, que Mário Silva tão bem documenta, é uma chamada de atenção de que os organismos mais efémeros são, muitas vezes, os mais fundamentais para a saúde da nossa natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
03
Out25

Cogumelos (Lactarius aurantiacus)


Mário Silva Mário Silva

Cogumelos (Lactarius aurantiacus)

03Out DSC01984_ms

A fotografia de Mário Silva capta a beleza singela e a cor vibrante de dois cogumelos “Lactarius aurantiacus”.

No centro da imagem, um cogumelo adulto destaca-se, com o seu chapéu em tons de laranja intenso e o pé curvo e esguio da mesma cor.

Em primeiro plano, um cogumelo mais jovem, com o chapéu ainda fechado, adiciona profundidade à cena.

O foco seletivo no cogumelo principal realça a sua textura, enquanto o fundo desfocado, composto por folhas secas e relva, cria um contraste que faz com que os cogumelos se destaquem.

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O Reino Silencioso: A Importância dos Cogumelos e do “Lactarius aurantiacus” para a Biodiversidade

Muitas vezes, olhamos para as florestas e pensamos apenas em árvores e animais, esquecendo-nos do mundo silencioso e invisível que existe sob os nossos pés.

Os cogumelos, como o vibrante “Lactarius aurantiacus” fotografado por Mário Silva, não são apenas seres curiosos que brotam do solo; eles são engenheiros do ecossistema, essenciais para a saúde e a sustentabilidade da floresta.

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O Papel dos Cogumelos na Natureza

Os cogumelos são a parte visível de um organismo muito maior e mais complexo, o micélio, uma rede subterrânea de filamentos que se estende por vastas áreas.

Eles desempenham um papel crucial em várias funções ecológicas:

Decomposição: A função mais conhecida dos cogumelos é a de decompositores.

Eles quebram a matéria orgânica morta, como folhas, galhos e troncos de árvores.

Ao fazerem isso, libertam nutrientes essenciais de volta para o solo, onde podem ser absorvidos por outras plantas.

Sem os cogumelos, as florestas seriam rapidamente sufocadas pela matéria orgânica morta.

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Relações Simbióticas: Muitos cogumelos, incluindo o género “Lactarius”, formam relações de mutualismo com as árvores, num processo chamado micorriza.

As hifas do micélio ligam-se às raízes das árvores, e esta relação é uma troca benéfica para ambos.

O cogumelo ajuda a árvore a absorver água e nutrientes do solo, como o fósforo, que são de difícil acesso.

Em troca, a árvore fornece ao cogumelo os carboidratos produzidos pela fotossíntese.

Esta simbiose é tão importante que algumas árvores não conseguem sobreviver sem os seus parceiros fúngicos.

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O Lactarius aurantiacus

O “Lactarius aurantiacus” é um cogumelo comestível, embora o seu sabor seja amargo, o que faz com que seja pouco procurado na culinária.

O seu nome, que se traduz como "leite alaranjado", refere-se ao látex de cor alaranjada que liberta quando é cortado ou esmagado.

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Embora a sua principal contribuição não seja a culinária, ele é um componente importante da biodiversidade da floresta.

Ao participar de relações simbióticas com árvores e decompondo a matéria orgânica, o “Lactarius aurantiacus” contribui para o equilíbrio da floresta e ajuda a manter a sua vitalidade.

A sua cor intensa é uma chamada de atenção de que a vida na natureza vem em todas as formas, tamanhos e tons, e que cada um, mesmo o mais pequeno, desempenha um papel fundamental.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Out24

Tortulho (“Boletus aereus”)


Mário Silva Mário Silva

Tortulho

(“Boletus aereus”)

08Out DSC02675_ms

A fotografia de Mário Silva capta de forma precisa e esteticamente agradável a beleza do cogumelo “Boletus aereus”, popularmente conhecido como tortulho.

A profundidade de campo, com o foco nítido no cogumelo e o fundo ligeiramente desfocado, isola o sujeito e realça as suas características distintivas.

A luz natural, que incide suavemente sobre o chapéu do cogumelo, ressalta as suas tonalidades castanhas e a textura aveludada.

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O enquadramento da fotografia é outro ponto forte, com o cogumelo posicionado de forma central e rodeado por um ambiente natural que sugere o seu habitat.

A presença de ramos espinhosos no fundo acrescenta um toque de contraste e realça a forma arredondada e a textura do chapéu do cogumelo.

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O “Boletus aereus” desempenha um papel fundamental no ecossistema, estabelecendo relações simbióticas com árvores como o carvalho e a azinheira.

Através das suas hifas, o fungo explora o solo, absorvendo água e nutrientes que transfere para a árvore, facilitando o seu crescimento. Em troca, a árvore fornece ao fungo compostos orgânicos essenciais para a sua sobrevivência.

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Além da sua importância ecológica, o “Boletus aereus” é altamente valorizado na gastronomia pelo seu sabor intenso e textura firme.

É considerado um dos cogumelos silvestres mais apreciados e é utilizado em diversas preparações culinárias, desde simples acompanhamentos até pratos mais elaborados.

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Para ajudar na identificação correta deste cogumelo, é importante conhecer as suas principais características:

Chapéu: Arredondado, com a superfície aveludada e de cor castanho-escura, quase negra.

Poros: Pequenos e arredondados, inicialmente brancos e posteriormente adquirem tons amarelados.

Pé: Robusto, com forma de clava e coloração amarelada, com uma rede de veias mais escuras.

Carne: Branca e firme, com um ligeiro odor frutado.

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Observação: É fundamental ter em mente que a identificação de cogumelos silvestres requer conhecimento especializado, uma vez que existem espécies tóxicas que podem ser facilmente confundidas com o “Boletus aereus”.

Recomenda-se vivamente a consulta de um especialista em micologia ou a participação em atividades guiadas por pessoas experientes antes de consumir qualquer cogumelo silvestre.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva captura a beleza e a importância do “Boletus aereus”, um cogumelo que encanta tanto pela sua estética quanto pelo seu valor ecológico e gastronómico.

A imagem é um convite à exploração da natureza e à descoberta da rica biodiversidade que nos rodeia.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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