Um pote de três pés, de ferro, esquentando o caldo de frescos e tenros vegetais, cultivados na horta, ao lado e a lareira crepitando ao ritmo que consome a lenha de carvalho, pitada uns meses antes.
As labaredas bailarinas aquecem o caldo e o ambiente da casa, enquanto o ar gelado se faz sentir lá fora …
... o pote de 3 pés, em ferro, ao lume da lareira ...
... uma casa na Aldeia que já "viveu" o que tinha a "viver" ...
... um conjunto de fragas que já foi fonte e artisticamente composta numa altura em ainda haviam cantoneiros que tenham gosto em zelar pelas estradas e sua bermas ...
... pela rua 1º de Maio ...
... vacas pastando e aproveitando a erva fresca que a chuva fez crescer ...
A imagem foi capturada durante o incêndio entre Assureiras e Santo Estevão, mas infelizmente poderia ser de um outro qualquer por onde têm lavrado os inúmeros incêndios que destroem a nossa floresta e ...bens materiais e até infelizmente vidas humanas...
Esta é uma foto triste mas infelizmente, muito comum nestes últimos verões. Aproveito para louvar a ação destemida dos nossos bombeiros que arriscam a sua própria vida para salvar o que outros, por incúria, descuido ou "mão criminosa" tentam destruir.
Infelizmente Águas Frias não foi exceção à vaga de incêndios ...
Foi com nostalgia, tristeza e até "revolta" quando vi o resultado do incêndio que deflagrou nasa terras de Águas Frias.
Não tenho terrenos meus, mas isso não foi motivo para que se me apertasse o estômago ao ver aquilo que deveria estar verde se ter transformado em negro.
O negro é sinal de luto e ... a Natureza está de facto em luto ...
É triste ver os troncos dos carvalhos, castanheiros e outras árvores transformados em tições ... as giestas reduzidas a cinzas ... algumas vinhas queimadas ,,, tão próximo das vindimas ...
Uma coisa é dizer ... outra coisa é ver ... é triste e revoltante ...
Ai se eu apanhasse o pirómano ............
Foi um pouco reconfortante, no meio do negrume das cinzas, ver pequenas plantas que lutavam para renascer, contrastando com o seu verde no meio do negro.
Ao menos a Natureza luta sozinha contra os efeitos nefastos dos incêndios.
Embora a Natureza lute para se renovar é uma luta desigual, pois ela precizará de anos e até décadas para repôr o que o incêndio destruíu em instantes ...
Este é um tema triste mas real, a que não se deve fechar os olhos ( como por vezes a "Justiça", que em poucas horas devolve à liberdade, de forma impune, os autores da ignição dos incêndios).
Depois de um bom repasto, em família e amigos, e depois de dar tempo para uma digestão (difícil), a meio da tarde a festa profana, estava pronta ...
O grupo musical "Alturas" começa a dar os primeiros acordes de canções populares e bem ritmadas, convidando a um pezinho de dança.
Embora a tarde esteja quente, começaram a chegar ao largo da Junta de Freguesia, pequenos grupos das Gentes de Águas Frias, amigos e até forasteiros ...
O conjunto "Alturas" parecia estar à altura da alegria contida durante o resto do ano de trabalho.
Era quase necessário extravazar essa alegria e descontração.
Como é enevitável, uns dançam ... outros apreciam a música, ... outros, junto ao bar vão refrescando as goelas que a tarde de estio convida auma bebida fresca, aproveitando para conviver com amigos, alguns dos quais já não veem desde o ano passado.
Foi uma tarde animada e de confratrenização ....
O sol começa a descer rapidamente em direção à linha do horizonte, anunciando que a hora do jantar se aproximava. Mas a Festa ainda não tinha acabado ...
A lua apareceu no céu coberto de ponto luminosos, parecendo a imagem de um planetário ... Era hora do ponto forte das Festas - O arraial da noite.
As luzes do palco, já se piscavam, dando um colorido convidativo a uma noite de verdadeira animação.
O conjunto "Alturas" começou a debitar o seu vasto reportório de musica animada e as pessoas foram chegando, de tal maneira que o recinto se encheu de gente.
Tudo estava pronto para um serão animado, descontraído ... não tardando que o largo se enchesse de pares e grupos de "dançarinos" que sincronizavam os seus passes com o ritmo da música.
Toda esta animação continuou ... até que cerca da meia noite, a Comissão de Festas, brindou todos os presentes e mesmo as povoações vizinhas, com um longo e magnifico fogo de artifício.
Foi ver todos de nariz espetado para o céu admirando com ar estupefacto e admirado o brilhar dos pontos coloridos, apresentando variadas formas e conjuntos de cores que faziam delirar quem o admirava.
Foi um espetáculo de pirotecnia de grande qualidade que não deixou ninguém indiferente.
O ribombar dos morteiros fizeram estremecer ... anunciando o fim do espetáculo, sendo brindada a Comissão de Festas com uma sonora salva de palmas. Via-se satisfação no rosto das pessoas.
Mas a Festa ainda não acabava aqui continuando o arraial com a animação do conjunto musical e muitos continuaram a dar o seu pezinho de dança.
Foi um dia em cheio, bem recheado e com muita animação.
A organização estava de parabéns ...e por isso vou dedicar opróximo "post" aos homens e mulheres que tornaram as Festas possíveis - a Comissão de Festas ...
Estava programado trazer aqui momentos de alegria descontracção e convívio, vividos durante as Festas em honra de S. Pedro que decorreram no passado fim de semana, mas algo me fez modificar essa intenção, pois algo me mexeu com os sentimentos: revolta, tristeza, incompreensão, ….
Fim de uma tarde quente do dia 07 de agosto de 2012, já depois do toque das Trindades, em que o sol se escondia, por trás das serras galegas … eis que se vislumbra da aldeia de Águas Frias um foco de incêndio a meio da encosta do brunheiro, junto ao Castelo de Monforte do Rio Livre.
As chamas começam a iluminar, no crepúsculo, e um sentimento se alarme e tristeza começa a preencher os corações das Gentes da Aldeia … desolação …
A serra, sempre bonita com os seus tons de verdes e castanhos dos carvalhos, começa a metamorfosear-se em amarelos e laranjas das chamas que começavam lentamente a avançar pela encosta … desolação …
De imediato, várias pessoas chamaram os bombeiros para tenterem debelar o incêndio … esperança e desolação …
A noite chegava … várias pessoas, da aldeia, subiram a serra para, como pudessem, tentar impedir o avanço das chamas.
Começam a chegar os “carros de combate” dos bombeiros, vindos de Chaves, Castanheira, Vidago e de Valpaços.
Como o incêndio começou, não se sabe como, já ao pôr do sol, ( … estranho …) impediam que fossem utilizados meios aéreos e dificultava o acesso dos carros dos bombeiros aos locais da frente das chamas, mas com a ajuda das Gentes conhecedoras das “rodeiras” no terreno de difícil acesso, lá encaminhavam os Bombeiros que com os seus carros de “combate” rompiam por entre os “caminhos” estreitos e rodeados de carvalhos e pedregulhos nos lados e no meio, mas nada impediram esses autênticos “carros de combate” de romperem …. valorosos …
Com tantos meios de combate lá foi circunscrito e debelado o combate ao fogo, não deixando que ele destruísse o ainda verde da encosta.
Foi um susto, … muita desolação … e também muita interrogação sobre a origem e o timing do início do fogo …. fim do dia … numa zona de fracos acessos … longe dos caminhos principais ….
Bom!!! Estranho !!!!....
Mas felizmente ainda se salvou a encosta e o verde ainda predomina ….
...
Até breve com um tema mais alegre - a Festa em hora do padroeiro de Águas Frias – S. Pedro.