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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

05
Nov25

Cogumelo (Laccaria laccata) e a Natureza


Mário Silva Mário Silva

Cogumelo (Laccaria laccata) e a Natureza

05Nov DSC09207_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Cogumelo (Laccaria laccata) e a Natureza", é um close-up que celebra a delicadeza da vida fúngica no seu ambiente.

O foco principal é um cogumelo solitário, com um chapéu de cor bege-claro ou salmão pálido e um formato ligeiramente deprimido no centro.

O pé (estipe) do cogumelo é esbelto e de cor semelhante.

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O cogumelo emerge de um ambiente rico e húmido de musgos, o que lhe confere uma atmosfera de floresta.

O fundo é dominado por uma mistura de cores escuras e brilhantes: verde-vivo dos musgos, tons de castanho e preto de troncos ou terra, e a presença de pequenos filamentos secos de plantas, em tons de laranja-ferrugem, em primeiro plano.

O bokeh (desfoque) do fundo realça a fragilidade e a textura do cogumelo, criando um contraste entre a miniatura fúngica e a exuberância do micro-ambiente circundante.

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A Laccaria laccata: A Beleza Humilde da Pequena Dama da Floresta

A fotografia de Mário Silva, que destaca o cogumelo (Laccaria laccata) no seu leito de musgo, oferece um vislumbre da beleza discreta e da importância vital dos pequenos seres do reino fúngico.

O Laccaria laccata, carinhosamente conhecido em algumas regiões como a "Pequena Dama", é um dos cogumelos mais comuns em Portugal, mas a sua humildade esconde uma função ecológica crucial.

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O Cogumelo-Espelho da Estação

O Laccaria laccata é frequentemente encontrado em florestas e matagais, e a sua presença é um indicador seguro da saúde e da humidade do solo.

É um cogumelo que reflete as condições do seu ambiente: o seu chapéu muda de cor e aparência dependendo da quantidade de água que absorve, sendo mais castanho-avermelhado quando seco e mais pálido e húmido quando chove.

É, de certa forma, um espelho da estação.

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A Parceria Silenciosa (Micorrizas)

Este cogumelo não é apenas um decompositor, mas um mestre da simbiose.

O Laccaria laccata forma micorrizas com as raízes de diversas espécies de árvores e arbustos. Esta é uma parceria de benefício mútuo:

Para o Cogumelo: A árvore fornece açúcares essenciais (glicose) resultantes da fotossíntese.

Para a Árvore: O micélio do cogumelo expande a superfície de absorção das raízes, ajudando a árvore a captar água e nutrientes minerais vitais, como o fósforo e o azoto, do solo.

Esta relação subterrânea é fundamental para a sobrevivência das florestas, tornando o Laccaria um pilar invisível da saúde do ecossistema.

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A Natureza na Sua Essência

A imagem de Mário Silva enquadra o cogumelo não isolado, mas interligado com o musgo, os troncos e as hastes secas.

Este cenário representa a interdependência de todos os elementos naturais.

O musgo retém a humidade que o cogumelo necessita, o tronco em decomposição fornece nutrientes, e a luz filtra-se para sustentar o ciclo.

A fotografia celebra o microcosmo da floresta, onde a vida, mesmo nas suas formas mais pequenas e efémeras, se revela de uma beleza e importância extraordinárias.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
28
Out25

Jovem “Amanita muscaria”


Mário Silva Mário Silva

Jovem “Amanita muscaria”

28Out DSC04865_ms

A fotografia, capturada ao nível do solo, foca-se num exemplar jovem e vibrante do cogumelo “Amanita muscaria”, o qual está parcialmente escondido na serapilheira de uma floresta.

O cogumelo apresenta um chapéu (píleo) em forma de sino, robusto e de cor vermelho-escarlate profundo, salpicado com as suas características pintinhas brancas (restos do véu universal).

A tonalidade do chapéu não é uniforme, com um toque de amarelo dourado perto da borda e no topo, sugerindo o início da maturação ou aspetos da sua genética local.

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O pé (estipe), curto e grosso, é de cor branca pura, emergindo diretamente do solo coberto por folhas secas de carvalho e detritos de vegetação, que formam o seu habitat natural.

A composição, com as folhas secas em tons de castanho e o verde suave de uma pequena folha por cima, contrasta de forma dramática com o vermelho intenso e o branco imaculado do fungo, realçando a sua beleza enigmática.

A luz suave e natural da floresta ilumina a cena, conferindo à imagem uma atmosfera de descoberta e mistério.

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Amanita muscaria – A Beleza Tóxica e o Legado Cultural do Cogumelo Mais Icónico

O Amanita muscaria, conhecido popularmente em Portugal como Amanita-mata-moscas, Rosalgar ou Frade-de-sapo, é inegavelmente o cogumelo mais reconhecível do mundo.

A sua aparência, frequentemente replicada em ilustrações e contos de fadas, é marcada por um chapéu vermelho-vivo salpicado de flocos brancos. Contudo, por trás da sua inegável beleza visual e do seu estatuto de ícone cultural, esconde-se uma toxicidade que exige profundo respeito e cautela.

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Uma Obra de Arte da Natureza

A cor e o design deste fungo são uma verdadeira obra de arte natural.

O chapéu carmesim, que nasce inicialmente envolto num véu branco, exibe os restos desse véu na forma de verrugas ou pintas brancas (como visível na fotografia do jovem exemplar).

É esta combinação cromática que o torna tão popular na arte e na cultura pop (de "Alice no País das Maravilhas" aos videojogos, onde é frequentemente associado a recompensas de vida).

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O Perigo sob o Chapéu

É crucial sublinhar que, apesar da sua aura mágica, o Amanita muscaria é uma espécie tóxica e psicoativa.

Contém compostos como o ácido iboténico e o muscimol, que atuam como neurotoxinas.

A ingestão acidental pode levar a uma síndrome de intoxicação caracterizada por náuseas, vómitos, tonturas, confusão mental e, em casos mais graves, alucinações e dissociação.

Por este motivo, a regra de ouro da micologia aplica-se rigorosamente: em caso de dúvida, o cogumelo deve ser sempre rejeitado.

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Ecologia e Habitat

Ecologicamente, o Amanita muscaria desempenha um papel vital como fungo ectomicorrízico.

Isto significa que vive numa relação simbiótica essencial com as raízes de certas árvores, como pinheiros, abetos e bétulas.

Esta associação mútua é fundamental para a saúde da floresta, pois o fungo ajuda a árvore a absorver nutrientes e água, recebendo em troca os açúcares produzidos pela fotossíntese.

É por isso que é comum encontrá-lo, especialmente no Outono, nas florestas de coníferas em Portugal e em todo o Hemisfério Norte.

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O Legado Xamânico

Para além da sua toxicidade e presença ecológica, o Amanita muscaria tem um passado cultural rico.

Historicamente, tem sido usado em rituais xamânicos em algumas culturas, especialmente na Sibéria, devido às suas propriedades psicoativas.

É este passado que cimenta o seu estatuto lendário, transformando-o num símbolo de mistério e fascínio no mundo natural.

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Em suma, o Amanita muscaria é mais do que um cogumelo; é um emblema da natureza com uma beleza impressionante e um aviso inerente.

A sua presença na floresta convida à admiração, mas nunca à aproximação para consumo.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
21
Out25

Cogumelos (Lactarius decipiens)


Mário Silva Mário Silva

Cogumelos (Lactarius decipiens)

21Out DSC01903_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Cogumelos (Lactarius decipiens)", capta um grupo de pequenos cogumelos a emergir da cama da floresta.

O foco está nos corpos frutíferos, que possuem chapéus de cor bege-claro a salmão pálido, e as suas lâminas (estruturas debaixo do chapéu) são visíveis, dispostas de forma organizada.

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Os cogumelos parecem ser jovens, com os seus pés curtos e suaves.

O ambiente é de outono, com o chão coberto por folhas secas e detritos castanhos, que formam um contraste com a tonalidade clara dos cogumelos e alguns pequenos fios de relva verde que espreitam no fundo.

A luz suave e difusa realça as texturas do solo e a fragilidade dos cogumelos.

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A Vida Silenciosa do Reino Fúngico: A Jornada de um Cogumelo

A fotografia de Mário Silva, que nos mostra a delicadeza dos cogumelos (Lactarius decipiens) a surgir da terra, revela apenas a ponta do iceberg de um dos reinos mais fascinantes e essenciais da natureza: o Reino Fúngico.

A vida de um cogumelo é uma jornada discreta, mas de profunda importância para o equilíbrio de qualquer ecossistema.

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O Micélio: A Vida Invisível

A verdadeira "planta" do cogumelo não é o que vemos à superfície.

O corpo frutífero (o cogumelo em si) é apenas o órgão reprodutor.

O organismo vivo principal é o micélio, uma vasta rede subterrânea de filamentos finos chamados hifas.

Esta teia subterrânea pode estender-se por quilómetros quadrados, vivendo silenciosamente sob as nossas florestas, alimentando-se de matéria orgânica ou estabelecendo parcerias vitais com as árvores.

Para o Lactarius decipiens, assim como para muitos outros, o micélio é o centro de comando que passa a maior parte do ano a acumular energia e a decompor a folhagem da floresta.

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A Eclosão: O Corpo Frutífero

Quando as condições ambientais são perfeitas — geralmente humidade elevada e temperaturas amenas, típicas do outono —, o micélio decide que é hora de se reproduzir.

É neste momento que a energia acumulada se concentra e faz emergir, da terra, o corpo frutífero, o cogumelo que vemos na fotografia.

O propósito deste corpo é único: produzir e dispersar esporos, as sementes microscópicas que garantirão a continuidade da espécie.

O Lactarius decipiens, como indica o seu nome, pertence a um grupo conhecido por libertar um látex (líquido leitoso) quando cortado, um mecanismo de defesa ou um subproduto do seu metabolismo.

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O Papel Vital na Floresta

A importância do cogumelo para a floresta é inegável:

Decomposição: Muitos fungos são decompositores primários.

Eles quebram a matéria orgânica morta (folhas, troncos, detritos), reciclando os nutrientes essenciais e devolvendo-os ao solo.

Sem este processo, a vida vegetal seria rapidamente asfixiada.

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Simbiose (Micorrizas): Outros, como os que formam micorrizas, estabelecem uma relação simbiótica crucial com as raízes das árvores.

O fungo ajuda a árvore a absorver água e minerais, enquanto a árvore fornece açúcares produzidos pela fotossíntese ao fungo.

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A curta e colorida vida do cogumelo, que Mário Silva tão bem documenta, é uma chamada de atenção de que os organismos mais efémeros são, muitas vezes, os mais fundamentais para a saúde da nossa natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
30
Set25

A carpete de folhas secas


Mário Silva Mário Silva

A carpete de folhas secas

30Set DSC09312_ms

A fotografia de Mário Silva transmite a serenidade e a beleza do outono.

A imagem, dominada por tons de amarelo e castanho, mostra um chão de floresta completamente coberto por uma espessa camada de folhas secas, a "carpete de folhas", como se refere o fotógrafo.

Várias árvores de troncos finos, já despidas de grande parte de suas folhas, distribuem-se pelo cenário, com a luz do sol do final da tarde a criar sombras alongadas e a dar um brilho dourado à cena.

O foco na textura das folhas e na luz suave realça a tranquilidade e a beleza da transição da estação.

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A Tapeçaria Dourada da Natureza: A Beleza e a Essência das Folhas Secas

O outono é frequentemente descrito como a estação do desapego, o momento em que a natureza solta as suas amarras e se prepara para o descanso do inverno.

No entanto, o que muitos veem como o fim de um ciclo é, na verdade, o início de outro.

A queda das folhas das árvores, que cria a "carpete de folhas" capturada por Mário Silva, é um espetáculo de beleza e um processo vital para a saúde do ecossistema.

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O Ciclo da Renovação

Quando as folhas secas cobrem o chão da floresta, elas não são um mero resíduo.

Elas são a base de um complexo ciclo de renovação.

Ao caírem, as folhas depositam os nutrientes que absorveram durante o verão no solo.

Microrganismos, como bactérias e fungos, trabalham incansavelmente para decompor esta matéria orgânica, transformando-a numa rica e fértil camada de húmus.

Esta camada de húmus, por sua vez, nutre as árvores e outras plantas, permitindo-lhes crescer e prosperar na próxima estação.

Assim, o que parece ser um simples fim de ciclo é, na verdade, o alimento para a próxima geração.

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Proteção e Abrigo

A carpete de folhas secas também serve como um isolante natural e uma proteção para o solo e a fauna.

Esta camada de folhas ajuda a manter a temperatura e a humidade do solo, protegendo as raízes das árvores das geadas do inverno.

Além disso, ela oferece abrigo para inúmeros pequenos animais, insetos e larvas, que se escondem por baixo para hibernar ou buscar proteção.

É um habitat vital para a biodiversidade da floresta.

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Beleza Efêmera

Além da sua importância biológica, as folhas secas possuem uma beleza única e fugaz.

Na fotografia de Mário Silva, vemos como a luz do sol as transforma em ouro, criando um cenário de tranquilidade e nostalgia.

Os tons quentes, as texturas crocantes e o suave som que fazem ao pisar nelas são uma parte essencial da experiência do outono.

Elas lembram-nos que a beleza pode ser encontrada na simplicidade e na impermanência.

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A próxima vez que vir uma folha seca a cair de uma árvore, lembre-se de que não é apenas um adeus, mas sim uma promessa de vida e um passo fundamental no ciclo infinito da natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
27
Ago25

"Onde há Fumo há Fogo”


Mário Silva Mário Silva

"Onde há Fumo há Fogo”

27Ago DSC04899_ms

A fotografia de Mário Silva, capta a imagem dramática de um incêndio florestal à distância.

A imagem é dominada por uma enorme nuvem de fumo de cor castanho-claro e bege, que se eleva no céu, tingido de tons de amarelo e laranja pela luz do sol.

Em primeiro plano, uma paisagem de colinas e de vegetação rasteira, em tons de verde e castanho, é interrompida por uma estrada de terra batida.

A fotografia transmite uma sensação de urgência e de perigo, com a nuvem de fumo a sugerir a dimensão do fogo que se esconde atrás das colinas.

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A Ferida da Terra - Os Fogos Devastadores em Portugal no Verão

A fotografia de Mário Silva, "Onde há Fumo há Fogo”, é um retrato impactante de uma realidade cíclica e trágica em Portugal: os incêndios florestais durante o verão.

Esta imagem, com a sua nuvem de fumo a subir em direção ao céu, é um lembrete visual do perigo e da destruição que o fogo traz a uma paisagem que, outrora, era um paraíso de verde e de vida.

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As Causas e o Impacto

A combinação de fatores ambientais, como a seca, o calor intenso e o vento forte, juntamente com a densidade da floresta e a falta de limpeza dos terrenos, cria o cenário perfeito para a propagação dos incêndios.

A maioria dos fogos é causada por negligência humana, como a queima de lixo e de mato sem os devidos cuidados, ou por mão criminosa.

O resultado é a devastação de milhares de hectares de floresta, a destruição de ecossistemas, a perda de vidas e a desertificação da paisagem.

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A fotografia, com o fumo a erguer-se no horizonte, mostra-nos a ferida que o fogo deixa na paisagem.

A terra, que antes era uma tapeçaria de cores, fica cinzenta e sem vida.

As árvores, que antes eram um refúgio para os animais, ficam transformadas em troncos carbonizados.

A paisagem, que era um símbolo de vida, torna-se um símbolo de morte.

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A Resiliência e a Esperança

No entanto, a tragédia dos fogos não é o fim da história.

A natureza, com a sua resiliência, começa o processo de renovação.

Depois da devastação, a chuva cai, as sementes germinam e a vida regressa, embora de forma mais lenta e tímida.

O fumo, que antes era um sinal de destruição, dá lugar a um sinal de esperança.

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A fotografia de Mário Silva é um lembrete do perigo, mas também da resiliência da natureza.

É um apelo à consciência humana, um grito de alerta para a importância da prevenção e da proteção da floresta.

O fumo que se vê na imagem não é apenas o resultado do fogo, mas também o sinal de uma luta contínua entre a natureza e a ação humana.

É um lembrete de que a floresta é um tesouro, e que a sua proteção é uma responsabilidade de todos nós.

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Texto & Fotogrfia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Jul25

Trepadeira-comum (Certhia brachydactyla)


Mário Silva Mário Silva

Trepadeira-comum

(Certhia brachydactyla)

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Naquele recanto tranquilo da floresta, onde o sol se filtrava em feixes dourados através da densa folhagem, erguia-se uma árvore antiga, com o seu tronco rugoso coberto por um manto aveludado de líquenes e musgo.

As suas raízes, profundas e entrelaçadas, contavam histórias de séculos.

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De repente, um movimento ágil quebrou a quietude.

Não era uma folha a cair, nem um esquilo a saltitar.

Era ela, a Trepadeira-comum, uma “Certhia brachydactyla”, como os ornitólogos a chamavam, mas para quem a observava, era simplesmente a "trepadeira".

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Com a sua plumagem mimética, em tons de castanho e branco que se confundiam perfeitamente com a casca da árvore, era fácil perdê-la de vista.

No entanto, o seu pequeno corpo, compacto e elegante, movia-se com uma destreza impressionante.

Não era um pássaro que saltitava entre os ramos, mas sim um escalador nato.

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A trepadeira-comum subia o tronco em espiral, os seus pés minúsculos, mas fortes, agarrando-se a cada fissura, a cada irregularidade da casca.

A sua cauda, robusta e rígida, servia-lhe de apoio, como um terceiro ponto de equilíbrio, permitindo-lhe um movimento quase vertical.

Parecia um relógio, o seu pequeno bico, fino e ligeiramente curvado, a investigar cada fenda, cada reentrância, em busca de insetos minúsculos e aranhas escondidas.

Era uma caçadora meticulosa, sem pressas, mas implacável.

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Naquele dia, enquanto subia, a sua cabeça pequena e atenta inclinou-se ligeiramente para cima.

Os seus olhos negros e brilhantes, mais do que simples esferas, eram janelas para um mundo de detalhes que a maioria de nós nem sequer percebia.

Talvez estivesse a procurar um novo percurso, a detetar o cheiro de uma larva escondida, ou simplesmente a apreciar a luz que se abria no topo do dossel, uma promessa de um novo horizonte.

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O fotógrafo, Mário Silva, com a sua objetiva paciente, conseguiu captar aquele momento efémero.

Não apenas a imagem de um pássaro, mas a essência da sua vida: a sua resiliência, a sua adaptação perfeita ao seu “habitat” e a sua busca incessante pelo sustento.

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A Trepadeira-comum não cantava canções elaboradas, nem exibia cores vistosas.

A sua beleza residia na sua discrição, na sua funcionalidade e na sua capacidade de habitar um nicho tão específico e fascinante.

Ela era a guardiã silenciosa da árvore, uma sentinela que passava os seus dias a explorar os segredos da casca, um exemplo vivo da complexidade e da maravilha da vida selvagem, ali, mesmo ao nosso lado, na floresta que muitas vezes nos passam despercebidos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Jun25

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar" – (estória)


Mário Silva Mário Silva

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar"

(estória)

12Jun DSC03620_ms

Numa floresta densa e húmida, onde o verde reinava absoluto, vivia uma jovem folha de feto chamada Osmunda.

Todas as suas irmãs, folhas da espécie “Osmunda regalis”, exibiam com orgulho um verde vibrante, refletindo a vida e a energia da natureza.

Mas Osmunda era diferente.

Desde que brotou, ela recusava-se a verdejar.

Em vez disso, a sua cor era um dourado brilhante, como se o sol tivesse decidido morar dentro dela.

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As outras folhas zombavam dela. "Por que tu não és verde como nós?", perguntavam.

"Tu não pertences a esta floresta!"

Osmunda, porém, não se abalava.

Ela sentia que a sua cor era especial, um presente que ainda não entendia completamente.

"Talvez eu tenha um propósito diferente", pensava, enquanto balançava suavemente com a brisa.

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Um dia, a floresta enfrentou uma seca terrível.

O sol escaldante secou as folhas verdes, que começaram a murchar e perder a sua vitalidade.

Osmunda, no entanto, permaneceu intacta.

A sua cor dourada parecia absorver a luz do sol e transformá-la em força.

As outras folhas, agora frágeis e desbotadas, olhavam para ela com inveja e admiração.

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Foi então que um pássaro sábio, que sobrevoava a floresta, pousou perto de Osmunda.

"Tu és única", disse ele.

"A tua cor não é uma falha, mas um dom. Você reflete a luz e a esperança em tempos de escuridão."

O pássaro explicou que a tonalidade dourada de Osmunda ajudava a atrair a humidade do ar, criando pequenas gotas de orvalho que caíam à sua volta, nutrindo o solo e as plantas próximas.

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Com o tempo, a floresta começou a recuperar.

As folhas verdes voltaram a brotar, mas agora olhavam para Osmunda com gratidão.

Ela havia ensinado a todas uma lição: ser diferente não é uma fraqueza, mas uma força que pode salvar a todos.

E assim, Osmunda, a folha de feto que não queria verdejar, tornou-se uma lenda na floresta, um símbolo de resiliência e esperança.

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Plim, pim, pim … a estória chegou ao fim …

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Estória & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Abr25

"Narciso-dos-poetas ou Pincheis (Narcissus triandrus) no meio de Jacintos-dos-Bosques ou Jacinto-silvestre (Hyacinthoides non-scripta)"


Mário Silva Mário Silva

"Narciso-dos-poetas ou Pincheis

(Narcissus triandrus)

no meio de

Jacintos-dos-Bosques ou Jacinto-silvestre

(Hyacinthoides non-scripta)"

02Abr Pinchéis_ms

A fotografia de Mário Silva mostra um grupo de Jacintos-dos-Bosques (Hyacinthoides non-scripta) em primeiro plano, com várias flores de cor azul-violeta em forma de sino, dispostas ao longo de caules verdes.

No meio deste grupo, erguem-se duas hastes de Narciso-dos-poetas ou Pincheis (Narcissus triandrus).

Estas flores são mais delicadas, com pétalas brancas ou creme voltadas para trás e uma pequena coroa amarela.

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O fundo da imagem é composto por uma superfície texturizada e escura, possivelmente um tronco de árvore ou uma rocha coberta de musgo, criando um contraste com as cores vibrantes das flores.

A luz parece incidir suavemente sobre as plantas, realçando os detalhes das suas formas e cores.

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Tanto o Jacinto-dos-Bosques como o Narciso-dos-poetas desempenham papéis importantes num ecossistema saudável, especialmente em habitats florestais:

As flores destas plantas fornecem néctar e pólen, atraindo uma variedade de polinizadores como abelhas, borboletas e moscas.

A polinização é crucial para a reprodução de muitas outras plantas, incluindo árvores e outras espécies herbáceas, mantendo a biodiversidade do ecossistema.

Embora não sejam diretamente consumidas por grandes herbívoros, estas plantas podem servir de alimento para alguns insetos e outros pequenos animais.

A presença e abundância destas espécies podem ser indicadores da saúde de um ecossistema florestal.

O Jacinto-dos-Bosques, em particular, é uma espécie característica de bosques antigos e a sua presença pode indicar um habitat bem estabelecido e com boas condições de conservação.

Estas flores silvestres contribuem para a beleza natural das paisagens, proporcionando prazer estético e tendo muitas vezes valor cultural e tradicional nas comunidades locais.

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Após a floração e frutificação, a matéria orgânica destas plantas decompõe-se, enriquecendo o solo com nutrientes essenciais para o crescimento de outras plantas.

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Em resumo, a presença do Narciso-dos-poetas e do Jacinto-dos-Bosques contribui para a biodiversidade, o funcionamento dos processos ecológicos e a saúde geral do ecossistema em que ocorrem.

A sua proteção é importante para a conservação da natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Mar25

“A Trepadeira-azul (Sitta europaea) – o labor não se mede pelo tamanho”


Mário Silva Mário Silva

“A Trepadeira-azul (Sitta europaea)

o labor não se mede pelo tamanho”

15Mar DSC00481_ms

Na penumbra da floresta, onde a luz dança entre os troncos das árvores, Mário Silva captura a essência da vida selvagem num instante de pura beleza.

A Trepadeira-azul (Sitta europaea), com a sua plumagem delicada em tons de azul, cinzento e laranja, surge em destaque, desafiando a gravidade ao percorrer o tronco rugoso de uma árvore.

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A sua postura, de cabeça para baixo, revela a agilidade e a destreza desta pequena ave, capaz de desafiar as leis da natureza em busca de alimento.

O seu bico fino e comprido, uma ferramenta precisa, explora as fendas da casca em busca de insetos e sementes, revelando a sua incansável busca pela sobrevivência.

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A textura da casca da árvore, coberta de líquenes e musgo, contrasta com a suavidade da plumagem da Trepadeira-azul, criando um jogo de texturas e cores que enriquece a imagem.

A luz suave, que se infiltra entre as árvores, ilumina a ave, realçando a sua beleza e a sua delicadeza.

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Nesta imagem, Mário Silva convida-nos a contemplar a beleza da natureza em pequenos detalhes, a apreciar a força e a resiliência da vida selvagem.

A Trepadeira-azul, com a sua aparente fragilidade, demonstra que o labor não se mede pelo tamanho, mas sim pela determinação e pela capacidade de superar os desafios.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Jan25

"As árvores despidas e o seu reflexo"


Mário Silva Mário Silva

"As árvores despidas e o seu reflexo"

15Jan DSC05638_ms

Nas árvores nuas, o inverno pousa,

Reflexos no espelho d'água, a vida desvanece.

Ramos sem folhas, em silêncio, repousa,

No espelho, a alma da floresta se reflete.

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O frio traz a nudez, a verdade crua,

Mostra-nos o essencial, sem adornos, sem cor.

A água, serena, capta essa mensagem sua,

E no reflexo, o tempo, a vida, e a dor.

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Cada galho, uma história, um testemunho,

De verões passados, de outonos em chamas.

O espelho d'água, com o seu olhar profundo,

Guarda segredos, sonhos, e algumas almas.

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Despidas, as árvores, mostram a sua essência,

No espelho, vejo a minha própria nudez.

A vida, como as árvores, tem a sua cadência,

E no reflexo, encontro a minha paz, minha verdade.

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A natureza, na sua simplicidade, nos ensina,

Que a beleza reside na essência, não na aparência.

E no espelho da água, a lição se projeta,

As árvores nuas, no seu reflexo, a eterna dança.

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Poema & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
03
Dez24

"A mata atapetada de folhas outonais" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

"A mata atapetada de folhas outonais"

02Dez DSC05244_Advento_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A mata atapetada de folhas outonais", convida-nos a uma imersão profunda na natureza, num momento de transição entre o outono e o inverno.

A imagem captura um caminho estreito que se adentra numa floresta, com o chão coberto por uma espessa camada de folhas secas, que formam um tapete dourado e acolhedor.

As árvores, com as suas copas despojadas, deixam filtrar a luz do sol, criando um jogo de sombras e luzes que confere profundidade à imagem.

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Ao longo do caminho, destaca-se uma coroa do Advento, com a primeira vela verde acesa.

A coroa, adornada com ramos de pinheiro e decorada com pequenas bolas vermelhas, contrasta com a paleta de cores outonais da floresta, introduzindo um elemento de espiritualidade e celebração.

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A fotografia captura um momento preciso do ano, marcado pela transição entre o outono e o inverno.

A folhagem seca no chão, as árvores despidas e a luz fria do sol indiciam a chegada do inverno, enquanto a coroa do Advento anuncia a proximidade do Natal e a esperança de renovação.

A fotografia explora a profundidade de campo, permitindo-nos apreciar a textura das folhas secas, a rugosidade da casca das árvores e a maciez do musgo que cobre as pedras.

A luz, que se filtra através das árvores, cria um jogo de sombras e luzes que realça a tridimensionalidade da cena.

A presença da coroa do Advento confere à fotografia um significado mais profundo.

A primeira vela acesa simboliza a esperança e a luz que guia os homens na escuridão do inverno.

A coroa, por sua vez, representa a eternidade e a renovação.

A fotografia estabelece uma forte conexão com a natureza, convidando-nos a refletir sobre a beleza e a fragilidade do mundo natural.

A floresta, com a sua exuberância e a sua serenidade, oferece um refúgio do caos da vida moderna e um espaço para a contemplação.

A composição da fotografia é equilibrada e harmoniosa.

A linha diagonal do caminho conduz o olhar do observador para o fundo da imagem, criando uma sensação de profundidade.

A coroa do Advento, colocada no centro da composição, atrai a atenção e equilibra a imagem.

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Em conclusão, "A mata atapetada de folhas outonais" é uma fotografia que nos transporta para um universo mágico e contemplativo.

A imagem, ao mesmo tempo estética e simbólica, convida-nos a refletir sobre a passagem do tempo, a importância da natureza e o significado do Natal.

A fotografia é um convite à introspeção e à celebração da vida.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
28
Nov24

"É o carvalho: ereto, curvo ou em S..." 


Mário Silva Mário Silva

"É o carvalho: ereto, curvo ou em S..." 

28Nov DSC00182_ms

A fotografia "É o carvalho: ereto, curvo ou em S..." de Mário Silva convida-nos a uma imersão profunda na natureza, mais precisamente num bosque.

A imagem, com a sua composição cuidadosa e jogo de luz e sombra, revela um olhar atento do fotógrafo para os detalhes e a beleza da natureza.

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Os carvalhos, como o título sugere, são os protagonistas da fotografia.

As suas formas variadas - eretos, curvos ou em forma de "S" - conferem à imagem um dinamismo e uma expressividade particulares.

As diferentes formas das árvores podem ser interpretadas como metáforas para a vida, com as suas curvas e contorções representando os desafios e as adaptações que enfrentamos ao longo do tempo.

A floresta, com as suas árvores imponentes e o chão coberto de folhas secas, cria uma atmosfera de mistério e tranquilidade.

A densidade da vegetação sugere um ambiente selvagem e intocado, um refúgio da agitação da vida moderna.

A luz, que se filtra através das folhas das árvores, cria um jogo de sombras e contrastes que confere à imagem uma profundidade e uma tridimensionalidade particulares.

A luz suave e difusa, característica das horas crepusculares, envolve a floresta em um halo de mistério e poesia.

A paleta de cores, predominantemente verde e castanho, com toques de amarelo e laranja, é característica da estação outonal.

As cores quentes e terrosas transmitem uma sensação de calor e aconchego, enquanto os tons de verde evocam a vitalidade da natureza.

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A composição da fotografia é equilibrada e harmoniosa.

A linha diagonal formada pelos troncos das árvores guia o olhar do observador através da imagem, criando uma sensação de movimento e dinamismo.

A técnica fotográfica utilizada por Mário Silva é impecável.

A nitidez da imagem, a profundidade de campo e a correta exposição demonstram um grande domínio técnico por parte do fotógrafo.

A fotografia pode ser interpretada de diversas formas, dependendo da sensibilidade de cada observador.

No entanto, é possível identificar alguns temas recorrentes, como a relação entre o homem e a natureza, a passagem do tempo e a beleza da imperfeição.

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A floresta, ao longo da história, tem sido um símbolo da natureza, da vida e da espiritualidade.

A floresta é um lugar de refúgio, um espaço onde nos podemos conectar com a nossa essência e encontrar um sentido mais profundo para a vida.

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Em conclusão, a fotografia "É o carvalho: ereto, curvo ou em S..." é uma obra que nos convida a uma reflexão sobre a nossa relação com a natureza e com nós mesmos.

Através de uma linguagem visual poética e precisa, Mário Silva captura a beleza e a complexidade da floresta, convidando-nos a apreciar a natureza na sua forma mais pura e autêntica.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
25
Nov24

Conto: "A Tarde de Outono de Tico" - Cartaxo-Comum (Saxicola rubicola)


Mário Silva Mário Silva

 

Conto da fauna transmontana

"A Tarde de Outono de Tico"

Cartaxo-Comum (Saxicola rubicola)

25Nov DSC07690_ms

O sol de fim de tarde lançava raios dourados através das copas das árvores na floresta de Trás-os-Montes.

Tico, um pequeno cartaxo-comum de peito laranja vibrante e cabeça preta lustrosa, estava empoleirado num galho nodoso de um velho carvalho.

O ar estava fresco, com uma leve brisa que fazia as folhas secas dançarem no chão da floresta, criando um tapete multicolorido de tons de vermelho, amarelo e castanho.

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Tico observava atentamente o mundo ao seu redor, com os seus olhos brilhantes captando cada detalhe.

O crepitar das folhas secas sob as patas de pequenos animais, o suave murmurar de um riacho próximo e o ocasional pio distante de uma coruja compunham a sinfonia da floresta.

O cheiro de terra húmida e fungos misturava-se com o aroma adocicado das últimas frutas do outono.

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Sempre curioso e fascinado pelas mudanças sazonais, Tico decidiu aventurar-se mais profundamente na floresta.

Planou graciosamente do seu poleiro, com as suas asas cortando o ar fresco do outono.

Enquanto voava, os seus sentidos aguçados captavam uma miríade de estímulos: o aroma pungente de folhas em decomposição, o som suave de pinhas caindo no chão macio da floresta, a sensação do ar frio contra suas penas.

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De repente, uma cena incomum capturou a atenção de Tico.

Pousando num galho baixo, ele observou um ouriço-cacheiro atarefado, armazenando maçãs silvestres numa pequena cavidade entre as raízes de uma árvore antiga.

O ouriço movia-se com determinação e os seus espinhos brilhavam sob a luz dourada do sol poente.

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Não muito longe, um esquilo vermelho observava a cena com olhos ávidos.

Com movimentos furtivos, o esquilo aproximou-se, claramente interessado nas suculentas maçãs que o ouriço estava a guardar.

O ouriço, percebendo a aproximação do intruso, enrolou-se numa bola espinhosa, protegendo o seu precioso armazenamento.

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Tico observava, fascinado, a dinâmica entre os dois animais.

O esquilo, ágil e astuto, tentava encontrar uma brecha na defesa do ouriço.

Por sua vez, o ouriço mantinha-se firme, determinado a proteger as suas provisões para o inverno que se aproximava.

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Movido por um impulso de compaixão, Tico decidiu intervir.

Voou até uma macieira próxima e, com o seu bico afiado, começou a bicar algumas maçãs maduras, fazendo-as cair no chão perto do esquilo.

Em seguida, chilreou melodiosamente, como se estivesse a explicar sua ideia: havia maçãs suficientes para todos, sem a necessidade de conflito.

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O ouriço e o esquilo ficaram momentaneamente paralisados, surpresos com a inesperada intervenção do pequeno pássaro.

Os seus olhares passavam de Tico para as maçãs caídas, e de volta para Tico, com uma mistura de confusão e curiosidade.

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Lentamente, o esquilo aproximou-se das maçãs que Tico havia derrubado, enquanto o ouriço, cautelosamente, desenrolava-se da sua posição defensiva.

A tensão no ar dissipou-se gradualmente, substituída por uma atmosfera de entendimento mútuo.

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Tico observava com satisfação enquanto o esquilo começava a comer uma das maçãs e o ouriço voltava a organizar seu armazenamento.

O seu pequeno ato de bondade havia transformado um potencial conflito numa cena de coexistência pacífica.

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Com o sol pondo-se no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa, Tico alçou voo de volta para o seu ninho, levando consigo a lembrança calorosa de uma tarde bem vivida e a satisfação de ter feito a diferença no seu pequeno canto da floresta.

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Conto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Nov24

Cogumelo “Bresadolia craterella”


Mário Silva Mário Silva

Cogumelo “Bresadolia craterella”

11Nov Cogumelo “Bresadolia craterella”_ms

A imagem capturada por Mário Silva apresenta um grupo de cogumelos crescendo num ambiente natural, numa floresta, sobre uma camada de folhas secas.

A luz incidente sobre os cogumelos realça suas cores e texturas, permitindo uma boa visualização de suas características morfológicas.

A profundidade de campo da fotografia permite que os detalhes dos cogumelos sejam apreciados, desde a forma do chapéu até as lamelas na parte inferior.

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O cogumelo identificado na fotografia como “Bresadolia craterella” é uma espécie interessante com características distintivas:

- O chapéu deste cogumelo geralmente apresenta uma forma convexa, com o centro ligeiramente deprimido, lembrando uma pequena cratera.

Essa característica é uma das marcas registradas da espécie e justifica parte de seu nome científico.

-  A cor do chapéu varia entre o ocre e o castanho claro, podendo apresentar escamas mais escuras.

A parte inferior do chapéu, onde se encontram as lamelas, é geralmente de cor mais clara, tendendo ao branco ou amarelado.

-  O "Bresadolia craterella" é um cogumelo de tamanho médio, com chapéus que podem atingir de 5 a 14 centímetros de diâmetro.

-  Esta espécie é sapróbia, ou seja, alimenta-se de matéria orgânica em decomposição.

É frequentemente encontrada crescendo em troncos ou galhos de árvores mortas, principalmente de árvores decíduas (folha caduca).

- Embora não haja relatos de toxicidade, o “Bresadolia craterella” não é um cogumelo comumente consumido.

A sua comestibilidade é considerada duvidosa e não é recomendada a sua ingestão sem a devida identificação por um especialista.

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Ao comparar a fotografia com a descrição do “Bresadolia craterella”, podemos observar que as características do cogumelo na imagem correspondem à descrição da espécie.

O formato do chapéu, a coloração e o habitat sugerem que se trata de um exemplar de “Bresadolia craterella”.

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A identificação precisa de cogumelos exige um conhecimento profundo de micologia e o exame de diversas características, como a microscopia dos esporos.

A identificação baseada apenas em fotografias pode ser imprecisa e não deve ser utilizada para fins de consumo.

Muitos cogumelos silvestres são tóxicos e podem causar sérias intoxicações.

A colheita de cogumelos para consumo deve ser feita por pessoas experientes e com conhecimento das espécies locais.

Ao fotografar cogumelos no seu habitat natural, é importante respeitar o meio ambiente e não coletar exemplares sem necessidade.

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A fotografia de Mário Silva captura um belo exemplar de “Bresadolia craterella”.

A imagem, aliada à descrição da espécie, permite apreciar as características distintivas deste cogumelo.

No entanto, é fundamental ressaltar que a identificação precisa de cogumelos deve ser realizada por especialistas e que a coleta de cogumelos silvestres para consumo envolve riscos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
04
Out24

Cogumelo - Amanita-pantera (Amanita pantherina) - Um perigo camuflado na floresta


Mário Silva Mário Silva

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Cogumelo - Amanita-pantera (Amanita pantherina)

Um perigo camuflado na floresta

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A Amanita pantherina, também conhecida como pantera, é um cogumelo que, apesar de sua beleza, esconde um perigo mortal.

Pertence à família das Amanitas, um género que inclui algumas das espécies de cogumelos mais venenosas do mundo.

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Geralmente tem um chapéu castanho-acinzentado ou amarelado-acinzentado, com escamas brancas e um centro mais escuro.

A margem do chapéu é estriada.

As lâminas são brancas e livres.

O seu pé é branco, com um anel membranoso branco e uma volva bulbosa, frequentemente enterrada no solo.

A sua carne é branca e com um odor ligeiramente desagradável.

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A Amanita pantherina contém toxinas potentes que afetam o sistema nervoso central.

A ingestão, mesmo de pequenas quantidades, pode causar graves intoxicações, com sintomas que podem incluir:

- Náuseas, vômitos, diarreia, cólicas abdominais.

- Alucinações, delírio, agitação, convulsões, coma.

- Salivação excessiva, lacrimejamento, visão turva, taquicardia.

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A gravidade dos sintomas e o risco de morte dependem da quantidade de cogumelo ingerida e das características individuais de cada pessoa.

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Tanto animais quanto humanos são suscetíveis à intoxicação por Amanita pantherina.

A ingestão deste cogumelo pode ser fatal, especialmente para crianças e animais de pequeno porte.

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Nunca consuma cogumelos silvestres sem ter certeza absoluta da sua identificação.

A identificação de cogumelos comestíveis requer conhecimento especializado e o uso de guias de campo confiáveis.

Ao caminhar na natureza, evite colher ou ingerir qualquer tipo de cogumelo.

Se suspeitar de uma intoxicação por cogumelos, procure imediatamente atendimento médico, mesmo que os sintomas sejam leves.

Lembre-se: a identificação precisa de cogumelos é fundamental para evitar acidentes graves. Em caso de dúvida, não consuma!

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
29
Abr24

O cuco “Cuculus canorus”, … cucu … cucu ...


Mário Silva Mário Silva

O cuco “Cuculus canorus”, … cucu … cucu ...

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Estava na floresta, um cuco a cantar

Na floresta verdejante, o sol se esconde,

Folhas dançam ao vento, em tons de bronze.

Um cuco canta melodia suave e triste,

Escondido entre as giestas, com seu canto insiste.

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Nós o ouvimos cantar, cuco, cuco, cuco,

Sua voz ecoa na floresta, num ritmo profundo.

Curiosos, seguimos o som familiar,

Atrás da giesta, a busca vai começar.

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Lá encontramos a ave, de plumagem escura,

Empoleirada num ramo, com sua canção pura.

Observamos em silêncio, sua beleza admirar,

Enquanto o cuco continua a nos encantar.

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O sol se põe, a noite se aproxima,

As estrelas brilham no céu, a lua ilumina.

Deixamos a floresta, com o canto na mente,

E a lembrança do cuco, que nos faz contente.

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Análise do poema

O poema "Estava na floresta, um cuco a cantar" narra a experiência do narrador ao encontrar um cuco na floresta.

O poema é composto por quatro estrofes de quatro versos cada, com rima ABCB.

A linguagem é simples e direta, utilizando vocabulário relacionado com a natureza.

O tom do poema é tranquilo e contemplativo, transmitindo a sensação de paz e serenidade que o narrador sente ao observar a ave.

 

A primeira estrofe introduz o cenário da floresta verdejante, onde o sol se esconde e as folhas dançam ao vento.

O canto do cuco é descrito como suave e triste, despertando a curiosidade do narrador.

Na segunda estrofe, o narrador relata a busca pelo cuco, seguindo o seu canto.

A ave é finalmente encontrada empoleirada num ramo, com a sua plumagem escura e canção pura.

A terceira estrofe descreve a observação do cuco pelo narrador, que admira sua beleza e se encanta com seu canto.

O sol se põe e a noite se aproxima, enquanto as estrelas brilham no céu e a lua ilumina.

Na quarta estrofe, o narrador despede-se da floresta, levando consigo a lembrança do cuco e a sensação de paz que ele proporcionou.

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Poema & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
19
Jan24

A floresta, quase mágica, que envolve a encosta - Águas Frias – Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

A floresta, quase mágica, que envolve a encosta

Águas Frias – Chaves - Portugal

J16 Floresta Riacho Noite azul_ms

🎨:

A noite cai sobre a aldeia de Águas Frias, Chaves, Portugal, e a floresta que a rodeia fica cada vez mais escura. Os tons azuis escuros da noite infiltram-se entre as árvores, criando uma atmosfera misteriosa e mágica. O ar está frio e húmido, e o único som é o murmúrio de um estreito riacho que atravessa a floresta.

O riacho é tão estreito que parece mais um canal. As águas são claras e límpidas, e refletem as estrelas do céu noturno. As margens do riacho são cobertas por vegetação densa, incluindo árvores altas, arbustos e flores silvestres.

A floresta é um lugar de beleza e mistério. As árvores são altas e esguias, e suas copas formam um teto verde que bloqueia a luz do sol. O chão da floresta é coberto por folhas caídas, que criam um tapete macio sob os pés.

Aqui e ali, a luz da lua atravessa as árvores, criando padrões de luz e sombra. Esses padrões parecem quase mágicos, como se fossem criados por uma força sobrenatural.

A floresta é um lugar de silêncio e paz. O único som é o murmúrio do riacho e o canto dos pássaros noturnos. É um lugar onde a mente pode relaxar e se concentrar no presente.

É fácil imaginar que a magia está presente nesta floresta. As árvores altas e esguias parecem guardas de um reino encantado. O riacho parece um portal para outro mundo. E a noite escura e misteriosa parece perfeita para um encontro com o sobrenatural.

Quem sabe o que se esconde nas profundezas desta floresta?

Talvez um dragão esteja dormindo numa caverna …!!!

Ou talvez uma fada esteja dançando numa clareira …!!!

Ou talvez um feiticeiro esteja preparando um feitiço mágico …!!!

Só uma coisa é certa: esta floresta é um lugar de maravilhas e possibilidades.

É um lugar onde a imaginação pode correr solta e onde os sonhos se podem tornar realidade.

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Texto & Pintura (AI): ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Jan24

Uma placa de madeira, no meio da floresta - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

 

Uma placa de madeira, no meio da floresta

J09 Placa Aguas Frias na Floresta-moldura

Uma placa de madeira no meio da floresta indicando o caminho para o castelo de Monforte de Rio Livre e das aldeias transmontanas das Avelelas e de Águas Frias seria uma visão fascinante. A placa seria provavelmente feita de madeira de carvalho ou castanho, e teria um design simples, mas elegante. O texto seria gravado em preto, e indicaria a direção de cada destino.

A placa seria colocada em um local bem visível, de modo que os caminhantes e ciclistas pudessem encontrá-la facilmente. Seria uma adição bem-vinda à paisagem, e ajudaria a promover o turismo na região.

Este texto é claro e conciso, e fornece aos caminhantes e ciclistas todas as informações necessárias. O tamanho da fonte é grande o suficiente para ser lido facilmente, e a cor preta contrasta com o fundo da madeira.

A placa seria uma ótima maneira de promover o castelo de Monforte de Rio Livre e as aldeias transmontanas das Avelelas e de Águas Frias. Ajudaria a atrair visitantes para a região e contribuiria para a economia local.

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Texto & Pintura (AI): ©MárioSilva

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13
Nov23

Os cogumelos na mata


Mário Silva Mário Silva

Os cogumelos na mata

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A descoberta de cogumelos na mata é um evento que pode ser tanto belo quanto surpreendente. Para os amantes da natureza, é uma oportunidade de observar a diversidade e a beleza desse reino tão enigmático. Para os cozinheiros, é a chance de encontrar ingredientes frescos e saborosos para suas receitas.

Os cogumelos são organismos fascinantes que desempenham um papel importante no ecossistema. Eles são decompostores, o que significa que ajudam a quebrar a matéria orgânica morta. Isso libera nutrientes que podem ser usados por outras plantas e animais.

A beleza dos cogumelos é encontrada na sua variedade de formas, cores e tamanhos. Alguns são pequenos e discretos, enquanto outros são grandes e chamativos. Alguns são de cores vibrantes, enquanto outros são mais discretos.

A descoberta de um cogumelo raro ou exótico pode ser uma experiência memorável. É como encontrar um tesouro escondido na floresta.

Além de sua beleza, os cogumelos também são uma fonte de alimento rica em nutrientes. Alguns cogumelos são comestíveis e podem ser usados numa variedade de pratos. Outros são venenosos e devem ser evitados.

Para quem deseja colher cogumelos, é importante ter conhecimento sobre as espécies comestíveis e venenosas. É também importante colher apenas o que for necessário para o consumo, evitando desperdício.

A descoberta de cogumelos na mata é uma experiência que pode ser apreciada por todos, independente das suas preferências. É uma oportunidade de aprender sobre a natureza e de apreciar a beleza do mundo ao nosso redor.

Aqui estão algumas dicas para aproveitar ao máximo a descoberta de cogumelos na mata:

Faça sua pesquisa. Antes de sair para colher cogumelos, é importante aprender sobre as espécies comestíveis e venenosas da sua região. Você pode encontrar livros, sites e cursos online que podem ajudá-lo.

Vá com um amigo. É sempre bom ter alguém com você quando estiver na floresta.

Use roupas adequadas. Calçados confortáveis e roupas que possam ser sujas são essenciais.

Seja respeitoso com a natureza. Não destrua o habitat dos cogumelos e não colha mais do que o necessário.

Com um pouco de conhecimento e planeamento, pode ter uma experiência segura e agradável ao descobrir cogumelos na mata.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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04
Set23

A importância dos fetos “Pteridium aquilinum”, na Natureza


Mário Silva Mário Silva

A importância dos fetos “Pteridium aquilinum”,

na Natureza

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Pteridium aquilinum”, comumente conhecida como fetos, é uma espécie com significativa importância ecológica na natureza.

“Pteridium aquilinum” desempenha um papel vital na manutenção do equilíbrio e estabilidade do ecossistema. Em primeiro lugar, contribui para a biodiversidade, fornecendo habitat e fontes de alimento para vários organismos. O crescimento denso de fetos cria condições adequadas para diversas flora e fauna, incluindo insetos, pássaros e mamíferos. Além disso, esta espécie serve como fonte alimentar essencial para herbívoros, como veados e coelhos.

Além disso, “Pteridium aquilinum” influencia a dinâmica do ecossistema por meio de suas interações com outras espécies. Por exemplo, estudos mostraram que o feto pode alterar as propriedades do solo ao liberar compostos alelopáticos que inibem o crescimento de plantas concorrentes. Essa influência afeta a composição da comunidade vegetal e os processos de ciclagem de nutrientes nos ecossistemas.

Apesar de sua importância ecológica, “Pteridium aquilinum” enfrenta várias ameaças de atividades humanas. A perda de habitat devido ao desmatamento e conversão de terras é uma das principais ameaças a esta espécie. Espécies invasoras também representam um risco ao competir com os fetos por recursos ou alterar seus habitats. Além disso, alterações induzidas por mudanças climáticas nos padrões de temperatura ou precipitação podem afetar a área de distribuição dessa espécie.

Para enfrentar esses desafios enfrentados pelo “Pteridium aquilinum”, esforços de conservação foram realizados. Isso inclui iniciativas de restauração de habitats, programas de manejo de espécies invasoras e monitoramento dos impactos das mudanças climáticas. Além disso, a conscientização sobre a importância dessa espécie é fundamental para sua conservação. O envolvimento público e a educação podem promover práticas sustentáveis, como o uso responsável da terra e a prevenção da propagação dos fetos em novas áreas.

Em conclusão, “Pteridium aquilinum” desempenha um papel vital na manutenção da biodiversidade e na dinâmica do ecossistema. No entanto, as atividades humanas representam ameaças significativas à sua sobrevivência. Portanto, pesquisas contínuas, esforços de conservação e engajamento público são essenciais para garantir a sobrevivência a longo prazo dessa espécie. Ao valorizar e proteger a importância do “Pteridium aquilinum” na natureza, podemos contribuir para a preservação dos nossos ecossistemas naturais.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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