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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

10
Jul25

"O caminho rural asfaltado" - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"O caminho rural asfaltado"

Águas Frias - Chaves - Portugal

10Jul DSC08477_ms

Era um daqueles inícios de manhã em Águas Frias, Chaves, onde o sol de julho começava a banhar a paisagem com uma luz morna e dourada.

O ar, ainda fresco da noite, transportava os aromas da terra molhada e das flores silvestres.

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O caminho, um modesto trilho de asfalto, serpenteava suavemente pela encosta, desaparecendo na distância entre o verde exuberante.

Não era uma estrada principal, mas um caminho rural asfaltado, um veia que ligava pequenos campos de cultivo e vinhas, um fio de progresso lançado sobre a antiga face da terra.

As suas curvas suaves convidavam a caminhadas tranquilas, a passeios de bicicleta sem pressas, longe da agitação do mundo.

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À esquerda do caminho, como uma sentinela colorida e altiva, erguia-se uma malva-rosa, um “Alcea rosea”.

As suas hastes robustas, carregadas de flores em tons vibrantes de rosa e fúcsia, destacavam-se contra o verde mais escuro da vegetação.

Algumas das flores já se abriam em plenitude, outras, mais acima, eram ainda botões prometendo mais beleza nos dias seguintes.

Tinha nascido, provavelmente, de uma semente que o vento trouxe, ou talvez plantada por alguma mão carinhosa, e agora prosperava, adicionando um toque de cor e alegria à paisagem.

Apoiava-se num pequeno muro de pedra coberto de cal e pintura branca, que delimitava o terreno, marcando a transição entre o que era cultivado e o que era selvagem.

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À direita, o caminho era ladeado por um muro baixo, uma cerca rústica de rede metálica, já com a sua patina de ferrugem, que parecia proteger um terreno mais aberto, coberto de ervas secas pelo calor de verão.

Mais além, árvores de grande porte, com as suas copas densas e escuras, ofereciam sombra generosa, e o canto dos pássaros ecoava entre os ramos.

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Ao fundo, a paisagem elevava-se em suaves colinas, cobertas por uma manta de vegetação mediterrânea, banhada pela luz que prometia um dia quente.

A imensidão do céu, de um azul límpido e quase sem nuvens, estendia-se sobre tudo, convidando à contemplação.

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Aquele caminho não era apenas um percurso físico; era um portal para a alma rural de Trás-os-Montes.

Era um lugar onde o tempo parecia abrandar, onde o ritmo da vida era ditado pelo sol e pelas estações.

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Para Mário Silva, que capturou este momento com a sua câmara, não era apenas um registo fotográfico.

Era a essência da tranquilidade, da beleza simples e autêntica de Águas Frias.

A malva-rosa, exuberante e solitária, era um símbolo da vida que floresce, mesmo nos lugares mais inesperados, um lembrete de que a beleza está em todo o lado, à espera de ser observada e apreciada.

E o caminho, convidativo e sereno, parecia sussurrar histórias de vidas passadas e promessas de novos começos, convidando quem o olhava a seguir em frente e a descobrir os tesouros escondidos naquelas terras transmontanas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Jul25

"A borboleta (Pieris rapae) e as flores de cardo (Cirsium arvense)"


Mário Silva Mário Silva

"A borboleta (Pieris rapae)

e as

flores de cardo (Cirsium arvense)"

07Jul DSC01263_ms

Naquele dia ensolarado de julho, o campo irradiava uma paleta de verdes vibrantes, salpicados aqui e ali por explosões de cor.

Mas eram os tons de roxo intenso que mais chamavam a atenção, emanando das cabeças espinhosas dos cardos, que se erguiam orgulhosos, apesar da sua natureza um tanto indomável.

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Uma pequena borboleta, uma “Pieris rapae”, ou a "borboleta-da-couve" como era carinhosamente conhecida, dançava no ar.

As suas asas, de um creme suave e quase translúcido, eram pontuadas por discretas pintas pretas, quase como a assinatura de um artista no seu trabalho.

Ela não era das mais exóticas, nem das mais chamativas, mas a sua elegância residia na sua simplicidade e na sua persistência.

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A borboleta-da-couve, com os seus sentidos aguçados, sentiu o néctar doce que emanava das flores de cardo.

As “Cirsium arvense”, conhecidas popularmente como cardo-rasteiro, podiam ser consideradas uma praga por alguns, com as suas raízes profundas e a sua capacidade de se espalhar.

Mas para a borboleta, eram um oásis.

As suas flores, um turbilhão de filamentos roxos, ofereciam um banquete de energia essencial para os seus voos incansáveis.

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Com um movimento grácil, a borboleta pousou delicadamente numa das flores.

As suas patinhas finas agarraram-se às pequenas estruturas espinhosas, não com medo, mas com a familiaridade de quem encontra um velho amigo.

A sua probóscide desenrolou-se, mergulhando no coração púrpura da flor, sorvendo o néctar com satisfação.

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Ao lado, outra flor de cardo esperava, igualmente vibrante, a prometer mais néctar.

A borboleta sabia que tinha tempo, que o sol de julho ainda aquecia o ar e que a vida no campo se desenrolava no seu próprio ritmo.

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Naquele instante, a cena era um microcosmo perfeito do equilíbrio da natureza.

A borboleta, frágil, mas determinada, encontrava sustento na planta que muitos consideravam robusta e indesejável.

Era uma dança antiga, um pacto silencioso de coexistência.

A “Pieris rapae” levaria pólen de uma flor para outra, perpetuando o ciclo de vida do cardo, que por sua vez, lhe oferecia a sua doce recompensa.

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E enquanto a borboleta se demorava, o tempo parecia parar.

Não era apenas uma borboleta e uma flor; era a poesia do dia a dia, uma chamada de atenção de que a beleza e a interconexão podem ser encontradas mesmo nos cantos mais humildes do nosso mundo.

A fotografia de Mário Silva capturou não apenas uma imagem, mas um fragmento de uma história eterna, que continua a desdobrar-se em cada campo e em cada dia de verão.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
29
Mai25

"Ruínas floridas"


Mário Silva Mário Silva

"Ruínas floridas"

29Mai DSC00111_ms

A fotografia "Ruínas floridas" de Mário Silva captura um momento de beleza serena e resiliência num meio de abandono.

A imagem mostra uma estrutura de pedra em ruínas, com grandes blocos de granito cobertos por musgo verde, indicando anos de exposição às intempéries.

No centro da composição, uma janela rudimentar, formada por pedras empilhadas, enquadra o céu claro ao fundo.

Sobre as pedras, dois vasos de barro vermelho, simples e rústicos, abrigam plantas suculentas com tons de rosa e roxo, que contrastam com a aspereza da pedra e o verde do musgo.

A assinatura do fotógrafo, "Mário Silva", aparece no canto inferior direito, escrita em uma caligrafia elegante, complementando o tom nostálgico da obra.

A moldura da fotografia, em tons sépia, reforça a sensação de passado, como se estivéssemos olhando para uma memória distante.

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Em Trás-os-Montes, o tempo parece ter parado.

As aldeias, outrora vibrantes com o som de vozes e o trabalho nos campos, hoje ecoam o silêncio de um passado que se desvanece.

As casas de pedra, construídas com o suor e a determinação de gerações, sucumbem à inevitável passagem dos anos.

Paredes que abrigaram famílias inteiras agora desmoronam, cobertas por musgo e esquecidas pelo progresso que atraiu os mais jovens para as cidades ou para o estrangeiro.

Este cenário de abandono, porém, não é apenas uma narrativa de perda.

É também um testemunho da resiliência de um povo que, mesmo no meio do colapso, encontra formas de recriar a beleza e a alegria.

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A fotografia "Ruínas floridas" de Mário Silva capta essa dualidade com uma sensibilidade rara.

Na imagem, uma estrutura de pedra em ruínas, com blocos de granito desgastados pelo tempo, abriga dois vasos de barro vermelho.

Dentro deles, suculentas de tons rosados e roxos florescem, desafiando a aridez do ambiente.

 A janela rudimentar, formada pelas pedras, enquadra o céu, como se sugerisse que, mesmo no desmoronamento, há espaço para a esperança.

O musgo verde que cobre as pedras adiciona uma camada de vida, um lembrete da natureza que reclama o que o homem abandonou.

A moldura sépia e a assinatura do fotógrafo no canto da imagem evocam uma nostalgia que ressoa com a história de Trás-os-Montes.

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A proliferação de casas em ruínas nesta região não é apenas um fenómeno físico, mas também social.

O despovoamento, impulsionado pela falta de oportunidades económicas e pela emigração, deixou para trás um legado de abandono.

Vilarejos que antes pulsavam com vida agora são habitados por poucos, geralmente idosos que resistem a deixar as terras onde nasceram.

As casas, muitas delas sem herdeiros que as reclamem, tornam-se ruínas silenciosas, testemunhas de um tempo que não volta.

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No entanto, o povo transmontano, conhecido pela sua força e ligação à terra, não se rende ao desânimo.

Mesmo no meio do colapso, há uma determinação em encontrar beleza.

Os vasos de flores, como os retratados na fotografia de Mário Silva, são um símbolo disso.

Colocados cuidadosamente sobre as pedras, eles representam um ato de resistência — um esforço para trazer cor e vida a um cenário de decadência.

É como se dissessem: "Ainda estamos aqui, e enquanto estivermos, haverá beleza."

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Essa resiliência não é apenas estética, mas profundamente cultural.

Em Trás-os-Montes, as tradições persistem, mesmo que em menor escala.

As festas populares, as histórias contadas à lareira, o cultivo da terra — tudo isso continua a ser parte da identidade local.

As ruínas, por mais tristes que pareçam, tornam-se também um espaço de memória e de reinvenção.

Algumas são transformadas em pequenas hortas, outras servem de abrigo para animais, e há até quem as utilize como cenários para projetos artísticos, como o próprio Mário Silva fez com a sua fotografia.

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A mensagem de "Ruínas floridas" é clara: o abandono pode ser inevitável, mas a capacidade de recriar alegria e beleza é uma escolha.

O povo de Trás-os-Montes, com a sua ligação visceral à terra e à sua história, ensina-nos que a vida pode florescer mesmo nas condições mais adversas.

Assim como as suculentas que brotam dos vasos de barro, a alma transmontana persiste, resiliente e vibrante, num meio das ruínas de um passado que, embora desmorone, nunca será esquecido.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
19
Mai25

"Flores de pereira (Pyrus calleryana)"


Mário Silva Mário Silva

"Flores de pereira

(Pyrus calleryana)"

19Mai DSC00946_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Flores de Pereira (Pyrus calleryana)", captura de forma delicada e vibrante um conjunto de flores brancas de uma pereira, destacadas contra um fundo de céu azul claro.

As flores, agrupadas em cachos, apresentam pétalas brancas com pequenos detalhes em preto e estames amarelos, criando um contraste suave e elegante.

As folhas verdes, brilhantes e bem iluminadas pelo sol, complementam a composição, transmitindo uma sensação de frescura e vitalidade.

A luz natural realça as texturas das pétalas e das folhas, enquanto a assinatura do fotógrafo, "Mário Silva", aparece discretamente no canto inferior direito da imagem, adicionando um toque pessoal à obra.

A moldura cinza ao redor da fotografia dá um acabamento clássico, destacando ainda mais a beleza natural do tema.

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As pereiras, como a “Pyrus calleryana” (comumente conhecida como pereira ornamental, embora outras espécies como a Pyrus communis sejam mais usadas para consumo), desempenham um papel significativo na alimentação humana, especialmente por meio dos frutos que produzem: as peras.

Esses frutos são amplamente apreciados pelo seu sabor doce e suculento, além de serem uma fonte rica de nutrientes essenciais para uma dieta saudável.

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As peras são ricas em fibras dietéticas, que ajudam na digestão, promovem a saúde intestinal e podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Elas também contêm vitaminas como a C (importante para o sistema imunológico e a saúde da pele) e K, além de minerais como potássio, que auxilia na regulação da pressão arterial.

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Com poucas calorias, as peras são uma excelente opção para quem busca manter ou perder peso de forma saudável, oferecendo saciedade devido ao alto teor de fibras e água.

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As peras contêm compostos antioxidantes, como flavonoides e ácidos fenólicos, que ajudam a combater os radicais livres no corpo, reduzindo o stresse oxidativo e o risco de doenças crónicas, como cancro e inflamações.

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Além de serem consumidas frescas, as peras podem ser usadas em diversas preparações culinárias, como saladas, sobremesas, compotas e até pratos salgados, o que as torna um ingrediente versátil para uma dieta equilibrada.

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As pereiras, ao florescerem, também desempenham um papel ecológico importante, atraindo polinizadores como abelhas, que são essenciais para a produção de alimentos em geral.

Isso contribui para a sustentabilidade agrícola e a manutenção da biodiversidade.

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Embora a “Pyrus calleryana” seja mais ornamental e menos usada para produção de frutos comestíveis (devido ao tamanho pequeno e à textura dura de seus frutos), ela simboliza a beleza e a importância das pereiras no contexto mais amplo.

Espécies comestíveis de pereiras, como a “Pyrus communis”, são cultivadas globalmente e têm sido parte da alimentação humana há séculos, oferecendo benefícios nutricionais e culturais em diversas tradições gastronómicas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Mai25

"O alho napolitano (Allium neapolitanum)"


Mário Silva Mário Silva

"O alho napolitano (Allium neapolitanum)"

15Mai DSC05742_ms

A fotografia de Mário Silva intitulada "O alho napolitano (Allium neapolitanum)" provavelmente retrata a planta” Allium neapolitanum”, conhecida como alho napolitano ou alho-branco.

A fotografia destaca as características distintivas da planta, como as suas flores brancas em forma de estrela, dispostas em umbelas, com pétalas delicadas e estames visíveis.

As folhas são geralmente longas, estreitas e verdes, com uma textura suave.

A planta pode estar num ambiente natural, como um jardim, campo ou área mediterrânea, com foco em detalhes como a textura das flores ou o contraste com o fundo.

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As flores do alho napolitano atraem polinizadores, como abelhas, borboletas e outros insetos, promovendo a biodiversidade e a reprodução de outras plantas no ecossistema.

Serve como fonte de néctar e pólen, sustentando populações de insetos benéficos que são parte da cadeia alimentar, apoiando pássaros e outros animais.

Como membro da família “Alliaceae”, o alho napolitano pode libertar compostos sulfurados que repelem certas pragas, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema sem a necessidade de pesticidas químicos.

Nativa de regiões mediterrâneas, é bem adaptada a climas secos, ajudando a estabilizar solos e prevenir erosão em áreas com vegetação escassa.

Além de seu papel ecológico, é usada em jardinagem e paisagismo, promovendo a conservação de espécies nativas e a educação ambiental.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Mai25

As Páscoas “Primula acaulis”


Mário Silva Mário Silva

As Páscoas

“Primula acaulis”

09Mai DSC01002_ms

A fotografia de Mário Silva mostra flores conhecidas como "Páscoas" ou “Primula acaulis”(mais comumente chamada de “Primula vulgaris”), uma espécie de prímula.

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A imagem retrata um grupo de flores “Primula acaulis” num ambiente natural, possivelmente uma clareira ou floresta.

As flores têm pétalas de um amarelo pálido com centros amarelos mais intensos, e estão cercadas por folhas verdes largas e rugosas, típicas da espécie.

A iluminação suave destaca as cores delicadas das flores, e o fundo de folhas secas e musgo sugere um habitat florestal húmido.

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É uma planta herbácea perene, de pequeno porte, com uma roseta basal de folhas verde-escuras, enrugadas e ligeiramente peludas.

As flores são solitárias, com 5 pétalas, geralmente amarelas ou brancas, e um centro mais escuro.

As flores têm cerca de 2-4 cm de diâmetro, e a planta raramente ultrapassa 15 cm de altura.

Prefere solos húmidos e bem drenados, em áreas sombreadas como florestas, bosques e prados.

É comum na Europa, especialmente em climas temperados.

Floresce no início da primavera, frequentemente associada à Páscoa, daí o nome popular "Páscoas".

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As flores da “Primula acaulis” atraem polinizadores como abelhas e borboletas devido ao seu néctar e cores vibrantes, contribuindo para a reprodução de plantas na primavera.

Serve de alimento para insetos herbívoros e, indiretamente, para predadores que se alimentam desses insetos.

A sua presença indica solos saudáveis e húmidos, sendo um bom marcador de ecossistemas florestais equilibrados.

Como planta nativa, suporta a biodiversidade local ao fornecer recursos para fauna e flora associadas.

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A “Primula acaulis” é, portanto, uma espécie importante para a ecologia de bosques temperados, desempenhando papéis na polinização e na manutenção da saúde do solo.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Mai25

“A liberdade da borboleta” (Anthocharis cardamines)


Mário Silva Mário Silva

“A liberdade da borboleta”

(Anthocharis cardamines)

02Mai DSC06257_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “A liberdade da borboleta” (Anthocharis cardamines), retrata uma borboleta de asas brancas com detalhes laranja, pousada delicadamente sobre flores brancas num fundo verdejante.

A imagem evoca a essência da liberdade, simbolizada pela borboleta no seu voo leve e independente, um tema que ressoa profundamente tanto para o ser humano quanto para os animais.

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A liberdade é um pilar fundamental para a existência plena.

Para o ser humano, ela representa a capacidade de fazer escolhas, expressar-se e viver sem opressões, permitindo o florescimento da criatividade, da dignidade e do propósito.

Sem liberdade, o espírito humano atrofia-se, preso a limitações que sufocam o crescimento pessoal e coletivo.

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Para os animais, como a borboleta “Anthocharis cardamines”, a liberdade é igualmente vital.

Ela manifesta-se na possibilidade de viverem nos seus habitats naturais, livres de interferências humanas destrutivas, como desmatamento ou poluição.

A borboleta, com a sua metamorfose e voo, simboliza a transformação e a autonomia, lembrando-nos que todos os seres vivos precisam de espaço para existir e prosperar.

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A liberdade, portanto, é um direito universal que liga humanos e animais.

Proteger os ecossistemas e garantir a dignidade de todas as formas de vida é um ato de respeito à essência da liberdade, permitindo que tanto a borboleta quanto o ser humano possam voar na sua plenitude.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
01
Mai25

"A tradição das “Maias” (giesta amarela - Cytisus striatus)


Mário Silva Mário Silva

"A tradição das “Maias”

(giesta amarela - Cytisus striatus)

01Mai 70ee293118ce4eef0e06252621178df7

A pintura digital de Mário Silva, intitulada "A tradição das 'Maias' (giesta amarela - Cytisus striatus)", retrata uma porta rústica com uma textura desgastada, pintada em tons de branco, amarelo e azul, com uma chave na fechadura.

Em frente à porta, há ramos de giesta amarela (Cytisus striatus), uma planta com flores vibrantes que se destaca no contraste com a porta.

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A tradição das "Maias" remonta a costumes pagãos antigos, associados à celebração da primavera e à fertilidade, que foram mais tarde integrados nas práticas culturais portuguesas.

No dia 1º de maio, é costume em várias regiões de Portugal, especialmente no interior e em zonas rurais, colocar ramos de giesta amarela (conhecida como "maias") nas portas, janelas, chaminés e até em veículos.

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O significado desta tradição está ligado à proteção contra o mau-olhado, espíritos malignos e infortúnios.

A giesta amarela, com a sua cor vibrante, simboliza a renovação, a vida e a prosperidade, associadas à chegada da primavera.

Além disso, acredita-se que a planta afasta influências negativas e traz boa sorte para o lar.

Em algumas regiões, a tradição também está associada ao "Dia das Bruxas" (ou "Dia do Mau-Olhado"), em que se pensava que as bruxas e os maus espíritos estavam mais ativos, sendo a giesta uma forma de proteção.

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A pintura de Mário Silva captura essa essência cultural, destacando a simplicidade e a simbologia da giesta amarela num cenário rústico, evocando a ligação com as tradições populares portuguesas.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
28
Abr25

"Flores de Pereira (Pyrus calleryana)"


Mário Silva Mário Silva

"Flores de Pereira (Pyrus calleryana)"

28Abr DSC00946_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Flores de Pereira (Pyrus calleryana)", captura de forma delicada e vibrante um conjunto de flores brancas de uma pereira, destacadas contra um fundo de céu azul claro.

As flores, agrupadas em cachos, apresentam pétalas brancas com pequenos detalhes em preto e estames amarelos, criando um contraste suave e elegante.

As folhas verdes, brilhantes e bem iluminadas pelo sol, complementam a composição, transmitindo uma sensação de frescura e vitalidade.

A luz natural realça as texturas das pétalas e das folhas, enquanto a assinatura do fotógrafo, "Mário Silva", aparece discretamente no canto inferior direito da imagem, adicionando um toque pessoal à obra.

A moldura cinza ao redor da fotografia dá um acabamento clássico, destacando ainda mais a beleza natural do tema.

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As pereiras, como a “Pyrus calleryana” (comumente conhecida como pereira ornamental, embora outras espécies como a Pyrus communis sejam mais usadas para consumo), desempenham um papel significativo na alimentação humana, especialmente por meio dos frutos que produzem: as peras.

Esses frutos são amplamente apreciados pelo seu sabor doce e suculento, além de serem uma fonte rica de nutrientes essenciais para uma dieta saudável.

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As peras são ricas em fibras dietéticas, que ajudam na digestão, promovem a saúde intestinal e podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Elas também contêm vitaminas como a C (importante para o sistema imunológico e a saúde da pele) e K, além de minerais como potássio, que auxilia na regulação da pressão arterial.

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Com poucas calorias, as peras são uma excelente opção para quem busca manter ou perder peso de forma saudável, oferecendo saciedade devido ao alto teor de fibras e água.

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As peras contêm compostos antioxidantes, como flavonoides e ácidos fenólicos, que ajudam a combater os radicais livres no corpo, reduzindo o stresse oxidativo e o risco de doenças crónicas, como cancro e inflamações.

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Além de serem consumidas frescas, as peras podem ser usadas em diversas preparações culinárias, como saladas, sobremesas, compotas e até pratos salgados, o que as torna um ingrediente versátil para uma dieta equilibrada.

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As pereiras, ao florescerem, também desempenham um papel ecológico importante, atraindo polinizadores como abelhas, que são essenciais para a produção de alimentos em geral.

Isso contribui para a sustentabilidade agrícola e a manutenção da biodiversidade.

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Embora a “Pyrus calleryana” seja mais ornamental e menos usada para produção de frutos comestíveis (devido ao tamanho pequeno e à textura dura de seus frutos), ela simboliza a beleza e a importância das pereiras no contexto mais amplo.

Espécies comestíveis de pereiras, como a “Pyrus communis”, são cultivadas globalmente e têm sido parte da alimentação humana há séculos, oferecendo benefícios nutricionais e culturais em diversas tradições gastronómicas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
23
Abr25

"Olhai os lírios roxos no campo verdejante"


Mário Silva Mário Silva

"Olhai os lírios roxos no campo verdejante"

23Abr DSC00071_ms

A fotografia intitulada "Olhai os lírios roxos no campo verdejante", de Mário Silva, apresenta uma composição que captura a beleza natural de flores roxas, identificadas como lírios ou íris, num ambiente verdejante.

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A imagem mostra duas flores roxas, provavelmente lírios, em primeiro plano, com as suas pétalas delicadas e vibrantes contrastando contra um fundo verde desfocado.

As flores estão em diferentes estágios de desenvolvimento: uma delas está plenamente aberta, exibindo as suas pétalas roxas com detalhes subtis de veios brancos e amarelos, enquanto a outra está parcialmente fechada, ainda em botão, sugerindo um ciclo de vida natural.

Os caules verdes das flores são visíveis, com alguns detalhes de textura, como pequenas manchas e partes secas, que adicionam realismo à cena.

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O fundo é um desfoque de tons verdes, com leves toques de amarelo e roxo, sugerindo um campo ou jardim natural, possivelmente com outras flores ou plantas ao longe.

A profundidade de campo é rasa, o que mantém o foco nas flores e cria um efeito “bokeh” (áreas fora de foco e distorcidas), destacando-as ainda mais.

A fotografia tem uma moldura oval estilizada, com bordas desfocadas, que dá um toque clássico e suave à apresentação.

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A escolha de uma profundidade de campo rasa é um acerto técnico, pois isola as flores do fundo, criando um contraste visual que atrai o olhar do observador diretamente para o tema principal.

O uso do efeito “bokeh” no fundo reforça a sensação de um ambiente natural e tranquilo, evocando a ideia de um "campo verdejante" mencionada no título.

A moldura oval, embora estilizada, pode ser interpretada como uma tentativa de dar um toque nostálgico ou romântico à obra, remetendo a estilos fotográficos mais antigos.

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A iluminação é natural, o que realça as cores vibrantes das pétalas roxas e os tons verdes do caule e do fundo.

A luz suave evita sombras duras, criando uma atmosfera serena e harmoniosa, que combina bem com o tema da fotografia.

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O título "Olhai os lírios roxos no campo verdejante" sugere uma referência bíblica, possivelmente inspirada no versículo de Mateus 6:28 ("Olhai os lírios do campo..."), que fala sobre a beleza e a simplicidade da natureza como uma lição de confiança e desapego.

As flores, nesse contexto, podem simbolizar a efemeridade da vida, a beleza natural e a harmonia com o ambiente.

O roxo das pétalas, uma cor frequentemente associada à espiritualidade e à nobreza, reforça essa leitura simbólica.

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A escolha de capturar as flores em diferentes estágios de florescimento adiciona uma camada de significado: a flor aberta representa a plenitude, enquanto o botão simboliza o potencial e o futuro.

Essa dualidade pode ser interpretada como uma reflexão sobre o ciclo da vida e a beleza em todas as suas fases.

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Mário Silva pretende evocar uma conexão espiritual ou emocional com a natureza, e ele conseguiu.

A fotografia transmite uma sensação de calma e contemplação, convidando o observador a apreciar a simplicidade e a beleza do mundo natural.

No entanto, a obra não inova em termos de estilo ou técnica; ela encaixa-se numa tradição clássica de fotografia de natureza, o que pode ser tanto um ponto forte (para quem aprecia o género) quanto uma limitação (para quem busca algo mais experimental).

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Em conclusão, "Olhai os lírios roxos no campo verdejante" é uma fotografia que cumpre bem o seu propósito de capturar a beleza efêmera da natureza com uma abordagem delicada e contemplativa.

A composição é tecnicamente sólida, com um uso eficaz de foco, luz e cor.

É uma obra que ressoa emocionalmente, especialmente para quem aprecia a simplicidade e o simbolismo da natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Abr25

"Narciso-dos-poetas ou Pincheis (Narcissus triandrus) no meio de Jacintos-dos-Bosques ou Jacinto-silvestre (Hyacinthoides non-scripta)"


Mário Silva Mário Silva

"Narciso-dos-poetas ou Pincheis

(Narcissus triandrus)

no meio de

Jacintos-dos-Bosques ou Jacinto-silvestre

(Hyacinthoides non-scripta)"

02Abr Pinchéis_ms

A fotografia de Mário Silva mostra um grupo de Jacintos-dos-Bosques (Hyacinthoides non-scripta) em primeiro plano, com várias flores de cor azul-violeta em forma de sino, dispostas ao longo de caules verdes.

No meio deste grupo, erguem-se duas hastes de Narciso-dos-poetas ou Pincheis (Narcissus triandrus).

Estas flores são mais delicadas, com pétalas brancas ou creme voltadas para trás e uma pequena coroa amarela.

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O fundo da imagem é composto por uma superfície texturizada e escura, possivelmente um tronco de árvore ou uma rocha coberta de musgo, criando um contraste com as cores vibrantes das flores.

A luz parece incidir suavemente sobre as plantas, realçando os detalhes das suas formas e cores.

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Tanto o Jacinto-dos-Bosques como o Narciso-dos-poetas desempenham papéis importantes num ecossistema saudável, especialmente em habitats florestais:

As flores destas plantas fornecem néctar e pólen, atraindo uma variedade de polinizadores como abelhas, borboletas e moscas.

A polinização é crucial para a reprodução de muitas outras plantas, incluindo árvores e outras espécies herbáceas, mantendo a biodiversidade do ecossistema.

Embora não sejam diretamente consumidas por grandes herbívoros, estas plantas podem servir de alimento para alguns insetos e outros pequenos animais.

A presença e abundância destas espécies podem ser indicadores da saúde de um ecossistema florestal.

O Jacinto-dos-Bosques, em particular, é uma espécie característica de bosques antigos e a sua presença pode indicar um habitat bem estabelecido e com boas condições de conservação.

Estas flores silvestres contribuem para a beleza natural das paisagens, proporcionando prazer estético e tendo muitas vezes valor cultural e tradicional nas comunidades locais.

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Após a floração e frutificação, a matéria orgânica destas plantas decompõe-se, enriquecendo o solo com nutrientes essenciais para o crescimento de outras plantas.

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Em resumo, a presença do Narciso-dos-poetas e do Jacinto-dos-Bosques contribui para a biodiversidade, o funcionamento dos processos ecológicos e a saúde geral do ecossistema em que ocorrem.

A sua proteção é importante para a conservação da natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
31
Mar25

“Flores de Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus)”


Mário Silva Mário Silva

“Flores de Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus)”

NOTA: não confundir com o Louro-Comum (Laurus nobilis)

31Mar DSC00459_ms

A fotografia de Mário Silva intitulada “Flores de louro-cerejeiro (Prunus laurocerasus)” é uma captura delicada e detalhada que destaca a beleza natural desta planta ornamental.

A imagem mostra um ramo do louro-cerejeiro carregado de flores brancas, dispostas em cachos alongados e densos.

As flores são pequenas, com pétalas brancas e estames proeminentes, criando um contraste suave com as folhas verde-escuras e brilhantes da planta. Cada flor tem um formato estrelado, com um centro amarelado que adiciona um toque de vivacidade ao conjunto.

As folhas do louro-cerejeiro são lanceoladas, com bordas lisas e uma textura cerosa, típica da espécie, refletindo a luz de forma subtil, o que dá profundidade à fotografia.

O fundo da imagem é desfocado, mostrando outros ramos e folhas, além de um solo terroso e vegetação ao redor, sugerindo que a foto foi tirada num ambiente natural, possivelmente um jardim ou um bosque.

A assinatura de Mário Silva, visível no canto inferior direito, adiciona um toque pessoal à obra, indicando a sua autoria.

A iluminação da fotografia é natural, com luz suave que realça a brancura das flores e o verde vibrante das folhas, criando uma atmosfera serena e harmoniosa.

A composição centraliza as flores, mas permite que as folhas ao redor enquadrem a cena, dando equilíbrio visual à imagem.

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Diferenças entre o Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus) e o Louro-Comum (Laurus nobilis)

Embora o louro-cerejeiro e o louro-comum sejam frequentemente confundidos devido ao nome e à aparência das folhas, eles pertencem a famílias botânicas diferentes e têm características e usos distintos.

Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus): Pertence à família Rosaceae, a mesma das cerejeiras e amendoeiras.

É uma espécie do gênero Prunus, que inclui outras plantas frutíferas.

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Louro-Comum (Laurus nobilis): Pertence à família Lauraceae, que inclui outras plantas aromáticas como o loureiro e a canela.

É a verdadeira "folha de louro" usada na culinária.

 

Aparência

Louro-Cerejeiro: As folhas são largas, brilhantes, verde-escuras, com bordas lisas ou ligeiramente serrilhadas. São mais espessas e têm uma textura cerosa.

 

Louro-Comum: As folhas são menores, mais estreitas, com bordas onduladas e uma textura mais áspera. São verde-claras a médias e exalam um aroma forte e característico quando esmagadas.

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Flores:

Louro-Cerejeiro: Produz flores brancas em cachos longos (racemos), como visto na fotografia, que aparecem na primavera e são bastante ornamentais.

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Louro-Comum: As flores são pequenas, amarelo-esverdeadas e menos vistosas, aparecendo em pequenos cachos na primavera, mas não têm o mesmo impacto decorativo.

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Frutos:

Louro-Cerejeiro: Produz pequenos frutos pretos ou roxo-escuros, semelhantes a cerejas, que são tóxicos para humanos e animais se forem ingeridos.

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Louro-Comum: Produz bagas escuras, geralmente pretas, que também não são comestíveis, mas não são tão tóxicas quanto as do louro-cerejeiro.

 

Toxicidade

Louro-Cerejeiro: É uma planta tóxica. As suas folhas, frutos e sementes contêm cianeto de hidrogénio (ácido cianídrico), que pode ser fatal se ingerido em grandes quantidades.

É perigoso confundi-lo com o louro-comum na culinária.

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Louro-Comum: É seguro para uso culinário e medicinal. As suas folhas são amplamente utilizadas como tempero e têm propriedades medicinais, como ação digestiva e anti-inflamatória.

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Utilizações Específicas

Louro-Cerejeiro (Prunus laurocerasus):

Uso Ornamental: É amplamente utilizado em jardinagem e paisagismo devido à sua folhagem densa e brilhante, que forma sebes ou telas naturais. As suas flores brancas e a aparência elegante tornam-no uma escolha popular para jardins formais.

 

Uso Tradicional:  Algumas culturas usavam partes da planta em remédios tradicionais, mas isso é raro hoje devido à toxicidade. Por exemplo, a água destilada das folhas (água de louro-cerejeira) já foi usada como sedativo em pequenas doses, mas com muito risco.

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Cuidados: Deve-se evitar o contato com crianças e animais devido à toxicidade. A poda deve ser feita com luvas, pois até o manuseio pode liberar compostos tóxicos.

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Louro-Comum (Laurus nobilis):

Uso Culinário: As folhas de louro-comum são um tempero clássico, usadas em sopas, ensopados, molhos e marinadas. Elas adicionam um sabor aromático e levemente amargo, mas devem ser retiradas antes de servir.

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Uso Medicinal: O louro-comum tem propriedades digestivas, anti-inflamatórias e antissépticas. Infusões das suas folhas são usadas para aliviar dores estomacais, e o óleo essencial é aplicado em massagens para dores musculares.

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Uso Simbólico: Na antiguidade, o louro era associado à vitória e à sabedoria (como nas coroas de louros dos romanos). Hoje, é usado em arranjos decorativos e coroas cerimoniais.

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Uso Ornamental: Embora menos comum, também pode ser cultivado como planta ornamental, especialmente em vasos ou como arbusto podado.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva captura a beleza ornamental do louro-cerejeiro, destacando as suas flores delicadas e a sua folhagem brilhante, que o tornam uma planta valorizada em jardins.

No entanto, é essencial distinguir o louro-cerejeiro do louro-comum, já que o primeiro é tóxico e ornamental, enquanto o segundo é seguro e amplamente usado na culinária e medicina.

A confusão entre os dois pode ser perigosa, mas as suas diferenças visuais e funcionais são claras quando observadas com atenção.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
29
Mar25

As Flores de Cerejeira em Dia de Chuva


Mário Silva Mário Silva

As Flores de Cerejeira em Dia de Chuva

29Mar DSC04945_ms

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Sob o véu cinzento da chuva fina,

Despertam as cerejeiras em flor,

Pétalas brancas, leves como sina,

Dançam ao som do céu em clamor.

Oh, natureza, teu canto é divino,

Unindo água e flor num só destino.

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Gotas cristalinas acariciam o ar,

Cada uma um espelho de pura luz,

Nas flores delicadas a se formar,

Um brilho subtil que o tempo conduz.

Encanta-me, chuva, teu doce rumor,

Pintando de vida o silêncio em flor.

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Ramos curvados, um gesto gentil,

Sob o peso leve da água a cair,

Cada pétala guarda um segredo subtil,

Um sonho que o vento vem libertar.

Oh, flores de cerejeira, rainhas do céu,

Na chuva, vosso reinado é mais belo.

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O mundo se veste de tons suaves,

Verde e branco em harmonia a fluir,

A chuva sussurra antigas traves,

Histórias que as flores vêm reviver.

Encantamento brota de cada gota,

Um laço eterno entre terra e a nota.

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Sob o olhar atento da brisa fria,

As flores resistem, firmes e puras,

A chuva as banha, em melodia,

Renovando suas formas tão seguras.

Oh, espírito da chuva, guia gentil,

Guarda este instante, eterno e subtil.

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Que a dança das cerejeiras perdure,

Sob a chuva que cai em suave canção,

Que o tempo pare, que o mundo se cure,

Neste encontro de graça e emoção.

Encantamento eterno, flor e água unidas,

Na obra de Mário, a beleza erguida.

 

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Poema & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
17
Mar25

“Caminho rural com arbustos a florir” - A Natureza a despedir-se do inverno …


Mário Silva Mário Silva

“Caminho rural com arbustos a florir”

A Natureza a despedir-se do inverno …

17Mar DSC04548_ms

O caminho serpenteia entre a vegetação renascida, como um fio de esperança que se desenrola na paisagem.

A terra, ainda húmida do inverno, guarda a memória das chuvas frias, mas já se veste de um verde vibrante, prenúncio da primavera que se aproxima.

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Os arbustos, outrora adormecidos, despertam com uma explosão de flores brancas, como se a natureza se quisesse despedir do inverno com um último suspiro de beleza.

As pétalas delicadas, como flocos de neve que se renderam ao sol, perfumam o ar com um aroma doce e fresco, convidando à contemplação.

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As árvores, ainda despidas de folhas, erguem-se como esqueletos elegantes, contrastando com a exuberância da vegetação rasteira.

Os seus ramos nus, como braços que se estendem em direção ao céu, parecem ansiar pelo calor do sol e pelo toque das folhas novas.

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A luz, suave e dourada, que banha a cena, confere-lhe um ar de magia e mistério.

As sombras alongadas, que se projetam no chão, criam um jogo de luz e escuridão que realça a beleza da paisagem.

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Neste cenário idílico, onde a natureza se despede do inverno e se prepara para receber a primavera, o amor encontra o seu refúgio perfeito.

O caminho, outrora trilhado por passos solitários, agora convida a um passeio a dois, de mãos dadas, em sintonia com a melodia da natureza.

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O aroma das flores, a brisa suave que acaricia a pele, o canto dos pássaros que anunciam a nova estação, tudo se conjuga para criar um ambiente romântico e apaixonante.

Neste lugar mágico, onde o tempo parece ter abrandado o seu ritmo, o amor floresce como as flores da primavera, intenso e eterno.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Dez24

"Imaculada Conceição", na igreja de Águas Frias (Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"Imaculada Conceição"

na igreja de Águas Frias (Chaves - Portugal)

08Dez DSC04825_Advento_ms

A fotografia de Mário Silva captura a beleza e a solenidade de um altar dedicado à Imaculada Conceição, num dia dedicado a esta celebração.

A imagem apresenta um nicho ornado, com colunas e detalhes dourados, que abriga a estátua da Virgem Maria, segurando o Menino Jesus.

A figura central da Virgem, vestida de branco e azul, simboliza a pureza e a realeza.

O altar está adornado com flores coloridas e duas velas, uma verde e outra vermelha, um dos elementos tradicionais da celebração do Advento.

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A fotografia retrata um momento de profunda devoção religiosa.

A imagem da Virgem Maria, como centro da composição, evoca a fé e a espiritualidade dos fiéis.

O altar, ricamente decorado, demonstra a importância dessa celebração na comunidade.

A paleta de cores da fotografia é suave e harmoniosa.

O branco da roupa da Virgem, o azul do manto e o dourado dos detalhes criam uma atmosfera celestial.

As flores coloridas e as velas adicionam um toque de vida e de esperança à imagem.

A luz, que incide sobre a imagem da Virgem, cria um efeito de halo, realçando a sua figura e conferindo-lhe um ar de santidade.

As sombras, que se projetam sobre o altar, adicionam profundidade à composição.

A composição da fotografia é equilibrada e simétrica.

A imagem da Virgem, posicionada no centro da composição, atrai imediatamente a atenção do observador.

As colunas, que flanqueiam a imagem, criam um enquadramento que realça a importância da figura central.

A fotografia está repleta de simbolismo.

A Virgem Maria, como símbolo de pureza e de maternidade, representa a esperança e a salvação.

As velas, por sua vez, simbolizam a luz e a vida.

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Em conclusão, "Imaculada Conceição" é uma fotografia que nos transporta para um universo de fé e espiritualidade.

A imagem, rica em simbolismo, evoca sentimentos de devoção, esperança e paz.

A fotografia é um testemunho da importância da religião na vida das pessoas e da beleza da arte sacra.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Ago24

Borboletas “Aglais io”


Mário Silva Mário Silva

Borboletas “Aglais io”

02Ago Ago24 DSC00464_ms

As borboletas da imagem são da espécie “Aglais io”, também conhecidas como borboletas-pavão.

São borboletas comuns na Europa e Ásia temperada, e são conhecidas pelas suas asas coloridas com grandes manchas oculares.

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As borboletas da imagem estão pousadas numa flor de “Rubus sampaioanus”, uma espécie de amora silvestre.

As flores de “Rubus” são uma fonte importante de néctar para as borboletas, e elas são frequentemente encontradas nestas flores.

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A imagem sugere que as borboletas estão conversando sobre o perigo que representam os humanos para elas.

Apesar da sua beleza impressionante, as borboletas estão cada vez mais ameaçadas pelas atividades humanas, como o desmatamento, o uso de pesticidas e a mudança climática.

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O desmatamento destrói o habitat das borboletas e reduz a disponibilidade de alimentos e recursos.

Os pesticidas podem matar borboletas diretamente ou indiretamente, contaminando as suas fontes de alimento.

A mudança climática está a alterar o clima do planeta, o que pode ter um impacto negativo nas populações de borboletas.

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As flores e árvores fornecem habitat e alimentos para as borboletas.

Os pesticidas são prejudiciais para as borboletas e outros animais selvagens.

As organizações de conservação trabalham para proteger as borboletas e outros animais selvagens.

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É importante que os humanos tomem medidas para proteger as borboletas.

 As borboletas são uma parte importante do ecossistema e desempenham um papel vital na polinização das plantas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
30
Jul24

“Malva sylvestris”


Mário Silva Mário Silva

“Malva sylvestris”

Jul30 DSC08302_ms

“Malva sylvestris”, também conhecida como malva-dos-bosques, malva-cheia, malva-de-folhas-redondas e malva-do-monte, é uma planta herbácea perene nativa da Europa, Ásia e Norte da África.

Ela cresce nos prados, campos, margens de estradas e outras áreas perturbadas.

A planta pode atingir até 1,5 metros de altura e possui folhas arredondadas ou lobuladas com bordas dentadas.

 As flores são grandes e vistosas, com cinco pétalas de cor rosa, roxa ou branca.

A planta floresce do verão ao outono.

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A malva-dos-bosques é uma planta medicinal que tem sido usada há séculos para tratar uma variedade de doenças.

As folhas e as flores da planta podem ser usadas para fazer chás, infusões e outros remédios caseiros.

A planta é rica em mucilagem, uma substância que tem propriedades anti-inflamatórias, expetorantes e digestivas.

A malva-dos-bosques também pode ser usada para tratar feridas, queimaduras e picadas de insetos.

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A malva-dos-bosques é uma planta versátil que pode ser usada para uma variedade de propósitos, incluindo:

-  As folhas e flores da planta podem ser usadas para tratar uma variedade de doenças, incluindo inflamação, tosse, problemas digestivos, feridas, queimaduras e picadas de insetos.

-  As folhas jovens da planta podem ser comidas cruas ou cozidas.

Elas têm um sabor suave e podem ser usadas em saladas, sopas e outros pratos.

As flores da planta também podem ser comidas e podem ser usadas para decorar bolos e outros doces.

-  A malva-dos-bosques é uma planta bonita e resistente que pode ser usada para decorar jardins e paisagens.

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A malva-dos-bosques é uma planta importante para a biodiversidade.

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A malva-dos-bosques fornece alimento e abrigo para uma variedade de animais, incluindo abelhas, borboletas, pássaros e pequenos mamíferos.

A planta ajuda a polinizar outras plantas, o que é importante para a reprodução de muitas espécies.

A malva-dos-bosques ajuda a melhorar a qualidade do solo, adicionando matéria orgânica e aumentando a retenção de água.

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A malva-dos-bosques é uma planta versátil e valiosa que tem muitos usos para o ser humano e para o meio ambiente.

É uma planta bonita e resistente que pode ser facilmente cultivada em jardins.

Se está à procura de uma planta que seja útil, bonita e benéfica para o meio ambiente, a malva-dos-bosques é uma ótima opção.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Jul24

Giesta Amarela “Cytisus striatus”


Mário Silva Mário Silva

Giesta Amarela “Cytisus striatus”

Jul15 DSC06382_ms

Um Símbolo da Beleza e Alegria do Campo

A fotografia apresenta um caminho rural ladeado por flores de giesta amarela, convidando-nos a uma viagem sensorial pelas paisagens do campo.

As flores, com a sua cor vibrante e odor inebriante, são um verdadeiro presente para os sentidos, encantando tanto os visitantes em passeio quanto os trabalhadores que se dirigem às suas tarefas agrícolas.

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A giesta amarela, também conhecida como “Cytisus striatus”, é um arbusto nativo da Península Ibérica, caraterizado pelas suas flores amarelas brilhantes que florescem na primavera.

As flores, dispostas em cachos terminais, são compostas por cinco pétalas delicadas e apresentam um formato papilionáceo, lembrando uma borboleta.

A sua cor vibrante e alegre ilumina as paisagens, contrastando com o verde da vegetação e criando um espetáculo visual único.

 

O Odor Inebriante da Giesta:

As flores da giesta amarela exalam um perfume doce e inebriante, que se espalha pelo ar e encanta quem passa por perto.

O aroma floral é intenso e persistente, capaz de despertar a memória e transportar-nos para momentos de paz e felicidade no campo.

Além de ser agradável ao olfato, o perfume da giesta também possui propriedades calmantes e relaxantes, contribuindo para o bem-estar físico e mental.

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Um Presente para os Sentidos:

A giesta amarela, com a sua beleza e odor inebriante, é um verdadeiro presente para os sentidos.

Para aqueles que fazem um passeio pelo campo, a visão das flores vibrantes e o perfume delicioso proporcionam um momento de puro deleite e contemplação da natureza.

Já para os trabalhadores agrícolas, a presença da giesta representa um alento e um lembrete da beleza que os rodeia, mesmo no meio das tarefas árduas do dia a dia.

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Simbolismo da Giesta Amarela:

A giesta amarela é considerada um símbolo da primavera, da alegria e da esperança.

A sua flor delicada e perfumada representa a renovação da vida e a promessa de novos começos.

Na cultura popular portuguesa, a giesta está associada à prosperidade e à boa sorte, sendo comum colocar um ramo da planta nas portas das casas no dia 1º de maio.

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A imagem do caminho rural ladeado por giestas amarelas é um convite à contemplação da beleza simples e autêntica do campo.

As flores, com a sua cor vibrante, odor inebriante e simbolismo rico, proporcionam um presente para os sentidos e nos conectam com a natureza nos seus momentos mais esplendorosos.

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A giesta amarela possui diversas propriedades medicinais e é utilizada no tratamento de diversas doenças, como reumatismo, artrite e problemas digestivos.

As flores e folhas da planta também podem ser usadas para preparar chás e infusões com propriedades diuréticas, tónicas e calmantes.

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A giesta amarela é uma planta importante para a biodiversidade, servindo de alimento e abrigo para diversos animais, como abelhas, borboletas e pássaros.

As raízes da planta também contribuem para a fixação do solo e a prevenção da erosão.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Jul24

Caminho rural e a Natureza


Mário Silva Mário Silva

Caminho rural e a Natureza

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A fotografia mostra um caminho rural com flores e marcas de tratores.

Este caminho é um belo exemplo de como a natureza e a atividade humana podem coexistir em harmonia.

As flores crescem livremente no meio do caminho, mas as marcas dos tratores nas margens indicam que o caminho também é usado para fins práticos.

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O caminho é um oásis de beleza natural.

As flores coloridas fornecem um contraste vibrante com a erva verde e os troncos das árvores castanhos.

As flores também atraem abelhas e borboletas, que contribuem para o ambiente natural.

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As marcas dos tratores nas margens do caminho indicam que ele é usado para fins práticos.

Isso pode ser para o transporte de produtos agrícolas, para o acesso a campos ou simplesmente para o uso das pessoas que vivem na área.

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O facto do caminho ser usado para fins práticos não tira a sua beleza natural.

Na verdade, as marcas dos tratores apenas servem para destacar a beleza das flores.

Este é um exemplo de como a natureza e a atividade humana podem coexistir em harmonia.

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Para os pedestres, o caminho é um encanto para os sentidos.

As flores fornecem uma explosão de cores e aromas, enquanto as marcas dos tratores adicionam um toque de rusticidade.

O caminho também é um ótimo lugar para relaxar e apreciar a beleza da natureza.

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O caminho rural na fotografia é um belo exemplo de como a natureza e a atividade humana podem coexistir em harmonia.

As flores crescem livremente no meio do caminho, mas as marcas dos tratores nas margens indicam que o caminho também é usado para fins práticos.

Para os pedestres, o caminho é um encanto para os sentidos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
10
Jul24

Flores “Lupinus luteus” – Tremoceiro Bravo


Mário Silva Mário Silva

Flores “Lupinus luteus”

Tremoceiro Bravo

Jul10 DSC06403_ms

O Lupinus luteus, comumente conhecido como tremoceiro bravo, é uma planta nativa da região mediterrânea que se destaca pela sua beleza vibrante e pelo papel crucial que desempenha no ecossistema.

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O tremoceiro bravo é uma planta herbácea que pode atingir até 1 metro de altura.

As suas flores são dispostas em cachos verticais e densos, com uma coloração amarela brilhante que se destaca no meio da vegetação.

As folhas são palmaticompostas, com folíolos estreitos e alongados, de cor verde escura, que contrastam com as flores amarelas.

Cada flor individual é pequena, mas quando agrupadas em grandes inflorescências, criam uma exibição visual impressionante.

As flores têm uma forma típica de leguminosa, com um estandarte, asas e quilha.

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As flores amarelas brilhantes do “Lupinus luteus” são um espetáculo à parte, especialmente quando crescem em grandes grupos.

A fotografia apresentada captura a exuberância dessas flores em pleno florescimento, criando um campo dourado que é visualmente deslumbrante.

Devido à sua aparência atraente, o tremoceiro bravo é frequentemente usado em projetos de paisagismo e jardinagem para adicionar um toque de cor e beleza natural aos jardins e parques.

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Como membro da família das leguminosas, o tremoceiro bravo tem a capacidade de fixar nitrogénio no solo através de uma relação simbiótica com bactérias do género “Rhizobium”.

Este processo melhora a fertilidade do solo, beneficiando outras plantas e contribuindo para a saúde geral do ecossistema.

As flores atraem uma variedade de polinizadores, incluindo abelhas, borboletas e outros insetos, desempenhando um papel vital na polinização e na manutenção da biodiversidade.

Com seu sistema radicular profundo, o tremoceiro bravo ajuda a estabilizar o solo, prevenindo a erosão, especialmente em áreas propensas à degradação do solo.

Embora seja chamado de tremoceiro bravo e não seja tão comumente cultivado quanto outras espécies de tremoceiro para consumo humano, ainda é uma importante fonte de forragem para o gado em algumas regiões, além de ser usado em rotação de culturas para melhorar a qualidade do solo.

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O “Lupinus luteus”, ou tremoceiro bravo, não é apenas uma planta de grande beleza visual, mas também um componente essencial do ecossistema.

A sua capacidade de melhorar a fertilidade do solo, fornecer habitat para polinizadores e prevenir a erosão faz dela uma espécie valiosa para a saúde ambiental.

Além disso, a sua estética encantadora torna-a uma escolha popular para paisagismo, proporcionando um toque de cor vibrante em qualquer cenário.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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