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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

25
Abr25

"25 de abril de 1974" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

"25 de abril de 1974"

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A fotomontagem de Mário Silva intitulada "25 de abril de 1974" apresenta uma composição simbólica que remete à Revolução dos Cravos, um marco histórico em Portugal.

Na imagem, há uma mão a segurar um grande ramo de cravos vermelhos, que se destacam em cores vibrantes contra um fundo em preto e branco.

O cravo vermelho é um símbolo icónico da revolução, representando a liberdade e a resistência pacífica.

O fundo em preto e branco mostra um cenário rural, com uma cadeira amarela (outro elemento colorido) e uma estrutura de madeira e pedra que parece ser uma casa em ruínas, sugerindo um contraste entre o passado opressivo e a esperança de um futuro melhor.

A escolha de destacar os cravos e a cadeira em cores vivas, enquanto o resto da imagem permanece monocromático, pode simbolizar a transição de um período sombrio (o regime ditatorial) para um novo tempo de liberdade e renovação.

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A Revolução dos Cravos, também conhecida como o 25 de Abril, foi um golpe militar ocorrido em 25 de abril de 1974, que derrubou o regime autoritário do Estado Novo em Portugal, vigente desde 1933 sob a liderança de António de Oliveira Salazar e, posteriormente, de Marcelo Caetano.

Este regime era caracterizado pela repressão política, censura, falta de liberdades democráticas e pela guerra colonial, que mobilizava jovens portugueses para combater nas colónias africanas (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau), gerando grande descontentamento social e económico.

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O movimento foi liderado por militares do Movimento das Forças Armadas (MFA), que, cansados da guerra e da opressão, organizaram um golpe pacífico.

Um dos sinais para o início da revolução foi a transmissão da música "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, na rádio, que se tornou um hino da liberdade.

A revolução foi notável pela sua natureza quase sem violência: a população saiu às ruas em apoio aos militares, e as floristas de Lisboa ofereceram cravos para os soldados, que os colocaram nos canos das espingardas, dando origem ao nome "Revolução dos Cravos".

Em poucas horas, o regime caiu, e Marcelo Caetano foi deposto, marcando o fim de 48 anos de ditadura.

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A Revolução dos Cravos trouxe transformações profundas em Portugal, tanto no âmbito político quanto social, cujos efeitos ainda são sentidos na sociedade contemporânea.

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Após o 25 de Abril, Portugal iniciou um processo de transição para a democracia.

Em 1976, foi aprovada uma nova Constituição, que estabeleceu um regime democrático com eleições livres, liberdade de expressão, de imprensa e de associação.

Partidos políticos, antes proibidos, como o Partido Comunista e o Partido Socialista, passaram a atuar livremente.

A censura foi abolida, permitindo o florescimento da cultura, da arte e do debate público.

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Um dos impactos mais imediatos foi o fim da guerra colonial.

As colónias portuguesas – Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – conquistaram a sua independência entre 1974 e 1975.

Esse processo, embora necessário, trouxe desafios, como o retorno de cerca de 500 mil portugueses (os chamados "retornados") das ex-colónias, que precisaram ser reintegrados na sociedade portuguesa.

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A revolução abriu caminho para reformas sociais significativas.

Houve nacionalizações de setores-chave da economia, como bancos e indústrias, e uma reforma agrária que redistribuiu terras no sul do país.

A educação e a saúde foram democratizadas, com a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 1979, garantindo acesso universal à saúde.

A alfabetização e o acesso à educação também aumentaram, reduzindo as desigualdades sociais herdadas do Estado Novo.

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A democratização permitiu a Portugal integrar-se à Europa.

Em 1986, o país entrou para a Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia), o que trouxe investimentos, modernização das infraestruturas e crescimento económico.

A adesão à UE também consolidou os valores democráticos e abriu portas para a globalização.

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Hoje, Portugal é uma democracia consolidada, com uma sociedade mais igualitária e moderna, embora ainda enfrente desafios como desigualdade económica, envelhecimento populacional e emigração de jovens.

A Revolução dos Cravos é celebrada anualmente como um símbolo de liberdade e resistência, e os cravos vermelhos continuam a ser um emblema de esperança.

A cultura portuguesa floresceu, com maior valorização de artistas, escritores e músicos que antes eram censurados, como José Saramago e Amália Rodrigues.

Além disso, o país tornou-se um destino turístico global, conhecido pela sua história, cultura e qualidade de vida.

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Em conclusão, a fotomontagem de Mário Silva captura a essência da Revolução dos Cravos ao destacar os cravos vermelhos como símbolo de liberdade num cenário que remete ao passado opressivo.

A Revolução dos Cravos foi um divisor de águas na história de Portugal, encerrando décadas de ditadura e abrindo caminho para a democracia, a descolonização e a modernização.

Até os dias de hoje, os valores de liberdade e igualdade conquistados em 1974 continuam a moldar a sociedade portuguesa, que, apesar dos desafios, se transformou numa nação mais justa e integrada ao mundo.

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Texto & Fotomontagem: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
24
Abr25

"À espera de um Novo Dia"


Mário Silva Mário Silva

"À espera de um Novo Dia"

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "À espera de um Novo Dia", apresenta uma imagem poética e simbólica: silhuetas de galhos e folhas de uma árvore em primeiro plano, contrastando com um céu alaranjado e avermelhado, típico de um amanhecer ou pôr do sol.

A luz suave e quente do sol, que parece estar nascendo, criando uma atmosfera de esperança e renovação.

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O título "À espera de um Novo Dia" sugere um momento de transição, de expectativa por algo novo e melhor.

A escolha do amanhecer, com a sua luz crescente, é frequentemente associada a novos começos, renascimento e esperança.

As silhuetas escuras dos galhos, que parecem frágeis, mas resistentes, podem simbolizar a luta e a resiliência de um povo que, apesar das dificuldades, aguarda por um futuro mais luminoso.

A paleta de cores quentes reforça essa sensação de otimismo e transformação.

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Relação com o fim da ditadura do Estado Novo em Portugal

O Estado Novo, regime autoritário que governou Portugal entre 1933 e 1974, foi marcado por repressão, censura e estagnação social e económica.

O fim deste regime, com a Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974, representou um momento de libertação e esperança para o povo português, sendo frequentemente descrito como o "amanhecer" de uma nova era de democracia e liberdade.

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A fotografia de Mário Silva pode ser interpretada como uma metáfora visual para esse período histórico.

O "novo dia" que a imagem evoca reflete o sentimento coletivo de renovação que se seguiu ao fim da ditadura.

Assim como o sol nasce após a escuridão da noite, a Revolução dos Cravos trouxe luz a um país que vivia sob a sombra de um regime opressivo.

As silhuetas dos galhos podem simbolizar o povo português, que, mesmo fragilizado por décadas de repressão, resistiu e se manteve firme, aguardando a chegada de um futuro mais promissor.

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Além disso, a escolha de um amanhecer, em vez de um pôr do sol, reforça a ideia de início, e não de fim.

O fim do Estado Novo não foi apenas o encerramento de um capítulo sombrio, mas o começo de uma nova fase na história de Portugal, marcada pela democracia, pela liberdade de expressão e pela abertura ao mundo.

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Em conclusão, a fotografia "À espera de um Novo Dia" de Mário Silva captura, de forma simbólica, o espírito de esperança e renovação que marcou o fim da ditadura do Estado Novo em Portugal.

A luz do amanhecer e a resiliência das silhuetas dos galhos refletem a transição de um período de escuridão para um futuro de liberdade e possibilidades, ecoando os sentimentos do povo português após a Revolução dos Cravos.

É uma obra que, através da simplicidade da natureza, transmite uma mensagem profunda sobre transformação e esperança.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Fev25

"As casas, abandonadas da antiga Guarda Fiscal, na fronteira entre Portugal e Espanha" (Vila Verde da Raia – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"As casas, abandonadas da antiga Guarda Fiscal,

na fronteira entre Portugal e Espanha"

(Vila Verde da Raia – Chaves – Portugal)

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A fotografia de Mário Silva captura a melancolia de um edifício abandonado, testemunha de um passado marcado pela vigilância e pelo controlo fronteiriço.

A imagem retrata um conjunto de casas, com paredes descascadas e janelas tapadas, rodeadas por um terreno ermo e vegetação espontânea.

A ausência de vida e a deterioração das construções evocam uma sensação de abandono e de tempo passado.

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A composição da fotografia é horizontal, com as casas ocupando o centro da imagem.

A perspetiva adotada permite apreciar a extensão do edifício e a sua relação com o ambiente circundante.

As linhas horizontais das paredes e do telhado conferem à imagem uma sensação de estabilidade e de permanência.

A luz natural incide sobre as fachadas das casas, criando sombras que acentuam a textura das paredes e a volumetria das construções.

A combinação de luz e sombra confere à imagem uma atmosfera de mistério e de abandono.

A paleta de cores é marcada pela sobriedade dos tons de branco, cinza e ocre, que evocam a sensação de tempo e de decadência.

As casas abandonadas são um símbolo da passagem do tempo e das mudanças sociais.

A sua presença evoca memórias de um passado marcado pela vigilância e pelo controlo.

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As casas da Guarda Fiscal desempenharam um papel fundamental no controlo das fronteiras durante o Estado Novo.

Estas construções, estrategicamente localizadas em zonas de fronteira, tinham como função:

 

- Controlar a passagem de pessoas e bens entre os dois países.

- Garantir a segurança das fronteiras e prevenir a entrada de contrabando.

- Combater o contrabando e a atividade subversiva.

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Com o fim do Estado Novo e a abertura das fronteiras, as casas da Guarda Fiscal perderam a sua função original.

A maioria destas construções foi abandonada e encontra-se em estado de ruína, como a retratada na fotografia de Mário Silva.

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A preservação da memória histórica é fundamental para compreender o presente e construir o futuro.

As casas da Guarda Fiscal são testemunhas de um passado recente e representam um importante capítulo da história de Portugal.

A sua preservação, mesmo em estado de ruína, contribui para a valorização do património cultural e para a memória coletiva.

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Em resumo, a fotografia "As casas, abandonadas da antiga Guarda Fiscal" de Mário Silva é um documento histórico que nos convida a refletir sobre as transformações ocorridas nas fronteiras e na sociedade portuguesa.

A imagem, com a sua beleza melancólica, é um testemunho do passado e um convite à reflexão sobre o futuro.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
04
Fev25

Escola Primária – Águas Frias – Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"Escola Primária"

Águas Frias – Chaves - Portugal

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A fotografia de Mário Silva captura a essência da arquitetura escolar rural portuguesa do século XX.

A imagem apresenta uma pequena escola primária, com fachada branca e telhado de telha, situada na aldeia transmontana de Águas Frias (Chaves – Portugal).

A simplicidade da construção contrasta com a importância do seu papel na comunidade.

A porta principal, encimada por um arco, convida à entrada, enquanto as janelas, com as suas persianas fechadas, sugerem um interior acolhedor.

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A composição da fotografia é equilibrada e harmoniosa.

A escola, situada no centro da imagem, é o ponto focal, enquanto o céu azul e as árvores ao fundo criam um enquadramento sereno.

A perspetiva adotada permite apreciar a fachada principal do edifício e os seus detalhes arquitetónicos.

A luz natural incide sobre a fachada da escola, criando sombras que acentuam a textura da pedra e a volumetria da construção.

A paleta de cores é marcada pela sobriedade dos tons de branco, cinza e terracota, que evocam a sensação de simplicidade e funcionalidade.

A escola, como elemento central da imagem, representa o conhecimento, a educação e o futuro.

A sua presença na aldeia simboliza a importância da educação para o desenvolvimento das comunidades rurais.

A arquitetura da escola, com as suas linhas simples e funcionais, é característica da arquitetura escolar construída em Portugal durante o Estado Novo.

A ênfase na educação, como instrumento de modernização e de promoção da identidade nacional, era uma das prioridades do regime.

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O Plano Centenário, lançado em 1939 para comemorar o centenário da morte de D. Pedro IV, tinha como um dos seus objetivos a expansão e modernização do sistema educativo português.

 A construção de novas escolas, como a retratada na fotografia, era uma das prioridades do regime, que pretendia garantir o acesso à educação a todas as crianças, independentemente da sua origem social.

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As escolas construídas no âmbito do Plano Centenário apresentavam algumas características comuns:

 

- As escolas eram construídas de forma a atender às necessidades pedagógicas básicas, com salas de aula amplas e iluminadas, pátios e espaços verdes.

- A arquitetura era simples e funcional, utilizando materiais locais e técnicas de construção tradicionais.

- As escolas eram concebidas como espaços de formação de cidadãos, transmitindo os valores nacionais e promovendo a unidade do povo português.

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A fotografia de Mário Silva, ao retratar uma escola primária construída no âmbito do Plano Centenário, convida-nos a refletir sobre a importância da educação e sobre o papel do Estado na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A imagem, com a sua simplicidade e beleza, é um testemunho do passado e um convite à reflexão sobre o futuro da educação em Portugal.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
25
Abr24

Revolução de 25 de abril de 1974, em Portugal - 50 anos


Mário Silva Mário Silva

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Revolução de 25 de abril de 1974, em Portugal

50 anos

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A Revolução de 25 de Abril de 1974, também conhecida como Revolução dos Cravos, foi um golpe de Estado militar que derrubou o regime autoritário do Estado Novo em Portugal.

O regime, liderado por António de Oliveira Salazar, estava no poder há mais de 40 anos e era caracterizado pela repressão política, censura, falta de liberdade e desenvolvimento económico.

As origens da revolução são complexas e multifacetadas, mas alguns dos principais fatores que contribuíram para o seu desenvolvimento incluem:

- Guerra colonial:  Portugal estava envolvido em guerras coloniais em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau há mais de 13 anos.

As guerras eram longas, custosas e impopulares, e causaram grande desgaste social e económico.

- Oposição ao regime:  Havia um crescente descontentamento com o regime do Estado Novo, tanto dentro como fora de Portugal.

A oposição ao regime vinha de diversos setores da sociedade, incluindo estudantes, trabalhadores, intelectuais e militares.

- Movimento das Forças Armadas (MFA):  O MFA era um grupo de militares progressistas que se opunha ao regime do Estado Novo e defendia a democratização de Portugal.

O MFA foi o principal responsável pela organização e execução da Revolução de 25 de Abril.

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A Revolução de 25 de Abril de 1974 teve um impacto profundo em Portugal.

As principais consequências da revolução incluem:

- Fim do regime do Estado Novo:  O regime do Estado Novo foi derrubado e Portugal iniciou um processo de transição para a democracia.

- Independência das colónias:  Portugal concedeu independência às suas colónias em África.

 - Mudanças sociais e económicas:  A revolução levou a uma série de mudanças sociais e económicas em Portugal, incluindo a reforma agrária, a nacionalização de sectores económicos estratégicos e a democratização da educação e da saúde.

- Instabilidade política:  O período após a revolução foi marcado por grande instabilidade política, com vários golpes de estado e tentativas de golpe de estado.

- Aprovação da Constituição:  Em 1976, foi aprovada uma nova Constituição que consagrou a democracia em Portugal.

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A imagem comemora o 50º aniversário da Revolução de 25 de Abril.

A imagem apresenta o texto "25 Abril Sempre - 50 anos depois".

A frase "25 Abril Sempre" significa que a memória da Revolução de 25 de Abril continua viva e que os seus valores de liberdade, democracia e igualdade ainda são relevantes para a sociedade portuguesa.

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A Revolução de 25 de Abril de 1974 foi um evento histórico de grande importância para Portugal.

A revolução marcou o fim de um regime autoritário e o início de um processo de democratização do país.

A revolução também teve um impacto significativo na sociedade portuguesa, levando a uma série de mudanças sociais e económicas.

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Os princípios desta revolução ainda devem estar no espírito de todos os portugueses, pois passado meio século, ainda existem muitos dos seus objetivos por concretizar.

Nessa medida, a frase “25 de abril Sempre” continua a ter significado passados estes 50 anos.

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Texto e Cartaz (baseado num outro da época): ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
24
Abr24

"Deus, Pátria e Família": O Lema do Estado Novo, em Portugal


Mário Silva Mário Silva

"Deus, Pátria e Família":

O Lema do Estado Novo, em Portugal

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O lema "Deus, Pátria e Família" foi central para a ideologia e propaganda do regime ditatorial do Estado Novo em Portugal, liderado por António de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano entre 1933 e 1974.

Analisando cada elemento do lema:

Deus:

A religião católica era o pilar fundamental do Estado Novo.

O regime promovia a fé como elemento de união nacional e de controle social, utilizando-a para legitimar a sua autoridade e reprimir dissidências.

A Igreja Católica, por sua vez, beneficiava do apoio do Estado para manter o seu poder e influência na sociedade.

Pátria:

O nacionalismo era outro aspeto crucial do Estado Novo.

O regime exaltava a história, a cultura e as tradições portuguesas, buscando criar um senso de identidade nacional forte e coeso.

A propaganda oficial glorificava o passado imperial português e promovia a imagem de uma nação unida e forte sob a liderança de Salazar.

Família:

A família era vista como a base da sociedade no Estado Novo.

O regime defendia um modelo tradicional de família patriarcal, com o pai como chefe e a mulher submissa.

A educação das crianças era vista como um dever primordial das famílias, e o Estado buscava inculcar valores como o respeito à autoridade, o patriotismo e a religião.

Utilização do lema:

Nas escolas:

O lema "Deus, Pátria e Família" era constantemente presente nas escolas, estampado em cartazes, livros didáticos e discursos.

As crianças eram doutrinadas desde cedo nos valores do regime, aprendendo a venerar Deus, amar a pátria e respeitar a autoridade familiar.

Em eventos públicos:

O lema também era utilizado em eventos públicos, como comícios, desfiles e celebrações religiosas.

A repetição constante do lema visava reforçar a mensagem do regime e criar um clima de unidade nacional.

Na propaganda:

A propaganda oficial do Estado Novo utilizava extensivamente o lema "Deus, Pátria e Família".

Cartazes, filmes, rádio e outros meios de comunicação difundiam a mensagem do regime, associando-a a valores positivos e tradicionais.

Críticas ao lema:

O lema "Deus, Pátria e Família" foi alvo de diversas críticas ao longo do tempo.

Visão limitada:

 Muitos críticos argumentam que o lema apresenta uma visão limitada e excludente da sociedade portuguesa.

Ao enfatizar apenas os valores religiosos, patrióticos e familiares, o Estado Novo ignorava a diversidade da população e as lutas por direitos sociais e políticos.

Manipulação:

O lema também é criticado por ser uma ferramenta de manipulação utilizada pelo regime para controlar a população.

Ao associar os seus valores a conceitos considerados sagrados e intocáveis, o Estado Novo dificultava o questionamento e a oposição ao regime.

Legitimação da repressão:

O lema "Deus, Pátria e Família" serviu para legitimar a repressão política e social do Estado Novo.

A defesa da "ordem" e da "tradição" era usada para justificar a perseguição de opositores políticos, a censura da liberdade de expressão e a violação dos direitos humanos.

Conclusão:

O lema "Deus, Pátria e Família" foi um elemento central da ideologia e propaganda do Estado Novo em Portugal.

Apesar de ter sido utilizado para promover a unidade nacional e valores tradicionais, o lema também foi uma ferramenta de manipulação e controle social.

É importante analisar criticamente esse lema e o seu contexto histórico para entender melhor as complexas relações entre poder, religião, nação e família na sociedade portuguesa.

Apesar de já se terem passado meio século desde a queda do regime ditatorial de enlevou este conceito, ainda há quem queira voltar para ele, como sendo o fundamento da sua ideologia.

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Texto & Pintura: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
25
Nov23

Monumento da Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) – Águas Frias (Chaves) - Portugal


Mário Silva Mário Silva

 

Monumento da Mocidade

Portuguesa Feminina (MPF)

Águas Frias (Chaves) - Portugal

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A Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) foi uma organização juvenil feminina criada pelo Estado Novo em Portugal em 1937. A sua missão era formar uma mulher "nova", através da "educação moral, cívica, física e social".

A MPF era uma organização paramilitar, com uniformes e saudação próprias. As suas atividades incluíam exercícios físicos, educação patriótica, formação doméstica e social.

A MPF era dirigida por uma Comissária Nacional, que era nomeada pelo governo. A primeira Comissária Nacional foi Maria Guardiola, que ocupou o cargo de 1937 a 1962.

A MPF teve um papel importante na propaganda do Estado Novo. As suas atividades eram usadas para promover os valores do regime, como o nacionalismo, o catolicismo e a ordem social.

A MPF foi dissolvida em 1974, após a Revolução dos Cravos.

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Objetivos da MPF

Formar uma mulher "nova", que fosse patriótica, católica e obediente aos valores do Estado Novo.

Preparar as mulheres para o seu papel de esposas e mães.

Promover o nacionalismo e o catolicismo.

Atividades da MPF

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As atividades da MPF incluíam:

Exercícios físicos e ginástica

Educação patriótica e cívica

Formação doméstica e social

Atividades culturais e recreativas

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O uniforme da MPF era composto por:

Camisa branca com o emblema da MPF

Calça preta

Colete preto

Sapatos pretos

Lenço branco

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Saudação da MPF

A saudação da MPF era a saudação romana, com o braço direito estendido para cima.

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Impacto da MPF

A MPF teve um impacto significativo na sociedade portuguesa do Estado Novo. A sua propaganda ajudou a difundir os valores do regime entre as mulheres portuguesas.

A MPF também contribuiu para o reforço do papel tradicional da mulher na sociedade portuguesa. A organização promovia a ideia de que a mulher devia ser esposa, mãe e dona de casa.

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A MPF foi dissolvida em 1974, após a Revolução dos Cravos. A sua extinção marcou o fim do Estado Novo e o início de uma nova era para a mulher portuguesa.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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