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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

29
Mai23

O incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia (Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres) - UMA ESTÓRIA


Mário Silva Mário Silva

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UMA ESTÓRIA

O incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia (Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres)

27 Rua Nª Srª dos Prazeres_ms

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Era uma manhã ensolarada, numa pequena Aldeia no interior do país.

João, um jovem agricultor, estava levando sua carroça cheia de batatas e legumes para vender na feira do castelo. Ele estava feliz e cantarolava uma canção enquanto conduzia o seu cavalo pela rua de terra.

Ele chegou à rua íngreme que levava ao centro da Aldeia, onde ficava a praça. Era uma rua estreita e sinuosa, cercada por casas antigas e coloridas. João sabia que tinha que ter cuidado ao descer a ladeira, pois a carroça podia perder o equilíbrio e tombar.

Ele segurou firme as rédeas do cavalo e começou a descer devagar.

Mas, de repente, ele ouviu um barulho alto atrás dele.

Era um trator que vinha em alta velocidade pela rua abaixo.

O agricultor do trator tentou … tentou travar, mas não conseguiu e acabou por bater na traseira da carroça do João com força.

A carroça foi lançada para frente com o impacto e João perdeu o controle dela. O cavalo assustou-se e saiu correndo pela rua abaixo, arrastando a carroça atrás dele.

João tentou frear a carroça, mas as rodas não obedeciam. As batatas e os legumes voavam pelo ar e caíam no chão.

As pessoas que estavam na rua ficaram espantadas com a cena. Algumas saíram correndo para se proteger, outras tentaram ajudar João.

Uma senhora que estava na janela de sua casa jogou um balde de água no cavalo, esperando que ele parasse. Mas o cavalo só ficou mais nervoso e acelerou ainda mais.

A carroça chegou à praça, onde havia muita gente e a carrinha do pão e outra do peixeiro. João viu que ia bater em tudo e gritou:

- Saiam da frente! Saiam da frente!

Mas era tarde demais.

A carroça atingiu a carrinha do peixeiro e derrubou-a. Depois bateu na carrinha do pão e bolos e espalhou-os pelo chão. Em seguida, ainda colidiu com uma outra carroça que estava parada e ficou presa nela. O cavalo finalmente parou, ofegante e assustado.

João pulou da carroça e foi ver se o cavalo estava bem.

Ele acalmou o animal e o soltou da carroça.

Depois olhou em volta e viu o estrago que tinha feito.

As pessoas estavam furiosas com ele.

Elas reclamavam pelo pão e peixe espalhados pelo chão. Elas pediam indenização e ameaçavam chamar a GNR.

João não sabia o que fazer. Ele pediu desculpas e disse que não foi culpa dele, mas do homem do trator que bateu na sua carroça. Mas ninguém acreditou nele.

Eles disseram que ele era um irresponsável e um mentiroso.

Foi então que o dono do trator apareceu no largo.

Ele tinha conseguido descer a rua, aos solavancos e roçando pelo muro e paredes das casas e à deriva chegar ao largo até para ver se João estava bem.

Ele aproximou-se de João e disse:

- Desculpe-me, “home”. Eu não conseguir parar porque me falharam os travões e não pude evitar o choque com a sua carroça.

Ele dirigiu-se para o aglomerado de pessoas e disse:

- Foi tudo culpa minha. Eu bati na carroça dele e causei esse acidente. Eu vou pagar por tudo o que eu estraguei.

As pessoas ficaram surpresas com a confissão do agricultor.

Elas pararam de brigar com João e mas começaram a brigar com o dono do trator.

Elas exigiram que ele pagasse imediatamente pelos seus prejuízos.

João ficou aliviado com a atitude do agricultor.

Ele agradeceu-lhe pela honestidade e disse:

- Você é um homem de bem. Obrigado por assumir a responsabilidade.

O agricultor sorriu e disse:

- Não há de quê. Eu sei como é difícil ser agricultor nesse país. Eu também sou um.

Ele pegou na sua carteira e começou a distribuir dinheiro pelas pessoas que tinham sido prejudicadas pelo acidente.

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Perlim … Pim …  Pim … a estória do incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia, chegou ao fim.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
01
Dez11

No fim do outono ... uma pequena estória do verão


Mário Silva Mário Silva

Pois ... o último "post" remonta a pleno Agosto, com uma pequena estória passada nesta pequena e bela aldeia flaviense.

 

Agora  ... já o outono está a findar e aproxima-se vertiginosamente os rigores do inverno.

E os seu efeitos já se fazem sentir na pele, a névoa, o frio, o vento (que parece que corta), os dias curtos, as noites longas,a tão desejada chuva ...

 

 

 

 

Bom, hoje, feriado nacional (pela última vez),  dia 1 de dezembro, dia da restauração da independência, ... o tempo condiz com a época: sombrio, taciturno, dando-nos à indolência e à preguiça.

 

Mas ... o calor das brasas na lareira ... trazem o conforto e avivam as memórias de tempos passados. É o caso de hoje, em que recordo, um pequeno episódio do verão passado.

 

A tarde estava quente. 

E, nada melhor que uma boa cavaqueira ao ritmo de umas goladas de uma "loirinha" fresquinha e o terincar de uns amendoins estaladiços.

Foi o que fizeram o António e o Felisberto, no Café do Henrique (já considerado, por mim, património social da Aldeia).

 

 

 

Quando saíam para o largo do "Conselho", nesse momento cheio de juventude, vislumbraram à varanda a Dete e logo disseram em voz alta:

- Agora ia era um cafezinho brasileiro!!!!

- Ai, ia, ia ... - dise logo o outro.

 

 

 

E sentaram-se à porta do café do Pires (ou Parente para os amigos), continuando com a sua conversa, sem nunca esquecerem o tal cafezinho brasileiro.

 

Eis, então, que a Dete não se fazendo rogada, foi mesmo fazer o dito cafezinho, vindo de casa com um tabuleiro coberto com pano bordado, a cafeteira fumegante, duas chávenas, açucar, as respetivas colheres e ainda uma garrafa com o divinal bagaço.

 

 

 

 

Com esta é que o António e o Felizberto não contavam ... mas não fizerm cerimónia e mesmo ali sentados no cimento do passeio, no meio de todos e em plena rua Central, se serviram do apetitoso cafezinho brasileiro e claro com o cheirinho abundante do bagaço da Dete e D. Adélia.

 

 

 

 

Como se costuma dizer, estavam que nem um abade (e o da aldeia é bem cheiínho).

 

Uma coisa é certa: todos ficaram satisfeitos (uns por provarem o tão apetecido cafezinho e mãe e filha por poderem retribuir os atributos das suas bebidas).

 

 

 

Aqui, nesta aldeia transmontana, dar é também receber.

 

 

 

 

Bom ... já me sinto retemperado. Os pés estão de novo quentes e o "coração" também. As recordações têm destas coisas ...

 

Embora não tenha nascido e nado em Águas Frias, sinto alguma nostalgia quando lá não estou - então vou matando as saudades com as boas recordações que de lá carrego.

 

 

Até breve .......... com mais recordações!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mário Silva 📷
18
Ago11

Águas Frias (Chaves) - Estória de uma noite de Agosto


Mário Silva Mário Silva

 

 

 

Em tempos que já lá vão, … ou não…, o mês de Agosto já ia meado, e as noites estavam numa temperatura agradável, onde o fresco e uma brisazinha, convidavam uma saída para a rua.

 

A pequena e bela aldeia de Águas Frias, tinha-se mais uma vez, nesta altura, transformado.

 

Todos os que durante os restantes 11 meses labutaram noutras terras, sempre com o pensamento na “sua” terrinha, estavam sedentos de confraternização e extravasar a sua alegria.

 

Todos os motivos serviam para conviver.

 

E então a juventude … sim porque, neste mês, Águas Frias tinha juventude.

 

Ei-los que numa noite resolveram, a pretexto de uma despedida de solteiro, se juntarem no “Concelho” e ao som das colunas de um automóvel com o “cofre” aberto fazendo caixa de ressonância, de uma “água da CUF” na mão, fazer um arraial.

As colunas debitavam uns bons decibéis de música popular,… daquela que faz animar a malta e convida a uns saltaricos. Foi até às tantas da manhã …

 

 

Na noite seguinte, …

Preparava-se outra animação mas antes, alguém tentou boicotar a noitada, deitando ou uma “penicada” ou água de bacalhau, ou seja o que fosse,… o certo é que o “Concelho” ficou empestado de um fedor nauseabundo, que mesmo depois de uma baldadas de água ainda assim permanecia.

 

Mas se pensam que isso afasta um aquafrigidense, desenganem-se.

 

O “pessoal” foi chegando, juntando-se no pequeno largo ou sentando-se nas escadas do Henrique.

 

Nessa noite estava previsto nova animação, agora substituindo a aparelhagem do automóvel, por música ao vivo.

O Diogo levou o seu saxofone e um outro jovem, o Renato levou uma guitarra.

 

E, “toma!... Lá vai disto” … música popular ao vivo e gente a acompanhar ou mesmo a dançar.

 

 

 

 

 

Estavam os condimentos certos para mais uma noite de alegria e convívio, senão quando, houve a ameaça de chamar a GNR.

 

Ei lá, já não chegava a “penicada” e agora era preciso chamar a autoridade para impedir o convívio de uma noite, extravasando a alegria contida durante 11 meses!!!?

 

A dita GNR não veio, mas já chegou para estragar os ânimos e a “festa”.

 

Será que aqueles que se queixavam que a Aldeia estava a morrer aos poucos e que nada se passava, eram os mesmos que estragulavam a animação mesmo que seja durante uns dias do mês de Agosto?

 

Isso nunca saberemos, mas que se passou, passou … e a “festa” ficou pelo “intervalo”.

 

Esta estória é verdadeira e passou-se nesta pequena (cada vez mais pequena) mas cada vez mais bela Aldeia (mesmo com estes contratempos) de Águas Frias.

 

Até breve, mas com outras estórias, espero que sem percalços pelo meio.

 

Haja alegria e convívio, ao menos umas vezes por ano, nem que seja somente no mês de Agosto. 

 

 

 

 

Mário Silva 📷

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