A controversa escada em caracol (“subidório”) do Castelo de Monforte de Rio Livre - Águas Frias (Chaves), Portugal
Mário Silva Mário Silva
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A controversa escada em caracol (“subidório”)
do Castelo de Monforte de Rio Livre
A recente instalação de uma escada em caracol de ferro no Castelo de Monforte de Rio Livre, em Águas Frias (Chaves), Portugal, gerou um debate acalorado entre os defensores da modernização e os defensores da preservação histórica.
Propósito da escada:
A escada, apelidada de "subidório" pelo autor da imagem, tem como único objetivo facilitar o acesso à porta de entrada da torre de menagem, localizada no topo da muralha.
Impacto na experiência do visitante:
No entanto, a sua construção provocou preocupações significativas. A escada e o gradil que a acompanha impedem que os visitantes circulem livremente pelas muralhas, privando-os da vista deslumbrante do vale do rio Tâmega, do planalto da serra do Brunheiro, das aldeias vizinhas e das serras portuguesas e espanholas circundantes, incluindo o castelo de Monterrey em Verin.
Perspetivas em conflito:
Os defensores da intervenção argumentam que a escada era necessária por motivos de segurança e para facilitar o acesso à torre de menagem para pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, sustentam que a sua presença não compromete significativamente a estética do castelo.
Do outro lado, os detratores da escada criticam a sua intromissão numa estrutura histórica como o castelo, defendendo que a sua construção deturpa a autenticidade do monumento e limita a experiência dos visitantes em apreciar a beleza natural da região.
Pontos de reflexão:
A controvérsia em torno da escada de Monforte de Rio Livre levanta questões importantes sobre o equilíbrio entre a modernização e a preservação do património histórico. É crucial ponderar cuidadosamente as vantagens e desvantagens de tais intervenções, buscando soluções que conciliem a acessibilidade e a segurança com a preservação da autenticidade e da experiência do visitante.
Cabe a cada um ponderar:
A escada em caracol compromete significativamente a estética do castelo?
A sua presença impede de forma crucial a fruição da vista panorâmica?
A sua construção era realmente necessária por motivos de segurança e acessibilidade?
Existiriam alternativas menos invasivas para alcançar os mesmos objetivos?
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A resolução do debate reside no diálogo aberto e na busca de soluções criativas que considerem as diferentes perspetivas e garantam a preservação do rico património histórico e cultural do Castelo de Monforte de Rio Livre.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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