"Dia do Silêncio" – sábado Santo e uma frase do Papa Francisco
Mário Silva Mário Silva
"Dia do Silêncio"
Sábado Santo e uma frase do Papa Francisco
A fotografia de Mário Silva, intitulada "Dia do Silêncio", captura um momento de profunda serenidade e introspeção, que ressoa de forma poderosa com o significado do Sábado Santo e uma frase do Papa Francisco.
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A imagem mostra um pôr do sol com tons quentes de laranja e amarelo, que gradualmente se transformam num céu mais escuro à medida que o sol se aproxima do horizonte.
O sol está parcialmente oculto por uma cadeia de montanhas escuras, quase como uma silhueta, e há nuvens suaves que adicionam textura ao céu.
A luz do sol, embora ainda presente, parece estar-se retirando, deixando o cenário envolto numa quietude melancólica.
Há também um pequeno ponto no céu, possivelmente um pássaro, que adiciona um toque de vida no meio da vastidão silenciosa.
A moldura da fotografia tem um efeito de vinheta, com bordas escuras que intensificam a sensação de introspeção e isolamento.
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Relação com o Sábado Santo e a Frase do Papa Francisco
O Sábado Santo, na tradição cristã, é o dia que marca a espera entre a crucificação de Jesus na Sexta-feira Santa e a sua ressurreição no Domingo de Páscoa.
É um dia de silêncio, luto e reflexão, como descrito pelo Papa Francisco: “O Sábado Santo é o dia do silêncio, vivido no pranto e na perplexidade pelos primeiros discípulos, perturbados com a morte ignominiosa de Jesus. Enquanto o Verbo está em silêncio, enquanto a Vida está no túmulo, aqueles que tinham esperança dele são postos duramente à prova, sentem-se órfãos, talvez até órfãos de Deus”.
A fotografia de Mário Silva reflete esse estado de espírito de maneira visual e simbólica.
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O Silêncio e a Quietude: O pôr do sol na imagem simboliza o fim de um ciclo, assim como a morte de Jesus marca o fim da sua vida terrena.
A ausência de elementos vibrantes ou movimentados na fotografia — como pessoas, cores intensas ou ação — reforça a ideia de silêncio e pausa.
O sol pondo-se atrás das montanhas pode ser interpretado como o "Verbo em silêncio", como mencionado pelo Papa, enquanto a escuridão que se aproxima representa o túmulo onde "a Vida" repousa.
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A Perplexidade e o Luto: As cores quentes do céu, que contrastam com a escuridão das montanhas, podem evocar o pranto e a perplexidade dos discípulos.
O laranja e o amarelo, embora belos, têm uma melancolia inerente nesse contexto, como se o céu estivesse "chorando" com tons de fogo, refletindo a dor e a confusão dos seguidores de Jesus que, segundo o Papa, "se sentem órfãos, talvez até órfãos de Deus".
A luz que se desvanece simboliza a esperança que parece estar-se apagando para os discípulos, que ainda não sabem da ressurreição que virá.
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A Espera e a Prova: A frase do Papa Francisco fala de uma prova dura para aqueles que tinham esperança em Jesus.
Na fotografia, o sol está quase completamente escondido pelas montanhas, mas ainda há um brilho, uma promessa de luz.
Isso pode ser interpretado como um símbolo da espera: mesmo no silêncio e na escuridão do Sábado Santo, há uma luz subtil que prenuncia a ressurreição.
A presença do pássaro solitário no céu pode ser vista como um símbolo de esperança ou da alma em busca de sentido, mesmo no meio da desolação.
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Em conclusão, a fotografia "Dia do Silêncio" de Mário Silva é uma representação visual poderosa do Sábado Santo.
Ela captura a essência do silêncio, da melancolia e da espera descrita pelo Papa Francisco, ao mesmo tempo em que oferece um vislumbre de esperança através da luz que persiste no horizonte.
A imagem convida-nos a refletir sobre a experiência dos primeiros discípulos — o luto, a perplexidade e a sensação de abandono — enquanto nos lembra que, mesmo no silêncio mais profundo, a promessa da ressurreição está por vir.
É uma obra que, através da sua simplicidade e beleza, traduz a profundidade espiritual deste dia sagrado.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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