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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

19
Jun25

"Dia do Corpo de Deus" - Mário Silva (IA)


Mário Silva Mário Silva

"Dia do Corpo de Deus"

Mário Silva (IA)

19Jun 192f5f69c723aa0afb679edf9b9d48a6 _msjpg

A pintura digital "Dia do Corpo de Deus" de Mário Silva retrata uma cena solene e rica em simbolismo religioso.

No centro, um sacerdote, vestido com vestes litúrgicas brancas e vermelhas adornadas com cruzes douradas, ergue uma taça eucarística com a mão direita, enquanto a esquerda aponta para o alto.

Acima dele, uma figura crucificada emana uma luz dourada, simbolizando a presença divina e a transubstanciação.

O fundo, composto por tons quentes e colunas, sugere um ambiente sacro, enquanto figuras ao redor, com expressões de reverência, reforçam o caráter coletivo da celebração.

A obra destaca a espiritualidade e a centralidade da Eucaristia nesta festividade católica.

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A pintura capta a essência da solenidade do Dia do Corpo de Deus, uma das celebrações mais significativas para os católicos, marcada pela devoção à Eucaristia.

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O Dia do Corpo de Deus, também conhecido como Festa do Santíssimo Sacramento, tem as suas raízes no século XIII.

A celebração foi instituída em 1264 pelo Papa Urbano IV, inspirado por uma visão de Santa Juliana de Mont Cornillon, que destacou a necessidade de honrar o mistério da Eucaristia fora do contexto da Páscoa.

Esta data foi estabelecida na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade, variando entre maio e junho no calendário litúrgico.

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Para os católicos, o Dia do Corpo de Deus é uma oportunidade de professar a fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Acredita-se que o pão e o vinho, consagrados durante a Missa, se transformam no corpo e sangue de Jesus Cristo, um dos pilares da doutrina católica.

Esta festividade reforça a união da comunidade e a gratidão pela salvação oferecida por Cristo.

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Em Portugal, as tradições associadas ao Dia do Corpo de Deus são profundamente enraizadas.

Uma das práticas mais emblemáticas é a procissão eucarística, onde o Santíssimo Sacramento é levado pelas ruas em ostensório, acompanhado por fiéis, clérigos e, por vezes, autoridades locais.

As ruas são frequentemente decoradas com tapetes florais ou folhas, especialmente em vilas e cidades como Braga e Évora, onde esta arte popular atinge grande esplendor.

Durante a procissão, cantam-se hinos e reza-se, criando um ambiente de oração e reflexão.

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Outra tradição marcante é a bênção das casas e campos, simbolizando a proteção divina sobre as comunidades rurais.

Em algumas regiões, realizam-se atos de caridade, como a distribuição de alimentos, reforçando o espírito de partilha.

Apesar da modernização, estas celebrações mantêm viva a herança cultural e religiosa, atraindo tanto os devotos como os curiosos, que apreciam o património associado a esta festividade.

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O Dia do Corpo de Deus continua a ser um momento de fé e identidade para os católicos portugueses, unindo gerações numa celebração que honra a Eucaristia e a comunidade.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
25
Mai25

“Capela de Nossa Senhora das Dores” (Nozelos – Valpaços – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

“Capela de Nossa Senhora das Dores”

(Nozelos – Valpaços – Portugal)

25Mai DSC00201_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “Capela de Nossa Senhora das Dores” (Nozelos – Valpaços – Portugal), retrata o interior de uma capela barroca, marcada por uma rica decoração e um ambiente de devoção.

O destaque da imagem é o retábulo dourado, que ocupa a parede frontal da capela.

Este retábulo, ricamente ornamentado, apresenta colunas torsas com detalhes em vermelho e dourado, enquadrando duas pinturas laterais de figuras religiosas, possivelmente santos ou mártires, com vestes tradicionais e expressões solenes.

No centro, há uma cruz de madeira sobre um pequeno altar, ladeada por elementos decorativos, incluindo uma caveira esculpida à direita, simbolizando a mortalidade e a penitência.

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A base do retábulo é adornada com padrões geométricos e florais em tons de dourado, vermelho e branco, típicos do estilo barroco português.

Abaixo do retábulo, encontra-se um túmulo ou arca de pedra, com uma abertura frontal que revela um interior vermelho desgastado, sugerindo a passagem do tempo e o uso contínuo do espaço para práticas religiosas.

As paredes laterais da capela mostram sinais de deterioração, com tinta descascada e vestígios de frescos, enquanto o teto exibe uma pintura parcial com figuras angelicais e ornamentos, parcialmente danificados.

A luz suave que ilumina a cena confere um tom de reverência e melancolia, reforçando o carácter sagrado e histórico do espaço.

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A veneração de Nossa Senhora das Dores, também conhecida como “Mater Dolorosa”, é uma das devoções mais antigas e profundamente enraizadas na tradição católica portuguesa.

Esta devoção centra-se nas sete dores de Maria, mãe de Jesus, que incluem momentos como a profecia de Simeão, a fuga para o Egito, a perda de Jesus no templo e, especialmente, a sua presença ao pé da cruz durante a crucificação.

Em Portugal, essa devoção ganhou força a partir da Idade Média, sendo promovida por ordens religiosas como os Servitas, que dedicaram a sua espiritualidade ao culto das dores de Maria.

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Em muitas regiões de Portugal, como em Nozelos, Valpaços, onde se localiza a Capela de Nossa Senhora das Dores retratada na fotografia de Mário Silva, a devoção manifesta-se através de capelas, procissões e festas litúrgicas.

A festa de Nossa Senhora das Dores, celebrada a 15 de setembro, é um momento alto de espiritualidade, marcada por missas solenes, cânticos tradicionais e procissões onde a imagem de Maria, frequentemente representada com o coração trespassado por sete espadas (simbolizando as sete dores), é levada pelas ruas.

Em algumas localidades, é comum a prática do “Ofício das Dores”, uma série de orações e meditações que refletem sobre o sofrimento de Maria.

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Esta devoção também reflete a espiritualidade do povo português, que historicamente encontrou na figura de Nossa Senhora das Dores um símbolo de compaixão e intercessão nos momentos de sofrimento, como durante as guerras, fomes ou calamidades.

A Capela de Nossa Senhora das Dores em Nozelos, com o seu retábulo barroco e ambiente austero, é um testemunho da fé popular e da importância desta devoção na vida comunitária, servindo como um espaço de recolhimento e ligação espiritual com o sagrado.

Através de locais como este, a veneração de Nossa Senhora das Dores continua a ser uma expressão viva da religiosidade portuguesa, unindo gerações na partilha de uma fé marcada pela empatia e pela esperança.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
20
Abr25

"O Compasso - Visita Pascal"


Mário Silva Mário Silva

"O Compasso - Visita Pascal"

A fotografia de Mário Silva, intitulada "O Compasso - Visita Pascal", retrata um grupo de pessoas participando na Visita Pascal (Compasso).

O grupo é composto por várias pessoas, incluindo crianças e adultos, vestidas com túnicas brancas, que são típicas de cerimónias religiosas cristãs.

Alguns dos participantes carregam cruzes penduradas ao pescoço, e um deles, veste uma capa vermelha e segura uma cruz processional dourada, simbolizando a liderança espiritual do grupo.

Outros seguram objetos litúrgicos, como incensários e sinetas, que são usados durante a Visita Pascal.

A luz do sol filtrada pelas árvores cria uma atmosfera serena e espiritual, destacando o caráter sagrado do momento.

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Significado da Páscoa Cristã

A Páscoa cristã é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico cristão, marcando a ressurreição de Jesus Cristo, que, segundo a tradição, ocorreu no terceiro dia após a sua crucificação.

Este evento é central para a fé cristã, simbolizando a vitória de Jesus sobre a morte e o pecado, e a promessa de vida eterna para os fiéis.

A Páscoa é precedida pela Quaresma, um período de 40 dias de penitência, jejum e reflexão, e culmina na Semana Santa, que inclui eventos como a Última Ceia (Quinta-feira Santa), a crucificação (Sexta-feira Santa) e a ressurreição (Domingo de Páscoa).

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Além do significado teológico, a Páscoa também é um momento de renovação espiritual, esperança e comunhão familiar.

Em muitas culturas, é celebrada com tradições como a troca de ovos de Páscoa (simbolizando nova vida) e a partilha de refeições festivas.

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A Visita Pascal (Compasso) em Portugal

Em Portugal, a Visita Pascal, também conhecida como "Compasso", é uma tradição profundamente enraizada, especialmente nas regiões do norte e centro do país, como o Minho, Trás-os-Montes e Beiras.

Realizada no Domingo de Páscoa ou na Segunda-feira de Páscoa, a Visita Pascal consiste numa procissão liderada pelo pároco da comunidade ou alguém da sua confiança, acompanhado por membros da paróquia, frequentemente vestidos com vestes brancas, como na fotografia.

O grupo percorre as casas da freguesia para anunciar a ressurreição de Cristo e abençoar as famílias.

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Durante o Compasso, aquele que carrega a cruz processional, muitas vezes adornada com flores, e um sino é tocado para anunciar a chegada do grupo.

Em cada casa, a família recebe a visita com respeito e alegria, muitas vezes beijando a cruz como sinal de devoção.

Asperge-se água benta sobre os moradores e a casa, abençoando-os, e pode recitar orações ou cânticos pascais, como o "Aleluia".

É comum que as famílias preparem uma mesa com doces, amêndoas, vinho do Porto ou outras iguarias para oferecer ao grupo, simbolizando hospitalidade e partilha.

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A Visita Pascal é mais do que um ritual religioso; é uma celebração comunitária que reforça os laços sociais e espirituais entre os membros da freguesia.

Em algumas regiões, o Compasso é acompanhado por cânticos tradicionais e até por grupos de jovens que tocam instrumentos, criando um ambiente festivo.

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A fotografia de Mário Silva captura a essência dessa tradição portuguesa, mostrando o grupo em procissão, com os elementos simbólicos típicos do Compasso: as vestes brancas, a cruz processional, os sinos e o incensário.

A escolha de um cenário natural pode simbolizar a ligação entre a espiritualidade e a criação, refletindo a ideia de renovação que a Páscoa representa.

A imagem transmite um sentimento de paz, devoção e união, valores centrais tanto da Páscoa cristã quanto da Visita Pascal em Portugal.

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Texto e Fotomontagem: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
18
Abr25

"A cruz" - Sexta-feira Santa, Paixão e Morte de Jesus Cristo


Mário Silva Mário Silva

"A cruz"

Sexta-feira Santa, Paixão e Morte de Jesus Cristo

19Abr DSC07477_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cruz", apresenta uma cruz de pedra rústica, com sinais de desgaste e musgo, situada num ambiente natural cercado por pinheiros.

A cruz, um símbolo central do cristianismo.

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A moldura roxa ao redor da imagem adiciona um tom solene, frequentemente associado à liturgia cristã, especialmente em períodos como a Quaresma e a Sexta-feira Santa.

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Relação com a Sexta-feira Santa e a Paixão e Morte de Jesus Cristo

A Sexta-feira Santa é o dia em que os cristãos relembram a Paixão e Morte de Jesus Cristo, um momento de profunda reflexão sobre o sacrifício de Jesus na cruz para a redenção da humanidade.

A cruz, como elemento central da fotografia, é o símbolo mais direto desse evento.

Na narrativa cristã, Jesus foi crucificado, sofreu e morreu na cruz, um ato que, segundo a fé cristã, representa o amor supremo e a salvação.

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A cruz como símbolo do sacrifício: A cruz de pedra na fotografia evoca a cruz de madeira na qual Jesus foi crucificado.

A sua aparência desgastada e coberta de musgo pode simbolizar a passagem do tempo e a permanência do sacrifício de Cristo na memória coletiva dos fiéis.

Assim como a cruz da fotografia resiste às intempéries, a mensagem da Paixão de Cristo permanece viva através dos séculos.

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Ambiente natural e solidão: O cenário natural, com pinheiros e um céu claro, pode ser interpretado como um convite à contemplação e à introspeção, sentimentos muito presentes na Sexta-feira Santa.

É um dia de silêncio, jejum e oração, e a simplicidade do ambiente da fotografia reflete essa atmosfera de recolhimento.

A ausência de figuras humanas reforça a ideia de solidão, remetendo ao momento em que Jesus, na cruz, experimentou o abandono e a dor.

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A moldura roxa: O roxo é uma cor litúrgica associada à penitência, ao luto e à preparação espiritual, usada na Quaresma e especialmente na Sexta-feira Santa.

A escolha dessa cor para a moldura da fotografia reforça a ligação com o período da Paixão, sugerindo um tom de reverência e tristeza pela morte de Cristo.

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A assinatura na base da cruz: A assinatura "Mário Silva" na base da cruz pode ser vista como um toque pessoal do fotógrafo, mas também pode simbolizar a ideia de que a cruz, e o que ela representa, é algo que toca a humanidade de forma individual.

Na Sexta-feira Santa, os fiéis são convidados a refletir sobre a sua própria relação com o sacrifício de Cristo, e a assinatura pode ser interpretada como um lembrete dessa conexão pessoal.

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Em conclusão, a fotografia "A cruz" de Mário Silva captura a essência da Sexta-feira Santa ao apresentar a cruz como um símbolo atemporal do sacrifício de Jesus Cristo.

O ambiente natural, a simplicidade da cruz de pedra e a moldura roxa criam uma atmosfera de reflexão e reverência, alinhada com o espírito de luto e contemplação desse dia sagrado.

A imagem convida o observador a meditar sobre a Paixão e Morte de Cristo, ligando o símbolo da cruz ao significado profundo desse evento na tradição cristã.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
30
Mar25

"Altar lateral da igreja Matriz de Santa Marta" (Vila Frade - Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"Altar lateral da igreja Matriz de Santa Marta"

(Vila Frade - Chaves - Portugal)

29Mar DSC07641_ms

A imagem apresenta um altar lateral ornamentado, caracterizado por uma exuberante talha dourada que cobre a estrutura, exibindo um trabalho artesanal intricado.

A moldura do altar é composta por arabescos, volutas e elementos florais esculpidos, típicos da arquitetura barroca portuguesa, que conferem um brilho opulento ao conjunto.

No centro, destaca-se a figura de Jesus Cristo crucificado, uma escultura realista que domina a composição.

O seu corpo, esculpido com expressiva dor e resignação, está suspenso na cruz, com os braços abertos e a cabeça inclinada.

Acima da cruz, uma placa com a inscrição "INRI" (Iesus Nazarenus, Rex Iudaeorum - Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus) reforça o contexto bíblico da crucificação.

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À esquerda da cruz, encontra-se a estátua de Nossa Senhora das Dores, vestida com um manto azul-escuro e véu, segurando um lenço ou as mãos em gesto de lamento.

A sua expressão serena, mas carregada de tristeza, reflete a tradicional iconografia mariana associada ao sofrimento materno diante da morte do filho.

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Ao redor das figuras principais, pequenas estátuas de anjos e santos adornam as colunas laterais, adicionando uma camada de espiritualidade e hierarquia celestial.

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No topo do altar, um painel pintado retrata uma cena religiosa, possivelmente a deposição de Cristo da cruz ou uma representação da Virgem e dos santos, envolta por uma aura de luz que sugere santidade.

A luz natural que entra pela janela à direita ilumina suavemente o altar, criando um contraste entre as áreas douradas e as sombras, enquanto os azulejos decorativos na parede inferior, com padrões geométricos e florais, complementam a estética tradicional portuguesa.

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Este altar é um testemunho da rica tradição religiosa e artística de Portugal, especialmente na região de Trás-os-Montes, conhecida pelas suas igrejas barrocas.

A talha dourada simboliza a glória divina e a riqueza espiritual, um recurso comum nas igrejas portuguesas para honrar a fé e atrair os fiéis.

A presença de Jesus crucificado e de Nossa Senhora das Dores evoca o núcleo da narrativa cristã: o sacrifício de Cristo e o sofrimento de Maria, que se tornaram ícones de redenção e compaixão.

Juntos, representam a Paixão de Cristo, um tema central na liturgia católica, especialmente durante a Quaresma e a Semana Santa.

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A luz que penetra pela janela pode ser interpretada como um símbolo de esperança ou da presença divina, iluminando o altar como um farol de fé num meio carregado de penumbra.

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Os azulejos, típicos da cultura portuguesa, ligam a obra ao património local, refletindo a identidade cultural de Vila Frade e Chaves.

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 A assinatura de Mário Silva no canto inferior direito sugere uma valorização pessoal do fotógrafo por esta peça de devoção e arte, capturando não apenas a beleza visual, mas também a profundidade espiritual do local.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva transcende a mera representação visual, oferecendo uma janela para a história, a fé e a arte de uma comunidade.

O altar lateral da igreja Matriz de Santa Marta é mais do que um objeto decorativo; é um espaço de contemplação, onde a dor, a glória e a esperança se entrelaçam, preservadas pela lente sensível do fotógrafo.

 

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
16
Fev25

"O Cruzeiro" (Vila Frade – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"O Cruzeiro"

(Vila Frade – Chaves – Portugal)

16Fev DSC07634_ms

A fotografia de Mário Silva captura a serenidade e a espiritualidade de uma paisagem rural portuguesa, com um cruzeiro de pedra como elemento central.

A cruz, simples e imponente, está erguida sobre um pedestal de pedra, num espaço aberto e tranquilo.

Ao fundo, um muro de pedra e algumas árvores completam a composição, criando um ambiente bucólico e convidativo à reflexão.

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Os cruzeiros são elementos emblemáticos da paisagem rural portuguesa, com uma rica história e um profundo significado cultural.

A sua origem remonta aos primeiros séculos do cristianismo e sua evolução ao longo dos séculos espelha as transformações sociais e religiosas do país.

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Os primeiros cruzeiros em Portugal surgiram nos primórdios da cristianização, no período visigótico.

Eram, na sua maioria, cruzes simples, esculpidas em pedra, erguidas em locais estratégicos, como encruzilhadas e caminhos, com o objetivo de marcar o território cristão e proteger os viajantes.

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Com a consolidação do cristianismo, os cruzeiros adquiriram um significado cada vez mais profundo, tornando-se símbolos da fé e da devoção.

Eram frequentemente associados a milagres, aparições e outras manifestações da religiosidade popular.

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Ao longo dos séculos, os cruzeiros evoluíram em termos de forma e ornamentação.

Inicialmente, eram cruzes simples, esculpidas em pedra.

Com o passar do tempo, tornaram-se mais elaborados, com a adição de elementos decorativos como volutas, flores e figuras humanas.

A partir do século XVI, com a influência do Renascimento, os cruzeiros adquiriram um caráter mais artístico, com esculturas mais elaboradas e detalhes arquitetónicos mais sofisticados.

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Os cruzeiros desempenharam diversas funções ao longo da história:

- Religiosa: Marcar lugares sagrados, proteger os viajantes e celebrar eventos religiosos.

- Social: Servir como pontos de encontro e de referência para as comunidades locais.

- Memorial: Homenagear pessoas ou eventos importantes.

- Divisória: Marcar limites territoriais ou propriedades.

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Os cruzeiros estão profundamente enraizados na cultura popular portuguesa.

Muitas lendas e tradições estão associadas a estes monumentos, como a crença de que os cruzeiros protegiam as aldeias de pragas e desastres naturais.

As romarias aos cruzeiros eram eventos importantes na vida das comunidades rurais, reunindo as pessoas em torno de práticas religiosas e festividades.

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Com a secularização da sociedade, a importância religiosa dos cruzeiros diminuiu.

No entanto, eles continuam a ser um elemento importante do património cultural português, valorizados pela sua beleza estética e pelo seu significado histórico.

Muitos cruzeiros foram alvo de obras de restauro e conservação, garantindo a sua preservação para as futuras gerações.

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Os cruzeiros possuem um significado profundo para o povo português, tanto do ponto de vista religioso como cultural.

Os cruzeiros são elementos fundamentais da paisagem religiosa portuguesa, marcando lugares sagrados e servindo como pontos de referência para as procissões e romarias.

Os cruzeiros eram utilizados para marcar os caminhos entre as aldeias, servindo como pontos de orientação para os viajantes.

Acreditava-se que os cruzeiros tinham o poder de proteger as comunidades das calamidades e dos males.

Os cruzeiros são testemunhas da história e da fé das comunidades locais, muitas vezes associados a lendas e tradições populares.

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Em resumo, a fotografia "O Cruzeiro" de Mário Silva é uma obra que nos convida a refletir sobre a importância da fé e da tradição na cultura portuguesa.

A imagem, com a sua beleza simples e a sua carga simbólica, é um testemunho da profunda ligação entre o homem e a natureza, e da busca por um sentido transcendente.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Fev25

"O Cruzeiro do Senhor dos Milagres" - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"O Cruzeiro do Senhor dos Milagres"

Águas Frias - Chaves - Portugal

02Fev DSC04269_ms

A fotografia de Mário Silva captura o "Cruzeiro do Senhor dos Milagres" em Águas Frias, Chaves, Portugal.

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O cruzeiro é apresentado dentro de uma pequena capela com quatro colunas de pedra que sustentam um telhado de telhas vermelhas, típico da arquitetura regional.

A estrutura é simples, mas robusta, refletindo a tradição e a importância cultural e religiosa do local.

A cruz azul, da azulejaria portuguesa, com a imagem do Senhor dos Milagres é o foco central da imagem, destacando-se pelo contraste de cores e pela sua posição elevada.

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A presença de flores e velas na base do cruzeiro sugere que é um local de veneração ativa, onde os fiéis vêm prestar homenagem e orar.

A lanterna pendurada na estrutura adiciona um toque de cuidado e tradição, sugerindo que o local pode ser iluminado durante a noite, aumentando sua sacralidade.

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A envolvente do cruzeiro, com árvores e vegetação, cria um ambiente sereno e contemplativo, que convida à reflexão e à oração.

A localização no largo da Junta de Freguesia indica que este é um ponto central da comunidade, integrando a fé na vida diária dos habitantes.

De notar que este cruzeiro já esteve num antigo cemitério da aldeia, que após a sua extinção, foi removido e implantado no local atual.

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O Senhor dos Milagres é uma figura venerada em várias partes do mundo, mas em Portugal, esta devoção tem raízes profundas, muitas vezes associadas a milagres e proteção divina.

A localização original no cemitério pode simbolizar a crença na vida após a morte e na intercessão divina.

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Para os crentes portugueses, a devoção ao Senhor dos Milagres pode ser uma manifestação de fé em tempos de dificuldade, pedindo por milagres ou agradecendo por graças recebidas.

Este tipo de devoção reforça a identidade cultural e religiosa da comunidade, unindo-a através de práticas comuns.

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O Senhor dos Milagres, representado na cruz, simboliza esperança, fé e a crença no poder divino de realizar o impossível.

A escolha de uma cruz azul pode simbolizar a pureza e a divindade, contrastando com o vermelho das telhas, que pode representar o sacrifício e o amor.

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A presença de oferendas como flores e velas mostra uma participação ativa da comunidade, indicando que a devoção é uma prática viva e comunitária.

A localização no largo da Junta de Freguesia sugere que a fé é um componente integral da vida pública e social.

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Em resumo, a fotografia de Mário Silva não apenas captura um monumento religioso, mas também encapsula a profundidade da devoção ao Senhor dos Milagres em Portugal, refletindo tanto a tradição histórica quanto a vivacidade da fé na comunidade local.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Nov24

Dia dos Fiéis Defuntos


Mário Silva Mário Silva

Dia dos Fiéis Defuntos

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A imagem capturada por Mário Silva retrata um portão de ferro forjado, adornado com arabescos e encimado por uma cruz.

O portão, que dá acesso a um cemitério, é o elemento central da fotografia.

A data "MDCCLXXII" inscrita no portão, equivalente a 1772 no calendário gregoriano, remete-nos a um passado distante, conferindo à imagem um ar de nostalgia e tradição.

O fundo da fotografia é composto por um céu nublado e pela silhueta de árvores, elementos que, juntamente com a atmosfera sombria da imagem, contribuem para criar uma sensação de melancolia e reflexão.

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O Dia dos Fiéis Defuntos, celebrado anualmente no dia 2 de novembro pela Igreja Católica, é uma data dedicada à memória dos falecidos.

Neste dia, os fiéis são convidados a orar pelos seus entes queridos que já partiram, bem como por todas as almas que se encontram no purgatório, aguardando a purificação para alcançar a vida eterna.

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A Igreja Católica ensina que a morte não é o fim, mas sim uma passagem para a vida eterna.

A celebração do Dia dos Fiéis Defuntos reafirma essa crença, convidando os fiéis a refletirem sobre o mistério da morte e a esperança na ressurreição.

Os fiéis creem na existência de uma comunhão entre os que estão no céu, na terra e no purgatório.

Através da oração e dos sacramentos, os vivos podem interceder pelos falecidos, auxiliando-os na sua caminhada para Deus.

A celebração do Dia dos Fiéis Defuntos também nos lembra da importância de preservar a memória de nossos entes queridos.

Ao visitar os cemitérios e rezar pelos falecidos, fortalecemos os laços familiares e mantemos viva a lembrança daqueles que amamos.

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A fotografia de Mário Silva captura de forma poética a essência do Dia dos Fiéis Defuntos.

O portão de ferro, com a sua inscrição antiga, simboliza a passagem do tempo e a inevitabilidade da morte.

Ao mesmo tempo, a cruz e os arabescos remetem à fé e à esperança na vida eterna.

A atmosfera sombria da imagem convida à reflexão e à introspeção, proporcionando um momento de conexão com o sagrado.

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Quem acredita na Vida Eterna … acredita …

Quem não acredita numa Outra Vida … não acredita …

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
29
Set24

Nicho com imagens da Sagrada Família na aldeia de Parada (Sanfins- Chaves- Portugal) - A Religiosidade nas Aldeias Transmontanas


Mário Silva Mário Silva

Nicho com imagens da Sagrada Família na aldeia de Parada (Sanfins- Chaves- Portugal)

A Religiosidade nas Aldeias Transmontanas

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A fotografia apresenta um nicho com imagens da Sagrada Família, localizado na aldeia de Parada, em Sanfins, Chaves, Portugal.

A imagem captura um elemento fundamental da religiosidade popular em Portugal, especialmente nas regiões mais rurais e tradicionais como Trás-os-Montes.

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O nicho, construído em granito, material característico da região, apresenta uma arquitetura simples e tradicional.

A cruz no topo e as imagens da Sagrada Família no interior são elementos iconográficos claramente identificáveis com a fé católica.

A presença de velas e flores artificiais sugere que o nicho é um local de devoção e oração, visitado e cuidado pelos habitantes da aldeia.

O fundo da imagem, com campos e árvores, evoca a paisagem rural de Trás-os-Montes, estabelecendo uma conexão entre a fé e a natureza.

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A imagem do nicho em Parada é mais do que um simples registro fotográfico.

Ela representa um conjunto de valores, crenças e práticas religiosas que moldaram a identidade das comunidades rurais portuguesas ao longo dos séculos.

A religiosidade popular, manifesta em elementos como nichos, capelinhas e cruzes, é profundamente enraizada na cultura de Trás-os-Montes.

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Os nichos são pontos de encontro e de expressão da fé comunitária.

Eles servem como locais de oração, de pedidos de proteção e de agradecimento.

A sua presença nas aldeias reforça os laços sociais e a identidade coletiva.

A religiosidade popular em Portugal é marcada por um rico sincretismo, com a mistura de elementos da fé católica com práticas e crenças mais antigas.

Essa hibridização é evidente na presença de elementos naturais, como árvores e fontes, associados a ritos e crenças pagãs.

Os nichos são testemunhos da resistência das tradições populares face à modernidade.

Apesar das transformações sociais e económicas que ocorreram nas últimas décadas, a fé continua a ser um elemento fundamental na vida das comunidades rurais.

Os nichos são parte integrante do património cultural de Portugal.

Eles são testemunhos de um passado rico e complexo, e devem ser preservados como expressão da identidade e da memória coletiva.

Em conclusão, a fotografia do nicho em Parada oferece-nos uma janela para o mundo da religiosidade popular em Trás-os-Montes.

Através dela, podemos compreender a importância da fé na vida das comunidades rurais, a riqueza das tradições populares e a necessidade de preservar esse património cultural.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
04
Ago24

Pormenor da Capela do Bom Jesus – Valença – Portugal


Mário Silva Mário Silva

Pormenor da Capela do Bom Jesus

Valença – Portugal

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Detalhe da Cruz, Coroa Real e Brasão de Portugal da Capela do Bom Jesus em Valença do Minho

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A cruz localizada no topo da Capela do Bom Jesus em Valença do Minho é um símbolo clássico da fé cristã.

Ela é feita de pedra granítica, um material resistente e durável que simboliza a fé inabalável dos cristãos.

A cruz possui três braços, representando a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

O braço central da cruz é mais longo do que os outros dois, representando a centralidade de Jesus Cristo na fé cristã.

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A coroa real que adorna a cruz da Capela do Bom Jesus é um símbolo da monarquia portuguesa.

Ela é feita de granito e apresenta um design elaborado.

A coroa real simboliza a autoridade e o poder do rei de Portugal, que era considerado o patrono da capela.

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O brasão de Portugal está esculpido em relevo na base da cruz.

Ele é composto por cinco escudetos, cada um com cinco besantes.

Os besantes representam as cinco moedas que, segundo a lenda, foram encontradas por um corvo quando o rei D. Afonso Henriques estava perdido na floresta.

O brasão de Portugal simboliza a identidade nacional portuguesa e a história do país.

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A cruz, a coroa real e o brasão de Portugal são elementos importantes da fachada da Capela do Bom Jesus em Valença do Minho.

Eles representam a fé cristã, a monarquia portuguesa e a identidade nacional portuguesa.

Esses símbolos contribuem para a beleza e a importância histórica da capela.

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A cruz, a coroa real e o brasão de Portugal estão posicionados no centro da fachada da capela, o que lhes confere um grande destaque visual.

A cruz é cercada por uma auréola que parece dourada, ao fim do dia, que representa a santidade de Jesus Cristo.

A coroa real é adornada, que simboliza a pureza e a virgindade.

O brasão de Portugal é emoldurado por uma bordadura ornamentada, que realça a sua importância.

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A cruz, a coroa real e o brasão de Portugal são elementos ricos em simbolismo e significado. Eles contribuem para a beleza e a importância histórica da Capela do Bom Jesus em Valença do Minho.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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07
Abr23

6.ª FEIRA SANTA


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6.ª FEIRA SANTA

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Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu em um domingo, no dia 14 de Nisã, de acordo com o calendário hebraico.

Assim sendo, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico contava o primeiro e o último dia, concluiu-se que Jesus morreu numa sexta-feira.

Atualmente, a escolha da data é feita baseada na primeira lua cheia após o equinócio da primavera.

Nesta data, acontecem diversos rituais religiosos. A Igreja Católica aconselha aos fiéis cristãos a fazerem algum tipo de penitência, como jejum e a abstinência de carne ou de qualquer ato que se refira ao prazer mundano.

Procissões e reconstituições da Via Sacra de Caaró (caminho que Cristo teria percorrido ao carregar a cruz antes de morrer) são alguns dos rituais mais populares.

A adoração da cruz pelos católicos também é um símbolo que representa as tradições típicas da Sexta-Feira da Paixão. Muitos devotos costumam beijar os seus crucifixos em sinal de respeito e eterno agradecimento a Jesus, por ter se sacrificado em prol da humanidade.

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Fotografia: ©MárioSilva

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10
Abr20

Águas Frias (Chaves) - ... Sexta feira Santa ... 2020


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Sexta-feira Santa

Este ano tudo está diferente ...

Tempo que proporciona mais recolhimento, mais reflexão, mais importância à Familia, mais importância a quem sofre, mais valor pela saúde, mais reconhecimento por Aquilo que não vemos

mas que acreditamos  ...

 

 

 

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