A CADEIRA AMARELA
Mário Silva Mário Silva
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A CADEIRA AMARELA
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“Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.”
Pablo Picasso
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Fotografia: ©MárioSilva
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Mário Silva Mário Silva
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A CADEIRA AMARELA
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“Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.”
Pablo Picasso
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Fotografia: ©MárioSilva
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Mário Silva Mário Silva
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Aldeia transmontana de
Águas Frias – Chaves – Trás-Os-Montes,
vista com um olhar monocromático
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Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.
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Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.
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Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.
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António Gedeão
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Ver também:
Blog - MÁRIO SILVA "navegando" em ... águas frias
Blog - Mário Silva - O outro lado ... de Águas Frias
Blog - ÁGUAS FRIAS - CHAVES - PORTUGAL
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Mário Silva Mário Silva
A CASA BRANCA
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Estou reclinado na poltrona, é tarde, o Verão apagou-se...
Nem sonho, nem cismo, um torpor alastra em meu cérebro...
Não existe manhã para o meu torpor nesta hora...
Ontem foi um mau sonho que alguém teve por mim...
Há uma interrupção lateral na minha consciência...
Continuam encostadas as portas da janela desta tarde
Apesar de as janelas estarem abertas de par em par...
Sigo sem atenção as minhas sensações sem nexo,
E a personalidade que tenho está entre o corpo e a alma...
Quem dera que houvesse
Um terceiro estado prà alma, se ela tiver só dois...
Um quarto estado prà alma, se são três os que ela tem...
A impossibilidade de tudo quanto eu nem chego a sonhar
Dói-me por detrás das costas da minha consciência de sentir...
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Fernando Pessoa
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🏠
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Ver também:
https://www.facebook.com/mario.silva.3363
https://mariosilva2020.blogs.sapo.pt/
http://aguasfrias.blogs.sapo.pt
https://aguasfriaschaves.blogs.sapo.pt/
www.flickr.com/photos/7791788@N04
https://www.youtube.com/channel/UCH8jIgb8fOf9NRcqsTc3sBA?view_as=subscriber
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🏠 🏠 🏠
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Mário Silva Mário Silva
... a Aldeia
quase deserta
e o COVID-19
Alguns conselhos sobre o coronavírus
(em forma de poema)
... a igreja matriz emoldurada por flores de cerdeira (cerejeira) ...
"Há doenças piores que as doenças." – Fernando Pessoa
... a hera invade a casa que era ...
Saí de casa e fui ao supermercado,
Comprei o que sempre compro habitualmente,
Mas fiquei boquiaberto e até mesmo chocado,
Quando constatei que havia lá muita gente,
A açambarcar, cegos pela sua enorme ganância,
... um belo exemplar de ave: Chapim-carvoeiro (Periparus ater) ...
Preocupa e até assusta ver tanta ignorância.
Voltei para casa a pensar como é a vida,
E as situações com que nela a gente se depara,
E mesmo assim com a mente entretida,
Tive sempre o cuidado de não tocar na cara,
... uma casa na Aldeia (Cimo de Vila) ...
Enquanto entre pensamentos maus e outros bons,
Entrei dentro de casa e fui logo lavar as mãos.
Água e sabão desde as mãos até ao cotovelo,
Sem esquecer as unhas e entre os dedos,
... uma vista (parcial) da Aldeia ...
O vírus esconde-se e não conseguimos vê-lo,
Mas sabemos bem que os seus segredos,
São maléficos, malfazejos e fecundos,
Assim, lavemos as mãos pelo menos por vinte segundos.
São hábitos que se devem sempre usar,
... isolado, sozinho ... mas a vinha tem que ser lavrada ...
E lembrarmo-nos deles é regra a cumprir,
De cada vez que tossir ou espirrar,
Usar lenço de papel para pôr no lixo logo a seguir.
E na falta de lenço de papel, é preciso dizê-lo,
Tussa ou espirre para o seu cotovelo.
... pequena mas bela violeta campestre , também ela sozinha e isolada ...
Estamos numa guerra com um inimigo invisível,
Somos soldados de uma tropa pronta a lutar,
Mas vencer esta guerra só é possível,
Se ao toque do clarim toda a tropa se juntar.
... o bidão azul em "isolamento" ...
Vamos manter a calma e não entrar em pânico,
Vamos lutar com inteligência e dinamismo,
Este vírus facilmente se propaga porque é dinâmico,
Este vírus vai ser vencido com o nosso humanismo.
... um antigo lagar e anexos (na Lampaça) ...
Chegou o tempo meus amigos,
De mostrar o nosso melhor lado de humanos,
Só assim seremos vencedores e não vencidos,
Protegendo-nos a nós e àqueles que tanto amamos.
... a curiosidade do cavalo ...
É a minha vida, mas o mundo é nosso não só meu,
E por ele lutaremos, com a força e a coragem que Deus nos deu.
António Magalhães – Possivelmente Poemas
... simplesmente, uma pequena flor campestre ...
Até Breve!!!
Mário Silva Mário Silva
A TRADICIONAL MATANÇA DO PORCO
... a tradicional matança do porco ...
Gordo, gordinho, matulão, o porco chega ao terreiro, conduzido por aquele que havia de lhe pôr termo aos dias de ceva. Mirones, apesar do chuvisco frigidíssimo. Motivo para estar ali um garrafão encarapuçado por um púcaro de alumínio. «Vai um?» «Claro!» Dantes, já lá vão uns anitos, quando eu assistia ao ritual, reparava em um ou dois molhos de palha que se destinavam a faxucar o animalzinho; agora olho, com alguma nostalgia, para uma botija de gás. O fumo da palha tinha outro encanto, carregada que era de símbolos sacrificiais.
... uma vista "apertada" de uma parcela da Aldeia ...
Um facalhão, tachos, um balde e a senhora ......., lesta, apesar da idade, a encher um regador no fontanário próximo. «Vamos a isto, rapazes» – voz de comando do senhor ....... que prende uma corda na boca do animal, segurando-a bem entre as duas queixadas. «E o banco? Traga o banco», diz a afanosa ........ «Qual banco, responde o dono. – Vai ser aí em cima do muro».
E eu a cismar: aquele bloco ancho de cantaria sempre tinha mais parecença com uma pedra de ara.
«Espere aí: deixe-me beber mais uma pucarada» – voz de um rapazola que esfregou as beiças com as costas da mão.
... a lua entre os pinheiros ...
O porco, desconfiado do sítio, tinha fossado uma borda de rango e leitugas, abrindo-lhe um sulco direito de sachola. Os cochilros que inundavam a parede espreitavam a cerimónia. Quatro homens aferraram-se ao colosso e foi então que o berreiro a sério começou. A proximidade do sacrifício é o melhor estímulo da sensibilidade.
... levando a vaquinha para um melhor pasto ...
As mãos dos homens confundiram-se num momento com as da besta. A razão e a força. As queixas de um na ufania do outro. Sempre assim foi – pensaria uma leituga prostrada na lamiça. Ao tempo em que a senhora ........ aparava o sangue ainda vivo num tacho, frémitos de cozinha alegravam o coração dos circunstantes. Alguém voltara os olhos, quando o facalhão perfurou a peitaça do animal. «Ora, não sejas maricas» – teve de ouvir.
... os grelos floridos colorindo a visão da Aldeia ...
«Venha o maçarico, venha o maçarico». E o fogo acendeu júbilos novos nas sedas do ridente chacim. Amolecido com água quente, o couro foi raspadinho com lascas de pedra rugosa e, logo a seguir, pendurado na loja onde o tal maricas se pôs a farejar. Pudera! Já a senhora ........ descia com uma travessa de bolos de bacalhau e fatias de salpicão a dizerem «comei-me».
... um caçador e os seus cão (mas não vislumbro caça nenhuma) ...
Sape, gato – voz a ralhar a um ougado, porque o senhor magarefe ainda estava rec-rec com a alimária. Sape, gato – repetiu a patroa, ao descer novamente as escadas com um açafate de trigo de quartos numa mão e uma caçarola de sangue cozido com alho picado na outra. Já o tal se havia desougado, fazendo mão baixa à travessa.
... pela rua da Lampaça ...
Interim, ........ tinha aberto o formoso bestigo, de alto a baixo, e fazia a colheita do interior. Primeiro, as tripas, que encheram um balde; depois, a colada: fígado, pulmões e coração. Finalmente, os untos ou banha que, depois de atravessar três bilhardas à entrada da barriga, para efeito de arejamento, deixou a pingar de uma delas.
... Papa-moscas (comum) Ficedula hypoleuca Pied flycatcher ...
«Tens-me cá uma colada», ouvi uma mulher dizer ao tal que parecia maricas e que acabava de abichar uma rodela de salpicão. Vim a saber que o que ela queria dizer era que o outro era um mandrião. Comia e dormia. Como o porco. A gente riu-se. E, quando mestre .......... acabou de lavar as mãos, fiquei admirado por ele não meter à boca mais do que um bolo de bacalhau, recusando os pedaços quentinhos de sangue cozido – que para mim estavam uma delícia.
António Cabral [1931-2007] foi um poeta, ficcionista, cronista, ensaísta, dramaturgo, etnógrafo e divulgador da cultura popular portuguesa.
in: "Tradições populares" - https://www.antoniocabral.com.pt/matanca-do-porco/
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
... como houve chuvas em novembro,
... o Natal é em ...
dezembro !!!...
... as bagas vermelhas ...
... anoitece na Aldeia ...
... janelas no 1º andar da torre de menagem do Castelo de Monforte de Rio Livre (monumento nacional) ...
... observando a torre da igreja entre o telhado e a chaminé ...
... cortando as ervas secas ...
... a ex-Escola e a Cantina Escolar ...
... a lua aparecendo depois de estar escondida por detrás das nuvens ...
... mais uma vista da Aldeia ...
... paisagem outonal ...
... cogumelo entre folhas secas ...
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
... A Aldeia em fins de outono ...
quando já se "cheira" a Natal ...
... a névoa instala-se na encosta do Brunheiro, fazendo uma cortina translúcida que só deixa ver a silhueta do Castelo de Monforte de Rio Livre ...
... cogumelos de cor bem rosada ... podem ser bonitos , mas ... eu não os comia ...
... uma lareira se acendeu ... o frio já se instalou ...
o calor da lareira já é essencial, por estas paragens ...
... a árvore despida de folhas, mas ainda conservando alguns frutos ...
... casas na Aldeia, rodeadas pelos tons outonais ...
... o sol outonal rasgando a sua luz através da árvores quase despidas ...
... uma vista da Aldeia em dia cinzento de fins do outono ...
... parte da muralha e da torre de menagem do Castelo de Monforte de Rio Livre (monumento nacional) ...
... duas casas na parte superior da estrada nacional ...
... o vermelho das folhas que caem ...
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
... o outono avança ...
e com ele chegam as chuvas;
a "água é fria";
o "frio de rachar";
o nevoeiro de manhã;
as geadas à noite;
e até a neve já faz a sua aparição ...
... afinal, estamos em Trás-Os-Montes ...
... e a lareira já está acesa !!!
... depois de uma noite de geada, as folhas caídas transformaram-se
em belas peças de "filigrana" de um branco cristalino ...
... o pastor levando, pelo braço, o cordeiro que tinha acabado de nascer , atrás do rebanho e ladeado dos seus fieis cães de guarda ...
... o cogumelo que parece "brilhar" no meio da vegetação rasteira, ao final do dia ...
... uma casa na Aldeia ...
... mais uma vista para a Aldeia ...
... o castelo de Monforte de Rio Livre (monumento nacional),
no alto da serra do Brunheiro, dominando a paisagem
e fazendo-nos recuar na História ...
... uma casa na Aldeia ...
... o cavalo comendo a sua refeição de erva fresca,
rodeado de arvoredo com tons outonais ...
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
Águas Frias
... Aldeia
onde em cada recanto,
poderemos "ver" maravilhas ...
... o cruzeiro do adro da igreja matriz e o pôr do sol
por trás da serra do Larouco ...
... a janela, agora sempre aberta, pois já não há necessidade de protejer os seus habitantes ... (ninguém) ...
... observando a paisagem por um buraco natural
de um velho castanheiro ...
... a ex-cantina da escola, vista da lateral, com a abertura
para o alpendre e casas de banho ...
... bagas vermelhas e (a "ovelhas negra") que se quiz diferenciar e ficou amarela ...
... as árvores fazendo um "tunel de folhagem ...
... pequena imagem se S. Lourenço - padroeiro dos padeiros - (corrijam-me se estiver enganado), que está num altar lateral na Igreja Matriz ...
... uma casa na Aldeia ...
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
... o outono já chegou ...
... mas aqui há sempre ...
... "pingos de Águas Frias" ...
... o tomate e o tomatinho ...
... as folhas flamejantes, descendo do telhado e cobrindo as belas paredes de granito de uma casa (que já teve, dentro, muito movimento ...
... o pastor e o seu rebanho ...
... a flor e as portas vermelhas ...
... a torre sineira da igreja matriz, por entre a folhagem ...
... a fonte, os tanques e o nicho da N.ª Sr.ª dos Prazeres,
em Cimo de Vila ...
... uma cancela artesanal, mas funcional ...
... após o incêndio de setembro, por entre o negro das cinzas, a Natureza luta contra as adversidades (muitas vezes criminosas), mas tenta renovar-se, brotando novas plantas
(um bom exemplo para os Humanos - seres "pensantes" ) ...
... (ex) Escola "Primária", com o nome na parede, junto à porta de entrada, em azulejos, dos beneméritos da Aldeia, deste edifício,
onde se lê "Escola Alfredo Soares e Tereza Soares" ...
... os castanheiros exibem os seus ouriços que guarda
as saborosas castanhas ...
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
... agosto passou ("tempo de férias"), ...
mas a Vida continua ...
e a Aldeia reduziu a sua população para 1/10 ...
... ficaram os "valentes resistentes" ...
... As telhas numa rua da Lampaça ...
... a primeira "garage" na Aldeia, encastrada entre as fragas ...
... arrancando uma batatitas ...
... batente, ... que já não bate ....
... a "ex" escola e o portão de entrada em ferro trabalhado ...
... o Castelo de Monforte de Rio Livre (monumento nacional) no alto da serra do Brunheiro ...
... um abelheruco (Merops apiaster), atento para ver onde pode "apanhar alimento" ...
... borboleta pousada na flor de cardo ...
... pôr do sol e a ave que passa ...
Até breve !!!!
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