“O gatito na Aldeia (uma estória)”
Mário Silva Mário Silva
“O gatito na Aldeia (uma estória)”
A fotografia "O gatito na Aldeia" de Mário Silva mostra um gatinho castanho com tons acinzentados, de olhos amarelos penetrantes, sentado num muro de pedra numa aldeia rural.
Inspirado por esta imagem, aqui está uma história sobre um gatinho numa aldeia rural de Portugal.
.
Numa pequena aldeia rural de Portugal, encravada entre colinas verdejantes e castanheiros centenários, vivia um gatinho chamado Tareco.
Tareco era um felino de pelo castanho-acinzentado, com olhos amarelos que brilhavam como duas lanternas ao entardecer.
Todos os dias, ele sentava-se num muro de pedra à entrada da aldeia, observando o movimento dos poucos moradores que ali passavam.
.
Tareco não pertencia a ninguém, mas todos na aldeia o conheciam.
As poucas crianças corriam para lhe fazer festinhas, os muitos velhotes partilhavam pedacinhos de pão com ele, e até as galinhas do quintal da Dona Maria já se tinham habituado à sua presença silenciosa.
Ele era o guardião não oficial da aldeia, sempre alerta, com as orelhas empinadas e o olhar atento.
.
Certa manhã, a aldeia acordou em alvoroço.
Um grupo de pardais tinha feito ninho no telhado da igreja, e estavam a comer as sementes que o Senhor António guardava para as suas pombas.
"Isto não pode ser!", exclamou o velho António, abanando a cabeça.
Mas os pardais eram rápidos e espertos, e ninguém na aldeia conseguia afugentá-los.
.
Foi então que Tareco entrou em ação.
Com um salto elegante, subiu ao telhado da igreja, equilibrando-se nas telhas antigas.
Os pardais, ao verem o gatinho de olhos brilhantes, bateram asas em pânico e fugiram para o bosque.
A aldeia inteira aplaudiu o pequeno herói, e o Senhor António, agradecido, deu a Tareco um prato de leite fresco como recompensa.
.
A partir desse dia, Tareco tornou-se ainda mais querido na aldeia.
Todas as tardes, quando o sol se punha e as sombras os castanheiros se alongavam, ele regressava ao seu posto no muro de pedra, vigiando a paz da sua pequena aldeia rural.
E assim, o gatito continuou a ser uma parte essencial daquela comunidade, trazendo sorrisos e segurança a todos que ali viviam.
.
Texto & Fotografia: ©MárioSilva
.
.