Há burros e "burros" na aldeia...
Mário Silva Mário Silva
Há burros e "burros" na aldeia...
Emília, a menina de cabelos cor de fogo e sardas espalhadas pelo nariz, observava a cena da janela do seu quarto. Na rua empoeirada da aldeia, um grupo de burros pastava calmamente, ignorando o burburinho dos aldeões.
"Estes burros são tão burros!", comentava um homem com voz alta, gesticulando animadamente. "Nem sequer sabem seguir uma ordem simples!"
Emília franziu a testa. Ela não gostava do tom desdenhoso com que o homem falava dos animais. Burros eram criaturas inteligentes e gentis, pensava ela. Só precisavam de um pouco de paciência e compreensão.
Mais tarde, enquanto caminhava pela floresta, Emília encontrou um dos burros do grupo. O animal, de olhos grandes e expressivos, estava preso numa cerca, incapaz de se libertar.
Emília, com sua força surpreendente para uma menina da sua idade, empurrou a cerca com todas as suas forças. Finalmente, o burro libertou-se, soltando um relincho de gratidão.
"Não és burro nenhum", murmurou Emília, acariciando o focinho macio do animal. "És apenas diferente."
Naquele dia, Emília decidiu fazer algo para mudar a forma como os aldeões viam os burros. Ela começou a ensinar-lhes truques simples, como andar à ré e buscar objetos. Os aldeões ficaram impressionados com a inteligência dos animais e com a paciência de Emília.
Com o tempo, a opinião dos aldeões sobre os burros começou a mudar. Eles passaram a vê-los como criaturas úteis e inteligentes, e não como "burros" sem valor. Emília, com o seu coração bondoso e sua mente aberta, tinha feito a diferença.
Moral da história:
Não julgue um livro pela capa. As aparências podem enganar.
A inteligência pode-se manifestar de diferentes formas.
A paciência e a compreensão são essenciais para lidar com os outros.
Uma pessoa pode fazer a diferença no mundo.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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