"Do verde ao azul das águas quentes e calmas” … e uma breve estória
Mário Silva Mário Silva
"Do verde ao azul das águas quentes e calmas”
… e uma breve estória

Esta fotografia de Mário Silva, capta a beleza de uma paisagem de praia tranquila.
A imagem é dominada por um mar sereno, com a água a mudar de cor, passando do verde-claro na margem para o azul mais escuro no horizonte.
Pequenas e suaves ondas quebram na praia de areia clara, criando uma fina faixa de espuma branca.
À direita, a costa é delimitada por uma área rochosa e uma pequena floresta, enquanto no fundo, avistam-se montanhas a perder de vista.
O céu é de um azul límpido e com poucas nuvens, refletindo-se na água e acentuando a sensação de calma e de paz.
A fotografia transmite uma atmosfera de tranquilidade e a beleza natural do lugar.
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Estória: A Viagem de uma Concha
A concha, um pequeno milagre da natureza, era o lar de um caranguejo ermita há anos.
Mas o caranguejo, cansado de uma vida de medos e de se esconder, tinha decidido que era tempo de partir.
Deixou a concha na areia da praia, um pequeno trono de substância calcária brilhante e rosada da concha.
A fotografia de Mário Silva, com a sua paisagem de águas verdes e azuis, capturou o momento em que a concha, pela primeira vez na sua longa vida, se viu livre.
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A concha, na sua solidão, sentiu o sol quente e a água calma a beijar-lhe o corpo.
As ondas, que antes eram uma ameaça, tornaram-se um amigo, que a embalava e a levava em pequenos passeios pela areia.
A sua vida de concha era monótona, mas a sua alma era cheia de curiosidade. Queria saber o que havia para além do mar, para lá das montanhas distantes que se viam no horizonte.
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Um dia, uma onda, mais forte do que as outras, apanhou-a e levou-a para o mar aberto.
A concha sentiu um medo profundo.
Estava sozinha e longe da segurança da praia.
Mas, com a luz do sol a brilhar nas suas costas, ela decidiu que era tempo de ter coragem.
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Flutuou no mar, observando as cores que mudavam do verde na margem para o azul no horizonte.
Viu peixes coloridos, medusas transparentes, e ouviu o som de barcos que passavam.
Ela era pequena e frágil, mas a sua coragem era grande.
A sua viagem era um sonho, uma aventura.
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O mar era um mundo de maravilhas.
A concha, que antes era apenas um lar, tornara-se um viajante.
As suas costas, outrora lisas, foram polidas pelas ondas, e o seu nácar brilhou com a luz do sol.
Ela estava a viver, não a sobreviver.
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Depois de dias, talvez semanas, de viagem, uma corrente mais forte do que as outras, atirou-a para uma praia distante.
A concha, exausta, mas feliz, pousou na areia quente.
Olhou à sua volta e viu um novo mundo.
Um novo porto.
As águas, que antes eram verdes e azuis, eram agora de um tom diferente, mas a sua beleza era a mesma.
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A fotografia de Mário Silva é a imagem daquele momento de transição.
É a imagem da concha, que tinha deixado o seu passado para trás e tinha a coragem de começar uma nova vida.
A sua estória é uma chamada de atenção de que, por mais pequenas que sejamos, a nossa coragem e a nossa vontade de explorar o desconhecido podem levar-nos aos lugares mais bonitos e mais pacíficos.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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