No passado dia 10 (sábado), Águas Frias teve o previlégio e o prazer em receber os autores dos blogs flavienses e fotógrafos, que gastam um pouco do seu tempo livre divulgando, comentando, anunciando, mostrando através da escrita e/ou fotografia a "sua" Terra, as suas Gentes, as suas tradiçoões, emoções, ... aos seus conterrâneos ou àqueles que por contigências da Vida estão loge, espalhados por todo o País e Mundo.
Este amor é bem visível do modo como falam ou mostram a sua região. Este ponto comum, está também patente na camaradagem, amizade que deixam transparecer quando se encontram.
Foi neste espírito de boa disposição e descontração que chegaram ao largo da Junta de Freguesia de Águas Frias.
Percorreram a Rua Central, munidos das suas máquinas fotográficas para poderem eternizar a sua passagem por esta pequena mas bela Aldeia flaviense.
A primeira paragem foi no Café Pires do nosso amigo Henrique que serviu um cafézinho e biscoitos para estabelecer energia para um dia de real convívio.
De seguida fez-se uma breve incursão por várias artérias desta Aldeia.
Clic ... Clic ... Clic ... ia-se ouvindo no meio do chilrear dos pássaros e da animada conversa entre os convívas.
Foi já em ameno convívio que se deixou a Aldeia, dando entrada no autocarro cedido pela Câmara Municipal de Chaves, que se rumou até à célebre Fraga da Bolideira.
Quase todos, com mais ou menos jeito, tentavam fazer bulir a enorme fraga. Uns diziam que bulia, outros que não, mas ... a vara não engana.
Desde a Bolideira, rumou-se pelo trajecto programado: Bobadela, Vilar d'Izeu, Oucidres e nova paragem em Avelelas, Aldeia da freguesia de Águas Frias e, claro, de terras de Monforte.
Fez-se uma incursão pelo interior da aldeia, parando, aqui ou ali para mais um clic ... registando mais um pormenor e deixando um comentário com o amigo do lado.
Depois de Avelelas novo destimo se rumou: a pequena, mas característica Aldeia de (A)Sobreira, onde ainda se podem observar a essência de aldeia de montanha, onde a cada esquina se vislumbrava um novo encanto e até a hospitalidade não se fez rogada, personificada na Dona Ritinha que convidava para entrar e "tomar qualquer coisinha".
Novamente de autocarro desciamos o Brunheiro até às Assureiras para novamente o subirmos em direcção ao Castelo do Rio Livre, onde nos esperava uma comprida mesa, com os pratos devidamente voltado ao contrário, escondendo, em surpresa, um doce de ovos moles, gentilmente oferecidos pelo Sr. Luís (Tupamaro) - um "gentlemen".
Aí pousamos as máquinas e demo-nos ao prazer dos saberes das Gentes de Águas Frias, com os seus sabores do tradicional folar, um pão caseiro que era uma perdição e um cordeiro e vitela assada que estava uma tentação. Obras-primas confeccionadas pela Dona Irene, esposa do Quim "Russo" que ficou incumbido do serviço deste lauto almoço.
Nada faltou (penso eu) ... até o cafezinho com "cheirinho" servido na .... e acompanhado com a já famosa aguardente "made in Eiras".
Depois deste saboroso almoço, bem regado com tinto flaviense, chegava a hora do divertimento:
- Senhoras e senhores, vamos lá acertar com a malha na boca do sapo.
Houve de tudo um pouco, uns com mais destreza, outros com mais azar, todos faziam oseu melhor, mas fosse qual fosse a pontuação, todos se divertiam.
Mas faltava o mais importante - a visita ao ex-libris de Águas Frias - o Castelo de Monforte do Rio Livre.
Peno que nunca este monumento nacional teve tantos observadores atentos e tantos registos fotográficos num só dia. Não houve recanto por esquadrinhar, até foi possivel, com a ajuda de uma escada levada para o local, visitar o cimo da sua torre de menagem.
Se das muralhas já se tem uma paisagem maravilhosa, imagimem-se no seu ponto mais alto, ... olhar percorrwe a paisagem e deixa-nos enebriados com o seu encanto.
Pois, mas como "alguém" dizia:"- Subir, eu subi, mas agora.... descer". Mas nada há que faça demover quem anda por gosto e, com ou sem as pernas a tremer, houve muitos que não deixaram escapar esta oportunidade de subir à torre de menagem pra verem em toda a sua plenitude os domínios de Monforte.
O Sol ia já se aproximando do horizonte e já se começava a pensar que depressa se tinha passado este dia de sábado.
Antes do regresso, e para confortar o estômago até casa ainda houve oportunidade de degustar um "caldo verde".
Era tempo de regresso ... o XIII Encontro de Blogues Flavienses e Fotógrafos estava a chegar ao fim ... mas já estava marcado o novo encontro de Inverno - em Terras de Valpaços.
Penso que foi um dia repleto de boas vivências e que a memória vai armazenar.
Antes de terminar não posso deixar uma palavra de apreço a Todos os que nele participaram e aos que para ela trabalharam, como sejam:
- O Henrique, a Noémia e o Bino que nos serviram o cafezinho com biscoitos;
- O Quim "Russo", Irene, filhos e a esposa do Felisberto (desculpem mas neste momento não me lembro do seu nome), que confeccionaram e tão profissionalmente serviram o delicioso almoço; que ao constatarem que desejavam café, desceram à Aldeia e trouxeram uma máquina de café; que montaram a longa mesa; que disponibilizaram o jogo do Sapo; a escada para possibilitarem a subida à torre de menagem;
- Ao presidente da Junta de Freguesia de Águas Frias (que não pode estar presente por se encontrar no estrangeiro, mas que deixou uma mensagem "Com imensa pena minha não vou poder estar presente no convívio da gente da blogosfera . Espero e acredito que estejam bem entregues aos meus conterrâneos Mário e Celestino. Abraço. Romeu") que conjuntamente com o presidente da Câmara Municipal de Chaves (que embora tivesse dito que estaria presente não pode vir), tornaram o local condigno para este Encontro e ainda a cedência do autocarro da Autarquia de Chaves para a visita que se realizou às várias Aldeias e Castelo de Monforte do Rio Livre.
Agora, o Sol já quase toca o horizonte e ... mais um Encontro termina ... deixando Terras de Monforte ... mas, com o pensamento já no próximo.
Continuando a viagem pela freguesia de Águas Frias e deixando a Aldeia de Sobreira (ou Assobreira) …. “segui até ao cruzamento e virei à direita, retomando a estrada municipal 514-1 que me levaria até …” AVELELAS.
Segui a velocidade reduzida para ter oportunidade de admirar a paisagem de planalto onde as giestas floriam,
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os carvalhos cresciam em pequenos aglomerados e na linha do horizonte a cada monte se elevava um outro – afinal, estamos em Trás-os-Montes.
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Finalmente comecei a visualizar o casario da aldeia.
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Percorri toda a rua central ladeada de habitações de construção recente, o que demonstra alguma vitalidade dos residentes e/ou interesse dos seus emigrantes dentro e fora do país) que investem na sua terra natal, preparando um merecido conforto aquando do seu regresso definitivo.
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Percorri o núcleo de Avelelas, encontrando, por entre as suas ruas estreitas, casas que mantêm a sua traça original de dois pisos em granito, já escurecido pelo tempo, com o piso inferior destinado às lojas de animais, adega ou para a guarda das alfaias agrícolas e a sua escada exterior que dava acesso à tão característica varanda e à habitação propriamente dita.
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Pena é que algumas destas belas casas estejam sem uma utilização que melhor as dignificassem.
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A par destas encontrei muitas outras que de uma maneira ou doutra, foram sendo recuperadas.
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Encontrei bonitos fontanários que hoje já não têm a utilização de outrora, pois a autarquia já dotou de água canalizada a todas as habitações da Aldeia.
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Deparei-me também com um singelo mas belo cruzeiro com uma peculiar particularidade – a imagem (desconhecendo o nome do santo) por qualquer razão (que também desconheço) “perdeu” a cabeça, mas isso não foi obstáculo para as gentes de Avelelas, já que esculpiram uma nova, em granito, devolvendo a plenitude da imagem.
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“A necessidade aguça o engenho”.
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Duas outras construções me chamaram a atenção: a primeira que se me deparou, foi uma pequena capela (mais uma vez demonstro o meu desconhecimento já que não sei a que santo(a) é dedicada), que embora tenha já 110 anos (construída em 1898) se encontra em muito bom estado de conservação.
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Também em muito bom estado de conservação está a igreja, que numa primeira incursão não descobri, já que se encontra no interior do casario. É um bonito exemplar de igreja transmontana com a sua torre sineira luso-galaica.
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Destes exemplares de edifícios/equipamentos públicos, o que mais me espantou foi o cuidado que as gentes de Avelelas demonstraram na conservação e manutenção do seu património cultural e das suas memórias. É um exemplo para muitas povoações, muitas delas dizendo-se urbanas e “civilizadas”.
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Como disse no início deste relato, aqui há sinais de vitalidade.
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Pelas ruas fui cruzando com bastantes pessoas, ...
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... atarefadas nos seus afazeres, rebanhos de ovelhas, levando ou trazendo os animais dos trabalhos agrícolas, os tractores trabalhando nos terrenos e até um belo exemplar de raça asinina se pôs em pose em presença da máquina fotográfica.
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Quanto a crianças, de facto vi muito poucas, mas seria por estarem nas aulas? Ou será que são, de facto, poucas?
Voltei à rua central e retomei o caminho inicial.
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Como fiz, noutras alturas, parei, e deixei o olhar estender-se pela paisagem com Aveledas ao fundo. Continuei, as casas deram lugar aos campos, bem tratados e, mais uma vez, o centeio balouçava ao sabor da brisa do planalto.
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Enquanto conduzia, ia pensando “com os meus botões” :
Que extensa é a freguesia de Águas Frias e quantas belezas encerra”.
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Mas lá fui continuando …
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Quando finalmente cheguei ao cruzamento, encontrei uma pequena placa que apontava “Castelo”.