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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

30
Abr25

"Pela Rua da Aldeia ... e uma casa ..."


Mário Silva Mário Silva

"Pela Rua da Aldeia ... e uma casa ..."

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "Pela Rua da Aldeia ... e uma casa ...", captura uma cena típica das aldeias transmontanas, especificamente em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma casa rústica situada em uma rua estreita, característica dessas regiões.

A casa tem uma fachada de cor amarelada, com sinais de desgaste que revelam o passar do tempo.

A estrutura é composta por paredes de pedra e alvenaria, com uma porta verde na parte inferior e uma janela com cortinas brancas no andar superior.

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No topo da casa, há um terraço com uma grade metálica, de onde se pode ver uma bandeira portuguesa tremulando, sugerindo um toque de orgulho local.

À esquerda, uma parede de pedra empilhada, coberta por musgo, adiciona um elemento natural e tradicional à cena.

À direita, outra construção de pedra, parcialmente em ruínas, com telhado de telhas quebradas, reforça a sensação de antiguidade e autenticidade da aldeia.

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A luz do dia ilumina a cena, criando sombras suaves que destacam as texturas das pedras e da parede.

A assinatura de Mário Silva, está visível no canto inferior direito da fotografia, indicando a autoria da obra.

A descrição do autor sobre as ruas estreitas das aldeias transmontanas que escondem "preciosidades ao virar de cada esquina" reflete bem o charme e a simplicidade capturados nesta imagem, que evoca a essência da vida rural em Portugal.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
28
Abr25

"Flores de Pereira (Pyrus calleryana)"


Mário Silva Mário Silva

"Flores de Pereira (Pyrus calleryana)"

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "Flores de Pereira (Pyrus calleryana)", captura de forma delicada e vibrante um conjunto de flores brancas de uma pereira, destacadas contra um fundo de céu azul claro.

As flores, agrupadas em cachos, apresentam pétalas brancas com pequenos detalhes em preto e estames amarelos, criando um contraste suave e elegante.

As folhas verdes, brilhantes e bem iluminadas pelo sol, complementam a composição, transmitindo uma sensação de frescura e vitalidade.

A luz natural realça as texturas das pétalas e das folhas, enquanto a assinatura do fotógrafo, "Mário Silva", aparece discretamente no canto inferior direito da imagem, adicionando um toque pessoal à obra.

A moldura cinza ao redor da fotografia dá um acabamento clássico, destacando ainda mais a beleza natural do tema.

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As pereiras, como a “Pyrus calleryana” (comumente conhecida como pereira ornamental, embora outras espécies como a Pyrus communis sejam mais usadas para consumo), desempenham um papel significativo na alimentação humana, especialmente por meio dos frutos que produzem: as peras.

Esses frutos são amplamente apreciados pelo seu sabor doce e suculento, além de serem uma fonte rica de nutrientes essenciais para uma dieta saudável.

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As peras são ricas em fibras dietéticas, que ajudam na digestão, promovem a saúde intestinal e podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Elas também contêm vitaminas como a C (importante para o sistema imunológico e a saúde da pele) e K, além de minerais como potássio, que auxilia na regulação da pressão arterial.

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Com poucas calorias, as peras são uma excelente opção para quem busca manter ou perder peso de forma saudável, oferecendo saciedade devido ao alto teor de fibras e água.

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As peras contêm compostos antioxidantes, como flavonoides e ácidos fenólicos, que ajudam a combater os radicais livres no corpo, reduzindo o stresse oxidativo e o risco de doenças crónicas, como cancro e inflamações.

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Além de serem consumidas frescas, as peras podem ser usadas em diversas preparações culinárias, como saladas, sobremesas, compotas e até pratos salgados, o que as torna um ingrediente versátil para uma dieta equilibrada.

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As pereiras, ao florescerem, também desempenham um papel ecológico importante, atraindo polinizadores como abelhas, que são essenciais para a produção de alimentos em geral.

Isso contribui para a sustentabilidade agrícola e a manutenção da biodiversidade.

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Embora a “Pyrus calleryana” seja mais ornamental e menos usada para produção de frutos comestíveis (devido ao tamanho pequeno e à textura dura de seus frutos), ela simboliza a beleza e a importância das pereiras no contexto mais amplo.

Espécies comestíveis de pereiras, como a “Pyrus communis”, são cultivadas globalmente e têm sido parte da alimentação humana há séculos, oferecendo benefícios nutricionais e culturais em diversas tradições gastronómicas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
27
Abr25

“Capela de Santa Marta” – Lama de Arcos – Chaves – Portugal


Mário Silva Mário Silva

“Capela de Santa Marta”

Lama de Arcos – Chaves – Portugal

27Abr DSC07647_ms

A fotografia, assinada por Mário Silva, retrata a Capela de Santa Marta, localizada em Lama de Arcos, Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma pequena capela de pedra com um telhado de telhas vermelhas, situada num ambiente rural.

A capela tem uma entrada coberta por um pequeno alpendre sustentado por colunas de pedra.

À frente da capela, há uma cruz de pedra, que adiciona um elemento simbólico à cena.

O entorno é composto por uma área verde com árvores e arbustos, e o chão parece ser de terra com algumas manchas de ervas.

A luz do sol ilumina a capela, criando sombras suaves e destacando a textura da pedra.

A atmosfera é serena e reflete a simplicidade e a espiritualidade do local.

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Santa Marta é uma figura importante no cristianismo, conhecida pela sua ligação com Jesus Cristo e por ser a irmã de Maria de Betânia e Lázaro, segundo os evangelhos.

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Santa Marta é frequentemente lembrada pela sua hospitalidade.

No Evangelho de Lucas (10:38-42), ela acolhe Jesus na sua casa em Betânia, mas fica ocupada com os afazeres domésticos enquanto a sua irmã Maria escuta os ensinamentos de Jesus.

Marta pede a Jesus que peça a Maria para ajudá-la, mas Jesus responde que Maria escolheu "a melhor parte", ou seja, ouvir a palavra de Deus.

Essa passagem destaca o equilíbrio entre ação e contemplação.

Santa Marta também aparece no Evangelho de João (11:1-44), no episódio da ressurreição do seu irmão Lázaro.

Quando Lázaro morre, Marta vai ao encontro de Jesus e expressa a sua fé, dizendo: "Eu sei que, mesmo agora, Deus te dará tudo o que pedires" (João 11:22).

A sua confiança na divindade de Jesus é um momento marcante, e ela testemunha o milagre da ressurreição de Lázaro.

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Por causa da sua dedicação ao serviço e à hospitalidade, Santa Marta é considerada a padroeira das donas de casa, cozinheiras, hoteleiros e todos que trabalham com hospitalidade. Muitas pessoas recorrem a ela em busca de ajuda para organizar assuas tarefas domésticas ou para receber bem os convidados.

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Uma tradição medieval, especialmente popular no sul da França, associa Santa Marta a um milagre em Tarascon.

Segundo a lenda, após a morte de Jesus, Marta, Maria e Lázaro teriam viajado para a região da Provença.

Lá, Marta enfrentou um monstro chamado Tarasca, que aterrorizava a população.

Com a sua fé, ela domou a criatura usando uma cruz e água benta, salvando a cidade.

Por isso, ela é frequentemente representada com um dragão ou monstro aos seus pés.

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O dia de Santa Marta é celebrado em 29 de julho.

Em muitas regiões, como em Portugal, é comum realizar festas e procissões em sua honra, especialmente em capelas dedicadas a ela, como a da fotografia.

Santa Marta é frequentemente retratada com objetos que simbolizam a sua vida, como uma vassoura (representando o trabalho doméstico), uma concha de água benta (pela lenda da Tarasca) ou uma chave (símbolo de hospitalidade e acesso).

Santa Marta é uma santa que inspira tanto a devoção espiritual quanto a dedicação ao trabalho e ao serviço ao próximo, sendo uma figura muito querida em várias culturas cristãs.

A capela em Lama de Arcos, Chaves, é um exemplo de como a sua memória é preservada em pequenos espaços de devoção.

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Texto & Fotografia; ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
26
Abr25

"Uma casa na Aldeia - uma imagem que marca"


Mário Silva Mário Silva

"Uma casa na Aldeia - uma imagem que marca"

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "Uma casa na Aldeia - uma imagem que marca", retrata uma casa rural que parece encapsular a essência da arquitetura tradicional das aldeias transmontanas, uma região no nordeste de Portugal conhecida pela sua rusticidade e ligação profunda com a terra.

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A imagem mostra uma pequena casa de pedra e reboco, com um telhado de telhas vermelhas tradicionais, ligeiramente desgastadas pelo tempo, o que dá um ar de autenticidade e história.

A casa possui uma varanda elevada, acessível por uma escadaria de pedra rústica, que parece ter sido moldada pelas intempéries ao longo dos anos.

A varanda é delimitada por uma grade de madeira simples, com um desenho em treliça na lateral, e é coberta por um telhado inclinado que protege a entrada principal.

A porta de entrada, de madeira escura, é modesta, com uma pequena janela de grades que permite a entrada de luz.

Ao lado da escadaria, há um barril de madeira, possivelmente usado para armazenar vinho, e algumas plantas verdes que crescem ao redor, sugerindo um ambiente natural e integrado à paisagem.

A parede lateral da casa é de pedra exposta, com blocos irregulares unidos por argamassa, enquanto outras partes são rebocadas e pintadas de branco, um contraste típico que dá charme à construção.

Uma lanterna pendurada na varanda adiciona um toque de funcionalidade e nostalgia.

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A iluminação da fotografia é suave, com uma luz natural que parece ser do final da tarde, criando sombras delicadas que realçam a textura da pedra e da madeira.

A composição da imagem é íntima e acolhedora, transmitindo uma sensação de simplicidade e serenidade, como se a casa fosse um refúgio num meio de vida rural.

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As casas rurais transmontanas são conhecidas pela sua arquitetura funcional, construídas para atender às necessidades de uma vida agrícola e resistir às condições climáticas rigorosas da região, que incluem invernos frios e verões quentes.

A fotografia de Mário Silva reflete várias dessas características, e podemos traçar uma analogia poética entre a casa retratada e o espírito das habitações tradicionais de Trás-os-Montes.

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Assim como na fotografia, as casas transmontanas são frequentemente construídas com pedra de granito, materiais abundantes na região, que conferem durabilidade e um aspeto rústico.

A pedra exposta na parede da casa da imagem é um reflexo direto dessa prática, enquanto o reboco branco noutras partes é comum para proteger as paredes e dar um toque de luminosidade.

Esta combinação de pedra e reboco é como uma metáfora para o povo transmontano: resistente e enraizado como a pedra, mas com um coração acolhedor e simples, simbolizado pelo branco.

O telhado inclinado de telhas vermelhas é uma característica marcante das casas transmontanas, projetado para suportar a neve no inverno e facilitar o escoamento da chuva.

Na fotografia, o telhado desgastado parece contar histórias de muitos invernos e verões, assim como as próprias aldeias transmontanas, que carregam a memória de gerações.

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A varanda elevada com escadaria de pedra é um elemento típico das casas transmontanas, especialmente em terrenos inclinados.

Essa característica permite separar a entrada principal do nível do solo, muitas vezes usado para armazenamento ou para abrigar animais.

Na fotografia, a varanda é como um pequeno palco onde a vida acontece: um lugar para descansar, observar a aldeia ou conversar com vizinhos, refletindo a importância da comunidade na cultura transmontana.

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A casa na imagem é desprovida de ornamentos desnecessários, assim como as casas transmontanas, que priorizam a funcionalidade.

A grade de madeira simples, o barril ao lado da escadaria e a lanterna pendurada são detalhes que mostram uma vida prática, onde cada elemento tem um propósito.

Essa simplicidade é um espelho da vida rural transmontana, onde o essencial é valorizado acima do supérfluo.

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As plantas ao redor da casa e a sensação de harmonia com o ambiente são reminiscentes das aldeias transmontanas, onde as construções parecem surgir organicamente da paisagem.

A casa da fotografia não impõe a sua presença, mas se mistura com a terra, como se fosse uma extensão natural do solo rochoso e dos campos ao redor.

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Em conclusão, a fotografia "Uma casa na Aldeia - uma imagem que marca" de Mário Silva é mais do que uma simples captura de uma casa; ela é um retrato da alma transmontana.

A casa, com a sua pedra rústica, telhado de telha, varanda modesta e detalhes funcionais, é uma analogia perfeita para as habitações tradicionais de Trás-os-Montes: sólidas como o granito da região, simples como o modo de vida rural, e acolhedoras como o coração de quem lá vive.

A imagem marca porque consegue transmitir não apenas a aparência de uma casa, mas o sentimento de pertença, resistência e serenidade que define a vida nas aldeias transmontanas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
25
Abr25

"25 de abril de 1974" - Mário Silva


Mário Silva Mário Silva

"25 de abril de 1974"

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A fotomontagem de Mário Silva intitulada "25 de abril de 1974" apresenta uma composição simbólica que remete à Revolução dos Cravos, um marco histórico em Portugal.

Na imagem, há uma mão a segurar um grande ramo de cravos vermelhos, que se destacam em cores vibrantes contra um fundo em preto e branco.

O cravo vermelho é um símbolo icónico da revolução, representando a liberdade e a resistência pacífica.

O fundo em preto e branco mostra um cenário rural, com uma cadeira amarela (outro elemento colorido) e uma estrutura de madeira e pedra que parece ser uma casa em ruínas, sugerindo um contraste entre o passado opressivo e a esperança de um futuro melhor.

A escolha de destacar os cravos e a cadeira em cores vivas, enquanto o resto da imagem permanece monocromático, pode simbolizar a transição de um período sombrio (o regime ditatorial) para um novo tempo de liberdade e renovação.

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A Revolução dos Cravos, também conhecida como o 25 de Abril, foi um golpe militar ocorrido em 25 de abril de 1974, que derrubou o regime autoritário do Estado Novo em Portugal, vigente desde 1933 sob a liderança de António de Oliveira Salazar e, posteriormente, de Marcelo Caetano.

Este regime era caracterizado pela repressão política, censura, falta de liberdades democráticas e pela guerra colonial, que mobilizava jovens portugueses para combater nas colónias africanas (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau), gerando grande descontentamento social e económico.

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O movimento foi liderado por militares do Movimento das Forças Armadas (MFA), que, cansados da guerra e da opressão, organizaram um golpe pacífico.

Um dos sinais para o início da revolução foi a transmissão da música "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, na rádio, que se tornou um hino da liberdade.

A revolução foi notável pela sua natureza quase sem violência: a população saiu às ruas em apoio aos militares, e as floristas de Lisboa ofereceram cravos para os soldados, que os colocaram nos canos das espingardas, dando origem ao nome "Revolução dos Cravos".

Em poucas horas, o regime caiu, e Marcelo Caetano foi deposto, marcando o fim de 48 anos de ditadura.

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A Revolução dos Cravos trouxe transformações profundas em Portugal, tanto no âmbito político quanto social, cujos efeitos ainda são sentidos na sociedade contemporânea.

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Após o 25 de Abril, Portugal iniciou um processo de transição para a democracia.

Em 1976, foi aprovada uma nova Constituição, que estabeleceu um regime democrático com eleições livres, liberdade de expressão, de imprensa e de associação.

Partidos políticos, antes proibidos, como o Partido Comunista e o Partido Socialista, passaram a atuar livremente.

A censura foi abolida, permitindo o florescimento da cultura, da arte e do debate público.

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Um dos impactos mais imediatos foi o fim da guerra colonial.

As colónias portuguesas – Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – conquistaram a sua independência entre 1974 e 1975.

Esse processo, embora necessário, trouxe desafios, como o retorno de cerca de 500 mil portugueses (os chamados "retornados") das ex-colónias, que precisaram ser reintegrados na sociedade portuguesa.

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A revolução abriu caminho para reformas sociais significativas.

Houve nacionalizações de setores-chave da economia, como bancos e indústrias, e uma reforma agrária que redistribuiu terras no sul do país.

A educação e a saúde foram democratizadas, com a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 1979, garantindo acesso universal à saúde.

A alfabetização e o acesso à educação também aumentaram, reduzindo as desigualdades sociais herdadas do Estado Novo.

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A democratização permitiu a Portugal integrar-se à Europa.

Em 1986, o país entrou para a Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia), o que trouxe investimentos, modernização das infraestruturas e crescimento económico.

A adesão à UE também consolidou os valores democráticos e abriu portas para a globalização.

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Hoje, Portugal é uma democracia consolidada, com uma sociedade mais igualitária e moderna, embora ainda enfrente desafios como desigualdade económica, envelhecimento populacional e emigração de jovens.

A Revolução dos Cravos é celebrada anualmente como um símbolo de liberdade e resistência, e os cravos vermelhos continuam a ser um emblema de esperança.

A cultura portuguesa floresceu, com maior valorização de artistas, escritores e músicos que antes eram censurados, como José Saramago e Amália Rodrigues.

Além disso, o país tornou-se um destino turístico global, conhecido pela sua história, cultura e qualidade de vida.

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Em conclusão, a fotomontagem de Mário Silva captura a essência da Revolução dos Cravos ao destacar os cravos vermelhos como símbolo de liberdade num cenário que remete ao passado opressivo.

A Revolução dos Cravos foi um divisor de águas na história de Portugal, encerrando décadas de ditadura e abrindo caminho para a democracia, a descolonização e a modernização.

Até os dias de hoje, os valores de liberdade e igualdade conquistados em 1974 continuam a moldar a sociedade portuguesa, que, apesar dos desafios, se transformou numa nação mais justa e integrada ao mundo.

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Texto & Fotomontagem: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
24
Abr25

"À espera de um Novo Dia"


Mário Silva Mário Silva

"À espera de um Novo Dia"

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "À espera de um Novo Dia", apresenta uma imagem poética e simbólica: silhuetas de galhos e folhas de uma árvore em primeiro plano, contrastando com um céu alaranjado e avermelhado, típico de um amanhecer ou pôr do sol.

A luz suave e quente do sol, que parece estar nascendo, criando uma atmosfera de esperança e renovação.

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O título "À espera de um Novo Dia" sugere um momento de transição, de expectativa por algo novo e melhor.

A escolha do amanhecer, com a sua luz crescente, é frequentemente associada a novos começos, renascimento e esperança.

As silhuetas escuras dos galhos, que parecem frágeis, mas resistentes, podem simbolizar a luta e a resiliência de um povo que, apesar das dificuldades, aguarda por um futuro mais luminoso.

A paleta de cores quentes reforça essa sensação de otimismo e transformação.

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Relação com o fim da ditadura do Estado Novo em Portugal

O Estado Novo, regime autoritário que governou Portugal entre 1933 e 1974, foi marcado por repressão, censura e estagnação social e económica.

O fim deste regime, com a Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974, representou um momento de libertação e esperança para o povo português, sendo frequentemente descrito como o "amanhecer" de uma nova era de democracia e liberdade.

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A fotografia de Mário Silva pode ser interpretada como uma metáfora visual para esse período histórico.

O "novo dia" que a imagem evoca reflete o sentimento coletivo de renovação que se seguiu ao fim da ditadura.

Assim como o sol nasce após a escuridão da noite, a Revolução dos Cravos trouxe luz a um país que vivia sob a sombra de um regime opressivo.

As silhuetas dos galhos podem simbolizar o povo português, que, mesmo fragilizado por décadas de repressão, resistiu e se manteve firme, aguardando a chegada de um futuro mais promissor.

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Além disso, a escolha de um amanhecer, em vez de um pôr do sol, reforça a ideia de início, e não de fim.

O fim do Estado Novo não foi apenas o encerramento de um capítulo sombrio, mas o começo de uma nova fase na história de Portugal, marcada pela democracia, pela liberdade de expressão e pela abertura ao mundo.

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Em conclusão, a fotografia "À espera de um Novo Dia" de Mário Silva captura, de forma simbólica, o espírito de esperança e renovação que marcou o fim da ditadura do Estado Novo em Portugal.

A luz do amanhecer e a resiliência das silhuetas dos galhos refletem a transição de um período de escuridão para um futuro de liberdade e possibilidades, ecoando os sentimentos do povo português após a Revolução dos Cravos.

É uma obra que, através da simplicidade da natureza, transmite uma mensagem profunda sobre transformação e esperança.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
23
Abr25

"Olhai os lírios roxos no campo verdejante"


Mário Silva Mário Silva

"Olhai os lírios roxos no campo verdejante"

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A fotografia intitulada "Olhai os lírios roxos no campo verdejante", de Mário Silva, apresenta uma composição que captura a beleza natural de flores roxas, identificadas como lírios ou íris, num ambiente verdejante.

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A imagem mostra duas flores roxas, provavelmente lírios, em primeiro plano, com as suas pétalas delicadas e vibrantes contrastando contra um fundo verde desfocado.

As flores estão em diferentes estágios de desenvolvimento: uma delas está plenamente aberta, exibindo as suas pétalas roxas com detalhes subtis de veios brancos e amarelos, enquanto a outra está parcialmente fechada, ainda em botão, sugerindo um ciclo de vida natural.

Os caules verdes das flores são visíveis, com alguns detalhes de textura, como pequenas manchas e partes secas, que adicionam realismo à cena.

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O fundo é um desfoque de tons verdes, com leves toques de amarelo e roxo, sugerindo um campo ou jardim natural, possivelmente com outras flores ou plantas ao longe.

A profundidade de campo é rasa, o que mantém o foco nas flores e cria um efeito “bokeh” (áreas fora de foco e distorcidas), destacando-as ainda mais.

A fotografia tem uma moldura oval estilizada, com bordas desfocadas, que dá um toque clássico e suave à apresentação.

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A escolha de uma profundidade de campo rasa é um acerto técnico, pois isola as flores do fundo, criando um contraste visual que atrai o olhar do observador diretamente para o tema principal.

O uso do efeito “bokeh” no fundo reforça a sensação de um ambiente natural e tranquilo, evocando a ideia de um "campo verdejante" mencionada no título.

A moldura oval, embora estilizada, pode ser interpretada como uma tentativa de dar um toque nostálgico ou romântico à obra, remetendo a estilos fotográficos mais antigos.

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A iluminação é natural, o que realça as cores vibrantes das pétalas roxas e os tons verdes do caule e do fundo.

A luz suave evita sombras duras, criando uma atmosfera serena e harmoniosa, que combina bem com o tema da fotografia.

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O título "Olhai os lírios roxos no campo verdejante" sugere uma referência bíblica, possivelmente inspirada no versículo de Mateus 6:28 ("Olhai os lírios do campo..."), que fala sobre a beleza e a simplicidade da natureza como uma lição de confiança e desapego.

As flores, nesse contexto, podem simbolizar a efemeridade da vida, a beleza natural e a harmonia com o ambiente.

O roxo das pétalas, uma cor frequentemente associada à espiritualidade e à nobreza, reforça essa leitura simbólica.

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A escolha de capturar as flores em diferentes estágios de florescimento adiciona uma camada de significado: a flor aberta representa a plenitude, enquanto o botão simboliza o potencial e o futuro.

Essa dualidade pode ser interpretada como uma reflexão sobre o ciclo da vida e a beleza em todas as suas fases.

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Mário Silva pretende evocar uma conexão espiritual ou emocional com a natureza, e ele conseguiu.

A fotografia transmite uma sensação de calma e contemplação, convidando o observador a apreciar a simplicidade e a beleza do mundo natural.

No entanto, a obra não inova em termos de estilo ou técnica; ela encaixa-se numa tradição clássica de fotografia de natureza, o que pode ser tanto um ponto forte (para quem aprecia o género) quanto uma limitação (para quem busca algo mais experimental).

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Em conclusão, "Olhai os lírios roxos no campo verdejante" é uma fotografia que cumpre bem o seu propósito de capturar a beleza efêmera da natureza com uma abordagem delicada e contemplativa.

A composição é tecnicamente sólida, com um uso eficaz de foco, luz e cor.

É uma obra que ressoa emocionalmente, especialmente para quem aprecia a simplicidade e o simbolismo da natureza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
20
Abr25

"O Compasso - Visita Pascal"


Mário Silva Mário Silva

"O Compasso - Visita Pascal"

A fotografia de Mário Silva, intitulada "O Compasso - Visita Pascal", retrata um grupo de pessoas participando na Visita Pascal (Compasso).

O grupo é composto por várias pessoas, incluindo crianças e adultos, vestidas com túnicas brancas, que são típicas de cerimónias religiosas cristãs.

Alguns dos participantes carregam cruzes penduradas ao pescoço, e um deles, veste uma capa vermelha e segura uma cruz processional dourada, simbolizando a liderança espiritual do grupo.

Outros seguram objetos litúrgicos, como incensários e sinetas, que são usados durante a Visita Pascal.

A luz do sol filtrada pelas árvores cria uma atmosfera serena e espiritual, destacando o caráter sagrado do momento.

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Significado da Páscoa Cristã

A Páscoa cristã é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico cristão, marcando a ressurreição de Jesus Cristo, que, segundo a tradição, ocorreu no terceiro dia após a sua crucificação.

Este evento é central para a fé cristã, simbolizando a vitória de Jesus sobre a morte e o pecado, e a promessa de vida eterna para os fiéis.

A Páscoa é precedida pela Quaresma, um período de 40 dias de penitência, jejum e reflexão, e culmina na Semana Santa, que inclui eventos como a Última Ceia (Quinta-feira Santa), a crucificação (Sexta-feira Santa) e a ressurreição (Domingo de Páscoa).

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Além do significado teológico, a Páscoa também é um momento de renovação espiritual, esperança e comunhão familiar.

Em muitas culturas, é celebrada com tradições como a troca de ovos de Páscoa (simbolizando nova vida) e a partilha de refeições festivas.

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A Visita Pascal (Compasso) em Portugal

Em Portugal, a Visita Pascal, também conhecida como "Compasso", é uma tradição profundamente enraizada, especialmente nas regiões do norte e centro do país, como o Minho, Trás-os-Montes e Beiras.

Realizada no Domingo de Páscoa ou na Segunda-feira de Páscoa, a Visita Pascal consiste numa procissão liderada pelo pároco da comunidade ou alguém da sua confiança, acompanhado por membros da paróquia, frequentemente vestidos com vestes brancas, como na fotografia.

O grupo percorre as casas da freguesia para anunciar a ressurreição de Cristo e abençoar as famílias.

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Durante o Compasso, aquele que carrega a cruz processional, muitas vezes adornada com flores, e um sino é tocado para anunciar a chegada do grupo.

Em cada casa, a família recebe a visita com respeito e alegria, muitas vezes beijando a cruz como sinal de devoção.

Asperge-se água benta sobre os moradores e a casa, abençoando-os, e pode recitar orações ou cânticos pascais, como o "Aleluia".

É comum que as famílias preparem uma mesa com doces, amêndoas, vinho do Porto ou outras iguarias para oferecer ao grupo, simbolizando hospitalidade e partilha.

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A Visita Pascal é mais do que um ritual religioso; é uma celebração comunitária que reforça os laços sociais e espirituais entre os membros da freguesia.

Em algumas regiões, o Compasso é acompanhado por cânticos tradicionais e até por grupos de jovens que tocam instrumentos, criando um ambiente festivo.

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A fotografia de Mário Silva captura a essência dessa tradição portuguesa, mostrando o grupo em procissão, com os elementos simbólicos típicos do Compasso: as vestes brancas, a cruz processional, os sinos e o incensário.

A escolha de um cenário natural pode simbolizar a ligação entre a espiritualidade e a criação, refletindo a ideia de renovação que a Páscoa representa.

A imagem transmite um sentimento de paz, devoção e união, valores centrais tanto da Páscoa cristã quanto da Visita Pascal em Portugal.

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Texto e Fotomontagem: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
18
Abr25

"A cruz" - Sexta-feira Santa, Paixão e Morte de Jesus Cristo


Mário Silva Mário Silva

"A cruz"

Sexta-feira Santa, Paixão e Morte de Jesus Cristo

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cruz", apresenta uma cruz de pedra rústica, com sinais de desgaste e musgo, situada num ambiente natural cercado por pinheiros.

A cruz, um símbolo central do cristianismo.

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A moldura roxa ao redor da imagem adiciona um tom solene, frequentemente associado à liturgia cristã, especialmente em períodos como a Quaresma e a Sexta-feira Santa.

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Relação com a Sexta-feira Santa e a Paixão e Morte de Jesus Cristo

A Sexta-feira Santa é o dia em que os cristãos relembram a Paixão e Morte de Jesus Cristo, um momento de profunda reflexão sobre o sacrifício de Jesus na cruz para a redenção da humanidade.

A cruz, como elemento central da fotografia, é o símbolo mais direto desse evento.

Na narrativa cristã, Jesus foi crucificado, sofreu e morreu na cruz, um ato que, segundo a fé cristã, representa o amor supremo e a salvação.

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A cruz como símbolo do sacrifício: A cruz de pedra na fotografia evoca a cruz de madeira na qual Jesus foi crucificado.

A sua aparência desgastada e coberta de musgo pode simbolizar a passagem do tempo e a permanência do sacrifício de Cristo na memória coletiva dos fiéis.

Assim como a cruz da fotografia resiste às intempéries, a mensagem da Paixão de Cristo permanece viva através dos séculos.

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Ambiente natural e solidão: O cenário natural, com pinheiros e um céu claro, pode ser interpretado como um convite à contemplação e à introspeção, sentimentos muito presentes na Sexta-feira Santa.

É um dia de silêncio, jejum e oração, e a simplicidade do ambiente da fotografia reflete essa atmosfera de recolhimento.

A ausência de figuras humanas reforça a ideia de solidão, remetendo ao momento em que Jesus, na cruz, experimentou o abandono e a dor.

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A moldura roxa: O roxo é uma cor litúrgica associada à penitência, ao luto e à preparação espiritual, usada na Quaresma e especialmente na Sexta-feira Santa.

A escolha dessa cor para a moldura da fotografia reforça a ligação com o período da Paixão, sugerindo um tom de reverência e tristeza pela morte de Cristo.

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A assinatura na base da cruz: A assinatura "Mário Silva" na base da cruz pode ser vista como um toque pessoal do fotógrafo, mas também pode simbolizar a ideia de que a cruz, e o que ela representa, é algo que toca a humanidade de forma individual.

Na Sexta-feira Santa, os fiéis são convidados a refletir sobre a sua própria relação com o sacrifício de Cristo, e a assinatura pode ser interpretada como um lembrete dessa conexão pessoal.

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Em conclusão, a fotografia "A cruz" de Mário Silva captura a essência da Sexta-feira Santa ao apresentar a cruz como um símbolo atemporal do sacrifício de Jesus Cristo.

O ambiente natural, a simplicidade da cruz de pedra e a moldura roxa criam uma atmosfera de reflexão e reverência, alinhada com o espírito de luto e contemplação desse dia sagrado.

A imagem convida o observador a meditar sobre a Paixão e Morte de Cristo, ligando o símbolo da cruz ao significado profundo desse evento na tradição cristã.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
16
Abr25

"Flores: duas cores - uma só beleza" – Quarta-feira Santa (Procissão do Encontro)


Mário Silva Mário Silva

"Flores: duas cores - uma só beleza"

Quarta-feira Santa (Procissão do Encontro)

16Abr DSC05150a_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Flores: duas cores - uma só beleza", apresenta duas árvores floridas em tons contrastantes: uma com flores vermelhas vibrantes e outra com flores amarelas brilhantes, ambas em frente a uma casa branca com uma varanda.

As cores distintas das flores, embora diferentes, criam uma harmonia visual que reflete a ideia de unidade na diversidade, como sugerido pelo título da obra.

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Relacionando a fotografia com a Quarta-feira Santa e a Procissão do Encontro, podemos traçar um paralelo simbólico.

Na Procissão do Encontro, há uma separação inicial entre os homens, que carregam a imagem de Nosso Senhor dos Passos, e as mulheres, que levam a imagem de Nossa Senhora das Dores.

Esses dois grupos, distintos na sua composição e trajeto, convergem num momento de profundo significado: o encontro entre a Mãe e o Filho, que simboliza a dor compartilhada e a união no sofrimento.

Da mesma forma, na fotografia, as duas árvores com flores de cores diferentes (vermelho e amarelo) estão lado a lado, unidas na sua beleza conjunta, apesar das suas diferenças.

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O vermelho das flores pode ser associado ao sangue e ao sacrifício de Jesus, representado na imagem de Nosso Senhor dos Passos, enquanto o amarelo, uma cor frequentemente ligada à luz e à esperança, pode simbolizar a presença de Nossa Senhora das Dores, que, mesmo na sua tristeza, é um farol de fé e amor.

A harmonia entre as duas cores reflete a mensagem da Quarta-feira Santa: a união entre a Mãe e o Filho no caminho da cruz, que, apesar da dor, aponta para a redenção e a conversão, como destacado no Sermão das Sete Palavras.

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Assim, a fotografia de Mário Silva, com a sua mensagem de beleza unificada no meio à diversidade, ecoa o espírito da Procissão do Encontro, onde a separação inicial dá lugar a uma união espiritual que convida os fiéis à reflexão, à penitência e à esperança na salvação.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Abr25

"O sol poente" & Terça-feira Santa (profecias de Jesus sobre o fim dos tempos e a traição Judas e a negação por Pedro)


Mário Silva Mário Silva

"O sol poente" & Terça-feira Santa

(profecias de Jesus sobre o fim dos tempos e a traição Judas e a negação por Pedro)

15Abr DSC08082_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "O sol poente", apresenta uma cena serena e melancólica de um pôr do sol.

O sol, baixo no horizonte, emite uma luz dourada que se filtra através das silhuetas de árvores sem folhas, criando um contraste dramático entre a claridade do céu e as formas escuras e retorcidas dos galhos.

O céu exibe tons suaves de azul e laranja, com camadas de nuvens que adicionam profundidade à paisagem.

No fundo, é possível ver colinas ou montanhas, sugerindo um cenário rural e tranquilo.

A assinatura do fotógrafo, "Mário Silva", está visível no canto inferior direito da imagem, e a borda da fotografia tem um efeito de vinheta em tons de roxo, que intensifica a sensação de introspeção e quietude.

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Relação com a Terça-feira Santa

A Terça-feira Santa, no contexto católico, é um momento significativo da Semana Santa, que marca os eventos que antecedem a crucificação de Jesus.

Nesse dia, segundo a tradição, Jesus vai ao Monte das Oliveiras após escapar de uma emboscada dos líderes religiosos que buscavam prendê-lo.

Lá, ele profetiza aos seus discípulos sobre o fim dos tempos, a destruição do Templo de Jerusalém e os sinais de sua segunda vinda.

Além disso, Jesus fala sobre a traição de Judas Iscariotes, que o entregaria às autoridades, e a negação de Pedro, que, apesar da sua lealdade, negaria conhecê-lo três vezes antes do amanhecer.

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A fotografia "O sol poente" pode ser relacionada a esse momento de forma simbólica e emocional.

O pôr do sol, com a sua luz que se desvanece, pode representar o fim de um ciclo e o prenúncio de tempos difíceis, ecoando o tom das profecias de Jesus sobre o fim dos tempos e os eventos trágicos que se aproximam, como a sua paixão e morte.

A luz dourada que atravessa as árvores sem folhas pode simbolizar a presença divina de Jesus, que, mesmo no meio da escuridão que se aproxima (representada pelas silhuetas escuras e pela noite que cai), ainda oferece esperança e verdade aos seus discípulos.

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As árvores despidas, com galhos secos e retorcidos, podem ser vistas como um reflexo da aridez espiritual e da traição que Jesus enfrentaria.

Judas, ao trair Jesus, e Pedro, ao negá-lo, representam a fragilidade humana e a dificuldade de permanecer fiel em momentos de provação.

A paisagem silenciosa e solitária da fotografia evoca o isolamento que Jesus começa a sentir à medida que se aproxima da sua paixão, especialmente no Monte das Oliveiras, onde ele oraria em angústia na Quinta-feira Santa, pedindo que o "cálice" lhe fosse afastado.

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Por fim, o contraste entre a luz do sol e a escuridão crescente pode ser interpretado como a tensão entre a esperança da redenção e o peso do sacrifício iminente.

A Terça-feira Santa é um dia de preparação e reflexão, e a fotografia de Mário Silva, com a sua atmosfera contemplativa, captura essa essência de transição, mistério e expetativa que marca esse momento da narrativa cristã.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
14
Abr25

"As fragas emersas" & a 2ª feira-Santa


Mário Silva Mário Silva

"As fragas emersas" & a 2ª feira-Santa

14Abr DSC00956_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "As fragas emersas", apresenta uma cena natural serena e contemplativa.

A imagem mostra um conjunto de rochas empilhadas, emergindo das águas da albufeira das Nogueirinhas, calma, com reflexos quase perfeitos na superfície.

A tonalidade da fotografia é suave, com tons dourados e esverdeados, sugerindo a luz do sol num ambiente tranquilo, possivelmente ao entardecer.

Há também algumas pequenas plantas ao redor, adicionando um toque de vida à composição.

A borda roxa da imagem e a assinatura do autor no canto inferior direito indicam um cuidado estético e artístico.

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As rochas emergindo da água podem ser interpretadas como um símbolo de estabilidade e permanência relativo à fluidez e transitoriedade da água.

A calma do cenário, com o reflexo quase espelhado, evoca uma sensação de paz, introspeção e equilíbrio.

A escolha do título "As fragas emersas" reforça a ideia de algo que se eleva, que resiste e se destaca num ambiente que poderia engoli-lo.

 

Relação com a Segunda-feira Santa

A Segunda-feira Santa, no contexto católico, é o segundo dia da Semana Santa, que começa no Domingo de Ramos e culmina na Páscoa.

Este dia é marcado por momentos de reflexão e preparação espiritual para os eventos centrais da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Na liturgia, a Segunda-feira Santa frequentemente inclui passagens bíblicas que destacam a proximidade da crucificação, como a unção de Jesus em Betânia (João 12:1-11), onde Maria unge os pés de Jesus com um perfume caro, um gesto de amor e devoção, mas também de preparação para sua morte.

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A fotografia de Mário Silva pode ser relacionada à Segunda-feira Santa de forma simbólica:

- Reflexão e calma antes da tempestade: A serenidade da imagem, com a água tranquila e as rochas firmes, pode representar o momento de introspeção e preparação espiritual que caracteriza a Segunda-feira Santa.

Assim como as rochas emergem da água, os fiéis são chamados a se "elevar" espiritualmente, preparando-se para os eventos intensos e dolorosos que se aproximam, como a traição de Judas e a crucificação.

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A unção de Betânia e a permanência do amor: As rochas empilhadas podem simbolizar a solidez do amor e da devoção, como o gesto de Maria ao ungir Jesus.

Apesar da transitoriedade da vida (representada pela água), o amor e a fé permanecem firmes, assim como as rochas que resistem à corrente.

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A presença de Deus na criação: A beleza natural da fotografia remete à criação divina, um tema recorrente na espiritualidade cristã.

Na Segunda-feira Santa, os fiéis são convidados a contemplar a presença de Deus nas suas vidas, e a harmonia da natureza na imagem pode servir como um convite à meditação sobre a obra do Criador.

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A cor roxa da moldura: O roxo é a cor litúrgica associada à Quaresma e à Semana Santa, simbolizando penitência, reflexão e luto.

A escolha dessa cor para a moldura da fotografia reforça a conexão com o período litúrgico, evocando o tom solene da Segunda-feira Santa.

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Em conclusão, a fotografia “A fraga emersa” de Mário Silva, com a sua atmosfera de quietude e simbolismo de estabilidade, ressoa com os temas da Segunda-feira Santa.

Ela pode ser vista como uma metáfora visual para a preparação espiritual, a firmeza da fé num meio às provações e a contemplação da presença divina, elementos centrais desse dia na tradição católica.

A imagem convida o observador a pausar, refletir e a se ligar com o sagrado, em sintonia com o espírito da Semana Santa.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Abr25

"Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém" – Mário Silva (IA)


Mário Silva Mário Silva

"Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém"

Mário Silva (IA)

13Abr Domingo de Ramos

O desenho digital de Mário Silva, intitulado "Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém", retrata um momento significativo da tradição cristã, conhecido como a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém, que é celebrada pelos católicos no Domingo de Ramos.

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A ilustração mostra Jesus a entrar em Jerusalém montado num jumento, um símbolo de humildade e paz, em contraste com a entrada de reis ou líderes militares que geralmente usavam cavalos para demonstrar poder.

Ele está no centro da composição, com uma expressão serena, vestindo uma túnica azul e branca, e é recebido por uma multidão entusiasmada.

As pessoas ao seu redor seguram ramos de palmeiras e outras folhagens, que agitam em saudação, enquanto algumas parecem estar em êxtase, com os braços levantados.

A multidão é composta por homens, mulheres e crianças, todos vestidos com trajes típicos da época, como túnicas e mantos.

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Ao fundo, é possível ver a cidade de Jerusalém, com as suas muralhas, torres e construções de pedra, além de palmeiras e ciprestes que adicionam um toque de vegetação à cena.

A atmosfera é de celebração e reverência, capturando o momento em que Jesus é aclamado como um rei espiritual pela população.

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A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, narrada nos quatro Evangelhos (Mateus 21:1-11, Marcos 11:1-11, Lucas 19:28-44 e João 12:12-19), marca o início da Semana Santa, a semana mais importante do calendário litúrgico cristão, que culmina na Páscoa.

Para os católicos, esse evento tem múltiplos significados:

- A entrada de Jesus num jumento cumpre a profecia de Zacarias 9:9, que diz: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que o teu rei vem a ti, justo e salvador, humilde, montado sobre um jumento."

 Isso reforça a crença de que Jesus é o Messias prometido.

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- Ao escolher um jumento em vez de um cavalo, Jesus demonstra que o seu reinado não é terreno ou militar, mas espiritual.

Ele vem como um rei de paz, amor e salvação, em contraste com as expectativas de um líder político que libertaria Israel do domínio romano.

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- Embora a entrada seja um momento de júbilo, ela também marca o começo dos eventos que levam à Paixão de Cristo.

Poucos dias depois, a mesma multidão que o aclama gritará pela sua crucificação, destacando a volubilidade humana e o sacrifício iminente de Jesus.

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- No contexto católico, o Domingo de Ramos é um dia de celebração, mas também de reflexão.

A liturgia desse dia inclui a bênção dos ramos e a leitura da Paixão de Cristo, preparando os fiéis para a jornada espiritual da Semana Santa, que os leva à morte e ressurreição de Jesus.

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O nome "Domingo de Ramos" vem do costume descrito nos Evangelhos, onde a multidão acolheu Jesus com ramos de palmeiras, um símbolo de vitória e realeza na cultura da época.

João 12:13 menciona especificamente que as pessoas "tomaram ramos de palmeiras e saíram ao seu encontro, clamando: 'Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!'".

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Na tradição católica, esse dia é celebrado com a bênção e distribuição de ramos (geralmente de palmeiras, oliveiras ou alecrim, dependendo da região), que os fiéis levam para casa como um símbolo de bênção e proteção.

Esses ramos também são queimados no ano seguinte para produzir as cinzas usadas na Quarta-feira de Cinzas, ligando os ciclos litúrgicos.

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Em conclusão, o desenho de Mário Silva captura a essência da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, um evento que, para os católicos, simboliza a realeza espiritual de Cristo, a sua humildade e o início de sua caminhada rumo à cruz.

O Domingo de Ramos, com os seus ramos e celebrações, é um momento de alegria, mas também de preparação para os eventos solenes da Paixão, morte e ressurreição de Jesus, que definem o cerne da fé cristã.

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Texto & Desenho digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Abr25

"Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia" - Águas Frias - Chaves - Portugal.


Mário Silva Mário Silva

"Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia"

Águas Frias - Chaves - Portugal

12Abr DSC01153_ms

A fotografia intitulada "Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia", de Mário Silva, retrata uma cena quotidiana e pitoresca da aldeia de Águas Frias, localizada no concelho de Chaves, em Portugal.

A imagem captura a essência de uma pequena localidade rural, com a sua arquitetura tradicional e atmosfera tranquila, típica das aldeias do interior português.

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A fotografia mostra uma rua estreita e inclinada, pavimentada com alcatrão que é a rua central da aldeia.

No centro da imagem, há uma casa de dois andares com características rústicas.

A fachada da casa é composta por uma mistura de materiais: a parte inferior apresenta pedra exposta, enquanto a parte superior é rebocada e pintada em tons de bege e amarelo.

O telhado é de telhas vermelhas, um elemento comum na arquitetura tradicional portuguesa.

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No lado direito da casa, há uma escadaria externa de pedra que leva ao andar superior, onde se encontra uma pequena varanda.

A varanda é decorada com vasos de plantas e flores, adicionando um toque de vida e cor à cena.

Nela, também há roupas penduradas para secar, o que reforça o caráter quotidiano e funcional do espaço.

A escadaria tem alguns vasos de plantas ao longo dos degraus, o que dá um charme adicional.

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À esquerda da casa principal, a rua estende-se, revelando outras construções no mesmo estilo rústico, com paredes de pedra e telhados de telha.

Ao fundo, é possível ver uma paisagem de colinas suaves, cobertas por vegetação esparsa, típica da região de Trás-os-Montes, onde Águas Frias está localizada.

O céu está claro, com poucas nuvens, sugerindo um dia calmo e sereno.

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A fotografia tem uma moldura com efeito de vinheta, que escurece as bordas e dá um ar nostálgico à imagem.

No canto inferior direito, há a assinatura do fotógrafo, Mário Silva, escrita à mão, o que personaliza a obra.

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Mário Silva utiliza uma composição que guia o olhar do observador pela rua, criando uma sensação de profundidade.

A casa em primeiro plano funciona como o ponto focal, enquanto a rua e as construções ao fundo levam o olhar para a paisagem rural ao longe.

A escolha de um ângulo diagonal, com a rua descendo à esquerda, adiciona dinamismo à imagem, contrastando com a quietude da aldeia.

A luz natural, provavelmente de um dia ensolarado, ilumina a cena de forma suave, destacando as texturas das paredes e da pedra.

As sombras são sutis, mas ajudam a dar volume e profundidade à arquitetura.

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A fotografia tem um tom nostálgico e melancólico, que é reforçado pelo efeito de vinheta e pela escolha do tema: uma aldeia pequena, pouco habitada, onde o tempo parece ter parado.

A presença de elementos como as roupas penduradas e os vasos de flores sugere que a casa ainda é habitada, mas o desgaste das construções e a ausência de pessoas na rua evocam uma sensação de isolamento e tranquilidade, típica de aldeias que enfrentam o despovoamento no interior de Portugal.

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O título da obra, "Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia", remete a uma canção ou poema tradicional, o que adiciona uma camada de memória cultural à imagem.

Ele sugere um caminhar lento e contemplativo, como se o fotógrafo estivesse imerso nas suas próprias lembranças ou na história do lugar.

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Águas Frias, no concelho de Chaves, é uma aldeia típica da região de Trás-os-Montes, conhecida pela sua paisagem rural, tradições agrícolas e arquitetura vernacular.

A fotografia de Mário Silva captura a essência desse lugar, mostrando a simplicidade e a autenticidade da vida na aldeia.

A escolha de retratar uma rua central sem pessoas pode ser interpretada como um comentário sobre o êxodo rural que afeta muitas aldeias portuguesas, onde os jovens migram para centros urbanos, deixando para trás uma população envelhecida e casas que, embora habitadas, mostram sinais de abandono.

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A fotografia parece ter sido tirada com uma câmara digital, mas o efeito de vinheta e o tom desbotado podem ter sido aplicados na pós-produção para criar uma estética vintage.

Isso reforça a ideia de memória e passado, alinhando-se com o tema da obra.

A escolha de cores é natural, com tons terrosos predominantes, que refletem a paleta da paisagem e da arquitetura local.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva é uma representação sensível e poética da vida rural em Águas Frias.

Ela combina elementos visuais e emocionais para transmitir uma sensação de nostalgia, simplicidade e ligação com a terra.

A imagem não apenas documenta a arquitetura e a paisagem da aldeia, mas também evoca reflexões sobre o passar do tempo, a memória e as transformações sociais no interior de Portugal.

É uma obra que convida o observador a imaginar as histórias por trás daquela rua e daquela casa, enquanto aprecia a beleza tranquila de um lugar quase esquecido.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Abr25

"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre" - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre"

Águas Frias - Chaves - Portugal

11Abr DSC01004_ms

A fotografia de Mário Silva retrata a "porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre", localizado em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma pequena entrada em forma de arco, construída com pedras rústicas e desgastadas pelo tempo, cobertas por musgo e vegetação rasteira.

A estrutura parece sólida, mas com sinais de deterioração, típicos de construções medievais expostas aos elementos por séculos.

A porta é estreita e baixa, sugerindo que não era destinada a grandes movimentações, mas sim a um propósito mais específico.

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As pequenas entradas, como a porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre, tinham uma importância tática crucial na arquitetura militar medieval.

- Controle de acesso e defesa: Portas pequenas, como a da fotografia, eram projetadas para limitar o número de pessoas que podiam entrar ou sair ao mesmo tempo.

Isso dificultava invasões em massa por inimigos, pois apenas um ou dois indivíduos podiam passar de cada vez, tornando-os alvos fáceis para os defensores dentro do castelo. Além disso, essas portas eram frequentemente protegidas por mecanismos defensivos, como ranhuras para barras ou portões internos.

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- Entradas secundárias para saídas estratégicas: Essas portas, conhecidas como postigos, eram usadas para saídas discretas ou missões furtivas.

Durante um cerco, os defensores podiam usá-las para enviar mensageiros, buscar suprimentos ou realizar ataques surpresa contra os sitiantes, sem expor as entradas principais do castelo.

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- Dificuldade de acesso para atacantes: A localização e o tamanho dessas portas eram estrategicamente planeados.

Muitas vezes, ficavam em pontos elevados ou de difícil acesso, como encostas ou áreas protegidas por outros elementos naturais ou artificiais.

A porta norte de Monforte de Rio Livre, por exemplo, parece estar numa área inclinada, o que dificultaria a aproximação de um inimigo com equipamento pesado, como aríetes.

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- Proteção contra armas de cerco: Portas pequenas eram menos vulneráveis a armas de cerco, como catapultas ou aríetes, que eram mais eficazes contra portões principais maiores.

A construção em arco, como a da fotografia, também aumentava a resistência estrutural, distribuindo melhor o peso e os impactos.

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- Uso em tempos de paz: Além da sua função defensiva, essas portas podiam ser usadas em tempos de paz para acesso de moradores ou para atividades rotineiras, como a entrada de suprimentos ou a saída de guarnições para patrulhas, sem a necessidade de abrir os portões principais, que demandavam mais esforço e vigilância.

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O castelo de Monforte de Rio Livre, situado em Águas Frias, Chaves, é um exemplo de fortificação medieval portuguesa, construído no século XII, durante o período de consolidação do reino de Portugal e das lutas contra os mouros e os reinos cristãos vizinhos, como Leão e Castela.

A sua localização na região de Trás-os-Montes, próxima à fronteira com a Espanha, reforça a sua importância estratégica para a defesa do território português.

Pequenas portas como a da fotografia eram elementos essenciais para a sobrevivência do castelo em tempos de conflito, garantindo tanto a segurança quanto a flexibilidade tática.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
10
Abr25

"Os carvalhos (Quercus) por entre os carvalhos”


Mário Silva Mário Silva

"Os carvalhos (Quercus) por entre os carvalhos”

10Abr DSC00219_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Os carvalhos (Quercus) por entre os carvalhos” apresenta uma paisagem natural típica da região de Trás-os-Montes, no nordeste de Portugal.

A imagem mostra uma área verdejante com grandes rochas cobertas de musgo, cercadas por árvores altas e esguias, os carvalhos.

A luz suave que atravessa as copas das árvores ilumina o chão coberto de relva, criando uma atmosfera serena e quase mágica.

A assinatura de Mário Silva no canto inferior direito reforça a autoria e o valor artístico da fotografia.

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A fotografia captura um bosque ou uma área florestal onde os carvalhos predominam.

As árvores, com troncos finos e copas esparsas, estão cobertas de líquens, o que indica um ambiente húmido e bem preservado.

Entre as árvores, grandes rochas de granito, típicas da geologia de Trás-os-Montes, emergem do solo, cobertas de musgo verde, sugerindo um ecossistema equilibrado e intocado.

O enquadramento da imagem, com troncos no primeiro plano, cria uma sensação de profundidade, como se o observador estivesse a entrar na floresta.

A luz natural, provavelmente de um dia ensolarado, filtra-se pelas folhas, iluminando o chão e destacando a textura das rochas e da vegetação.

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Os carvalhos têm uma relevância profunda para as comunidades de Trás-os-Montes, tanto do ponto de vista ecológico quanto cultural, social e económico.

Esta região, conhecida pela sua paisagem rural e tradições ancestrais, depende historicamente da relação com a natureza, e os carvalhos desempenham um papel central nesse contexto.

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Os carvalhos, como o carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e o carvalho-português (Quercus faginea), são espécies nativas de Trás-os-Montes e desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico.

Eles ajudam a preservar a biodiversidade, servindo de habitat para várias espécies de aves, insetos e pequenos mamíferos.

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As suas raízes profundas ajudam a prevenir a erosão do solo, um problema comum nas áreas montanhosas da região, especialmente em terrenos inclinados.

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Os carvalhos também contribuem para a retenção de água no solo, essencial numa região onde os verões podem ser bastante secos.

 

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A madeira de carvalho é muito valorizada em Trás-os-Montes para a construção de casas, celeiros e utensílios agrícolas.

 É conhecida pela sua durabilidade e resistência, sendo usada em vigas, portas e móveis.

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As bolotas dos carvalhos são uma fonte de alimento para o gado, especialmente para os porcos, que são criados em regime extensivo na região.

Estes porcos, alimentados com bolotas, produzem o famoso presunto transmontano, um produto de alta qualidade e valor económico.

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Os carvalhos fornecem lenha, essencial para o aquecimento das casas durante os invernos rigorosos de Trás-os-Montes, onde as temperaturas podem ser muito baixas.

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Os carvalhos estão profundamente enraizados na cultura transmontana.

São frequentemente associados a locais de encontro comunitário, como feiras ou romarias, onde as pessoas se reuniam à sombra das suas copas.

Muitos carvalhos antigos são considerados árvores de referência em aldeias, marcando limites de terrenos ou servindo como pontos de orientação.

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Na tradição oral e nas lendas de Trás-os-Montes, os carvalhos são frequentemente mencionados como símbolos de força, longevidade e sabedoria.

Árvores centenárias são respeitadas e, em alguns casos, associadas a histórias de antepassados ou a eventos históricos.

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A sombra dos carvalhos também é valorizada pelos pastores, que descansam com os seus rebanhos durante as longas jornadas de pastoreio.

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Os carvalhos integram-se nos sistemas agroflorestais tradicionais de Trás-os-Montes, como os montados, onde coexistem com culturas agrícolas e pastagens.

Este sistema permite uma utilização sustentável da terra, combinando a produção de madeira, bolotas e pasto.

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A sua presença ajuda a fertilizar o solo, pois as folhas caídas decompõem-se e enriquecem a terra com matéria orgânica.

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A fotografia de Mário Silva reflete a essência dessa ligação entre as gentes de Trás-os-Montes e os carvalhos.

A paisagem intocada, com as rochas e os carvalhos, remete à simplicidade e à harmonia da vida rural na região.

A escolha do título, "Os carvalhos por entre os carvalhos", pode ser interpretada de forma literal (os carvalhos entre as rochas, que em português também são chamadas de "carvalhos" em alguns contextos regionais) ou simbólica, destacando a omnipresença destas árvores na paisagem e na vida da região.

A luz suave e a composição natural da imagem transmitem uma sensação de calma e continuidade, como se a fotografia capturasse um momento eterno na relação entre o homem e a natureza em Trás-os-Montes.

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Em conclusão, os carvalhos são mais do que simples árvores para as gentes de Trás-os-Montes; eles são um pilar da vida na região, sustentando a economia, a ecologia e a cultura local.

A fotografia de Mário Silva, com a sua representação sensível desta paisagem, presta uma homenagem a essa conexão profunda, mostrando como os carvalhos continuam a moldar a identidade e o quotidiano transmontano.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Abr25

“As duas casas na Aldeia”


Mário Silva Mário Silva

“As duas casas na Aldeia”

09Abr DSC06712_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "As duas casas na Aldeia", retrata duas construções distintas num ambiente rural, numa aldeia portuguesa, dado o estilo arquitetónico e os materiais utilizados.

A imagem captura um contraste interessante entre as duas casas, que, apesar de estarem lado a lado, apresentam diferenças marcantes, ao mesmo tempo que compartilham algumas semelhanças.

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A casa à esquerda é uma construção mais rústica, feita de pedra, com um telhado de telhas tradicionais.

Ela parece mais antiga e possivelmente usada para fins utilitários, como um celeiro ou depósito, devido à sua porta ampla e à ausência de elementos decorativos.

A casa à direita, por outro lado, é mais moderna, com uma estrutura de dois andares, uma varanda com gradeamento e uma porta azul que sugere ser uma residência habitada.

Ambas estão inseridas num cenário de aldeia, com um caminho de cimento e pedra entre elas, e compartilham o uso de materiais tradicionais, como a pedra e as telhas.

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Ambas as casas utilizam pedra como material principal nas suas paredes, o que é típico de construções tradicionais em aldeias portuguesas.

A pedra confere um aspeto rústico e resistente, adequado ao ambiente rural.

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As duas casas possuem telhados feitos de telhas de barro, um elemento comum na arquitetura vernacular do sul da Europa, especialmente em Portugal.

As telhas têm uma tonalidade avermelhada, embora o telhado da casa à esquerda pareça muito mais desgastado.

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Ambas estão inseridas no mesmo ambiente de aldeia, com um caminho de terra e pedra que as liga, que pertencem à mesma comunidade e compartilham a mesma história cultural e geográfica.

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A casa à esquerda é mais rústica e simples, com uma estrutura que parece mais antiga e funcional.

A porta ampla e o pequeno postigo acima sugerem que pode ser um espaço de armazenamento, sem preocupação com a estética.

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A casa à direita, por outro lado, apresenta um estilo mais residencial e moderno.

A varanda com gradeamento decorativo, a porta azul e a janela com moldura indicam que é uma casa habitada, com maior atenção aos detalhes e ao conforto.

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A casa à esquerda mostra sinais de desgaste, com o telhado de telhas visivelmente envelhecido e a porta de madeira em muito mau estado, sugerindo que não é usada regularmente e que não recebe manutenção.

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A casa à direita parece estar em muito melhores condições, com a varanda e a porta pintada de azul indicando que é mantida.

O reboco nas paredes superiores também sugere uma renovação mais recente.

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A casa à esquerda, com a sua porta ampla e ausência de janelas grandes, parece ter uma função utilitária, como guardar ferramentas, animais ou colheitas e que já teve vida

A casa à direita, com a sua varanda e entrada mais elaborada, é claramente uma residência, projetada para moradia e convivência.

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A casa à esquerda é de um único andar, com uma estrutura mais baixa e compacta.

A casa à direita tem dois andares, com uma varanda no segundo piso, o que a torna mais vertical e funcional para uma família.

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A casa à esquerda não apresenta elementos decorativos, reforçando a sua natureza utilitária ou abandonada.

A casa à direita tem detalhes como o gradeamento da varanda, que possui um padrão decorativo, e a porta azul, que adiciona um toque de cor e personalidade.

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A fotografia de Mário Silva captura um contraste interessante entre o passado e o presente da arquitetura rural.

A casa à esquerda representa a tradição, com a sua construção rústica e funcional, enquanto a casa à direita simboliza uma evolução, com elementos mais modernos e residenciais.

Apesar das diferenças, ambas compartilham a essência da aldeia: o uso de materiais locais, como a pedra e as telhas, e a integração com o ambiente natural e comunitário.

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A composição da imagem, com o caminho de pedra entre as duas casas, reforça a ideia de conexão entre o antigo e o novo, sugerindo que, mesmo com o passar do tempo, a aldeia mantém sua identidade cultural.

A assinatura de Mário Silva no canto inferior direito indica que a fotografia pode ter um valor artístico, além de documental, capturando a essência da vida rural com sensibilidade.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Abr25

“Depois do “choro”, começa o abrolhamento ou rebentação dos gomos da videira”


Mário Silva Mário Silva

“Depois do “choro”, começa o abrolhamento

ou rebentação dos gomos da videira (Vitis vinifera) ”

08Abr DSC06761_ms

A fotografia de Mário Silva captura um momento específico do ciclo vegetativo da videira (Vitis vinifera), mais precisamente a fase de abrolhamento ou rebentação dos gomos.

Na imagem, podemos ver uma jovem folha de videira, ainda em desenvolvimento, com uma textura característica: as suas bordas são serrilhadas e a superfície apresenta uma leve penugem, típica das folhas novas.

A folha está a brotar de um gomo, que se encontra num ramo seco, evidenciando o início da nova temporada de crescimento após o período de dormência.

O fundo da fotografia mostra um cenário rural, com campos verdes e uma paisagem desfocada que sugere um ambiente natural, possivelmente uma vinha numa região de clima temperado.

O céu está claro, indicando que a foto foi tirada num dia ensolarado, o que é favorável para o desenvolvimento das videiras, já que elas precisam de luz e calor para prosperar nesta fase.

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A legenda fornecida por Mário Silva, "Depois do “choro”, começa o abrolhamento ou rebentação dos gomos da videira (Vitis vinifera)", refere-se a uma sequência no ciclo da videira.

 O "choro" é a fase inicial, que ocorre geralmente no final do inverno ou início da primavera, quando a planta começa a "despertar" da dormência.

Durante o "choro", a videira exsuda seiva pelos cortes de poda, um sinal de que o fluxo de seiva foi retomado.

Logo após, vem o abrolhamento, como mostrado na foto, onde os gomos incham e começam a se abrir, dando origem às primeiras folhas e brotos que marcarão o início do crescimento vegetativo.

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O ciclo vegetativo da videira é um processo anual que inclui várias etapas: o "choro", o abrolhamento (mostrado na foto), o crescimento dos ramos e folhas, a floração, a formação dos frutos (cachos de uvas), a maturação das uvas e, finalmente, a queda das folhas no outono, seguida pela dormência no inverno.

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A fotografia de Mário Silva, portanto, documenta um momento crucial de renovação e crescimento, essencial para a produção de uvas e, consequentemente, para a vinificação.

A assinatura "Mário Silva" no canto inferior direito da imagem indica a autoria da foto, que parece ter sido tirada com um foco nítido no broto, destacando os detalhes da folha em contraste com o fundo desfocado.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Abr25

Giesta Branca (Cytisus multiflorus)”


Mário Silva Mário Silva

"Giesta Branca (Cytisus multiflorus)”

07Abr DSC06659_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A Giesta Branca (Cytisus multiflorus)", mostra uma paisagem rural com um campo verdejante ao fundo, uma antiga estrutura de pedra parcialmente coberta por vegetação e, em primeiro plano, uma abundância de giestas brancas em flor.

A giesta branca, com as suas pequenas flores brancas, domina a cena, criando um contraste vibrante com o verde da vegetação ao redor e o azul claro do céu.

A imagem transmite uma sensação de serenidade e conexão com a natureza, com colinas suaves visíveis ao longe.

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A giesta branca, uma planta da família “Fabaceae”, desempenha papéis fundamentais nos ecossistemas equilibrados, especialmente em regiões de clima mediterrâneo, como Portugal, onde é nativa.

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Como muitas plantas da família das leguminosas, a giesta branca tem a capacidade de fixar nitrogénio atmosférico no solo através de uma simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas suas raízes.

Esse processo enriquece o solo com nitrogénio, um nutriente essencial para o crescimento de outras plantas, promovendo a fertilidade do solo de forma natural.

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A giesta branca possui um sistema radicular profundo e extenso, que ajuda a estabilizar o solo, especialmente em áreas inclinadas ou degradadas.

Isso é crucial para prevenir a erosão do solo causada por chuvas ou ventos, contribuindo para a conservação do terreno e a proteção de ecossistemas frágeis.

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As flores da giesta branca atraem polinizadores, como abelhas e borboletas, que são essenciais para a reprodução de muitas plantas no ecossistema.

Além disso, as suas sementes e folhas servem de alimento para aves e pequenos mamíferos, enquanto os arbustos densos oferecem abrigo e locais de nidificação para várias espécies.

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A giesta branca é uma planta pioneira, ou seja, é uma das primeiras a colonizar solos pobres ou áreas afetadas por incêndios florestais.

A sua capacidade de crescer em condições adversas ajuda a iniciar o processo de sucessão ecológica, preparando o terreno para a chegada de outras espécies vegetais mais exigentes.

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Quando as folhas e ramos da giesta branca caem e se decompõem, eles contribuem para a formação de matéria orgânica no solo, melhorando a sua estrutura e capacidade de retenção de água.

Isso é especialmente importante em solos arenosos ou pobres, comuns em algumas regiões mediterrâneas.

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A giesta branca é uma planta resistente à seca e a solos pobres, o que a torna uma aliada em ecossistemas sujeitos a condições climáticas extremas.

A sua presença ajuda a manter a biodiversidade vegetal em áreas onde outras plantas podem não sobreviver.

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Embora a giesta branca tenha muitos benefícios ecológicos, é importante notar que, em algumas situações, ela pode tornar-se invasiva, especialmente em áreas onde não é nativa.

O seu crescimento rápido e capacidade de se espalhar podem competir com outras espécies vegetais, reduzindo a biodiversidade local.

Em ecossistemas equilibrados, no entanto, ela desempenha um papel vital, promovendo a saúde do solo, a biodiversidade e a resiliência ambiental.

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A fotografia de Mário Silva captura não apenas a beleza da giesta branca, mas também a sua integração harmoniosa num ecossistema rural, destacando a sua relevância para a paisagem natural.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
06
Abr25

"O nicho de Santa Rita, em Águas Frias - Chaves - Portugal"


Mário Silva Mário Silva

"O nicho de Santa Rita,

em Águas Frias - Chaves - Portugal"

06Abr DSC01137_ms

A fotografia de Mário Silva, "O nicho de Santa Rita, em Águas Frias - Chaves - Portugal", apresenta um pequeno santuário ou oratório dedicado a Santa Rita, localizado na aldeia de Águas Frias, no concelho de Chaves.

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Um nicho religioso como este pode variar em tamanho e elaboração, desde uma simples cavidade na parede com uma imagem ou estátua da santa, até uma estrutura mais elaborada com detalhes arquitetónicos.

Dada a localização numa aldeia transmontana, é o nicho é feito com materiais locais, como pedra, e apresenta elementos decorativos tradicionais.

A sua localização pode ser variada, encontrando-se numa fachada de uma casa, num muro, num cruzeiro ou noutro local de devoção na aldeia.

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Santa Rita de Cássia (1381-1457) foi uma religiosa italiana da Ordem de Santo Agostinho.

É uma santa muito popular na Igreja Católica, conhecida como a "Santa das Causas Impossíveis" ou a "Advogada dos Casos Desesperados".

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A sua vida foi marcada por diversas provações e sofrimentos:

Rita casou-se com um homem rude e violento, com quem teve dois filhos.

Após o assassinato do marido, ela perdoou os seus assassinos.

Os seus dois filhos morreram pouco depois.

Após a morte do marido e dos filhos, Rita ingressou no Mosteiro Agostiniano de Santa Maria Madalena em Cássia.

Reza a tradição que, durante uma pregação sobre a Paixão de Cristo, Rita recebeu um estigma na testa, uma ferida semelhante à coroa de espinhos de Jesus.

Esta ferida acompanhou-a até à sua morte.

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Muitos milagres são atribuídos à intercessão de Santa Rita, tanto durante a sua vida como após a sua morte.

Um dos mais conhecidos é o "milagre das rosas no inverno", onde, apesar do frio, uma roseira seca no seu jardim floresceu.

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Devido à sua história de vida marcada pelo sofrimento e pela fé, e aos numerosos milagres que lhe são atribuídos, Santa Rita é uma figura de grande devoção popular, sendo invocada em situações difíceis e desesperadas.

A presença de um nicho dedicado a ela em Águas Frias demonstra a fé e a tradição religiosa da comunidade local.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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