Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

29
Mai25

"Ruínas floridas"


Mário Silva Mário Silva

"Ruínas floridas"

29Mai DSC00111_ms

A fotografia "Ruínas floridas" de Mário Silva captura um momento de beleza serena e resiliência num meio de abandono.

A imagem mostra uma estrutura de pedra em ruínas, com grandes blocos de granito cobertos por musgo verde, indicando anos de exposição às intempéries.

No centro da composição, uma janela rudimentar, formada por pedras empilhadas, enquadra o céu claro ao fundo.

Sobre as pedras, dois vasos de barro vermelho, simples e rústicos, abrigam plantas suculentas com tons de rosa e roxo, que contrastam com a aspereza da pedra e o verde do musgo.

A assinatura do fotógrafo, "Mário Silva", aparece no canto inferior direito, escrita em uma caligrafia elegante, complementando o tom nostálgico da obra.

A moldura da fotografia, em tons sépia, reforça a sensação de passado, como se estivéssemos olhando para uma memória distante.

.

Em Trás-os-Montes, o tempo parece ter parado.

As aldeias, outrora vibrantes com o som de vozes e o trabalho nos campos, hoje ecoam o silêncio de um passado que se desvanece.

As casas de pedra, construídas com o suor e a determinação de gerações, sucumbem à inevitável passagem dos anos.

Paredes que abrigaram famílias inteiras agora desmoronam, cobertas por musgo e esquecidas pelo progresso que atraiu os mais jovens para as cidades ou para o estrangeiro.

Este cenário de abandono, porém, não é apenas uma narrativa de perda.

É também um testemunho da resiliência de um povo que, mesmo no meio do colapso, encontra formas de recriar a beleza e a alegria.

.

A fotografia "Ruínas floridas" de Mário Silva capta essa dualidade com uma sensibilidade rara.

Na imagem, uma estrutura de pedra em ruínas, com blocos de granito desgastados pelo tempo, abriga dois vasos de barro vermelho.

Dentro deles, suculentas de tons rosados e roxos florescem, desafiando a aridez do ambiente.

 A janela rudimentar, formada pelas pedras, enquadra o céu, como se sugerisse que, mesmo no desmoronamento, há espaço para a esperança.

O musgo verde que cobre as pedras adiciona uma camada de vida, um lembrete da natureza que reclama o que o homem abandonou.

A moldura sépia e a assinatura do fotógrafo no canto da imagem evocam uma nostalgia que ressoa com a história de Trás-os-Montes.

.

A proliferação de casas em ruínas nesta região não é apenas um fenómeno físico, mas também social.

O despovoamento, impulsionado pela falta de oportunidades económicas e pela emigração, deixou para trás um legado de abandono.

Vilarejos que antes pulsavam com vida agora são habitados por poucos, geralmente idosos que resistem a deixar as terras onde nasceram.

As casas, muitas delas sem herdeiros que as reclamem, tornam-se ruínas silenciosas, testemunhas de um tempo que não volta.

.

No entanto, o povo transmontano, conhecido pela sua força e ligação à terra, não se rende ao desânimo.

Mesmo no meio do colapso, há uma determinação em encontrar beleza.

Os vasos de flores, como os retratados na fotografia de Mário Silva, são um símbolo disso.

Colocados cuidadosamente sobre as pedras, eles representam um ato de resistência — um esforço para trazer cor e vida a um cenário de decadência.

É como se dissessem: "Ainda estamos aqui, e enquanto estivermos, haverá beleza."

.

Essa resiliência não é apenas estética, mas profundamente cultural.

Em Trás-os-Montes, as tradições persistem, mesmo que em menor escala.

As festas populares, as histórias contadas à lareira, o cultivo da terra — tudo isso continua a ser parte da identidade local.

As ruínas, por mais tristes que pareçam, tornam-se também um espaço de memória e de reinvenção.

Algumas são transformadas em pequenas hortas, outras servem de abrigo para animais, e há até quem as utilize como cenários para projetos artísticos, como o próprio Mário Silva fez com a sua fotografia.

.

A mensagem de "Ruínas floridas" é clara: o abandono pode ser inevitável, mas a capacidade de recriar alegria e beleza é uma escolha.

O povo de Trás-os-Montes, com a sua ligação visceral à terra e à sua história, ensina-nos que a vida pode florescer mesmo nas condições mais adversas.

Assim como as suculentas que brotam dos vasos de barro, a alma transmontana persiste, resiliente e vibrante, num meio das ruínas de um passado que, embora desmorone, nunca será esquecido.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
31
Jan25

"Pombal abandonado" - Quinta do Porto - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"Pombal abandonado"

Quinta do Porto - Águas Frias - Chaves - Portugal

31Jan DSC05381_ms

A fotografia de Mário Silva captura a melancolia de um pombal abandonado, situado na Quinta do Porto, Águas Frias.

A imagem focaliza a estrutura superior do pombal, com o seu telhado de telha e paredes de pedra cobertas por musgo, evidenciando o passar do tempo e a ação da natureza.

Os nichos, ou buracos, onde as pombas nidificavam, estão vazios e em ruínas, reforçando a sensação de abandono.

O ramo de árvore que cruza a imagem, com as suas folhas secas, acrescenta um toque poético e melancólico à cena.

.

A composição da fotografia é simples e eficaz, com o pombal como elemento central.

A perspetiva adotada permite apreciar a arquitetura típica dos pombais, com as suas paredes de pedra e telhado de telha.

A linha diagonal do ramo conduz o olhar do observador para o interior da imagem, convidando-o a explorar os detalhes da construção.

A luz natural incide sobre o pombal, criando sombras que acentuam a textura da pedra e a irregularidade das paredes.

A combinação de luz e sombra confere à imagem uma atmosfera de mistério e abandono.

A paleta de cores da fotografia é marcada pela sobriedade dos tons de cinza, castanho e verde, que evocam a sensação de tempo e de decadência.

O pombal, além de ser um elemento arquitetónico, possui um forte simbolismo.

Ele representa a importância da agricultura e da criação de aves na vida das comunidades rurais.

O estado de abandono do pombal pode ser visto como um símbolo da mudança dos tempos e da perda das tradições.

.

Os pombais eram construções rurais destinadas à criação de pombos, aves que, além de serem apreciadas pela sua carne, eram utilizadas como mensageiros.

A criação de pombos era uma atividade comum nas zonas rurais, especialmente em regiões com pouca comunicação.

Os pombais eram construídos em locais estratégicos, geralmente em pontos altos, para facilitar a orientação das aves.

.

A carne de pombo era uma fonte importante de proteína para as populações rurais.

Os pombos eram utilizados para enviar mensagens a longas distâncias, sendo uma forma de comunicação rápida e eficiente antes do surgimento de outros meios de comunicação.

Os pombais são um elemento importante do património cultural rural, testemunhando a história e as tradições das comunidades locais.

Os pombais também desempenhavam um papel importante na manutenção da biodiversidade, proporcionando abrigo e alimento para diversas espécies de aves.

.

A criação de pombos garantia uma fonte de alimento para as famílias, especialmente em épocas de escassez.

A venda de pombos e dos seus ovos podia gerar uma renda extra para as famílias.

A posse de um pombal era um sinal de riqueza e de status social.

Os pombais eram um elemento fundamental da paisagem rural, contribuindo para a identidade cultural das comunidades locais.

.

Como conclusão, a fotografia "Pombal abandonado" de Mário Silva convida-nos a refletir sobre a importância do património cultural e sobre a necessidade de preservar as nossas raízes.

A imagem do pombal em ruínas é uma lembrança da passagem do tempo e das mudanças que a sociedade sofreu ao longo dos anos.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

.

Mário Silva 📷
23
Out24

"O Estábulo em Ruínas" - Águas Frias – Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"O Estábulo em Ruínas"

Águas Frias – Chaves - Portugal

23Out DSC07378_ms

A fotografia "O Estábulo em Ruínas" de Mário Silva, capturada em Águas Frias - Chaves, Portugal, é uma poderosa evocação do passado rural.

A imagem, além de documentar um estado de abandono, suscita reflexões sobre a importância dos antigos estábulos na vida da aldeia e sobre as transformações que as comunidades rurais têm sofrido.

.

A fotografia apresenta um estábulo em ruínas, localizado no meio de uma paisagem rural.

O edifício, com paredes de pedra e telhado de telha parcialmente desabado, demonstra o efeito do tempo e da falta de manutenção.

A vegetação, que invade o espaço interior e exterior do estábulo, reforça a ideia de abandono e decadência.

Ao fundo, um campo seco e uma cerca de madeira completam a composição, sugerindo um ambiente isolado e pouco habitado.

.

A fotografia documenta um elemento fundamental da vida rural em Portugal, os estábulos.

Essas estruturas, outrora essenciais para a subsistência das comunidades, são agora testemunhas de um modo de vida que está a desaparecer.

Os estábulos fazem parte do património cultural de muitas comunidades rurais.

A fotografia de Mário Silva contribui para a preservação da memória e da identidade dessas comunidades.

.

A composição da fotografia, com o estábulo em ruínas no centro da imagem, evoca um sentimento de desolação e melancolia.

A vegetação que invade o edifício reforça essa ideia de abandono.

A fotografia estabelece um contraste entre a força da natureza, representada pela vegetação, e a fragilidade da construção humana, representada pelo estábulo em ruínas.

A perspetiva utilizada pelo fotógrafo cria uma sensação de profundidade e imersão na paisagem.

.

O estábulo em ruínas representa o ciclo da vida e da morte, a passagem do tempo e a inevitabilidade da decadência.

A ruína do estábulo simboliza as transformações que as comunidades rurais têm sofrido, com o êxodo rural e a mecanização da agricultura.

O estábulo evoca memórias e histórias de vida, ligadas ao trabalho agrícola, à criação de animais e à vida em comunidade.

.

Como conclusão, a fotografia "O Estábulo em Ruínas" é uma obra que nos convida a refletir sobre o passado, o presente e o futuro das nossas comunidades rurais.

É uma imagem que nos toca, que nos emociona e que nos faz questionar o nosso lugar no mundo.

A fotografia de Mário Silva é um testemunho da importância de preservar a nossa memória e o nosso património cultural.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

Mário Silva 📷
29
Jul24

Uma relíquia de uma antiga carroça


Mário Silva Mário Silva

Uma relíquia de uma antiga carroça

Jul29 DSC03714_ms

A fotografia mostra uma antiga carroça de madeira assente na erva sob uma árvore.

A carroça está em estado de abandono, com a pintura descascada e a madeira apodrecida.

No entanto, ainda é possível ver alguns detalhes da sua construção, como as rodas de ferro e madeira maciça e o eixo de madeira.

.

É provável que esta carroça tenha sido utilizada para transportar produtos agrícolas, como feno, grãos e frutas, das áreas rurais para os mercados.

Também pode ter sido utilizada para transportar pessoas, como membros da família ou trabalhadores agrícolas.

.

A carroça era um meio de transporte essencial para as zonas rurais transmontanas até meados do século XX.

As estradas eram precárias e os automóveis ainda eram raros e muitíssimo caros.

A carroça era a única maneira de transportar grandes quantidades de produtos e pessoas de forma eficiente.

.

A carroça também desempenhava um papel importante na vida social das comunidades rurais.

As carroças eram utilizadas para transportar pessoas para festas, feiras e outros eventos sociais.

Também eram utilizadas para transportar os corpos dos mortos para o cemitério.

.

A carroça é um símbolo da cultura transmontana.

Ela representa a simplicidade da vida rural e a importância do trabalho duro.

A carroça também é um símbolo da resiliência do povo transmontano, que sempre soube superar as dificuldades da vida rural.

.

A imagem da carroça abandonada é uma chamada de atenção de um passado que se foi.

No entanto, a carroça ainda é um símbolo importante da cultura transmontana e da importância do trabalho duro e da resiliência.

.

.

Texto & Fotografia: ©MárioSilva

.

 

 

Mário Silva 📷

Maio 2025

Mais sobre mim

foto do autor

LUMBUDUS

blog-logo

Hora em PORTUGAL

Calendário

Junho 2025

D S T Q Q S S
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
2930

O Tempo em Águas Frias

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.