RECORDANDO ... 2011 (1.ª parte)
Mário Silva Mário Silva
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Mário Silva Mário Silva
Mário Silva Mário Silva
A Visita Pascal ("Compasso") na Aldeia
"A Páscoa celebra-se a 21 de abril em 2019, sendo um feriado móvel, comemorado sempre ao domingo.
Esta é uma celebração religiosa que comemora a ressurreição de Jesus Cristo.
Os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, sendo a data conhecida como Domingo de Páscoa. De acordo com a Bíblia, após a crucificação de Cristo, celebrada na Sexta-Feira Santa, Cristo ressuscitou no terceiro dia após a sua morte.
A data serve como momento de reflexão, em homenagem à vida e morte de Cristo, e de agradecimento e glorificação do seu sofrimento.
A Páscoa é celebrada também pela reunião da família, sendo um momento de confraternização e de alegria.
Em Portugal, a população católica recebe a visita do compasso pascal no Domingo de Páscoa. O compasso é composto por um grupo de fiéis católicos que percorrem as ruas com uma cruz e um pequeno sino para anunciar a sua chegada.
Quando convidados pelos habitantes a entrar nas casas, benzem a casa e seus moradores, anunciando a boa nova da ressurreição de Jesus Cristo.
Sete dias antes da Páscoa celebra-se o Domingo de Ramos, um dia dedicado aos padrinhos e madrinhas. Os afilhados oferecem flores ou plantas aos seus padrinhos e madrinhas e estes retribuem com o "folar", ou seja, com uma prenda no dia de Páscoa.
O pão-de-ló, os papos de anjo, o folar, as amêndoas e os ovos da Páscoa são alguns dos doces tradicionais desta época festiva."
In: https://www.calendarr.com/portugal/pascoa/
Visita Pascal (Compasso)
"A Visita Pascal ou Compasso Pascal é uma tradição cristã portuguesa que consiste na visita casa a casa de uma paróquia (daqueles que a queiram receber) do Crucifixo de Cristo no dia de Páscoa ou nas semanas seguintes para celebrar a sua Ressurreição.
Um pequeno grupo de paroquianos ou mordomos, com ou sem o seu pároco, liderados por um crucifixo que representa a presença de Jesus vivo, percorre várias casas de outros paroquianos que manifestem a sua vontade de receber a visita de Jesus Ressuscitado no dia de Páscoa. Em cada uma das casas, após uma bênção inicial, os habitantes da casa visitada beijam a cruz de Cristo como demonstração de adoração.
A esta tradição associaram-se diferentes formas de receber essa visita. Ela é vista como uma forma de confraternização dos membros da comunidade paroquial com a oferta de alimentos da quadra ou apenas uns minutos de repouso para o grupo itinerante. É também comum ser aproveitada para oferta de donativos pecuniários à paróquia (para pagamento de eventuais direitos paroquiais)."
in: https://pt.wikipedia.org/wiki/Compasso_(P%C3%A1scoa)
Uma Feliz e Santa Páscoa
Até breve !!!
Mário Silva Mário Silva
O Outono está a findar ...
... o Inverno está quase à porta ...
... e já se pensa no Natal ...
... ele já se sente no ar ...
... espero que o seu espírito também esteja no ar ..
... mas até lá deixo alguns registos captados ao longo de vários anos em tempo de Advento...
... recordemos e demos largas à nossa imaginação ...
... a névoa ... a árvore ... a "fonte" ...- dez 2012 |
... vista dos campos em dia enevoado ... o outono está a acabar ... - Dez 2010 |
... chaminé fumegando ... a lareira já está acesa ... - dez 2012 |
... a água escorre pelos campos alagados ... - dez 2014 |
...vista da aldeia em dia com o sol envergonhado ... - dez 2014 |
... pôr do sol entre as árvores ... - dez 2011 |
Até breve !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mário Silva Mário Silva
Começou dezembro ...
... o frio aperta ...
.... as chuvas teimam em não aparecer ...
... já se vai pensando na época natalícia ...
... e as couves estão a ficar prontas ...
... a batatas já estão na adega ...
... é preciso pensar já no bacalhau e no polvo ...
Até lá, vou deixando alguns registos captados nos meses de dezembro ...
... aqueles que estão longe, como eu, vamo-nos recordando da Aldeia .............
...o pote à lareira ... - dez 2012 |
... o campo verde com a Aldeia e o Castelo ao fundo ... - dez 2010 |
... na rua Central ... - dez 2014 |
... a Aldeia por entre as árvores despidas ... - dez 2012 |
... cogumelos ... - dez 2011 |
... a lua entre as árvores ... - dez 2014 |
Até breve ...........
Mário Silva Mário Silva
Novembro em dezembro
Embora estejemos já em dezembro, fui ao baú e retirei registos captados em novembro ao longo de vários anos.
São esses registos que hoje partilho convosco.
... edifício da junta de freguesia envolto no espírito do outono - nov 2015 |
... lindo cogumelo ... - nov 2015 |
... paisagem outonal com a névoa sobre o vale ... - nov 2011 |
... caminho em tempo de outono - nov 2011 |
... cavalo ao sol outonal ... - nov 2007 |
... varanda engalanada com folhagem outonal - nov 2007 |
... chaminé e o seu cata-vento - nov 2007 |
... cogumelos ... - nov 2009 |
...A Aldeia vista do Castelo de Monforte de Rio Livre - nov 2009 |
... Castelo de Monforte de Rio Livre - nov 2009 |
... carvalhal ... nov 2009 |
... carroça em descanso ... . nov 2009 |
... Igreja Matriz - nov 2010 |
Até breve, agora com imagens de dezembro
Mário Silva Mário Silva
O DIA DE SÃO NUNCA
... o campo e a Igreja matriz ao fundo ... |
O dia 30 de fevereiro existiu em três vezes na história, em contrapartida de fevereiro ser um mês com 28 ou 29 dias no calendário gregoriano.
Esse dia, por não "existir" (da forma comum) é também chamado de "dia de São Nunca", um "santo" evidentemente fictício representando que esse dia "nunca vai chegar".
... A coluna de pedra e a vista da Aldeia ... |
Ao pensar neste dia 30 de fevereiro e o Dia de São Nunca, veio-me à lembrança que deve ser este o dia que os políticos pensam concretizar as medidas para:
- evitar a desertificação das aldeias do interior;
- dar condições aos seus habitantes para poderem ter alternativas para se fixarem nestas Aldeias;
- dar condições para que a agricultura nestas regiões seja uma atividade rentável;
- não se esqueçam da população cada vez mais idosa, e cativando os jovens;
- não esqueçam o patrinónio cultural (tão rico) no interior;
- Resumindo ... canalizem esforços e verbas para que o interior tenha as mesmas oportunidades do litoral;
Já que houve por três vezes o dia 30 de fevereiro ... pode ser que haja um quarto dia para concretizar essse meu sonho ... ou será que todos os dias, para o interior, são dias de SÃO NUNCA ? ...
... paisagem campestre e os rastos dos aviões no céu azul ... |
Agopra deixo-vos aqui um pouco da história deste incomum dia 30 de fevereiro
... a água corre desenfreada "engrossando" os ribeiros ... |
Almanaque sueco de 1712, com a indicação de 30 de Fevereiro
O calendário gregoriano, implantado em 1582, não foi prontamente seguido por todos os países. Em Novembro de 1699, quando a Suécia (em cujo reino se incluía na época a Finlândia) planejou mudar do calendário juliano para o gregoriano, havia uma diferença de 11 dias entre eles. O planejado seria omitir o dia extra dos anos bissextos entre 1700 e 1740, incluindo-os.
... É tempo de cuidar da vinha ... |
Assim a mudança seria gradual, mas não foi seguida após seu primeiro ano de implantação. Desta forma, 1700 não foi bissexto na Suécia, mas 1704 e 1708 sim, contrariando o plano. Com isto, o calendário sueco ficou um dia à frente do calendário juliano, mas ainda dez atrás do gregoriano. Assim, em 1711 os suecos resolveram abandonar o sistema, já que o calendário por eles adotado não tinha correspondentes em qualquer outro país, criando uma enorme confusão. Portanto 1712 foi bissexto e ainda incluiu um dia a mais, o 30 de Fevereiro para voltar em sincronia com o calendário juliano.
... a árvore só ... |
A mudança sueca para o calendário gregoriano foi finalmente realizada em 1753, com a exclusão de 11 dias, onde 17 de Fevereiro daquele ano foi seguido por 1° de Março.
... As árvores "despidas" ... |
A União Soviética
Em 1929, a União Soviética introduziu um calendário revolucionário no qual todos os meses tinham 30 dias e os outros 5 ou 6 dias eram feriados não pertencentes a meses. Em 1930 e 1931, houve portanto um 30 de fevereiro, mas em 1932 os meses voltaram ao sistema tradicional.
... Vista geral da Aldeia ... |
Especulações sobre o calendário juliano
Em 1235, Sacrobosco publicou no livro De Anni Ratione a especulação de que o imperador César Augusto retirou um dia do mês Fevereiro e o colocou em Agosto, assim nomeado em sua homenagem, para não ficar atrás dos 31 dias que o mês de Julho possuía em homenagem a Júlio César.
... vista de uma horta e parte da Aldeia ao fundo ... |
A criação do mês pelo imperador e seu número de dias estão corretos. Na especulação, Sacrobosco ainda diz que naquela época o mês de fevereiro tinha 29 dias e portanto os anos bissextos entre 45 a.C (ano da implantação do calendário juliano) e 8 d.C (ano da troca de nome do mês Sextilis para Agosto por César Augusto) tinham o dia 30 de fevereiro no seu calendário.
In: http://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_fevereiro
... espreitando o gado a pastar ... |
Espero que todas as coisas menos boas da Vida ... só aconteçam no dia de São Nunca ...
Até breve !!!!
Mário Silva Mário Silva
Águas Frias é uma Aldeia transmontana que, como quase todas as outras da região, vive essencialmente da agricultura, praticamente de subsistência.
...a geometria dos campos ... |
Por tal facto, lembrei-me de me socorrer de um almanaque já muito antigo e que era, em tempos, o único, mas muito útil, meio de comunicação escrito, entre os agricultores e alguns conselhos sobre a agricultura.
... a cancela, o regueiro e o prado ... |
Esse almanaque ainda existe e tem o nome (que provavelmente todos os agricultores conhecem) - o "Borda d'Água".
Como sou perfeitamente leigo nesta matéria (agricultura), recorri a ele e vou transcrever o que ele refere sobre a o tema "Agricultura - Jardinagem - Animais" a ter em conta no mês de fevereiro:
... e a água corre, enchendo as ribeiras ... |
"Fevereiro coxo, em seus dias vinte e oito"
"As terras para sementeira de primavera devem estar lavradas. No Norte e Centro semear alface (a transplantar em Março - Abriçl), couves, nabo, nabiça, pimento, alho-porro, repolho, feijão e tomate: no Sul, semear abóbora, cenoura, couves, ervilha, pimento, feijão, nabiça, pepino, tomate e melância.
Semear milho se sequeiro nas terras altas.
... o amarelo e o castanho nos campos ... |
Transplantar as cebolas a colher em Maio-Junho e as couves semeadas em Dezembro a colher em Junho-Julho (repolhos); colher os espinafres, couve-flor e bróciulos; Plantar batata (colher em Junho).
... a árvore no meio do regueiro e do prado ... |
Podar no Minguante, menos damasqueiros e morangueiros.
Tratamento das macieiras, pereiras e pessegueiros.
Iniciar a enxertia.
... cuidando da vinha ... |
Plantar árvores e semear pinheiro-bravo, co Crescente.
Transfegar o vinho se ainda o não o fez.
face à geada, a rega melhora a resistência das plantas.
... o musgo cobre as pedras que delimitam terrenos ... |
Na horta:
Semear alho-francês, beterraba, cebola, cenoura, coentro, couve-flor, de grelo, de nabo, espargos, ervilha, espinafre, fava, feijão, melancia, nabiça, pimento, rabanete, repoho, salsa, segurelha e tomate.
Colher nos abrigos cenouras e couve de Bruxelas.
... em pleno inverno já a árvore anuncia a estação seguinte ... |
No Jardim:
Proteger os pés-mães de crisântemos com palha miúda para obter mais estacas.
Semear as flores anuais como ervilhas-de-cheiro, gipsófilas, mangericos, ciclames, cólios, sécias, etc.
Colher amores-perfeitos, violetas, etc.
... a cancela e o gado no pasto ... |
Animais:
Forncer às vacas leiteiras suplementos de farinha, amendoim e linhaça.
... tratando do gado ... |
FASES DA LUA:
06 de fevereiro | Quarto Crescente |
14 de fevereiro | Lua Cheia |
22 de fevereiro | Quarto Minguante |
01 março | Lua Nova |
Espero que tenha sido útil a informação, em especial para aqueles que, tal como eu, nada sabem dos tempos ideais para o cultivo das diferentes espécies de plantas e que até gostariam de iniciar esta atividade.
Se não serviru de nada ... esqueçam ...
... a água corre rápidamente encosta a abaixo ... |
Até breve !!! e boas culturas (embora o tempo nada tenha ajudado ... mas ainda estamos no inverno ... esperemos melhores dias)
Mário Silva Mário Silva
... visão através de um "buraco" num tronco de castanheiro ... |
Este ano, o inverno está bastante rigoroso e agreste, com temperaturas baixas, com queda de neve, granizo, geadas, chuvas abundantes ... um inverno, ... à inverno, de outros tempos ...
... os cumes dos montes cobrem-se de branco (lá para os lados de Espanha) ... |
Fevereiro é o mês intermédio desta estação do ano e como prometi, vou deixar mais alguns provérbios populares sobre este mês, o mais pequenito do ano ... acompanhados por alguns registos fotográficos que foram captados neste mês, mas do ano de 2011 (mais uns registos tirados do "baú") ...
... com as chuvas os pastos ficam verdejantes, sendo uma delícia para o rebanho ... |
O tempo em Fevereiro enganou a Mãe ao soalheiro.
... o gato a "posar para a máquina" e apanhando o precioso e tão gostoso sol de inverno ... |
Para parte de Fevereiro, guarda lenha de quinteiro.
... carregando "gestas" para acender a lareira, pois as noites são gélidas ... |
Quando não chove em Fevereiro, nem prados nem centeio.
... com as chuvas abundantes os campos ficam alagados ... |
Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro
... é preciso estar reguardado, não vá chover, a qualquer momento ... |
Fevereiro , o mais curto mês e o menos cortês.
... com as chuvas e os degelos, a água "corre" pelas ribeiras ... |
Em Fevereiro neve e frio; é de esperar calor no estio.
... algumas árvores já anunciam que o inverno está em fase descendente ... |
Por agora, fico-me por aqui, mas embora fevereiro seja o mais pequeno do ano, ainda agora vai no começo, esperando que os dias tempestivos que, ultimamente, nos tem assolado e nos deixem "respirar" um pouco e que venham alguns diazitos de sol, mesmo fraco, mas que nos dão, também, algum alento para irmos superando, com alguma alegria, esta Vida que ultimamente também tem sido "invernosa".
Mário Silva Mário Silva
Mário Silva Mário Silva
Embora em pleno inverno, continuo a mostar imagens de tempos mais quentes.
Estas reportam-se a maio de 2009.
O pôr do sol continua a fazer magia e encanto. mas as tardes de domingo, também .....
O café do Quim Russ(ç)o enche a sua esplanada e o interior em ferverosas jogadas de sueca ou do dominó.
O entusiasmoe atenção reflete-se nos semblantes dos jogadores.
Mas nada passa de momentos de distração e confraternização à volta de uma rodada.
Também é frequente uma animada jogada de chincalhão, fito ou o afamado jogo do "sapo".
Até outras "jogadas"....
E vão-se preparando as tronchudas que o Natal já se aproxima ....
Mário Silva Mário Silva
Pois ... o último "post" remonta a pleno Agosto, com uma pequena estória passada nesta pequena e bela aldeia flaviense.
Agora ... já o outono está a findar e aproxima-se vertiginosamente os rigores do inverno.
E os seu efeitos já se fazem sentir na pele, a névoa, o frio, o vento (que parece que corta), os dias curtos, as noites longas,a tão desejada chuva ...
Bom, hoje, feriado nacional (pela última vez), dia 1 de dezembro, dia da restauração da independência, ... o tempo condiz com a época: sombrio, taciturno, dando-nos à indolência e à preguiça.
Mas ... o calor das brasas na lareira ... trazem o conforto e avivam as memórias de tempos passados. É o caso de hoje, em que recordo, um pequeno episódio do verão passado.
A tarde estava quente.
E, nada melhor que uma boa cavaqueira ao ritmo de umas goladas de uma "loirinha" fresquinha e o terincar de uns amendoins estaladiços.
Foi o que fizeram o António e o Felisberto, no Café do Henrique (já considerado, por mim, património social da Aldeia).
Quando saíam para o largo do "Conselho", nesse momento cheio de juventude, vislumbraram à varanda a Dete e logo disseram em voz alta:
- Agora ia era um cafezinho brasileiro!!!!
- Ai, ia, ia ... - dise logo o outro.
E sentaram-se à porta do café do Pires (ou Parente para os amigos), continuando com a sua conversa, sem nunca esquecerem o tal cafezinho brasileiro.
Eis, então, que a Dete não se fazendo rogada, foi mesmo fazer o dito cafezinho, vindo de casa com um tabuleiro coberto com pano bordado, a cafeteira fumegante, duas chávenas, açucar, as respetivas colheres e ainda uma garrafa com o divinal bagaço.
Com esta é que o António e o Felizberto não contavam ... mas não fizerm cerimónia e mesmo ali sentados no cimento do passeio, no meio de todos e em plena rua Central, se serviram do apetitoso cafezinho brasileiro e claro com o cheirinho abundante do bagaço da Dete e D. Adélia.
Como se costuma dizer, estavam que nem um abade (e o da aldeia é bem cheiínho).
Uma coisa é certa: todos ficaram satisfeitos (uns por provarem o tão apetecido cafezinho e mãe e filha por poderem retribuir os atributos das suas bebidas).
Aqui, nesta aldeia transmontana, dar é também receber.
Bom ... já me sinto retemperado. Os pés estão de novo quentes e o "coração" também. As recordações têm destas coisas ...
Embora não tenha nascido e nado em Águas Frias, sinto alguma nostalgia quando lá não estou - então vou matando as saudades com as boas recordações que de lá carrego.
Até breve .......... com mais recordações!!!
Mário Silva Mário Silva
Em tempos que já lá vão, … ou não…, o mês de Agosto já ia meado, e as noites estavam numa temperatura agradável, onde o fresco e uma brisazinha, convidavam uma saída para a rua.
A pequena e bela aldeia de Águas Frias, tinha-se mais uma vez, nesta altura, transformado.
Todos os que durante os restantes 11 meses labutaram noutras terras, sempre com o pensamento na “sua” terrinha, estavam sedentos de confraternização e extravasar a sua alegria.
Todos os motivos serviam para conviver.
E então a juventude … sim porque, neste mês, Águas Frias tinha juventude.
Ei-los que numa noite resolveram, a pretexto de uma despedida de solteiro, se juntarem no “Concelho” e ao som das colunas de um automóvel com o “cofre” aberto fazendo caixa de ressonância, de uma “água da CUF” na mão, fazer um arraial.
As colunas debitavam uns bons decibéis de música popular,… daquela que faz animar a malta e convida a uns saltaricos. Foi até às tantas da manhã …
Na noite seguinte, …
Preparava-se outra animação mas antes, alguém tentou boicotar a noitada, deitando ou uma “penicada” ou água de bacalhau, ou seja o que fosse,… o certo é que o “Concelho” ficou empestado de um fedor nauseabundo, que mesmo depois de uma baldadas de água ainda assim permanecia.
Mas se pensam que isso afasta um aquafrigidense, desenganem-se.
O “pessoal” foi chegando, juntando-se no pequeno largo ou sentando-se nas escadas do Henrique.
Nessa noite estava previsto nova animação, agora substituindo a aparelhagem do automóvel, por música ao vivo.
O Diogo levou o seu saxofone e um outro jovem, o Renato levou uma guitarra.
E, “toma!... Lá vai disto” … música popular ao vivo e gente a acompanhar ou mesmo a dançar.
Estavam os condimentos certos para mais uma noite de alegria e convívio, senão quando, houve a ameaça de chamar a GNR.
Ei lá, já não chegava a “penicada” e agora era preciso chamar a autoridade para impedir o convívio de uma noite, extravasando a alegria contida durante 11 meses!!!?
A dita GNR não veio, mas já chegou para estragar os ânimos e a “festa”.
Será que aqueles que se queixavam que a Aldeia estava a morrer aos poucos e que nada se passava, eram os mesmos que estragulavam a animação mesmo que seja durante uns dias do mês de Agosto?
Isso nunca saberemos, mas que se passou, passou … e a “festa” ficou pelo “intervalo”.
Esta estória é verdadeira e passou-se nesta pequena (cada vez mais pequena) mas cada vez mais bela Aldeia (mesmo com estes contratempos) de Águas Frias.
Até breve, mas com outras estórias, espero que sem percalços pelo meio.
Haja alegria e convívio, ao menos umas vezes por ano, nem que seja somente no mês de Agosto.
Mário Silva Mário Silva
A Festa acabou ...
A opinião geral é que foi uma festa de arromba ...
Muita música, muito pé de dança, muita animação, um estrondoso fogo de artifício ....
Pena eu não ter podido estar presente, já que cheguei um dia de atraso, pensando que ainda iria haver animação... paciência, para o ano há mais.
Ainda não me chegaram imagens da festa mas se elas me chegarem, logo as publicarei.
Mas hoje, vou dedicar a um jogo de futebol no campo de jogos de Águas Frias.
Como não tinha sido utilizado desde o ano passado ou até antes, foi preciso dar-lhe um "jeito". A "rapaziada" lá se empenhou e tornou, de novo o campo de jogos, minimamente praticável.
Assim no dia 06 de Agosto, sábado, realizou-se um encontro, verdadeiramente amigável, sem no entanto deixar de ser competitivo (conforme as forças deixavam).
O resultado pouco interessa, mas sim a camaradagem, a alegria, o dar o "gostinho ao pé", o constatar que a resistência já não é o que era, ...
Foi mais um bom momento ... em Águas Frias.
Para que fica como memória futura, aqui vos deixo, um pequeno vídeo com as imagens possíveis do encontro, já que o tempo estava enevoado, ficando co céu aberto no preciso momento em que se deu por terminado o jogo.
Até breve ... mostrando outros momentos desta pequena mas bela aldeia de Águas Frias.
Mário Silva Mário Silva
Hoje nem uma citação de Miguel Torga vos trago.
Se está a ver este "post" hoje, ou está em Águas Frias ou ... então está a perder um grande arraial.
Hoje, dia 31 de Julho de 2011, come-se um bom cordeiro assado, bebe-se um copos (do bô) e depois "bota-se-lhe um pé de dança", que até os pés "fumegam".
Divirtam-se ....
Os registos ficarão para quando tiver oportunidade (o blog também exigiu férias e a entidade patronal, não teve outro remédio senão as conceder).
"A Luz do Divino" - Maio de 2009
Até breve.
Mário Silva Mário Silva
Chaves, 2 de Setembro de 1983
Disse-lhe:
- As coisas boas esquecem. As más é que não. É que só elas deixam cicatrizes.
Miguel Torga, In Diário XIV
"Rua deserta" - 1.º maio de 2008
E não se esqueça que estamos em vésperas de festejar o S. Pedro, em Águas Frias. Todos fazemos falta para que esta festividade seja um grande momento de confraternização e divertimento.
ATÉ BREVE
Mário Silva Mário Silva
Chaves, 6 de Setembro de 1990, Miguel Torga escrevia:
Acordo a ouvir os galos da redondeza, que da penumbra me desafiam a inspiração, e os roncos impacientes que dos chiqueiros pedem lavagem. E bendigo mais uma vez esta terra de Portugal, que tem História, que tem civismo, que tem arte, que tem pergaminhos de toda a ordem, e que ainda se exprime, antes de erguer a voz urbana, numa sã linguagem rural de cacarejos e grunhidos.
Miguel Torga, in Diário XVI
O cão, a Aldeia e o Castelo - Fevereiro de 2008
Mário Silva Mário Silva
Não me sinto um destruidor ...
"Não me sinto um destruidor; o que quero é que tudo nasça com a força que as cousas verdadeiras e naturais merecem, e que o ranço velho não estrague o azeite novo."
Miguel Torga- Diário (1946)
"Vende-se?!!!" - Fevereiro de 2008
Mário Silva Mário Silva
Esta velha humanidade
Alvos Umbrais - Agosto 2008
"Esta velha humanidade, tudo quanto seja acreditar que dois e dois são quatro, quatro e quatro, oito, e oito e oito, dezasseis, muito bem e sem nenhuma prova; agora quando lhe dizem que há gente que morre pela sua verdade, é preciso mostrar-lhe Sócrates a beber a cicuta, Catão com a espada enterrada no ventre, Cristo pregado na cruz, — e nem assim."
Miguel Torga - Diário (1936)
Mário Silva Mário Silva
A Maravilha da Vida é Tudo Nela Ter Justificação
Desabafo dum amigo, que não encontra justificação para o seu pecado mortal, que é viver. Viver ao sol, gratuitamente, como um lagarto. Respondi-lhe que a maravilha da vida é tudo nela ter justificação. É, da mais rasteira erva ao mais nojento bicho, não haver presença no mundo que não seja necessária e insubstituível.
Rua Central deserta - Maio 2010
Que, do contrário, era faltar na terra esta admirável plurivalência, que faz de uma tarde de sol, de trigo e de cigarras o mais assombroso espectáculo que se pode ver. O medir depois a distância que vai da formiga ao leão, da urtiga ao castanheiro, de Nero a S. Francisco de Assis, é uma casuística que não tem nada que ver com a torrente de seiva que inunda o mundo de pólo a pólo.
Foi-se, e à tarde apareceu-me com um belo poema.
Miguel Torga, in "Diário (1938)"
Mário Silva Mário Silva
A Vida não Cabe numa Teoria
A vida... e a gente põe-se a pensar em quantas maravilhosas teorias os filósofos arquitectaram na severidade das bibliotecas, em quantos belos poemas os poetas rimaram na pobreza das mansardas, ou em quantos fechados dogmas os teólogos não entenderam na solidão das celas. Nisto, ou então na conta do sapateiro, na degradação moral do século, ou na triste pequenez de tudo, a começar por nós.
Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.
Agosto 2007
A vida é o que eu estou a ver: uma manhã majestosa e nua sobre estes montes cobertos de neve e de sol, uma manta de panasco onde uma ovelha acabou de parir um cordeiro, e duas crianças — um rapaz e uma rapariga — silenciosas, pasmadas, a olhar o milagre ainda a fumegar.
Miguel Torga, in "Diário (1941)"
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