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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

14
Mai25

"Uma nesga da aldeia de Águas Frias"


Mário Silva Mário Silva

"Uma nesga da aldeia de Águas Frias"

14Mai DSC06560_ms

A fotografia "Uma nesga da aldeia de Águas Frias", capturada por Mário Silva, revela a essência da ruralidade transmontana na aldeia de Águas Frias, localizada em Chaves, Portugal.

A imagem mostra um aglomerado de casas tradicionais com telhados de telha vermelha, paredes de pedra e algumas áreas caiadas, dispostas de forma orgânica num terreno inclinado.

A vegetação densa, com árvores e arbustos, abraça as construções, enquanto caminhos estreitos e empedrados serpenteiam entre as casas, refletindo a simplicidade e a ligação com a natureza que caracterizam a vida rural nesta região.

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Águas Frias é um exemplo vivo da ruralidade transmontana, onde o tempo parece correr mais devagar.

Situada no norte de Portugal, esta aldeia preserva a arquitetura tradicional, com casas de pedra que testemunham gerações de história.

A vida aqui é marcada pelo ritmo das estações: no inverno, o frio intenso é enfrentado com lareiras acesas; no verão, os campos verdes e as hortas ganham vida, fornecendo sustento às famílias.

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A comunidade é pequena, mas unida, com tradições que incluem festas religiosas, como a celebração do padroeiro, e práticas agrícolas que ainda resistem à modernização.

A ruralidade de Águas Frias é, assim, um reflexo de um modo de vida que valoriza a simplicidade, a ligação com a terra e a memória coletiva de um povo resiliente.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Mai25

"Imagem de Nª Sª de Fátima, na igreja de Águas Frias"


Mário Silva Mário Silva

"Imagem de Nª Sª de Fátima, na igreja de Águas Frias"

13Mai DSC04835_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Imagem de Nª Sª de Fátima, na igreja de Águas Frias", retrata uma estátua de Nossa Senhora de Fátima, um símbolo profundamente enraizado na espiritualidade portuguesa.

A imagem mostra a Virgem Maria com o seu tradicional véu branco, adornado com detalhes dourados, segurando um rosário e com as mãos unidas em oração.

A estátua está posicionada sobre um pedestal ornamentado, com a inscrição "Ave Maria" visível, e é coroada por uma auréola de estrelas, simbolizando a sua santidade.

A simplicidade do cenário, com um fundo claro e detalhes subtis, realça a serenidade e a devoção que a figura inspira.

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A devoção mariana entre as gentes transmontanas é uma expressão viva da fé católica que atravessa gerações.

Em Trás-os-Montes, a ligação com Nossa Senhora, especialmente na sua invocação de Fátima, é marcada por uma espiritualidade intensa e por tradições que unem comunidades.

As romarias, as procissões e as festas em honra da Virgem são momentos de grande significado, onde as famílias se reúnem para rezar o terço, cantar hinos e partilhar histórias de milagres e graças alcançadas.

A imagem de Nossa Senhora de Fátima, como a capturada por Mário Silva, não é apenas um objeto de culto, mas um ponto de ligação espiritual que reflete a identidade cultural e religiosa do povo transmontano, que encontra na Mãe de Deus um refúgio de esperança e proteção.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Mai25

“Alminhas” – Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves – Portugal


Mário Silva Mário Silva

“Alminhas”

Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves – Portugal

04Mai DSC07714_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “Alminhas” – Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves - Portugal, mostra um pequeno nicho religioso encravado numa parede de pedra.

Dentro do nicho, há uma pintura que retrata uma cena tradicional: um anjo, possivelmente São Miguel Arcanjo, que está no topo, com asas e uma lança, sobre um fundo celestial.

Abaixo, figuras humanas, algumas em vestes azuis, parecem estar em sofrimento, envoltas em chamas que simbolizam o Purgatório.

À frente da pintura, há um vaso dourado com flores brancas (provavelmente lírios, associados à pureza) e uma lamparina vermelha com uma cruz, contendo uma vela acesa.

A palavra "Esmolas" está escrita na base do nicho, sugerindo um pedido de ofertas para as almas.

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Os nichos conhecidos como "alminhas" são pequenas construções religiosas comuns em Portugal, especialmente em áreas rurais como Trás-os-Montes.

Surgiram principalmente entre os séculos XVII e XIX, durante o período da Contrarreforma, quando a Igreja Católica reforçava a doutrina do Purgatório.

Esses nichos eram erguidos em encruzilhadas, caminhos ou muros, com o objetivo de lembrar os fiéis de orar pelas almas do Purgatório.

Muitas vezes, continham imagens ou pinturas de almas penadas no meio de chamas, com anjos ou santos intercessores, e a palavra "esmolas" indicava a solicitação de donativos para missas ou orações que ajudassem a aliviar o sofrimento dessas almas.

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Na tradição católica, as "almas penadas" são as almas dos mortos que estão no Purgatório, um estado intermediário entre o Céu e o Inferno.

Segundo a doutrina, essas almas pertencem a pessoas que morreram em estado de graça, mas ainda precisam ser purificadas de pecados veniais ou expiar as consequências de pecados já perdoados.

No Purgatório, elas sofrem temporariamente, frequentemente representado por chamas, até estarem prontas para entrar no Céu.

A Igreja ensina que as orações, missas e esmolas dos vivos podem ajudar a acelerar essa purificação, daí a importância dos nichos como as "alminhas", que incentivam os fiéis a interceder por essas almas.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
10
Mai25

"As giestas brancas (Cytisus multiflorus) invadiram o interior das muralhas" - Castelo de Monforte de Rio Livre - Águas Frias – Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"As giestas brancas (Cytisus multiflorus)

invadiram o interior das muralhas"

Castelo de Monforte de Rio Livre

Águas Frias – Chaves - Portugal

DSC00310_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "As giestas brancas (Cytisus multiflorus) invadiram o interior das muralhas", retrata o interior do Castelo de Monforte de Rio Livre, em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem mostra muralhas de pedra antigas, parcialmente cobertas por vegetação, com um grande número de giestas brancas (Cytisus multiflorus) dominando o espaço interno.

O céu claro ao fundo e a luz natural sugerem um dia ensolarado, destacando o contraste entre a estrutura histórica e a vegetação que a invade.

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O tema da fotografia aborda a relação entre a natureza e o património histórico, evidenciando como a vegetação, neste caso as giestas brancas, pode ocupar e transformar espaços construídos pelo homem.

As giestas, com as suas flores brancas e densas, criam uma atmosfera quase etérea, mas também sugerem um estado de abandono ou negligência do castelo.

As muralhas de pedra, que deveriam simbolizar força e permanência, aparecem desgastadas e parcialmente cobertas por trepadeiras, reforçando a ideia de que a natureza está retomando o espaço.

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Do ponto de vista estético, a fotografia é bem composta, com as muralhas emoldurando a cena e as giestas brancas adicionando textura e cor.

A luz natural realça os detalhes das plantas e da pedra, criando uma sensação de serenidade, mas também de melancolia, ao sugerir o declínio de uma estrutura histórica.

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Do ponto de vista da preservação histórica, a presença massiva das giestas é prejudicial.

Plantas como o “Cytisus multiflorus” podem acelerar a deterioração das muralhas ao enraizar-se nas fendas das pedras, causando rachaduras e erosão.

Além disso, a vegetação densa pode dificultar o acesso ao local e obscurecer elementos arquitetónicos importantes, comprometendo a sua valorização histórica e turística.

A falta de manutenção sugerida pela fotografia pode indicar negligência na conservação do património.

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Ecologicamente, a presença das giestas pode ser benéfica.

O “Cytisus multiflorus” é uma planta nativa de Portugal, conhecida por atrair polinizadores como abelhas, contribuindo para a biodiversidade local.

Além disso, a integração da natureza com as ruínas cria um cenário visualmente interessante, que pode atrair visitantes interessados em história natural ou fotografia.

A cena também pode ser interpretada como uma reflexão poética sobre a transitoriedade das construções humanas frente ao poder da natureza.

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Wm conclusão, a invasão das giestas brancas no Castelo de Monforte de Rio Livre tem impactos mistos.

É prejudicial à preservação do património histórico, mas benéfica para o ecossistema local e esteticamente intrigante.

Idealmente, um equilíbrio poderia ser alcançado com a manutenção controlada da vegetação, permitindo que a natureza coexista com a história sem comprometer a integridade das muralhas.

A fotografia de Mário Silva, nesse sentido, não apenas documenta uma realidade, mas também provoca uma reflexão sobre a relação entre o homem, a natureza e o legado histórico.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Mai25

O Castelo de Monforte de Rio Livre


Mário Silva Mário Silva

O Castelo de Monforte de Rio Livre

08Mai DSC01031_ms

O Castelo de Monforte de Rio Livre, localizado em Águas Frias, Chaves, Portugal, é uma fortaleza medieval que reflete a história turbulenta da região de Trás-os-Montes.

Construído possivelmente no século XIII, durante o reinado de D. Afonso III, o castelo fazia parte da linha defensiva do norte de Portugal, numa época em que o reino enfrentava ameaças de invasões e disputas territoriais, especialmente com Castela.

A sua posição estratégica, numa elevação com vista para o vale do rio Livre, permitia o controle de rotas e a proteção das populações locais.

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A estrutura do castelo, como vista na fotografia de Mário Silva, exibe características típicas da arquitetura militar medieval portuguesa: muralhas robustas de pedra, uma torre de menagem quadrangular e pequenas aberturas para defesa.

Apesar de hoje estar em ruínas, o castelo mantém vestígios da sua importância histórica, como os arcos góticos visíveis nas janelas da torre.

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Ao longo dos séculos, o Castelo de Monforte de Rio Livre perdeu relevância militar com a consolidação das fronteiras portuguesas e a pacificação da região.

Durante a Guerra da Restauração (1640-1668), ainda pode ter sido usado esporadicamente, mas, a partir do século XVIII, foi gradualmente abandonado.

A ação do tempo e a falta de manutenção levaram à degradação da estrutura, que hoje é um testemunho silencioso da Idade Média em Portugal.

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Atualmente, o castelo é um ponto de interesse histórico e cultural, atraindo visitantes que buscam conhecer o passado da região.

A sua localização em Águas Frias, uma freguesia rural de Chaves, também oferece uma paisagem natural que complementa a experiência, como capturado na fotografia, com o verde dos campos contrastando com a pedra antiga.

O Castelo de Monforte de Rio Livre é, assim, um símbolo da resiliência e da história de um Portugal medieval que ainda ecoa no presente.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Mai25

"O tanque”


Mário Silva Mário Silva

"O tanque”

07Mai DSC04413_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "O tanque", captura um tanque de pedra em Águas Frias, Chaves, Portugal.

Este tanque, com as suas bordas de pedra cobertas de musgo e a água refletindo a vegetação ao redor, carrega uma história funcional que reflete a evolução das práticas rurais na região.

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Antigamente, tanques como este eram essenciais para a comunidade, servindo como local para lavar roupas.

As mulheres da aldeia reuniam-se em torno destes tanques, esfregando as peças manualmente com sabão, enquanto compartilhavam conversas e fortaleciam laços sociais.

A pedra lisa ao redor do tanque, visível na foto, provavelmente era usada como superfície para esfregar as roupas, e a água, muitas vezes proveniente de fontes naturais, era constantemente renovada para garantir a limpeza.

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Hoje, com o avanço das tecnologias domésticas, como as máquinas de lavar, a função original destes tanques foi substituída.

No entanto, eles não perderam a sua utilidade.

Atualmente, o tanque da fotografia é utilizado como reservatório de água para a rega de culturas hortícolas.

A água acumulada, ainda que com um tom esverdeado devido à presença de algas, é aproveitada para irrigar hortas locais, sustentando o cultivo de vegetais e outras plantas.

As pedras e plantas ao redor, como as folhas verdes visíveis na imagem, sugerem um ambiente integrado à natureza, onde o tanque continua a desempenhar um papel vital na vida agrícola da comunidade.

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Essa transição de função destaca a adaptabilidade das estruturas tradicionais às necessidades contemporâneas, mantendo a sua relevância num contexto rural.

A fotografia de Mário Silva, assim, não apenas documenta um elemento do património local, mas também conta uma história de continuidade e transformação.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
30
Abr25

"Pela Rua da Aldeia ... e uma casa ..."


Mário Silva Mário Silva

"Pela Rua da Aldeia ... e uma casa ..."

30Abr DSC00054_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Pela Rua da Aldeia ... e uma casa ...", captura uma cena típica das aldeias transmontanas, especificamente em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma casa rústica situada em uma rua estreita, característica dessas regiões.

A casa tem uma fachada de cor amarelada, com sinais de desgaste que revelam o passar do tempo.

A estrutura é composta por paredes de pedra e alvenaria, com uma porta verde na parte inferior e uma janela com cortinas brancas no andar superior.

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No topo da casa, há um terraço com uma grade metálica, de onde se pode ver uma bandeira portuguesa tremulando, sugerindo um toque de orgulho local.

À esquerda, uma parede de pedra empilhada, coberta por musgo, adiciona um elemento natural e tradicional à cena.

À direita, outra construção de pedra, parcialmente em ruínas, com telhado de telhas quebradas, reforça a sensação de antiguidade e autenticidade da aldeia.

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A luz do dia ilumina a cena, criando sombras suaves que destacam as texturas das pedras e da parede.

A assinatura de Mário Silva, está visível no canto inferior direito da fotografia, indicando a autoria da obra.

A descrição do autor sobre as ruas estreitas das aldeias transmontanas que escondem "preciosidades ao virar de cada esquina" reflete bem o charme e a simplicidade capturados nesta imagem, que evoca a essência da vida rural em Portugal.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Abr25

"Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia" - Águas Frias - Chaves - Portugal.


Mário Silva Mário Silva

"Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia"

Águas Frias - Chaves - Portugal

12Abr DSC01153_ms

A fotografia intitulada "Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia", de Mário Silva, retrata uma cena quotidiana e pitoresca da aldeia de Águas Frias, localizada no concelho de Chaves, em Portugal.

A imagem captura a essência de uma pequena localidade rural, com a sua arquitetura tradicional e atmosfera tranquila, típica das aldeias do interior português.

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A fotografia mostra uma rua estreita e inclinada, pavimentada com alcatrão que é a rua central da aldeia.

No centro da imagem, há uma casa de dois andares com características rústicas.

A fachada da casa é composta por uma mistura de materiais: a parte inferior apresenta pedra exposta, enquanto a parte superior é rebocada e pintada em tons de bege e amarelo.

O telhado é de telhas vermelhas, um elemento comum na arquitetura tradicional portuguesa.

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No lado direito da casa, há uma escadaria externa de pedra que leva ao andar superior, onde se encontra uma pequena varanda.

A varanda é decorada com vasos de plantas e flores, adicionando um toque de vida e cor à cena.

Nela, também há roupas penduradas para secar, o que reforça o caráter quotidiano e funcional do espaço.

A escadaria tem alguns vasos de plantas ao longo dos degraus, o que dá um charme adicional.

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À esquerda da casa principal, a rua estende-se, revelando outras construções no mesmo estilo rústico, com paredes de pedra e telhados de telha.

Ao fundo, é possível ver uma paisagem de colinas suaves, cobertas por vegetação esparsa, típica da região de Trás-os-Montes, onde Águas Frias está localizada.

O céu está claro, com poucas nuvens, sugerindo um dia calmo e sereno.

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A fotografia tem uma moldura com efeito de vinheta, que escurece as bordas e dá um ar nostálgico à imagem.

No canto inferior direito, há a assinatura do fotógrafo, Mário Silva, escrita à mão, o que personaliza a obra.

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Mário Silva utiliza uma composição que guia o olhar do observador pela rua, criando uma sensação de profundidade.

A casa em primeiro plano funciona como o ponto focal, enquanto a rua e as construções ao fundo levam o olhar para a paisagem rural ao longe.

A escolha de um ângulo diagonal, com a rua descendo à esquerda, adiciona dinamismo à imagem, contrastando com a quietude da aldeia.

A luz natural, provavelmente de um dia ensolarado, ilumina a cena de forma suave, destacando as texturas das paredes e da pedra.

As sombras são sutis, mas ajudam a dar volume e profundidade à arquitetura.

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A fotografia tem um tom nostálgico e melancólico, que é reforçado pelo efeito de vinheta e pela escolha do tema: uma aldeia pequena, pouco habitada, onde o tempo parece ter parado.

A presença de elementos como as roupas penduradas e os vasos de flores sugere que a casa ainda é habitada, mas o desgaste das construções e a ausência de pessoas na rua evocam uma sensação de isolamento e tranquilidade, típica de aldeias que enfrentam o despovoamento no interior de Portugal.

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O título da obra, "Indo eu...indo eu... pela rua Central da Aldeia", remete a uma canção ou poema tradicional, o que adiciona uma camada de memória cultural à imagem.

Ele sugere um caminhar lento e contemplativo, como se o fotógrafo estivesse imerso nas suas próprias lembranças ou na história do lugar.

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Águas Frias, no concelho de Chaves, é uma aldeia típica da região de Trás-os-Montes, conhecida pela sua paisagem rural, tradições agrícolas e arquitetura vernacular.

A fotografia de Mário Silva captura a essência desse lugar, mostrando a simplicidade e a autenticidade da vida na aldeia.

A escolha de retratar uma rua central sem pessoas pode ser interpretada como um comentário sobre o êxodo rural que afeta muitas aldeias portuguesas, onde os jovens migram para centros urbanos, deixando para trás uma população envelhecida e casas que, embora habitadas, mostram sinais de abandono.

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A fotografia parece ter sido tirada com uma câmara digital, mas o efeito de vinheta e o tom desbotado podem ter sido aplicados na pós-produção para criar uma estética vintage.

Isso reforça a ideia de memória e passado, alinhando-se com o tema da obra.

A escolha de cores é natural, com tons terrosos predominantes, que refletem a paleta da paisagem e da arquitetura local.

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Em conclusão, a fotografia de Mário Silva é uma representação sensível e poética da vida rural em Águas Frias.

Ela combina elementos visuais e emocionais para transmitir uma sensação de nostalgia, simplicidade e ligação com a terra.

A imagem não apenas documenta a arquitetura e a paisagem da aldeia, mas também evoca reflexões sobre o passar do tempo, a memória e as transformações sociais no interior de Portugal.

É uma obra que convida o observador a imaginar as histórias por trás daquela rua e daquela casa, enquanto aprecia a beleza tranquila de um lugar quase esquecido.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Abr25

"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre" - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre"

Águas Frias - Chaves - Portugal

11Abr DSC01004_ms

A fotografia de Mário Silva retrata a "porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre", localizado em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma pequena entrada em forma de arco, construída com pedras rústicas e desgastadas pelo tempo, cobertas por musgo e vegetação rasteira.

A estrutura parece sólida, mas com sinais de deterioração, típicos de construções medievais expostas aos elementos por séculos.

A porta é estreita e baixa, sugerindo que não era destinada a grandes movimentações, mas sim a um propósito mais específico.

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As pequenas entradas, como a porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre, tinham uma importância tática crucial na arquitetura militar medieval.

- Controle de acesso e defesa: Portas pequenas, como a da fotografia, eram projetadas para limitar o número de pessoas que podiam entrar ou sair ao mesmo tempo.

Isso dificultava invasões em massa por inimigos, pois apenas um ou dois indivíduos podiam passar de cada vez, tornando-os alvos fáceis para os defensores dentro do castelo. Além disso, essas portas eram frequentemente protegidas por mecanismos defensivos, como ranhuras para barras ou portões internos.

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- Entradas secundárias para saídas estratégicas: Essas portas, conhecidas como postigos, eram usadas para saídas discretas ou missões furtivas.

Durante um cerco, os defensores podiam usá-las para enviar mensageiros, buscar suprimentos ou realizar ataques surpresa contra os sitiantes, sem expor as entradas principais do castelo.

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- Dificuldade de acesso para atacantes: A localização e o tamanho dessas portas eram estrategicamente planeados.

Muitas vezes, ficavam em pontos elevados ou de difícil acesso, como encostas ou áreas protegidas por outros elementos naturais ou artificiais.

A porta norte de Monforte de Rio Livre, por exemplo, parece estar numa área inclinada, o que dificultaria a aproximação de um inimigo com equipamento pesado, como aríetes.

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- Proteção contra armas de cerco: Portas pequenas eram menos vulneráveis a armas de cerco, como catapultas ou aríetes, que eram mais eficazes contra portões principais maiores.

A construção em arco, como a da fotografia, também aumentava a resistência estrutural, distribuindo melhor o peso e os impactos.

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- Uso em tempos de paz: Além da sua função defensiva, essas portas podiam ser usadas em tempos de paz para acesso de moradores ou para atividades rotineiras, como a entrada de suprimentos ou a saída de guarnições para patrulhas, sem a necessidade de abrir os portões principais, que demandavam mais esforço e vigilância.

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O castelo de Monforte de Rio Livre, situado em Águas Frias, Chaves, é um exemplo de fortificação medieval portuguesa, construído no século XII, durante o período de consolidação do reino de Portugal e das lutas contra os mouros e os reinos cristãos vizinhos, como Leão e Castela.

A sua localização na região de Trás-os-Montes, próxima à fronteira com a Espanha, reforça a sua importância estratégica para a defesa do território português.

Pequenas portas como a da fotografia eram elementos essenciais para a sobrevivência do castelo em tempos de conflito, garantindo tanto a segurança quanto a flexibilidade tática.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Abr25

“As duas casas na Aldeia”


Mário Silva Mário Silva

“As duas casas na Aldeia”

09Abr DSC06712_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "As duas casas na Aldeia", retrata duas construções distintas num ambiente rural, numa aldeia portuguesa, dado o estilo arquitetónico e os materiais utilizados.

A imagem captura um contraste interessante entre as duas casas, que, apesar de estarem lado a lado, apresentam diferenças marcantes, ao mesmo tempo que compartilham algumas semelhanças.

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A casa à esquerda é uma construção mais rústica, feita de pedra, com um telhado de telhas tradicionais.

Ela parece mais antiga e possivelmente usada para fins utilitários, como um celeiro ou depósito, devido à sua porta ampla e à ausência de elementos decorativos.

A casa à direita, por outro lado, é mais moderna, com uma estrutura de dois andares, uma varanda com gradeamento e uma porta azul que sugere ser uma residência habitada.

Ambas estão inseridas num cenário de aldeia, com um caminho de cimento e pedra entre elas, e compartilham o uso de materiais tradicionais, como a pedra e as telhas.

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Ambas as casas utilizam pedra como material principal nas suas paredes, o que é típico de construções tradicionais em aldeias portuguesas.

A pedra confere um aspeto rústico e resistente, adequado ao ambiente rural.

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As duas casas possuem telhados feitos de telhas de barro, um elemento comum na arquitetura vernacular do sul da Europa, especialmente em Portugal.

As telhas têm uma tonalidade avermelhada, embora o telhado da casa à esquerda pareça muito mais desgastado.

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Ambas estão inseridas no mesmo ambiente de aldeia, com um caminho de terra e pedra que as liga, que pertencem à mesma comunidade e compartilham a mesma história cultural e geográfica.

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A casa à esquerda é mais rústica e simples, com uma estrutura que parece mais antiga e funcional.

A porta ampla e o pequeno postigo acima sugerem que pode ser um espaço de armazenamento, sem preocupação com a estética.

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A casa à direita, por outro lado, apresenta um estilo mais residencial e moderno.

A varanda com gradeamento decorativo, a porta azul e a janela com moldura indicam que é uma casa habitada, com maior atenção aos detalhes e ao conforto.

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A casa à esquerda mostra sinais de desgaste, com o telhado de telhas visivelmente envelhecido e a porta de madeira em muito mau estado, sugerindo que não é usada regularmente e que não recebe manutenção.

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A casa à direita parece estar em muito melhores condições, com a varanda e a porta pintada de azul indicando que é mantida.

O reboco nas paredes superiores também sugere uma renovação mais recente.

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A casa à esquerda, com a sua porta ampla e ausência de janelas grandes, parece ter uma função utilitária, como guardar ferramentas, animais ou colheitas e que já teve vida

A casa à direita, com a sua varanda e entrada mais elaborada, é claramente uma residência, projetada para moradia e convivência.

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A casa à esquerda é de um único andar, com uma estrutura mais baixa e compacta.

A casa à direita tem dois andares, com uma varanda no segundo piso, o que a torna mais vertical e funcional para uma família.

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A casa à esquerda não apresenta elementos decorativos, reforçando a sua natureza utilitária ou abandonada.

A casa à direita tem detalhes como o gradeamento da varanda, que possui um padrão decorativo, e a porta azul, que adiciona um toque de cor e personalidade.

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A fotografia de Mário Silva captura um contraste interessante entre o passado e o presente da arquitetura rural.

A casa à esquerda representa a tradição, com a sua construção rústica e funcional, enquanto a casa à direita simboliza uma evolução, com elementos mais modernos e residenciais.

Apesar das diferenças, ambas compartilham a essência da aldeia: o uso de materiais locais, como a pedra e as telhas, e a integração com o ambiente natural e comunitário.

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A composição da imagem, com o caminho de pedra entre as duas casas, reforça a ideia de conexão entre o antigo e o novo, sugerindo que, mesmo com o passar do tempo, a aldeia mantém sua identidade cultural.

A assinatura de Mário Silva no canto inferior direito indica que a fotografia pode ter um valor artístico, além de documental, capturando a essência da vida rural com sensibilidade.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
06
Abr25

"O nicho de Santa Rita, em Águas Frias - Chaves - Portugal"


Mário Silva Mário Silva

"O nicho de Santa Rita,

em Águas Frias - Chaves - Portugal"

06Abr DSC01137_ms

A fotografia de Mário Silva, "O nicho de Santa Rita, em Águas Frias - Chaves - Portugal", apresenta um pequeno santuário ou oratório dedicado a Santa Rita, localizado na aldeia de Águas Frias, no concelho de Chaves.

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Um nicho religioso como este pode variar em tamanho e elaboração, desde uma simples cavidade na parede com uma imagem ou estátua da santa, até uma estrutura mais elaborada com detalhes arquitetónicos.

Dada a localização numa aldeia transmontana, é o nicho é feito com materiais locais, como pedra, e apresenta elementos decorativos tradicionais.

A sua localização pode ser variada, encontrando-se numa fachada de uma casa, num muro, num cruzeiro ou noutro local de devoção na aldeia.

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Santa Rita de Cássia (1381-1457) foi uma religiosa italiana da Ordem de Santo Agostinho.

É uma santa muito popular na Igreja Católica, conhecida como a "Santa das Causas Impossíveis" ou a "Advogada dos Casos Desesperados".

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A sua vida foi marcada por diversas provações e sofrimentos:

Rita casou-se com um homem rude e violento, com quem teve dois filhos.

Após o assassinato do marido, ela perdoou os seus assassinos.

Os seus dois filhos morreram pouco depois.

Após a morte do marido e dos filhos, Rita ingressou no Mosteiro Agostiniano de Santa Maria Madalena em Cássia.

Reza a tradição que, durante uma pregação sobre a Paixão de Cristo, Rita recebeu um estigma na testa, uma ferida semelhante à coroa de espinhos de Jesus.

Esta ferida acompanhou-a até à sua morte.

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Muitos milagres são atribuídos à intercessão de Santa Rita, tanto durante a sua vida como após a sua morte.

Um dos mais conhecidos é o "milagre das rosas no inverno", onde, apesar do frio, uma roseira seca no seu jardim floresceu.

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Devido à sua história de vida marcada pelo sofrimento e pela fé, e aos numerosos milagres que lhe são atribuídos, Santa Rita é uma figura de grande devoção popular, sendo invocada em situações difíceis e desesperadas.

A presença de um nicho dedicado a ela em Águas Frias demonstra a fé e a tradição religiosa da comunidade local.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
05
Abr25

"A aldeia transmontana de Águas Frias - Chaves - Portugal"


Mário Silva Mário Silva

"A aldeia transmontana de

Águas Frias - Chaves - Portugal"

05Abr DSC00987_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A aldeia transmontana de Águas Frias - Chaves - Portugal", captura uma vista panorâmica e um aspeto representativo da aldeia, permitindo observar a interação entre as construções humanas e a paisagem natural circundante.

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A harmonia entre a ação do Homem e a beleza da Natureza numa aldeia transmontana como Águas Frias pode manifestar-se de diversas formas na imagem:

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Integração das construções na paisagem: As casas, construídas com materiais locais como a pedra, apresentam cores e texturas que se harmonizam com o ambiente natural.

A sua disposição ao longo do terreno pode seguir as curvas e a topografia, em vez de as alterar drasticamente.

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Utilização de materiais naturais: A presença de telhados de telha cerâmica, paredes de pedra e elementos de madeira contribui para uma estética rústica e integrada no ambiente.

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Presença de vegetação: A fotografia poderá mostrar a aldeia rodeada por campos agrícolas, bosques, árvores de fruto ou jardins, evidenciando a coexistência entre a área habitada e a natureza.

A vegetação pode até mesmo envolver as casas, com trepadeiras ou flores a adornar as paredes.

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Escala humana: A dimensão das construções e a forma como se inserem na vastidão da paisagem podem transmitir uma sensação de equilíbrio e de respeito pela natureza.

As atividades humanas visíveis, como caminhos, muros de pedra ou pequenas hortas, podem também refletir uma interação sustentável com o meio ambiente.

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Cores e luz: A luz natural e as cores predominantes na imagem podem realçar a beleza tanto da arquitetura tradicional quanto da paisagem natural, criando uma sensação de unidade e harmonia visual.

Os tons terrosos das casas podem complementar o verde da vegetação e o azul do céu.

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Preservação de elementos naturais: A fotografia evidencia a preservação de elementos naturais como rios, ribeiros, árvores centenárias ou formações rochosas dentro ou perto da aldeia, demonstrando uma valorização do património natural.

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Em suma, a fotografia de Mário Silva poderá ilustrar como a comunidade de Águas Frias, ao longo do tempo, construiu o seu lar de forma a respeitar e a integrar-se na beleza natural da região de Trás-os-Montes, criando uma paisagem onde a ação humana e a natureza coexistem de forma harmoniosa.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
04
Abr25

"Casa na aldeia transmontana de Águas Frias - Chaves - Portugal"


Mário Silva Mário Silva

"Casa na aldeia transmontana 

Águas Frias - Chaves - Portugal"

04Abr DSC01151_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Casa na aldeia transmontana de Águas Frias - Chaves - Portugal", apresenta uma habitação típica da região rural de Trás-os-Montes, mais especificamente da aldeia de Águas Frias, no concelho de Chaves.

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As casas rurais transmontanas, como a que provavelmente vemos na fotografia, possuem características arquitetónicas e construtivas que refletem as condições geográficas, climáticas e os materiais disponíveis na região.

 

Algumas das caraterísticas mais comuns incluem:

Tradicionalmente, utilizam-se materiais locais como o granito (abundante na região) e a madeira.

As paredes costumam ser grossas, construídas em pedra aparelhada ou em alvenaria de pedra rebocada.

Os telhados são geralmente de duas águas, com pouca inclinação, cobertos com telha cerâmica tradicional (telha de canudo).

As casas rurais tendem a ter uma planta simples, geralmente retangular, com poucos pisos (normalmente dois: rés-do-chão e primeiro andar).

A volumetria é compacta, o que ajuda a conservar o calor no inverno.

As janelas e portas costumam ser de dimensões modestas para minimizar a perda de calor. As janelas podem ter caixilharia de madeira e, por vezes, portadas interiores ou exteriores em madeira.

Algumas casas podem apresentar varandas pequenas, geralmente em madeira ou pedra, e escadas exteriores de acesso ao primeiro andar.

É comum encontrar anexos para guardar animais ou alfaias agrícolas.

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As casas rurais transmontanas tendem a integrar-se na paisagem natural, utilizando cores e materiais que se harmonizam com o ambiente circundante.

A robustez da construção em pedra confere-lhes um aspeto sólido e duradouro.

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Ao observar a fotografia de Mário Silva, poderemos confirmar estas características e identificar outros detalhes específicos da casa de Águas Frias, como a cor das paredes (caso sejam rebocadas), o tipo de telhado, a presença de elementos decorativos ou funcionais particulares, e a sua relação com o terreno e a envolvente da aldeia.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
01
Abr25

A troca de santos no nicho do cemitério de Águas Frias – Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

A troca de santos no nicho do cemitério de

Águas Frias – Chaves - Portugal

01Abr DSC08069_ms

Lá no extremo da aldeia transmontana de Águas Frias, onde o vento uiva canções antigas entre os túmulos do cemitério, havia um nicho.

Durante gerações, aquele pequeno abrigo de pedra tinha sido o lar de uma imagem de São Pedro, o guardião das portas do céu, com as suas chaves reluzentes a apaziguar os corações dos que ali repousavam.

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Mas uma manhã de nevoeiro denso, quando o sol ainda hesitava em romper as nuvens, os habitantes de Águas Frias fizeram uma descoberta insólita.

São Pedro tinha desaparecido.

No seu lugar, sorria enigmaticamente Santo António, com o Menino Jesus ao colo e um lírio branco na mão.

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Ninguém conseguia explicar o sucedido.

As portas do cemitério não tinham sinais de arrombamento, até porque estavam sempre abertas.

A imagem de São Pedro parecia ter-se evaporado no ar húmido da madrugada.

Santo António, por sua vez, parecia perfeitamente à vontade no seu novo lar, como se sempre ali tivesse estado.

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A velha Dona Adelaide, a mais antiga da aldeia, lembrou-se de uma lenda antiga, sussurrada pelos seus avós à lareira.

Contava-se que, em noites de lua cheia, os santos padroeiros das aldeias vizinhas trocavam visitas secretas, montados em burros invisíveis, para partilharem histórias e vinho tinto.

Seria possível que São Pedro, cansado de guardar as portas celestiais, tivesse ido visitar algum amigo santo, deixando Santo António a tomar conta do seu posto por uns tempos?

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Outros moradores tinham teorias mais terrenas.

Talvez algum jovem preguiçoso (até porque já são raros), a precisar de um milagre urgente para passar nos exames, tivesse trocado as imagens na esperança de obter uma ajuda mais imediata de Santo António, o santo casamenteiro e dos objetos perdidos.

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O Padre Arlequim, o pároco da aldeia, tentou manter a calma.

Explicou que ambos os santos eram importantes e intercessores poderosos.

Mas, secretamente, sentia um arrepio percorrer-lhe a espinha.

Aquela troca silenciosa, naquela manhã enevoada, tinha algo de estranhamente inquietante.

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Os dias passaram e São Pedro não regressou.

Santo António continuou no nicho, com o seu sorriso sereno a contrastar com a melancolia do cemitério.

Os habitantes de Águas Frias acabaram por se habituar à nova presença.

Começaram até a depositar mais flores no nicho, talvez na esperança de que Santo António lhes trouxesse mais sorte do que São Pedro.

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Mas, em noites de tempestade, quando os raios rasgavam o céu e o vento gemia entre as sepulturas, alguns juravam ouvir um leve tilintar de chaves, vindo de direção incerta, como se São Pedro, algures no éter, ainda se lembrasse do seu antigo posto em Águas Frias.

E, por vezes, no meio da noite, um suave aroma a lírios brancos pairava sobre o cemitério, lembrando a estranha história da troca dos santos no nicho da aldeia transmontana.

Ninguém nunca soube ao certo o que aconteceu naquela manhã de nevoeiro, mas a lenda da troca das imagens de São Pedro e Santo António ficou para sempre gravada na memória de Águas Frias.

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Estória & Fotomontagem: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
28
Mar25

"A aldeia transmontana de Águas Frias” (Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"A aldeia transmontana de Águas Frias”

(Chaves - Portugal)

28Mar DSC06697_ms

Sob o céu de um azul tímido, onde o sol de fim de tarde derrama a sua luz dourada, a aldeia transmontana de Águas Frias, em Chaves, Portugal, repousa como uma memória viva de tempos mais simples.

A fotografia de Mário Silva captura esse cenário com uma ternura quase palpável, como se cada telhado vermelho e cada pedra desgastada sussurrasse histórias de gerações passadas.

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As casas, empoleiradas na encosta suave, parecem abraçar-se umas às outras, com as suas paredes brancas e cinzentas marcadas pelo tempo, mas ainda firmes, como guardiãs de um passado que se recusa a desaparecer.

Os telhados de telha vermelha, alguns já desbotados pelo sol e pela chuva, brilham sob a luz morna, enquanto as chaminés, silenciosas, evocam imagens de lareiras acesas e famílias reunidas em noites frias de inverno.

Entre as construções, ruelas estreitas serpenteiam, convidando a imaginação a percorrer caminhos onde outrora ecoaram risos de crianças e o som cadenciado de carroças.

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Ao redor, a natureza abraça a aldeia com um verde que parece eterno.

Árvores frondosas, algumas despidas pelo inverno, misturam-se a arbustos e campos que se estendem até onde o olhar alcança, salpicados aqui e ali por manchas de relva ainda vibrante.

No horizonte, colinas suaves desenham contornos que parecem dançar com as sombras do entardecer, enquanto uma torre de comunicação, única testemunha da modernidade, ergue-se discreta, quase pedindo desculpas pela sua presença.

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Há uma quietude em Águas Frias que fala ao coração.

É o silêncio das pedras que viram o passar dos anos, das árvores que testemunharam casamentos e despedidas, das janelas que, mesmo fechadas, guardam o calor de tantas vidas.

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A fotografia de Mário Silva não é apenas uma imagem; é um portal para um tempo em que o mundo parecia mais lento, mais humano.

Olhar para ela é sentir o cheiro da lenha queimando, ouvir o murmúrio de um riacho distante, e, por um instante, pertencer a esse lugar onde o passado ainda vive, respirando em cada canto dessa aldeia transmontana.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
26
Mar25

Amor encantado - Castelo de Monforte de Rio Livre - (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

Amor encantado

Castelo de Monforte de Rio Livre

(Águas Frias – Chaves – Portugal)

26Mar DSC06028_ms

Nos altos muros do Castelo de Monforte de Rio Livre, entre pedras centenárias cobertas de musgo, ecoavam os lamentos de Aldara, filha do alcaide.

O vento, cúmplice dos amores proibidos, sussurrava o seu pranto pela aldeia abaixo, onde, entre marteladas e labaredas, Gonçalo, o filho do ferreiro, sentia no seu peito o mesmo desespero.

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Desde a infância, os dois corações entrelaçaram-se como as raízes de um carvalho milenar.

Cresceram sob a mesma lua, compartilharam risos e promessas em segredo, mas o destino, implacável, não cedia ao anseio dos amantes.

O alcaide, senhor de vontades e guardião da honra, jamais permitiria que a sua filha se unisse a alguém de condição tão baixa.

E assim, num gesto frio de autoridade, encerrou Aldara na torre de menagem, onde os raios do sol se filtravam apenas pelas estreitas janelas góticas.

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Ali, entre a dura pedra e a solidão, Aldara chorava o seu amor proibido.

Mas não cedia ao desespero.

Com o olhar firme, buscava pelos recortes das aberturas o vulto de Gonçalo, lá em baixo, na forja, onde o fogo dançava e o ferro tomava forma.

Ela via-o inclinar-se sobre a bigorna, os músculos retesados, o suor misturando-se às cinzas.

Mesmo distante, sentia a sua força, e isso mantinha-a viva.

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Gonçalo, por sua vez, trabalhava como nunca.

Cada golpe de martelo era um grito de amor, uma promessa de resistência.

Criou, com as mãos calejadas e coração ardente, uma chave de ferro adornada com arabescos.

Não era uma chave qualquer, mas uma feita sob a bênção do fogo e da esperança.

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Numa noite de lua alta, quando os guardas se perderam na embriaguez do vinho, Gonçalo deslizou pela muralha como um gato e encontrou a torre onde a sua amada suspirava.

Aldara estendeu os braços pela fresta, tocando-lhe os dedos pela primeira vez em meses.

Com mãos trêmulas, recebeu a chave que ele forjara e, num giro audacioso, libertou-se.

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Fugiram sem olhar para trás, pelos bosques húmidos de névoa, guiados pelo murmúrio do riacho de águas frias.

Para trás, ficaram os muros frios e o destino traçado pelo alcaide.

Para a frente, apenas a incerteza e a liberdade de um amor que nem ferro nem pedra poderiam conter.

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O que aconteceu, a seguir?!!

Deixo, a sua imaginação fluir … e tentar … concluir a estória …

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Estória & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
25
Mar25

"O Ocaso na Lampaça: Sinfonia em Âmbar e Pedra"  (Águas Frias - Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"O Ocaso na Lampaça: Sinfonia em Âmbar e Pedra"

 (Águas Frias - Chaves - Portugal)

25Mar DSC05748_ms

As pedras, sentinelas ancestrais da Lampaça, erguem-se como ombros cansados, cobertos de musgo e memórias.

No seu abraço rugoso, a terra respira, exalando o aroma agreste dos campos que se estendem até ao horizonte.

E ali, onde o mundo se curva em reverência ao sol, o espetáculo começa.

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O astro-rei, cansado da sua jornada, despede-se com um beijo de fogo, tingindo o céu de tons que nenhum pintor jamais ousou sonhar.

O âmbar funde-se com o laranja, o dourado com a púrpura, numa sinfonia de cores que ecoa na alma.

As nuvens, como pinceladas de algodão doce, flutuam num mar de luz, enquanto um rasto de avião, como um fio de prata, corta o céu em dois, ligando o efêmero ao infinito.

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A silhueta do armazém, à direita, ergue-se como um guardião silencioso, testemunha de incontáveis ocasos.

As suas paredes, gastas pelo tempo, guardam segredos sussurrados pelo vento, histórias de outrora que se misturam com o chilrear dos pássaros noturnos.

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A terra, beijada pela luz dourada, adormece em paz, embalada pela melodia do crepúsculo.

A Lampaça, lugar de encanto e serenidade, guarda em cada pedra, em cada árvore, em cada raio de sol, a magia de um momento eterno.

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E nós, meros observadores deste espetáculo divino, somos envolvidos pela emoção do instante, pela beleza que nos transcende.

Sentimos a alma a vibrar em uníssono com a natureza, a respirar a mesma paz que emana da terra.

E, por um momento, tudo se torna claro, tudo se torna belo, tudo se torna eterno.

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O sol desaparece, mas a sua luz permanece, refletida nas pedras, nas árvores, nos nossos olhos.

A Lampaça adormece, mas o seu esplendor permanece vivo, gravado na memória, como um poema de luz e cor.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
23
Mar25

O Adeus Dourado de Avelelas (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

O Adeus Dourado de Avelelas

(Águas Frias – Chaves – Portugal)

23Mar DSC07903_ms

O sol, pintor divino, tinge o céu de Avelelas com pinceladas de ouro e púrpura.

Na quietude da tarde, a Igreja de Nossa Senhora da Natividade ergue-se como um farol de fé, testemunha silenciosa da passagem do tempo.

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O campanário, outrora eco de preces e chamados, agora serve de portal para a luz poente.

Os raios solares, como mensageiros celestiais, deslizam pelas pedras gastas, beijando-as com um brilho suave.

A luz dança, brinca com as sombras, e por um instante, o tempo parece suspender-se.

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A povoação de Avelelas, aninhada no vale, observa o espetáculo com reverência.

As casas de pedra, com as suas telhas de barro, refletem o dourado do sol, como se também elas quisessem participar da despedida.

O ar, outrora vibrante com o burburinho do dia, agora acalma-se, embalado pela melodia silenciosa do crepúsculo.

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A fotografia de Mário Silva captura este momento mágico, eternizando a despedida do sol e a serenidade de Avelelas.

A imagem transcende o visível, convidando-nos a contemplar a beleza da simplicidade, a magia da luz e a eternidade da fé.

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No silêncio da noite que se aproxima, Avelelas guarda a memória do sol poente, a promessa de um novo amanhecer, e a certeza de que a luz divina sempre encontrará um caminho, seja através do campanário de uma igreja, seja no coração dos que ali habitam.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
16
Mar25

A Capela de São Miguel - Sobreira (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

A Capela de São Miguel

Sobreira (Águas Frias – Chaves – Portugal)

16Mar DSC07821_ms

A capela de São Miguel, em Sobreira, Águas Frias, Chaves, ergue-se como um testemunho da fé e da história, capturada com maestria pelo olhar de Mário Silva.

A imagem transporta-nos para um lugar de serenidade, onde o tempo parece ter abrandado o seu ritmo.

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A capela, com a sua arquitetura simples e austera, construída em granito, irradia uma beleza intemporal.

As pedras, desgastadas pelo tempo, contam histórias de gerações que ali encontraram refúgio e conforto espiritual.

O telhado de telha vermelha, com a sua tonalidade quente, contrasta com o cinzento da pedra, criando um jogo de cores que encanta o olhar.

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A torre sineira, com o seu campanário coroado por cruzes de pedra, ergue-se como um farol de esperança, guiando os fiéis e anunciando os momentos de oração.

A porta de madeira, com a sua simplicidade, convida à entrada, a um espaço de paz e introspeção.

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A vegetação exuberante, que abraça a capela, confere-lhe um ar de frescura e vitalidade.

As árvores, com as suas folhas verdes, contrastam com o céu azul, criando uma atmosfera de tranquilidade e harmonia.

O muro de pedra, que delimita o espaço da capela, protege-a do mundo exterior, criando um refúgio de paz e serenidade.

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Nesta imagem, Mário Silva captura a essência da capela de São Miguel, um lugar de fé e história, onde a beleza da arquitetura se funde com a serenidade da natureza.

A luz suave, que banha a cena, realça a beleza dos detalhes, convidando à contemplação e à reflexão.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Mar25

"Vista parcial da aldeia de Águas Frias" … onde o Tempo parece parar ... e o relaxamento parece perdurar ...


Mário Silva Mário Silva

"Vista parcial da aldeia de Águas Frias" …

onde o Tempo parece parar ...

e o relaxamento parece perdurar ...

12Mar DSC09759_ms

A fotografia de Mário Silva, "Vista parcial da aldeia de Águas Frias", captura a essência da tranquilidade e da beleza da paisagem rural transmontana.

A imagem apresenta uma vista panorâmica da aldeia, com as casas de telhado vermelho a contrastar com a vegetação verdejante e o céu nublado.

A névoa que paira sobre a paisagem confere à imagem um ar misterioso e intemporal.

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A composição da fotografia é equilibrada, com a aldeia a ocupar o centro da imagem.

A perspetiva adotada permite apreciar a extensão da aldeia e a sua integração na paisagem natural.

Os galhos das árvores em primeiro plano criam um enquadramento natural, convidando o observador a entrar na cena.

A luz natural, difusa e suave, cria uma atmosfera de calma e serenidade.

A paleta de cores é marcada pela sobriedade dos tons de verde, castanho e vermelho, que evocam a sensação de rusticidade e de enraizamento à terra.

A aldeia, com as suas casas de telhado vermelho e a sua atmosfera tranquila, representa um modo de vida tradicional, marcado pela proximidade com a natureza e pela forte ligação à terra.

A névoa que envolve a paisagem confere à imagem um ar de mistério e de tempo suspenso.

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Águas Frias: Um Refúgio da Agitação Moderna:

A descrição da aldeia como um local onde "o Tempo parece parar... e onde o relaxamento parece perdurar..." é um testemunho da paz e da tranquilidade que se sente em Águas Frias.

A aldeia, com a sua atmosfera calma e a sua paisagem bucólica, é um refúgio da agitação moderna, um local onde se pode escapar do stress do dia a dia e desfrutar da beleza da natureza.

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A Importância da Preservação da Vida Rural:

A preservação da vida rural, com as suas tradições e os seus valores, é fundamental para a manutenção da identidade cultural de um país.

As aldeias como Águas Frias são testemunhas de um modo de vida que está a desaparecer, e a sua preservação é essencial para a memória coletiva e para a valorização do património cultural.

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Em conclusão, a fotografia "Vista parcial da aldeia de Águas Frias" de Mário Silva é uma obra que nos convida a refletir sobre a importância da vida rural e sobre a necessidade de preservar as nossas raízes.

A imagem, com a sua beleza simples e a sua atmosfera tranquila, é um convite a visitar Águas Frias e a desfrutar da sua paz e da sua beleza.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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