CASTELO ASSOMBRADO (parte II)
Mário Silva Mário Silva
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CASTELO ASSOMBRADO
(parte II)
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IV
E toda refulgente de pérolas e rubis
era a linda porta do palácio,
através da qual passava, passava e passava,
a refulgir sem cessar,
uma turba de ecos cuja grata missão
era apenas cantar,
com vozes de inexcedível beleza,
o talento e o saber de seu rei.
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V
Mas seres maus, trajados de luto,
assaltaram o alto trono do monarca;
(ah, lamentemo-nos, visto que nunca mais a alvorada
despontará sobre ele, o desolado!)
e, em torno de sua mansão, a glória,
que, rubra florescia,
não passa agora, de uma história quase esquecida
dos velhos tempos já sepultados.
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VI
E agora os caminhantes, nesse vale,
através das janelas de luz avermelhada, vêem
grandes vultos que se movem fantasticamente
ao som de desafinada melodia;
enquanto isso, qual rio rápido e medonho,
através da porta descorada,
odiosa turba se precipita sem cessar,
rindo - mas sem sorrir nunca mais.
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Edgar Allan Poe
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