As Flores de Cerejeira em Dia de Chuva
Mário Silva Mário Silva
As Flores de Cerejeira em Dia de Chuva
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Sob o véu cinzento da chuva fina,
Despertam as cerejeiras em flor,
Pétalas brancas, leves como sina,
Dançam ao som do céu em clamor.
Oh, natureza, teu canto é divino,
Unindo água e flor num só destino.
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Gotas cristalinas acariciam o ar,
Cada uma um espelho de pura luz,
Nas flores delicadas a se formar,
Um brilho subtil que o tempo conduz.
Encanta-me, chuva, teu doce rumor,
Pintando de vida o silêncio em flor.
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Ramos curvados, um gesto gentil,
Sob o peso leve da água a cair,
Cada pétala guarda um segredo subtil,
Um sonho que o vento vem libertar.
Oh, flores de cerejeira, rainhas do céu,
Na chuva, vosso reinado é mais belo.
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O mundo se veste de tons suaves,
Verde e branco em harmonia a fluir,
A chuva sussurra antigas traves,
Histórias que as flores vêm reviver.
Encantamento brota de cada gota,
Um laço eterno entre terra e a nota.
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Sob o olhar atento da brisa fria,
As flores resistem, firmes e puras,
A chuva as banha, em melodia,
Renovando suas formas tão seguras.
Oh, espírito da chuva, guia gentil,
Guarda este instante, eterno e subtil.
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Que a dança das cerejeiras perdure,
Sob a chuva que cai em suave canção,
Que o tempo pare, que o mundo se cure,
Neste encontro de graça e emoção.
Encantamento eterno, flor e água unidas,
Na obra de Mário, a beleza erguida.
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Poema & Fotografia: ©MárioSilva
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