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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

16
Jun25

"Serpenteando as Terras de Monforte"


Mário Silva Mário Silva

"Serpenteando as Terras de Monforte"

A fotografia "Serpenteando as Terras de Monforte" de Mário Silva apresenta uma paisagem rural serena em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem destaca um caminho de terra sinuoso que atravessa campos verdes e vinhedos, ascendendo suavemente até uma colina coberta de vegetação densa.

No topo da colina, uma estrutura histórica, o castelo de Monforte de Rio Livre, ergue-se contra um céu parcialmente nublado, adicionando um elemento de profundidade histórica.

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A composição é dominada por tons verdes e terrosos, refletindo a natureza exuberante e a agricultura local.

O caminho central guia o olhar do observador através da cena, criando um sentido de movimento e exploração.

As casas espalhadas na encosta sugerem uma comunidade rural tranquila, enquanto a estrutura no topo da colina serve como ponto focal, contrastando com a horizontalidade do horizonte.

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A fotografia utiliza eficazmente a técnica de linhas guiadas pelo caminho, que conduz o observador pela narrativa visual.

A profundidade de campo é bem explorada, com o primeiro plano de vegetação detalhado e o fundo ligeiramente desfocado, enfatizando a vastidão da paisagem.

A iluminação natural sugere uma hora do dia amena, possivelmente início da tarde, destacando as texturas da vegetação e da terra.

Contudo, a moldura preta adicionada pode ser vista como um elemento distrativo, confinando a cena e reduzindo a sensação de abertura.

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A obra evoca uma ligação com a tradição e a simplicidade rural das Terras de Monforte, capturando a harmonia entre o homem e a natureza.

A estrutura histórica simboliza o passado duradouro da região, enquanto o caminho sugere uma jornada contínua.

A assinatura de Mário Silva no canto inferior esquerdo reforça a autoria e a intenção artística, convidando a uma apreciação pessoal da beleza natural e cultural de Águas Frias.

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Em suma, a fotografia é uma celebração da paisagem portuguesa, equilibrando elementos naturais e humanos com uma composição visualmente envolvente.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Jun25

Capela de S. Tiago -  (Aldeia de Castelo – freguesia de Eiras – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

Capela de S. Tiago

(Aldeia de Castelo – freguesia de Eiras – Chaves – Portugal)

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A fotografia de Mário Silva retrata a Capela de S. Tiago, localizada na aldeia de Castelo, freguesia de Eiras, em Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma pequena capela de pedra com um telhado de telhas vermelhas, cercada por uma vegetação verdejante e árvores altas, evocando um ambiente sereno e tradicional.

A capela, com a sua arquitetura simples e rústica, parece estar integrada na paisagem natural, destacando-se como um ponto de devoção e história local.

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São Tiago, o Maior, foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo e é uma figura de grande relevância no cristianismo.

Filho de Zebedeu e irmão de São João Evangelista, Tiago era pescador na Galileia quando foi chamado por Jesus para se tornar um "pescador de homens".

Conhecido pelo seu temperamento forte, ele e o seu irmão foram chamados por Jesus de "filhos do trovão".

Tiago esteve presente em momentos cruciais da vida de Cristo, como a Transfiguração e a agonia no Jardim das Oliveiras.

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Após a morte e ressurreição de Jesus, Tiago dedicou-se à pregação do Evangelho.

Segundo a tradição, ele teria viajado até a Península Ibérica, onde evangelizou as populações da região que hoje corresponde à Espanha.

Essa missão é especialmente celebrada na tradição cristã, que o considera o padroeiro da Espanha.

De volta a Jerusalém, Tiago enfrentou perseguições e, por volta do ano 44 d.C., foi martirizado por ordem do rei Herodes Agripa I, tornando-se o primeiro apóstolo a sofrer o martírio, conforme narrado nos Atos dos Apóstolos.

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A lenda mais conhecida sobre São Tiago está ligada ao Caminho de Santiago.

Diz a tradição que, após a sua morte, o seu corpo foi milagrosamente transportado para Espanha, onde foi sepultado em Compostela.

No século IX, o suposto túmulo de São Tiago foi descoberto, dando origem ao santuário de Santiago de Compostela, que se tornou um dos principais destinos de peregrinação cristã na Idade Média e até hoje.

O Caminho de Santiago atrai milhões de peregrinos que buscam espiritualidade, reflexão e ligação com a história do santo.

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São Tiago é frequentemente representado como um peregrino, com um bordão, uma cabaça e uma concha, símbolos associados aos peregrinos do Caminho.

Além disso, é também retratado como Santiago Matamoros, uma figura guerreira que, segundo a tradição medieval espanhola, teria auxiliado os cristãos nas batalhas contra os muçulmanos durante a Reconquista.

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A Capela de S. Tiago em Castelo, Chaves, é um testemunho da devoção a este santo, refletindo a importância da sua mensagem de fé, coragem e missão evangelizadora que ressoa através dos séculos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
14
Jun25

Chamariz (Serinus serinus)


Mário Silva Mário Silva

Chamariz

(Serinus serinus)

14Jun DSC03875_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “Chamariz (Serinus serinus)”, captura a delicadeza de um pequeno pássaro pousado num galho, com o seu corpo amarelo brilhante contrastando contra o céu azul e a vegetação coberta de musgo.

O Chamariz, ou “Serinus serinus”, é uma ave comum em várias regiões da Europa, África e Ásia Ocidental, conhecida pelo seu canto melodioso e pela sua plumagem vibrante.

Preservar essa espécie é essencial por diversos motivos, tanto ecológicos quanto culturais.

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O Chamariz desempenha um papel importante nos ecossistemas onde habita.

Como ave granívora, ele alimenta-se principalmente de sementes, contribuindo para a dispersão de plantas e ajudando a manter o equilíbrio da vegetação em áreas naturais.

Além disso, serve como presa para predadores naturais, como aves de rapina, sendo uma peça fundamental na cadeia alimentar.

A presença do Chamariz num ambiente é também um indicador de saúde ecológica, pois ele depende de habitats com boa qualidade, como campos abertos, bosques e jardins.

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Além da sua relevância ecológica, o Chamariz tem um valor cultural e estético.

O seu canto alegre é uma fonte de inspiração para poetas, músicos e amantes da natureza, trazendo beleza e serenidade aos espaços que frequenta.

Em muitas culturas, pássaros como o Chamariz simbolizam liberdade e harmonia, ligando as pessoas à natureza de forma profunda.

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No entanto, o Chamariz enfrenta ameaças como a perda de “habitat” devido à urbanização, o uso de pesticidas que reduzem a sua fonte de alimento e as mudanças climáticas, que alteram os seus padrões migratórios.

Para preservar esta espécie, é crucial proteger os seus “habitats” naturais, promover práticas agrícolas sustentáveis e aumentar a conscientização sobre a importância da biodiversidade.

Ações como a criação de áreas protegidas e a redução do uso de químicos nocivos podem garantir que o Chamariz continue a encantar as futuras gerações com a sua presença e o seu melodioso canto.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Jun25

"Santo António" - Mário Silva (IA)


Mário Silva Mário Silva

"Santo António"

Mário Silva (IA)

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A pintura digital "Santo António" de Mário Silva retrata uma cena serena e simbólica, onde Santo António, com a sua característica túnica franciscana castanha, segura o Menino Jesus nos braços.

O fundo dourado e texturizado remete à aura sagrada, enquanto o lírio branco que Santo António segura simboliza pureza e santidade.

A expressão de devoção e ternura entre as figuras reflete a profunda ligação espiritual que caracteriza a iconografia do santo.

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Santo António de Lisboa, também conhecido como Santo António de Pádua, nasceu em 1195, em Lisboa, Portugal, com o nome de Fernando Martins de Bulhões.

Inicialmente, ingressou na Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, mas, inspirado pelo testemunho dos primeiros mártires franciscanos, juntou-se à Ordem de São Francisco em 1220, adotando o nome António.

A sua vida foi marcada por uma intensa dedicação à pregação do Evangelho, com um estilo simples, porém profundo, que atraía multidões.

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Santo António destacou-se como teólogo e orador, sendo enviado para ensinar teologia aos frades e combater heresias, como a dos cátaros, no sul da França e na Itália.

A sua capacidade de explicar a fé de forma acessível e a sua vida exemplar de pobreza e humildade renderam-lhe o título de "Doutor da Igreja", concedido séculos depois.

Além disso, é conhecido por inúmeros milagres, como a pregação aos peixes, quando os homens se recusaram a ouvi-lo, e a bilocação, estando presente em dois lugares ao mesmo tempo para salvar o seu pai de uma acusação injusta.

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Santo António também é associado à proteção dos pobres e à ajuda em causas difíceis, sendo frequentemente invocado para encontrar objetos perdidos.

Faleceu em 1231, em Pádua, aos 36 anos, e foi canonizado menos de um ano após a sua morte, em 1232, pelo Papa Gregório IX, devido à sua santidade e aos muitos milagres atribuídos à sua intercessão.

Até hoje, Santo António é um dos santos mais populares da Igreja Católica, celebrado no dia 13 de junho, especialmente em Portugal e no Brasil, onde é tradicionalmente associado a festas populares e ao papel de "santo casamenteiro".

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Jun25

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar" – (estória)


Mário Silva Mário Silva

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar"

(estória)

12Jun DSC03620_ms

Numa floresta densa e húmida, onde o verde reinava absoluto, vivia uma jovem folha de feto chamada Osmunda.

Todas as suas irmãs, folhas da espécie “Osmunda regalis”, exibiam com orgulho um verde vibrante, refletindo a vida e a energia da natureza.

Mas Osmunda era diferente.

Desde que brotou, ela recusava-se a verdejar.

Em vez disso, a sua cor era um dourado brilhante, como se o sol tivesse decidido morar dentro dela.

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As outras folhas zombavam dela. "Por que tu não és verde como nós?", perguntavam.

"Tu não pertences a esta floresta!"

Osmunda, porém, não se abalava.

Ela sentia que a sua cor era especial, um presente que ainda não entendia completamente.

"Talvez eu tenha um propósito diferente", pensava, enquanto balançava suavemente com a brisa.

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Um dia, a floresta enfrentou uma seca terrível.

O sol escaldante secou as folhas verdes, que começaram a murchar e perder a sua vitalidade.

Osmunda, no entanto, permaneceu intacta.

A sua cor dourada parecia absorver a luz do sol e transformá-la em força.

As outras folhas, agora frágeis e desbotadas, olhavam para ela com inveja e admiração.

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Foi então que um pássaro sábio, que sobrevoava a floresta, pousou perto de Osmunda.

"Tu és única", disse ele.

"A tua cor não é uma falha, mas um dom. Você reflete a luz e a esperança em tempos de escuridão."

O pássaro explicou que a tonalidade dourada de Osmunda ajudava a atrair a humidade do ar, criando pequenas gotas de orvalho que caíam à sua volta, nutrindo o solo e as plantas próximas.

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Com o tempo, a floresta começou a recuperar.

As folhas verdes voltaram a brotar, mas agora olhavam para Osmunda com gratidão.

Ela havia ensinado a todas uma lição: ser diferente não é uma fraqueza, mas uma força que pode salvar a todos.

E assim, Osmunda, a folha de feto que não queria verdejar, tornou-se uma lenda na floresta, um símbolo de resiliência e esperança.

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Plim, pim, pim … a estória chegou ao fim …

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Estória & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Jun25

“O simbolismo da andorinha (Hirundo rustica)"


Mário Silva Mário Silva

O simbolismo da andorinha

(Hirundo rustica)

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A fotografia de Mário Silva, intitulada “O simbolismo da andorinha (Hirundo rustica)”, captura uma andorinha no seu ninho, feito de barro e materiais naturais.

A andorinha, com a sua plumagem característica de tons escuros e brancos, está parcialmente visível, com a cabeça e o corpo emergindo do ninho.

A iluminação suave destaca a textura do ninho e as cores da ave, criando um contraste com o fundo claro, de uma parede.

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A imagem mostra um momento íntimo e natural: a andorinha no seu habitat, simbolizando a ligação com a natureza e o ciclo da vida.

O ninho de barro, construído com precisão, reflete a habilidade e a dedicação da ave.

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A andorinha (Hirundo rustica), conhecida como um símbolo de renovação, esperança e liberdade, é frequentemente associada à chegada da primavera e à ideia de retorno, já que é uma ave migratória que volta ao mesmo local ano após ano.

Na fotografia, o ninho reforça a ideia de lar, proteção e continuidade.

A escolha de Mário Silva em capturar esse momento pode simbolizar a resiliência e a harmonia da natureza, além de evocar um sentimento de nostalgia e simplicidade.

A andorinha, ao construir o seu ninho, representa o trabalho árduo e a dedicação, valores que podem ser interpretados como uma metáfora para a vida humana e a busca por estabilidade.

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A composição da fotografia, com foco na ave e no ninho, transmite serenidade e um convite à reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza, destacando a beleza nas pequenas coisas do quotidiano.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
10
Jun25

"Dia de Portugal, de Luís de Camões e das Comunidades Portuguesas"


Mário Silva Mário Silva

"Dia de Portugal,

de Luís de Camões

e das Comunidades Portuguesas"

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A pintura digital de Mário Silva, intitulada "Dia de Portugal, de Luís de Camões e das Comunidades Portuguesas", é uma obra rica em simbolismo e elementos culturais que celebram a identidade portuguesa.

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A pintura apresenta uma figura central, um homem com barba e uma pala, vestido com trajes renascentistas, incluindo um colarinho ruff típico do século XVI.

Este homem é uma representação estilizada de Luís de Camões, o renomado poeta português, conhecido por sua obra “Os Lusíadas” e por ter perdido um olho em combate.

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À esquerda, o escudo português, com as cinco quinas e os sete castelos, está destacado sobre uma esfera armilar, símbolo associado aos descobrimentos portugueses e ao reinado de D. Manuel I.

A bandeira nacional, com as cores verde e vermelha, também aparece integrada ao escudo, reforçando o patriotismo.

No fundo, à direita, é possível identificar silhuetas de monumentos icónicos, como a Torre Eiffel (Paris), o Big Ben (Londres) e outras estruturas que remetem a cidades com comunidades portuguesas significativas, simbolizando a diáspora portuguesa.

A pintura utiliza uma paleta de cores quentes, com tons de dourado e castanho, num estilo que remete às pinturas a óleo clássicas, com pinceladas expressivas e texturizadas.

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A figura de Camões é central, representando a cultura literária e histórica de Portugal.

Ele é um ícone do Renascimento português e da celebração da língua e das façanhas marítimas do país.

O escudo e a esfera armilar reforçam a herança dos descobrimentos, um período de glória na história portuguesa, enquanto a bandeira ume a a obra ao sentimento contemporâneo de nação.

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O título da obra referencia o feriado de 10 de junho, que celebra simultaneamente o “Dia de Portugal, a morte de Camões em 1580 e as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”.

A inclusão de monumentos estrangeiros, como a Torre Eiffel e o Big Ben, simboliza a presença e a influência da diáspora portuguesa em diversas partes do globo.

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Mário Silva utiliza um estilo que evoca a pintura clássica, mas com uma abordagem digital que permite maior liberdade na composição e na fusão de elementos históricos e modernos.

A textura e os tons quentes criam uma atmosfera nostálgica, enquanto os detalhes, como a pala de Camões, adicionam um toque de realismo histórico.

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A obra parece transmitir um sentimento de orgulho nacional e conexão global.

Ao unir Camões, um símbolo do passado, com referências às comunidades portuguesas no exterior, a pintura reflete a continuidade da cultura portuguesa através do tempo e do espaço.

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Em conclusão, a pintura digital de Mário Silva é uma homenagem vibrante ao Dia de Portugal, a Luís de Camões e à diáspora portuguesa.

Com uma composição rica em símbolos nacionais e um estilo que mistura o clássico com o contemporâneo, a obra captura a essência da identidade portuguesa: uma nação com raízes históricas profundas, mas também com uma presença global marcante.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Jun25

"Para memória futura" - Águas Frias, Chaves, Portugal


Mário Silva Mário Silva

"Para memória futura"

Águas Frias, Chaves, Portugal

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A imagem capturada por Mário Silva, intitulada "Para memória futura" e ambientada em Águas Frias, Chaves, Portugal, revela uma cena rústica que convida à reflexão.

O espaço, com as suas paredes de pedra antiga, telhado de madeira desgastado e objetos simples como cebolas penduradas e lenha empilhada, transmite a essência de um tempo passado, onde a vida seguia um ritmo mais lento e ligado à natureza.

Atrás da grade de ferro, que parece proteger e ao mesmo tempo limitar o acesso a esse mundo, percebe-se a presença de uma porta fechada, simbolizando talvez o fim de uma era ou a guarda de memórias.

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Tudo tem o seu tempo.

Esta frase ressoa profundamente ao observar a fotografia.

As cebolas maduras, colhidas e penduradas, sugerem o momento certo da colheita, enquanto a estrutura envelhecida reflete o passar dos anos, cada rachadura contando uma história.

É um lembrete de que cada coisa tem o seu ciclo – o crescimento, a maturação, o declínio – e que a beleza reside em respeitar esse fluxo natural.

A luz que entra pelo telhado danificado ilumina suavemente o interior, como se o tempo, na sua inevitabilidade, trouxesse também um brilho de esperança ou nostalgia.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Jun25

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas"


Mário Silva Mário Silva

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas

e a Igreja vergada pelos seus dogmas"

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas", apresenta uma composição rica em simbolismo e contraste visual.

A imagem mostra uma cerejeira carregada de frutos vermelhos e os seus ramos curvados pelo peso, em primeiro plano.

Ao fundo, ergue-se uma igreja com uma torre de pedra, coroada por uma cruz, cercada por uma paisagem verdejante de árvores e colinas.

A luz suave do dia ilumina a cena, criando uma atmosfera serena, mas carregada de significado.

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A cerejeira, com os seus galhos pendentes e repletos de cerejas maduras, domina o lado direito da imagem.

As cores vibrantes das frutas contrastam com o verde das folhas e da vegetação ao redor, atraindo imediatamente o olhar do observador.

À esquerda, a igreja, com a sua arquitetura tradicional e telhados de telhas vermelhas, emerge entre as árvores.

A torre da igreja, com dois sinos visíveis e uma cruz no topo, é um elemento marcante que remete à presença da religião na paisagem rural.

O fundo, composto por colinas cobertas de vegetação densa, adiciona profundidade à fotografia, enquanto a luz suave sugere um momento de tranquilidade, possivelmente ao entardecer.

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O título da obra de Mário Silva é profundamente metafórico e convida a uma reflexão sobre os elementos visuais e os seus significados.

A cerejeira "vergada com o peso das cerejas" simboliza a abundância da natureza, mas também o fardo que essa abundância pode trazer.

Os galhos curvados sugerem um peso inevitável, uma consequência natural do ciclo de vida e da fertilidade.

Por outro lado, a igreja "vergada pelos seus dogmas" aponta para uma crítica à rigidez das instituições religiosas.

Assim como a cerejeira se curva sob o peso dos seus frutos, a igreja, segundo o autor, parece sobrecarregada por tradições e doutrinas que, em vez de libertar, podem oprimir.

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O contraste entre a cerejeira e a igreja também pode ser interpretado como uma dicotomia entre o natural e o humano, ou entre a liberdade da natureza e as restrições impostas pela sociedade.

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas"

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A cerejeira, mesmo vergada, permanece viva e vibrante, enquanto a igreja, embora imponente, parece estática e distante, quase engolida pela vegetação ao seu redor.

A escolha de enquadrar a cerejeira em primeiro plano reforça a sua predominância visual e simbólica, sugerindo que a natureza, com a sua espontaneidade, pode ter uma força maior que as construções humanas.

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas", é mais do que uma simples captura de uma paisagem rural.

É uma metáfora visual que nos convida a refletir sobre os pesos que carregamos — sejam eles naturais, como os frutos de uma árvore, ou impostos por construções sociais, como os dogmas religiosos.

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Na imagem, a cerejeira, carregada de frutos maduros, curva-se sob o peso de sua própria abundância.

Este é um fenómeno natural: a árvore, ao cumprir o seu ciclo, produz mais do que pode sustentar com facilidade.

No entanto, há beleza nessa sobrecarga.

As cerejas vermelhas, brilhando sob a luz do sol, simbolizam vida, fertilidade e a generosidade da natureza.

A curvatura dos galhos não é um sinal de fraqueza, mas de resiliência — a árvore adapta-se ao peso, continua a crescer e a oferecer os seus frutos.

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Essa imagem faz-nos pensar sobre os "pesos" que a natureza impõe.

A abundância, embora desejada, pode trazer desafios.

Assim como a cerejeira, muitas vezes encontramo-nos sobrecarregados pelas nossas próprias conquistas ou responsabilidades.

No entanto, a natureza ensina-nos que esses fardos são parte do ciclo da vida, e que a adaptação é possível.

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Em contraponto à cerejeira, a igreja na fotografia representa uma instituição humana, carregada de história e tradição.

No entanto, o título de Mário Silva sugere que essa instituição também está "vergada" — não por frutos, mas por dogmas.

Os dogmas religiosos, muitas vezes vistos como guias para a moral e a espiritualidade, podem tornarem-se fardos quando impostos de forma rígida e inflexível.

A torre da igreja, com a sua cruz no topo, é um símbolo de autoridade espiritual, mas também de uma estrutura que, ao longo dos séculos, nem sempre soube adaptar-se às mudanças do mundo.

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A crítica implícita na obra de Silva é poderosa: assim como a cerejeira se curva sob o peso natural de seus frutos, a igreja curva-se sob o peso artificial das suas próprias regras.

Mas, diferentemente da cerejeira, que encontra equilíbrio na sua flexibilidade, a igreja parece estática, incapaz de se libertar das suas amarras dogmáticas.

Essa rigidez pode levar à alienação, afastando aqueles que buscam uma espiritualidade mais fluida e ligada à essência da vida.

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A fotografia de Mário Silva apresenta-nos uma dicotomia entre o natural e o humano, entre a espontaneidade da natureza e as restrições impostas pelas instituições.

A cerejeira, com a sua vitalidade, parece desafiar a solidez da igreja, sugerindo que a verdadeira liberdade está na capacidade de se adaptar e fluir com os ciclos da vida.

A igreja, por outro lado, lembra-nos da necessidade de estruturas e tradições, mas também dos perigos de permitir que essas estruturas se tornem opressivas.

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Talvez a mensagem mais profunda da obra seja um convite ao equilíbrio.

Assim como a cerejeira encontra força na sua flexibilidade, as instituições humanas — sejam religiosas, sociais ou culturais — podem aprender a se adaptar, mantendo o que é essencial, mas deixando espaço para o crescimento e a transformação.

A natureza, com a sua sabedoria silenciosa, ensina-nos que o peso, quando bem administrado, pode ser uma fonte de beleza e renovação.

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Em conclusão, a obra de Mário Silva é uma chamada de atenção visual de que tanto a natureza quanto as criações humanas carregam os seus próprios fardos.

A cerejeira e a igreja, cada uma vergada à sua maneira, convidam-nos a refletir sobre como lidamos com os pesos que carregamos.

Podemos inspirar-nos na resiliência da natureza, que transforma os seus fardos em frutos, e buscar uma espiritualidade que, em vez de oprimir, nos eleve e nos conecte à essência da Vida.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Jun25

“Sabugueiro (Sambucus nigra) dominando a antiga residência do saudoso pároco” (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

“Sabugueiro (Sambucus nigra) dominando a

antiga residência do saudoso pároco”

(Águas Frias – Chaves – Portugal)

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A fotografia de Mário Silva intitulada “Sabugueiro (Sambucus nigra) dominando a antiga residência do saudoso pároco” captura uma cena pitoresca em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem destaca uma antiga residência de pedra com telhado de telhas vermelhas, parcialmente coberta por um sabugueiro (Sambucus nigra), cuja folhagem densa e flores brancas dominam a composição.

O fundo revela um vasto cenário de montanhas e vales, envolto numa atmosfera serena e ligeiramente nublada, sugerindo um ambiente rural e tranquilo.

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A foto equilibra bem os elementos naturais (sabugueiro e paisagem) com a estrutura arquitetónica, criando um contraste entre a vitalidade da vegetação e o estado deteriorado da residência.

O enquadramento centraliza a casa, enquanto o sabugueiro adiciona profundidade e dinamismo.

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A iluminação suave e difusa, provavelmente devido às nuvens, realça as texturas da pedra e das folhas, conferindo um tom nostálgico.

As cores naturais — verdes da vegetação, terrosos da casa e azuis suaves do horizonte — harmonizam-se, reforçando a sensação de integração com a natureza.

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O sabugueiro, crescendo sobre a residência abandonada, pode simbolizar a passagem do tempo e a reforço da natureza sobre o espaço humano, um comentário subtil sobre o declínio da presença humana na região.

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A profundidade de campo bem trabalhada mantém o foco na casa e na planta, enquanto o fundo desfocado adiciona contexto sem distrair.

O uso de um quadro preto ao redor da imagem dá um toque artístico, embora possa ser visto como um elemento convencional.

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A fotografia é uma reflexão melancólica e bela sobre memória e natureza, com uma execução técnica sólida que valoriza o património rural português.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
06
Jun25

“Barragem de Mairos (Chaves – Portugal)” - Captação de água da ribeira das Aveleiras para regadio


Mário Silva Mário Silva

“Barragem de Mairos (Chaves – Portugal)”

Captação de água da ribeira das Aveleiras para regadio

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A fotografia de Mário Silva, intitulada “Barragem de Mairos (Chaves – Portugal)” retrata uma estrutura hidráulica essencial para a região de Trás-os-Montes: a barragem de Mairos, que capta água da ribeira das Aveleiras para irrigação.

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A imagem mostra uma paisagem rural serena, com um lago formado pela barragem em primeiro plano, refletindo a luz suave de um dia claro.

No centro da composição, uma passarela com grades brancas que se estende sobre a água, ligando a margem a uma pequena torre de captação, que emerge do reservatório.

A torre, de formato cilíndrico e telhado cónico, é um elemento funcional que regula o fluxo de água.

Ao fundo, colinas verdejantes e douradas, cobertas por vegetação rasteira e árvores esparsas, compõem o cenário típico transmontano, com tons que sugerem o final da primavera ou início do verão.

Pequenos detalhes, como flores brancas em primeiro plano, adicionam um toque delicado à composição.

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A fotografia utiliza uma luz natural que realça os tons terrosos e verdes, criando uma atmosfera calma e equilibrada.

A escolha do enquadramento, com a passarela guiando o olhar até a torre e as colinas ao fundo, destaca a harmonia entre a intervenção humana e a natureza.

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A obra de Mário Silva não é apenas um registro documental, mas também uma celebração da relação entre o homem e o meio ambiente.

A barragem de Mairos, com a sua simplicidade arquitetónica, é apresentada como um elemento integrado na paisagem, sem dominá-la.

A passarela, com as suas linhas retas, contrasta com as formas orgânicas das colinas, simbolizando a intervenção humana que, nesse caso, é benéfica e sustentável.

A luz suave e a paleta de cores naturais reforçam a ideia de equilíbrio e tranquilidade, características muitas vezes associadas às zonas rurais de Portugal.

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A barragem de Mairos, como outras estruturas hidráulicas em Trás-os-Montes, desempenha um papel crucial no desenvolvimento agrícola da região.

Trás-os-Montes é conhecida pelo seu clima continental, com verões secos e quentes e invernos frios, o que torna a gestão da água um desafio para os agricultores.

A captação de água da ribeira das Aveleiras para irrigação permite o cultivo de culturas como cereais, hortaliças e vinhas, que são a base da economia local.

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Estas barragens garantem o fornecimento de água durante os períodos de seca, aumentando a produtividade agrícola e a segurança alimentar.

Além disso, elas ajudam a combater a desertificação e a erosão do solo, problemas comuns em áreas de relevo acidentado como Trás-os-Montes.

A construção de reservatórios e sistemas de regadio também incentiva a fixação das populações rurais, reduzindo o êxodo para áreas urbanas, e preserva práticas agrícolas tradicionais que são parte da identidade cultural da região.

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Em resumo, a fotografia de Mário Silva captura não apenas a beleza da barragem de Mairos, mas também a sua relevância como um símbolo de sustentabilidade e desenvolvimento para a agricultura transmontana, evidenciando como a engenharia pode coexistir harmoniosamente com a natureza para beneficiar as comunidades locais.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
05
Jun25

“O marco geodésico e as eólicas” - Paradela de Monforte (Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

“O marco geodésico e as eólicas”

Paradela de Monforte (Chaves – Portugal)

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A fotografia de Mário Silva, intitulada “O marco geodésico e as eólicas” em Paradela de Monforte (Chaves – Portugal), captura uma paisagem rural serena com um marco geodésico em primeiro plano e torres eólicas ao fundo.

O marco, uma estrutura de cimento desgastada pelo tempo, destaca-se contra a vegetação verdejante e a rocha exposta, simbolizando a conexão histórica com a medição do terreno.

Ao longe, as eólicas erguem-se sobre colinas douradas, representando o avanço tecnológico rumo à energia renovável.

O céu claro e a luz natural ampliam a sensação de espaço e tranquilidade da região.

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Os marcos geodésicos são fundamentais para a cartografia e a topografia, servindo como pontos de referência precisos para medir altitudes e coordenadas.

Eles foram essenciais no mapeamento detalhado de Portugal, contribuindo para o planeamento urbano, agrícola e de infraestruturas.

Já as torres eólicas simbolizam o compromisso com a sustentabilidade, aproveitando os ventos da região para gerar energia limpa, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Juntas, estas estruturas ilustram uma harmonia entre o legado histórico e o progresso ecológico, destacando a importância de preservar o passado enquanto se constrói um futuro sustentável.

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Em conclusão, a paisagem capturada por Mário Silva reflete a importância de valorizar tanto os marcos geodésicos quanto as torres eólicas.

Juntas, elas contam uma história de continuidade e inovação, essencial para o futuro de Portugal.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
04
Jun25

"A borboleta-de-rabo (Iphiclides podalirius) e flores Valeriana vermelha ou alfinetes (Centranthus ruber)"


Mário Silva Mário Silva

"A borboleta-de-rabo (Iphiclides podalirius)

e flores Valeriana vermelha ou alfinetes (Centranthus ruber)"

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A fotografia de Mário Silva captura um momento delicado e significativo na natureza: a interação entre a borboleta-de-rabo (Iphiclides podalirius) e as flores de Valeriana vermelha, também conhecidas como alfinetes (Centranthus ruber).

Essa relação exemplifica uma simbiose mutualística, onde ambas as espécies se beneficiam mutuamente, desempenhando papéis cruciais no ecossistema.

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A borboleta-de-rabo, com as suas asas elegantes e padrões marcantes, depende das flores de “Centranthus ruber” como uma fonte essencial de néctar, que lhe fornece energia para voar, se reproduzir e sobreviver.

O néctar, rico em açúcares, é particularmente atrativo para borboletas adultas, e a coloração vibrante das flores, com tons de vermelho e rosa, serve como um sinal visual que as atrai.

Além disso, a estrutura tubular das flores da Valeriana vermelha é ideal para a probóscide da borboleta, permitindo que ela acesse ao néctar com facilidade.

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Por outro lado, a “Centranthus ruber” beneficia diretamente da visita da borboleta.

Durante a alimentação, a borboleta-de-rabo transfere pólen de uma flor para outra, facilitando a polinização cruzada.

Esse processo é vital para a reprodução da planta, pois garante a fertilização e a produção de sementes, assegurando a continuidade da espécie.

A “Valeriana vermelha”, que cresce em solos bem drenados e é comum em regiões mediterrânicas, depende de polinizadores como a “Iphiclides podalirius” para manter a sua população, especialmente em habitats onde outros polinizadores podem ser menos frequentes.

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Essa interação também tem um impacto mais amplo no ecossistema.

A polinização promovida pela borboleta contribui para a biodiversidade vegetal, enquanto a presença de flores saudáveis sustenta outras espécies de insetos polinizadores, criando uma rede de interdependência.

Além disso, a borboleta-de-rabo, ao alimentar-se, pode atrair predadores naturais, como pássaros, que ajudam a controlar populações de insetos, mantendo o equilíbrio ecológico.

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Em resumo, a relação entre a “borboleta-de-rabo” e a “Valeriana vermelha” ilustra a importância da interconexão na natureza.

A borboleta garante a sua sobrevivência ao se alimentar do néctar, enquanto a planta assegura a sua reprodução através da polinização.

Juntas, elas reforçam a saúde do ecossistema, destacando como a preservação de ambas as espécies é essencial para a manutenção da biodiversidade.

A fotografia de Mário Silva não apenas captura a beleza desse momento, mas também lembra-nos da harmonia e da dependência mútua que sustentam a vida no planeta.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
03
Jun25

Acontecimentos marcantes em Portugal durante o mês de maio de 2025


Mário Silva Mário Silva

Acontecimentos marcantes em Portugal

durante o mês de maio de 2025

Sobrecarga Ecológica (5 de maio)

Portugal esgotou os recursos naturais disponíveis para o ano de 2025 no dia 5 de maio, entrando em "sobrecarga ecológica".

Segundo a Global Footprint Network, se toda a população mundial vivesse como os portugueses, seriam necessários 2,9 planetas para sustentar o consumo.

Este dia, conhecido como o Dia da Sobrecarga da Terra para Portugal, ocorreu 23 dias mais cedo do que em 2024 (28 de maio), refletindo um modelo de produção e consumo insustentável.

A alimentação (30% da pegada ecológica) e a mobilidade (18%) foram destacadas como as principais áreas de impacto.

A associação Zero apelou a medidas como economia circular, mobilidade sustentável e sistemas alimentares eficientes.

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Reunião Anual de Avaliação do Portugal 2030 (5 e 6 de maio)

Nos dias 5 e 6 de maio, a cidade de Elvas acolheu a Reunião Anual de Avaliação do Portugal 2030 com a Comissão Europeia.

Este evento avaliou o progresso do programa, que aplica 23 mil milhões de euros de fundos europeus para estimular a economia portuguesa entre 2021 e 2027.

Até 30 de abril de 2025, 1,668 milhões de euros já haviam sido executados, representando um terço do fundo programado.

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Previsões Económicas da Primavera de 2025 (19 de maio)

Em 19 de maio, a Comissão Europeia publicou as previsões económicas da primavera, indicando um crescimento moderado para Portugal em 2025, com o PIB projetado para crescer 1,8%, uma ligeira desaceleração em relação aos 1,9% de 2024.

O crescimento interno foi impulsionado pela procura interna, apesar de quebras na procura externa devido a tensões comerciais globais.

A inflação foi projetada para diminuir, e Portugal antecipava-se a adotar uma política orçamental expansionista, convertendo o excedente orçamental num défice em 2026.

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Eleições Legislativas Antecipadas (18 de maio)

No dia 18 de maio, realizaram-se eleições legislativas antecipadas em Portugal, convocadas pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa após a rejeição de uma moção de confiança ao XXIV Governo Constitucional em 11 de maio.

A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, venceu com cerca de 32% dos votos, conquistando 89 lugares na Assembleia da República, mas sem maioria absoluta.

O Partido Socialista (PS) e o Chega empataram inicialmente com 58 lugares cada, marcando um momento histórico em que o PS caiu para a terceira força política, sinalizando o fim do bipartidarismo tradicional em Portugal.

Luís Montenegro foi nomeado Primeiro-Ministro, consolidando a vitória e refletindo um desejo de mudança face a questões como corrupção e falta de transparência.

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Sporting CP Vence a Primeira Liga (17 de maio)

No dia 17 de maio, o Sporting CP venceu a Primeira Liga 2024–25, derrotando o Vitória de Guimarães por 2-0 na final, marcando um feito desportivo significativo para o clube e seus adeptos.

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Estes eventos refletem uma combinação de desafios ambientais, progressos económicos, mudanças políticas significativas e conquistas desportivas em Portugal durante maio de 2025.

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Texto & Video: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
03
Jun25

Chasco-cinzento fêmea (Oenanthe oenanthe)


Mário Silva Mário Silva

Chasco-cinzento fêmea (Oenanthe oenanthe)

03Jun DSC06525_ms

A fotografia de Mário Silva captura uma fêmea de chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe), uma ave migratória conhecida pela sua elegância discreta e comportamento ágil.

Na imagem, a ave está pousada num fio elétrico, exibindo a sua plumagem em tons de castanho-acinzentado, com um distintivo tom alaranjado na cauda, que é uma característica marcante da espécie.

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O chasco-cinzento é uma pequena ave passeriforme, comum em regiões de clima temperado da Europa, África e Ásia.

Durante o verão, reproduz-se em áreas abertas e rochosas, como campos, charnecas e encostas, onde constrói o ninho em cavidades no solo ou entre pedras.

No inverno, migra para o sul, atravessando o deserto do Saara para passar a temporada em savanas e áreas semiáridas da África Subsaariana.

Essa migração é impressionante, considerando o tamanho reduzido da ave – cerca de 15 cm de comprimento – e as longas distâncias que percorre, muitas vezes superiores a 10.000 km por ano.

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A fêmea, como a da fotografia, apresenta uma coloração mais discreta que o macho, que na época de reprodução exibe tons mais vivos, como uma máscara preta e peito alaranjado.

O chasco-cinzento é conhecido pela sua agilidade ao caçar insetos em voo ou no solo, frequentemente pousando em locais expostos, como o fio da imagem, para observar o ambiente.

O seu canto é melodioso e usado para marcar território durante a época de acasalamento.

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Esta espécie desempenha um papel importante nos ecossistemas, contribuindo para o controle de populações de insetos.

Contudo, enfrenta desafios como a perda de habitat e mudanças climáticas, que afetam as suas rotas migratórias e áreas de nidificação.

A fotografia de Mário Silva não só destaca a beleza natural do chasco-cinzento, mas também lembra-nos da importância de proteger estas aves migratórias e os seus habitats.

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Testo & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
02
Jun25

"Alho-porro – (Allium ampeloprasum) e a tradição no S. João do Porto”


Mário Silva Mário Silva

"Alho-porro – (Allium ampeloprasum) 

e a tradição no S. João do Porto

02Jun  DSC06129_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "Alho-porro – (Allium ampeloprasum)", apresenta uma imagem detalhada e estilizada de uma flor de alho-porro, com as suas pétalas roxas delicadas e estames amarelos em destaque, contrastando com um fundo verdejante e desfocado.

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A flor, que pertence à espécie “Allium ampeloprasum”, é o foco central da fotografia, simbolizando não apenas a beleza natural, mas também a relevância cultural dessa planta em tradições populares portuguesas.

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Com o início do mês de junho, as ruas do Porto ganham vida com as festividades dos Santos Populares, especialmente a celebração de São João.

Entre os costumes mais marcantes desta festa está o uso do alho-porro (Allium ampeloprasum), uma planta que, além do seu valor gastronómico, desempenha um papel simbólico e festivo.

A tradição de bater com o alho-porro na cabeça dos transeuntes durante o São João era um ritual que misturava diversão, simbolismo e história cultural na cidade do Porto.

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As festas dos Santos Populares, celebradas em Portugal durante o mês de junho, são um momento de alegria e convívio, marcadas por tradições que remontam a séculos de história.

No Porto, a noite de São João, celebrada de 23 para 24 de junho, é uma das festividades mais emblemáticas, atraindo locais e visitantes para as ruas da cidade.

Entre os costumes mais curiosos e divertidos está o uso do alho-porro, uma planta que se torna um instrumento de interação social durante a festa.

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O alho-porro, cientificamente conhecido como “Allium ampeloprasum”, é uma planta amplamente cultivada na Europa, conhecida pelo seu uso na culinária, especialmente em sopas e caldos.

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No entanto, durante as festas de São João no Porto, o alho-porro ganha um significado diferente.

A planta é colhida e usada na sua forma inteira, com folhas longas e verdes, para um ritual festivo: bater de leve na cabeça de quem passa por nós nas ruas.

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Este costume, que pode parecer peculiar à primeira vista, tem raízes em tradições populares que misturam simbolismo e brincadeira.

Acredita-se que o alho-porro, por ser uma planta associada à proteção e à purificação em várias culturas, era usado para "afastar os maus espíritos" e trazer boa sorte a quem recebia o toque.

Além disso, o ato de bater com o alho-porro era uma forma de interação social, promovendo risos e descontração entre os participantes da festa.

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A celebração do São João no Porto é uma das maiores festas populares de Portugal, marcada por uma série de rituais e costumes que refletem a identidade da cidade.

À medida que o sol se põe na noite de 23 de junho, as ruas enchem-se de música, dança, fogueiras e o aroma de sardinhas assadas.

Os martelinhos de plástico, que hoje são amplamente usados para brincar durante a festa, são uma adição relativamente recente, tendo substituído, em grande parte, o tradicional alho-porro.

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No entanto, o uso do alho-porro ainda persiste entre os mais nostálgicos e aqueles que valorizam as tradições originais.

Durante a noite, é comum ver pessoas segurando alhos-porros e, com um sorriso, dando pequenas pancadas na cabeça de amigos, familiares ou desconhecidos.

Este gesto, longe de ser agressivo, é recebido com bom humor e visto como uma forma de desejar sorte e felicidade para o resto do ano.

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Com o passar do tempo, a tradição do alho-porro foi gradualmente substituída pelo uso de martelinhos de plástico coloridos, que se tornaram um símbolo moderno do São João no Porto.

Essa mudança reflete uma adaptação das festividades aos tempos atuais, mas também levanta questões sobre a preservação das tradições originais.

Muitos portuenses mais velhos recordam com saudade os tempos em que o cheiro do alho-porro preenchia as ruas, e defendem a importância de manter viva essa prática.

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Organizações culturais e associações locais têm feito esforços para reavivar o uso do alho-porro, promovendo atividades que ensinam os mais jovens sobre a história e o significado deste costume.

Além disso, a valorização de produtos locais e sustentáveis tem levado a um renovado interesse pelo alho-porro, tanto na gastronomia quanto nas tradições festivas.

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Em conclusão, a tradição de usar o alho-porro durante o São João no Porto é um exemplo fascinante de como objetos do quotidiano podem ganhar significados especiais em contextos festivos.

Mais do que uma planta, o alho-porro é um símbolo de proteção, sorte e convívio, que une as pessoas numa das noites mais animadas do ano.

Embora os tempos modernos tenham trazido mudanças aos costumes do São João, o legado do alho-porro permanece como um lembrete da riqueza cultural e histórica do Porto.

Que esta tradição continue a inspirar futuras gerações a celebrar com alegria e a preservar as raízes desta festa tão especial.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
01
Jun25

"Dia Mundial da Criança ... para Todos, Todos, Todos, ..."


Mário Silva Mário Silva

"Dia Mundial da Criança ... para Todos, Todos, Todos, ..."

01Jun 9afb0a43597e96283c435095673f857f_ms

O Dia Mundial da Criança, celebrado anualmente em 1 de junho em muitos países, tem as suas raízes na busca por um mundo mais justo para as crianças.

A data foi instituída pela Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM) em 1949, durante um congresso em Moscovo, com o objetivo de promover o bem-estar infantil e chamar a atenção para os direitos das crianças em todo o mundo.

Inspirada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, a iniciativa buscou garantir que as futuras gerações crescessem em paz e com dignidade.

Em 1950, a primeira celebração ocorreu, marcando o início de um movimento global que, anos mais tarde, foi reforçado pela Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela ONU em 1989.

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Apesar dos avanços, muitos países continuam a falhar no cumprimento desses direitos, o que tem consequências graves para as novas gerações.

A exploração infantil, o trabalho forçado, a falta de acesso à educação e os conflitos armados ainda afetam milhões de crianças.

Em nações onde a pobreza predomina, crianças são frequentemente privadas de saúde básica e nutrição adequada, comprometendo o seu desenvolvimento físico e mental.

Além disso, a violência doméstica e o abuso sexual persistem como desafios globais, muitas vezes silenciados por estruturas sociais e governamentais ineficazes.

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Num mundo que se autoproclama civilizado, essa negligência é paradoxal.

A ausência de políticas eficazes perpetua um ciclo de desigualdade, limitando o potencial das novas gerações.

Crianças privadas de educação tornam-se adultos menos qualificados, dificultando a mobilidade social e o progresso económico.

Além disso, a exposição precoce à violência e à exploração pode levar a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, que se estendem por toda a vida adulta.

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A pintura digital de Mário Silva, "Dia Mundial da Criança ... para Todos, Todos, Todos, ...", retrata crianças correndo alegremente por uma aldeia ensolarada, simbolizando a inocência e a esperança que deveriam ser protegidas.

 No entanto, essa imagem idílica contrasta com a realidade de milhões que não têm a liberdade de brincar ou sonhar.

É uma chamada à ação para que governos, organizações e sociedade civil unam forças para garantir que os direitos das crianças sejam respeitados, assegurando um futuro mais equitativo e saudável para todos.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
31
Mai25

“A Estrada Romana e Ponte sobre o rio Tinhela” em Tinhela – Valpaços - Portugal


Mário Silva Mário Silva

“A Estrada Romana e Ponte sobre o rio Tinhela”

Tinhela – Valpaços - Portugal

31Mai DSC00282_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A Estrada Romana e Ponte sobre o rio Tinhela", captura uma ponte romana de pedra localizada em Tinhela, Valpaços, Portugal.

A imagem destaca um arco perfeito, típico da arquitetura romana, construído com blocos de pedra cuidadosamente encaixados sem o uso de argamassa, uma técnica que demonstra a habilidade e precisão dos engenheiros da época.

O arco central da ponte, que atravessa o rio Tinhela, reflete-se nas águas calmas, criando um efeito simétrico e harmonioso.

A pedra, desgastada pelo tempo, exibe tons de cinza e bege, com algumas áreas cobertas por musgo e pequenas plantas que crescem entre as juntas, evidenciando a antiguidade da estrutura.

A vegetação ao redor, incluindo arbustos e folhas verdes, adiciona um toque de vida à cena, contrastando com a solidez da construção.

A luz do sol ilumina a ponte, destacando a textura da pedra e criando sombras que realçam a curvatura do arco.

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As estradas romanas e as suas pontes, como a Ponte sobre o rio Tinhela em Valpaços, Portugal, são testemunhos duradouros da engenharia romana.

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As estradas romanas foram fundamentais para a expansão e manutenção do Império Romano.

Construídas a partir do século IV a.C., elas ligavam cidades, províncias e fortalezas, permitindo o transporte eficiente de tropas, mercadorias e informações.

Estima-se que a rede viária romana tenha alcançado mais de 400.000 km no seu auge, com cerca de 20% desse total pavimentado com pedras.

Essas estradas eram projetadas para durar, muitas vezes utilizando camadas de materiais como cascalho, areia e grandes lajes de pedra para garantir estabilidade e drenagem.

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Para atravessar rios e vales, os romanos construíram pontes que se tornaram ícones da sua engenharia.

As pontes romanas, como a do rio Tinhela, eram frequentemente feitas de pedra e projetadas para suportar o tráfego intenso e as intempéries.

Essas estruturas não apenas facilitavam a mobilidade, mas também simbolizavam o poder e a organização do império, impressionando as populações locais e consolidando a autoridade romana.

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A característica mais marcante das pontes romanas é o uso do arco perfeito, uma técnica que distribui o peso de forma uniforme, permitindo construções mais leves e duráveis.

O arco é composto por blocos de pedra em forma de cunha, chamados aduelas, que se encaixam com precisão e são mantidos no lugar pela pressão mútua, eliminando a necessidade de argamassa em muitos casos.

A pedra central, conhecida como clave, é a última a ser colocada e garante a estabilidade do arco.

Essa técnica permitiu aos romanos construir pontes de grandes vãos, algumas das quais, como a Ponte sobre o rio Tinhela, permanecem em uso ou intactas até hoje.

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O arco perfeito oferecia várias vantagens.

Primeiro, a sua forma semicircular ou elíptica distribuía as forças de compressão de maneira eficiente, reduzindo o risco de colapso.

Segundo, ele permitia a construção de estruturas mais altas e largas, essenciais para atravessar rios largos ou profundos.

Por fim, a ausência de argamassa em muitas pontes tornava-as mais resistentes à erosão e ao desgaste, garantindo a sua longevidade.

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O legado das estradas e pontes romanas vai além de sua função prática.

Muitas dessas estruturas, como a Ponte sobre o rio Tinhela, continuam a inspirar arquitetos e engenheiros modernos.

Além disso, várias estradas romanas serviram de base para rotas medievais e modernas, demonstrando a sua durabilidade e planeamento visionário.

As pontes de arco perfeito influenciaram a arquitetura renascentista e barroca, e a sua estética atemporal ainda é admirada em monumentos ao redor do mundo.

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Em conclusão, as estradas romanas e as suas pontes de arco perfeito, como a retratada na fotografia de Mário Silva, são mais do que relíquias históricas; elas representam o auge da engenharia antiga e a visão de um império que priorizava a conectividade e a durabilidade.

A Ponte sobre o rio Tinhela é um exemplo vivo dessa tradição, ligando o passado ao presente e lembrando-nos da genialidade romana que moldou o mundo.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
30
Mai25

"A casa cor-de-rosa, com viaduto, na aldeia transmontana"


Mário Silva Mário Silva

"A casa cor-de-rosa, com viaduto, na aldeia transmontana"

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "A casa cor-de-rosa, com viaduto, na aldeia transmontana", captura uma cena pitoresca da aldeia de Águas Frias, em Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma casa de dois andares com uma fachada pintada num tom suave de cor-de-rosa, que se destaca contra o cenário rústico da aldeia.

A casa está elevada, com acesso por uma escadaria de pedra que desce até um pequeno pátio de chão irregular, onde se vê uma mistura de terra e pedras.

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A estrutura da casa apresenta um design funcional e tradicional, com um pequeno viaduto que liga o andar superior a outra construção adjacente, sugerindo uma adaptação ao relevo acidentado da região transmontana.

O viaduto, também pintado de cor-de-rosa, é suportado por uma parede de pedra bruta, que contrasta com a suavidade da cor da fachada.

No andar superior, há uma varanda coberta com colunas cilíndricas da mesma tonalidade, protegida por grades de ferro.

As janelas grandes, com caixilhos brancos e cortinas leves, permitem a entrada de luz natural, conferindo um ar acolhedor ao espaço.

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Ao fundo, é possível vislumbrar um cenário rural com campos verdes e algumas árvores, típicos da paisagem transmontana.

A luz do sol, suave e inclinada, sugere que a foto foi tirada ao final da manhã, criando sombras que realçam a textura das paredes de pedra e o contraste com a pintura cor-de-rosa.

A assinatura de Mário Silva, no canto inferior esquerdo, adiciona um toque pessoal à obra, que reflete a simplicidade e a beleza da vida nas aldeias portuguesas.

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A cor-de-rosa, presente de forma marcante na fotografia de Mário Silva, é uma tonalidade que carrega significados profundos e variados, tanto a nível cultural quanto psicológico.

Associada frequentemente à feminilidade, ao romantismo e à suavidade, essa cor tem o poder de evocar emoções e simbolismos que transcendem o óbvio, especialmente quando inserida num contexto rural e tradicional como o de Águas Frias.

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Na psicologia das cores, o cor-de-rosa é conhecido por transmitir sentimentos de calma, ternura e afeto.

É uma cor que suaviza o ambiente, muitas vezes associada à inocência e à juventude, como se remetesse às memórias de infância ou a momentos de cuidado e carinho.

Em Águas Frias, a escolha do cor-de-rosa para pintar a casa pode refletir um desejo de trazer leveza e serenidade a um ambiente que, pela sua natureza rural e montanhosa, é marcado pela rusticidade e pela dureza do trabalho no campo.

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Além disso, o cor-de-rosa é frequentemente ligado ao amor incondicional e à empatia. Diferentemente do vermelho, que carrega uma energia intensa e passional, o cor-de-rosa oferece uma versão mais delicada desse sentimento, sugerindo harmonia e conexão emocional.

Na fotografia, a casa cor-de-rosa parece ser um refúgio de tranquilidade, um ponto de equilíbrio no meio da aspereza das pedras e do terreno irregular.

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Culturalmente, o cor-de-rosa nem sempre foi associado à feminilidade.

Até meados do século XX, era comum que o cor-de-rosa fosse considerado uma cor masculina, por ser um tom derivado do vermelho, que simbolizava força e vigor.

Com o tempo, porém, a sociedade ocidental passou a vinculá-lo ao universo feminino, especialmente a partir da popularização de estereótipos de gênero.

Hoje, o cor-de-rosa é amplamente usado para representar a delicadeza e a suavidade associadas ao feminino, mas também ganhou novos significados, como a luta contra o cancro de mama, simbolizada pela fita cor-de-rosa.

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Em Portugal, especialmente em regiões rurais como Trás-os-Montes, o uso de cores vibrantes ou suaves nas fachadas das casas muitas vezes reflete uma ligação com a identidade local e um desejo de personalização.

O cor-de-rosa, nesse contexto, pode ser interpretado como uma escolha que busca destacar a casa no meio da paisagem predominantemente cinzenta das pedras e à vegetação verde, criando um ponto focal que atrai o olhar e transmite uma mensagem de acolhimento.

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Na obra de Mário Silva, o cor-de-rosa da casa não é apenas um detalhe estético, mas um elemento narrativo que dialoga com o ambiente ao seu redor.

A tonalidade contrasta com a rusticidade das pedras e do viaduto, criando um equilíbrio visual que reflete a dualidade da vida na aldeia: a simplicidade do dia a dia e o desejo de beleza e conforto.

A escolha desta cor pode ser vista como uma manifestação de esperança e leveza, valores que, mesmo no meio das dificuldades da vida rural, encontram espaço para se expressar.

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A casa cor-de-rosa, com o seu viaduto funcional, torna-se um símbolo de adaptação e resiliência, mas também de delicadeza e cuidado.

É como se a cor trouxesse um toque de suavidade a uma estrutura que, de outra forma, poderia parecer austera.

A luz suave que banha a cena reforça essa ideia, criando uma atmosfera de calma e nostalgia, típica das memórias que associamos às aldeias portuguesas.

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Em conclusão, a cor-de-rosa, na fotografia de Mário Silva, vai além de uma simples escolha estética.

Ela carrega significados que ressoam com os valores da aldeia transmontana: a busca por harmonia, a expressão de afeto e a valorização da beleza em meio à simplicidade.

Ao pintar a casa de cor-de-rosa, os moradores de Águas Frias não apenas personalizam o seu espaço, mas também criam um marco visual que fala de ternura, esperança e conexão emocional — sentimentos que, assim como a própria cor, têm o poder de suavizar até os cenários mais rústicos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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