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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

24
Jun25

"S. João" - Mário Silva (IA)


Mário Silva Mário Silva

"S. João"

Mário Silva (IA)

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A pintura digital "S. João" de Mário Silva apresenta uma figura serena e jovem, com cabelos castanhos ondulados e uma expressão de paz, segurando ternamente um cordeiro enquanto uma cruz repousa sobre o seu ombro.

A composição, rica em texturas e tons quentes, evoca um sentimento de espiritualidade e sacrifício, refletindo a vida e a missão de São João, o Apóstolo.

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São João, conhecido como o "discípulo amado" de Jesus, foi um dos primeiros seguidores de Cristo, chamado ao lado do seu irmão Tiago para formar parte dos Doze Apóstolos.

Filho de Zebedeu e membro de uma família de pescadores, a sua vida foi marcada por uma transformação profunda, abandonando as redes para se dedicar à pregação do Evangelho.

Diferente dos outros apóstolos, João destacou-se pela sua longevidade e por não sofrer martírio violento, embora tenha enfrentado exílio na ilha de Patmos, onde escreveu o Livro do Apocalipse.

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A sua ação foi fundamental na disseminação do cristianismo.

João foi testemunha direta dos principais momentos da vida de Jesus, como a Transfiguração e a Crucificação, onde recebeu de Cristo a missão de cuidar de Maria, a mãe de Jesus.

Autor do quarto Evangelho, de três epístolas e do Apocalipse, as suas obras enfatizam o amor divino e a eternidade, com a célebre frase "Deus é amor".

A sua pregação e escritos fortaleceram as comunidades cristãs primitivas, promovendo a unidade e a fé em tempos de perseguição.

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Na pintura, o cordeiro simboliza a inocência e o sacrifício de Cristo, enquanto a cruz reforça o tema da redenção.

A figura de São João, retratada com suavidade, reflete a sua personalidade contemplativa e devota, destacando o seu papel como guardião da mensagem de amor e esperança.

A obra de Mário Silva captura, assim, a essência de uma vida dedicada à fé e à ação em prol do Evangelho.

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Texto & Pintura digital: ©Mário Silva

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Mário Silva 📷
23
Jun25

Os tomates do Godofredo


Mário Silva Mário Silva

Os tomates do Godofredo

23Jun DSC05301_ms

A fotografia "Os tomates do Godofredo" de Mário Silva captura uma cena rural vibrante, destacando um carrinho de mão laranja no meio de tomateiros verdejantes.

A composição centraliza o carrinho, simbolizando o trabalho manual, enquanto as plantas ao fundo sugerem abundância e ligação com a terra.

A luz natural realça os tons verdes e o contraste com o carrinho, criando uma estética acolhedora.

Criticamente, a imagem pode ser vista como uma celebração da agricultura de subsistência, refletindo simplicidade e autossuficiência, embora a ausência de figuras humanas deixe o esforço humano implícito, o que pode limitar a narrativa emocional.

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A agricultura de subsistência é uma prática essencial para milhões de famílias em todo o mundo, especialmente em regiões rurais.

Diferente da agricultura comercial, que visa o lucro e a exportação, a subsistência foca no autoconsumo, permitindo que as comunidades produzam alimentos para a sua própria subsistência.

Essa abordagem não apenas garante segurança alimentar, mas também fortalece a autonomia local, reduzindo a dependência de mercados externos e cadeias de suprimento globais.

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As Famílias produzem o que consomem, diminuindo a vulnerabilidade a crises económicas ou interrupções logísticas.

O uso de técnicas tradicionais e locais, como o cultivo orgânico, preserva o meio ambiente e promove a biodiversidade.

Mantém práticas ancestrais e o conhecimento transmitido entre gerações.

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Apesar das suas vantagens, a agricultura de subsistência enfrenta obstáculos significativos.

Mudanças climáticas, com eventos extremos como secas e inundações, ameaçam as colheitas.

Além disso, a falta de acesso a tecnologias modernas e suporte governamental limita a sua produtividade.

Em 23 de junho de 2025, num mundo que busca resiliência alimentar, essa prática ganha nova importância, servindo como modelo para sistemas agrícolas mais autossuficientes e adaptáveis.

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Em conclusão, a agricultura de subsistência é um pilar de resistência e identidade cultural.

Investir em políticas que apoiem esses agricultores, como acesso a sementes resistentes e técnicas de irrigação sustentável, é crucial para garantir sua continuidade e enfrentar os desafios do futuro.

A imagem "Os tomates do Godofredo" de Mário Silva encapsula essa essência, retratando a simplicidade e o esforço por trás dessa forma de vida.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
22
Jun25

“Alminhas” - Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves – Portugal


Mário Silva Mário Silva

“Alminhas”

Casas de Monforte – Águas Frias – Chaves – Portugal

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As "Alminhas" são pequenos santuários ou nichos religiosos que se encontram espalhados por várias regiões de Portugal, como o exemplo capturado na fotografia de Mário Silva em Casas de Monforte, Águas Frias, Chaves.

Estas construções, muitas vezes embutidas em paredes de casas ou caminhos rurais, são testemunhos de uma tradição profundamente enraizada na cultura popular portuguesa, ligada à fé católica e à memória dos defuntos.

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As origens das "Alminhas" remontam à Idade Média, numa época em que a morte era uma presença constante na vida das comunidades, marcada por pragas, guerras e condições de vida difíceis.

Inspiradas na crença de que as almas dos falecidos, especialmente as que estavam no purgatório, podiam beneficiar de orações e atos de caridade, estas pequenas capelas começaram a ser erguidas como forma de oferecer conforto espiritual.

Os nichos eram frequentemente dedicados a almas penadas, sendo comum a inscrição de pedidos de esmolas ("esmolas pelas almas") para que os vivos ajudassem na salvação dessas almas através de missas ou orações.

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A construção das "Alminhas" ganhou especial relevância entre os séculos XVII e XIX, coincidindo com o Barroco e o aumento da devoção popular.

Eram geralmente financiadas por famílias locais ou comunidades, muitas vezes em memória de entes queridos ou como agradecimento por favores divinos.

A arquitetura simples, com um arco de pedra e uma cruz no topo, reflete a humildade das intenções, enquanto os altares interiores, decorados com imagens de santos, anjos ou cenas da Virgem Maria, como na fotografia, simbolizam a esperança de redenção.

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Com o passar do tempo, as "Alminhas" tornaram-se marcos culturais e religiosos, muitas vezes associadas a tradições locais, como a colocação de flores ou velas.

Apesar da modernização, estas construções continuam a ser preservadas como parte do património imaterial português, evocando um passado de fé, solidariedade e memória coletiva.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
21
Jun25

Início do verão - A Flor (Cirsium dissectume) a Borboleta (Euphydryas aurinia beckeri)


Mário Silva Mário Silva

Início do verão

A Flor (Cirsium dissectume) e

a Borboleta (Euphydryas aurinia beckeri)

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A fotografia de Mário Silva intitulada "Começou o verão" captura lindamente uma borboleta pousada numa flor, com cores vibrantes que evocam o início da estação mais quente.

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O solstício de Verão, que marca o dia mais longo do ano e o início oficial da estação, tem raízes profundas em tradições antigas.

Em Portugal, esta celebração está ligada a costumes pagãos e cristãos que se entrelaçaram ao longo dos séculos.

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Antes da chegada do cristianismo, os povos celtas e lusitanos celebravam o solstício de Verão, por volta de 21 de junho, com rituais para honrar o sol e a fertilidade da terra.

Fogueiras eram acesas em colinas, como forma de purificação e proteção contra espíritos malignos.

Estas festas, conhecidas como "Noite de São João" em algumas regiões, incluíam danças, música e oferendas à natureza.

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Com a cristianização, o solstício foi adaptado para coincidir com festas religiosas, como a de São João Batista, celebrada a 24 de junho.

Em Portugal, especialmente no norte, as festividades de São João em cidades como Porto e Braga mantêm traços dessas origens pagãs, com fogueiras, manjericos e jogos tradicionais.

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Meteorologicamente, o verão em Portugal começa a 1 de junho, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Contudo, astronomicamente, o início oficial ocorre com o solstício de Verão, a 21 junho, às 02h42min.

Em 2025, o verão, traz dias ensolarados e temperaturas mais altas, perfeitos para disfrutar da natureza, como mostra a fotografia de Mário Silva.

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Estas celebrações continuam a unir comunidades, preservando uma rica herança cultural que celebra a luz e a renovação.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
20
Jun25

Pintarroxo (Linaria cannabina) - Mas ele não tem pintas… e também não é roxo!


Mário Silva Mário Silva

Pintarroxo (Linaria cannabina)

Mas ele não tem pintas… e também não é roxo!

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Na imagem, o tempo parece ter parado por um breve e precioso instante.

O pintarroxo, pequeno, mas cheio de presença, pousa sobre uma pedra manchada pelo tempo, como se fosse o guardião de histórias antigas.

O fundo desfocado em tons de verde dá destaque ao protagonista, envolto numa luz suave que parece acariciar cada pena.

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O peito rubro e vibrante brilha como se fosse chama contida, enquanto o olhar do pássaro, sereno e atento, sugere que ele conhece segredos do campo que os humanos já esqueceram.

Mário Silva, com a sua sensibilidade única, não apenas capturou uma ave — ele prendeu em imagem o respiro da natureza em estado de contemplação.

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Mas… por que “Pintarroxo”?

É impossível não se questionar com carinho e uma pontinha de humor:

“Pintarroxo?! Mas ele não tem pintas… e também não é roxo!”

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A resposta, talvez, não esteja apenas na ciência, mas sim na poética popular que batiza o mundo à sua maneira.

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O nome “pintarroxo” vem do latim vulgar "pictus" (pintado) e do português arcaico "roxo", que não significava exatamente a cor roxa como a entendemos hoje.

Na tradição antiga, “roxo” podia designar qualquer tom avermelhado ou violáceo, especialmente aqueles que se destacavam na natureza.

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O peito do macho adulto, especialmente na primavera, adquire esse tom carmesim intenso que, à luz dourada dos dias de campo, pode parecer púrpura aos olhos de um camponês de séculos atrás.

E assim nasceu o nome — um “pintado de vermelho”, ou melhor, um pintarroxo.

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Não é um nome literal. É um nome sentido. Um nome dado por quem observa o mundo com os olhos do coração.

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O pintarroxo, pequeno e vibrante, é um símbolo de resistência e beleza discreta.

Não canta alto, não se impõe.

Mas quem o vê, não o esquece.

Assim também é a fotografia de Mário Silva: delicada, intensa e profundamente comovente.

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Nesta imagem, o pássaro é um instante de poesia viva, que nos lembra da importância de olhar com atenção — porque mesmo os menores seres carregam uma beleza que escapa aos distraídos.

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Em conclusão, “Pintarroxo” é nome de quem não precisa justificar-se com lógica — apenas existir com graça.

E Mário Silva soube escutar esse nome, com a lente e com a alma.

Porque, no fim, o que importa não é se tem pintas ou se é roxo.

O que importa… é que nos toca.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
19
Jun25

"Dia do Corpo de Deus" - Mário Silva (IA)


Mário Silva Mário Silva

"Dia do Corpo de Deus"

Mário Silva (IA)

19Jun 192f5f69c723aa0afb679edf9b9d48a6 _msjpg

A pintura digital "Dia do Corpo de Deus" de Mário Silva retrata uma cena solene e rica em simbolismo religioso.

No centro, um sacerdote, vestido com vestes litúrgicas brancas e vermelhas adornadas com cruzes douradas, ergue uma taça eucarística com a mão direita, enquanto a esquerda aponta para o alto.

Acima dele, uma figura crucificada emana uma luz dourada, simbolizando a presença divina e a transubstanciação.

O fundo, composto por tons quentes e colunas, sugere um ambiente sacro, enquanto figuras ao redor, com expressões de reverência, reforçam o caráter coletivo da celebração.

A obra destaca a espiritualidade e a centralidade da Eucaristia nesta festividade católica.

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A pintura capta a essência da solenidade do Dia do Corpo de Deus, uma das celebrações mais significativas para os católicos, marcada pela devoção à Eucaristia.

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O Dia do Corpo de Deus, também conhecido como Festa do Santíssimo Sacramento, tem as suas raízes no século XIII.

A celebração foi instituída em 1264 pelo Papa Urbano IV, inspirado por uma visão de Santa Juliana de Mont Cornillon, que destacou a necessidade de honrar o mistério da Eucaristia fora do contexto da Páscoa.

Esta data foi estabelecida na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade, variando entre maio e junho no calendário litúrgico.

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Para os católicos, o Dia do Corpo de Deus é uma oportunidade de professar a fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Acredita-se que o pão e o vinho, consagrados durante a Missa, se transformam no corpo e sangue de Jesus Cristo, um dos pilares da doutrina católica.

Esta festividade reforça a união da comunidade e a gratidão pela salvação oferecida por Cristo.

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Em Portugal, as tradições associadas ao Dia do Corpo de Deus são profundamente enraizadas.

Uma das práticas mais emblemáticas é a procissão eucarística, onde o Santíssimo Sacramento é levado pelas ruas em ostensório, acompanhado por fiéis, clérigos e, por vezes, autoridades locais.

As ruas são frequentemente decoradas com tapetes florais ou folhas, especialmente em vilas e cidades como Braga e Évora, onde esta arte popular atinge grande esplendor.

Durante a procissão, cantam-se hinos e reza-se, criando um ambiente de oração e reflexão.

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Outra tradição marcante é a bênção das casas e campos, simbolizando a proteção divina sobre as comunidades rurais.

Em algumas regiões, realizam-se atos de caridade, como a distribuição de alimentos, reforçando o espírito de partilha.

Apesar da modernização, estas celebrações mantêm viva a herança cultural e religiosa, atraindo tanto os devotos como os curiosos, que apreciam o património associado a esta festividade.

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O Dia do Corpo de Deus continua a ser um momento de fé e identidade para os católicos portugueses, unindo gerações numa celebração que honra a Eucaristia e a comunidade.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
18
Jun25

"A Aldeia deslizando pela encosta do Brunheiro" (Águas Frias - Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"A Aldeia deslizando pela encosta do Brunheiro"

(Águas Frias - Chaves - Portugal)

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À primeira vista, a fotografia de Mário Silva parece apenas um registo sereno de uma aldeia transmontana.

Mas basta um instante a mais de contemplação para perceber que estamos perante uma poesia visual, um abraço entre o tempo e a terra.

A imagem captura Águas Frias, uma aldeia que repousa docemente sobre as encostas do Brunheiro, como se estivesse adormecida ao colo da serra.

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A aldeia, com os seus telhados vermelhos e casas de pedra branca, parece deslizar suavemente pela encosta, numa harmonia silenciosa com a natureza que a envolve.

O verde profundo das árvores e campos cobre o vale como um manto protetor, e ao longe, o horizonte ondula com colinas que se perdem no céu de nuvens delicadamente esculpidas.

A luz do sol banha a cena com um calor que não é apenas físico — é afetivo.

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No primeiro plano, uma fraga musgosa parece testemunha antiga, guardiã de memórias ancestrais.

É como se dissesse: "Aqui, o tempo anda mais devagar."

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Esta fotografia não é só um retrato da geografia.

É um cântico à permanência, ao silêncio das rotinas simples e ao sussurro das histórias que ecoam nas lareiras das casas.

Mário Silva captura mais do que um lugar — ele prende no instante o sentimento de pertença, de raízes cravadas fundo na terra.

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A aldeia parece uma mãe antiga, curvada, mas firme, que acolhe gerações com braços de pedra e memória.

Cada telhado é uma promessa, cada caminho de terra é uma infância vivida descalça.

O olhar do fotógrafo não é neutro: é um olhar emocionado, de alguém que conhece, sente e reverencia aquele chão.

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Há uma melancolia doce nesta imagem.

Não tristeza, mas sim aquele tipo de saudade que só quem já partiu compreende.

Como se a aldeia chamasse baixinho por aqueles que um dia tiveram de sair, mas que continuam a levá-la no peito.

É um convite à contemplação, à reconexão com a terra, à escuta do silêncio.

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Em conclusão, "A Aldeia deslizando pela encosta do Brunheiro" é mais do que uma fotografia — é um testemunho de amor ao interior de Portugal, um elogio à persistência das pequenas comunidades e um espelho onde tantos reconhecem as suas próprias raízes.

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É como se o fotógrafo dissesse ao mundo:

“Olhem bem — ainda há lugares onde o coração bate devagar… e em paz.”

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
17
Jun25

Águia-de-asa-redonda (Buteo búteo)


Mário Silva Mário Silva

Águia-de-asa-redonda (Buteo búteo)

A fotografia mostra uma Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) em pleno voo, planando contra um fundo de céu azul claro.

As suas asas estão abertas, exibindo um padrão de penas escuras com detalhes mais claros nas bordas, e o seu corpo está posicionado de forma elegante enquanto aproveita as correntes de ar.

A imagem captura a majestade do pássaro no seu “habitat” natural, destacando a sua habilidade de planar com precisão e encanto.

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A Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), também conhecida como águia-comum em algumas regiões, é uma ave de rapina conhecida pela sua impressionante capacidade de planar.

Essa habilidade permite que ela economize energia enquanto patrulha vastas áreas em busca de presas ou simplesmente aproveita as correntes térmicas para se manter no ar.

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O planar é uma técnica de voo que a Águia-de-asa-redonda domina com maestria.

As suas asas largas e arredondadas, com uma envergadura que pode chegar a 1,2 metro, são perfeitamente adaptadas para capturar correntes de ar ascendentes, conhecidas como térmicas.

Essas correntes são formadas pelo aquecimento desigual da superfície terrestre, que faz o ar quente subir.

A águia utiliza essas térmicas para ganhar altitude sem a necessidade de bater as asas constantemente, o que reduz significativamente o gasto de energia.

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Enquanto plana, a Águia-de-asa-redonda ajusta a posição das suas asas e cauda para manter o equilíbrio e a direção.

Os seus olhos aguçados, capazes de detetar pequenos movimentos a grandes distâncias, permitem que ela localize presas como roedores, répteis ou até pequenas aves, enquanto paira no céu.

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A Águia-de-asa-redonda é frequentemente observada planando a altitudes que variam entre 100 e 1.000 metros acima do solo, dependendo das condições climáticas e do objetivo do voo.

Durante a caça, ela tende a voar mais baixo, entre 100 e 300 metros, para ter uma visão clara do solo.

No entanto, em dias de fortes térmicas, como em tardes ensolaradas, ela pode subir a altitudes superiores a 800 metros, usando as correntes de ar para se deslocar longas distâncias sem esforço.

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Em situações de migração ou quando busca novos territórios, há registros de Águias-de-asa-redonda alcançando altitudes de até 2.000 metros, embora isso seja menos comum.

A altitude máxima depende de fatores como a força das térmicas, a temperatura e a humidade do ar, que influenciam a formação dessas correntes ascendentes.

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O tempo que uma Águia-de-asa-redonda consegue permanecer planando é impressionante.

Em condições ideais, com térmicas consistentes, ela pode planar por até 30 minutos ou mais sem precisar bater as asas.

Durante esse período, ela pode cobrir dezenas de quilómetros, ajustando a sua trajetória para permanecer dentro das correntes de ar favoráveis.

Quando as térmicas enfraquecem, a águia pode descer gradualmente ou buscar novas correntes para continuar o seu voo.

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Em dias de vento fraco ou sem térmicas, o tempo de planar é reduzido, e a águia precisa alternar entre planar e bater as asas para se manter no ar.

Nesses casos, ela pode planar por apenas 5 a 10 minutos antes de precisar ajustar a sua estratégia de voo.

A capacidade de planar por longos períodos é essencial para a sua sobrevivência, pois permite que ela conserve energia para caçar e proteger o seu território.

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O planar da Águia-de-asa-redonda é fortemente influenciado por fatores ambientais.

Em dias ensolarados, as térmicas são mais fortes e frequentes, permitindo que a águia alcance maiores altitudes e permaneça no ar por mais tempo.

Já em dias nublados ou chuvosos, a formação de térmicas é limitada, e a águia pode optar por voar mais baixo ou descansar em poleiros, como árvores ou postes.

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Além disso, a paisagem desempenha um papel importante.

Áreas abertas, como campos e planícies, são ideais para o planar, pois facilitam a formação de térmicas e oferecem uma visão desobstruída do solo.

Em florestas densas, a Águia-de-asa-redonda tende a planar menos, preferindo voos mais ativos para navegar entre as árvores.

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Em conclusão, o planar da Águia-de-asa-redonda é um exemplo fascinante da adaptação e eficiência na natureza.

Com as suas asas perfeitamente desenhadas e um instinto apurado para encontrar correntes térmicas, essa ave pode alcançar altitudes impressionantes e permanecer no ar por longos períodos, tudo isso enquanto economiza energia para as suas atividades diárias.

Observar uma Águia-de-asa-redonda planando no céu é testemunhar a harmonia entre a biologia e o ambiente, uma dança aérea que reflete a beleza e a complexidade do mundo natural.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
16
Jun25

"Serpenteando as Terras de Monforte"


Mário Silva Mário Silva

"Serpenteando as Terras de Monforte"

A fotografia "Serpenteando as Terras de Monforte" de Mário Silva apresenta uma paisagem rural serena em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem destaca um caminho de terra sinuoso que atravessa campos verdes e vinhedos, ascendendo suavemente até uma colina coberta de vegetação densa.

No topo da colina, uma estrutura histórica, o castelo de Monforte de Rio Livre, ergue-se contra um céu parcialmente nublado, adicionando um elemento de profundidade histórica.

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A composição é dominada por tons verdes e terrosos, refletindo a natureza exuberante e a agricultura local.

O caminho central guia o olhar do observador através da cena, criando um sentido de movimento e exploração.

As casas espalhadas na encosta sugerem uma comunidade rural tranquila, enquanto a estrutura no topo da colina serve como ponto focal, contrastando com a horizontalidade do horizonte.

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A fotografia utiliza eficazmente a técnica de linhas guiadas pelo caminho, que conduz o observador pela narrativa visual.

A profundidade de campo é bem explorada, com o primeiro plano de vegetação detalhado e o fundo ligeiramente desfocado, enfatizando a vastidão da paisagem.

A iluminação natural sugere uma hora do dia amena, possivelmente início da tarde, destacando as texturas da vegetação e da terra.

Contudo, a moldura preta adicionada pode ser vista como um elemento distrativo, confinando a cena e reduzindo a sensação de abertura.

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A obra evoca uma ligação com a tradição e a simplicidade rural das Terras de Monforte, capturando a harmonia entre o homem e a natureza.

A estrutura histórica simboliza o passado duradouro da região, enquanto o caminho sugere uma jornada contínua.

A assinatura de Mário Silva no canto inferior esquerdo reforça a autoria e a intenção artística, convidando a uma apreciação pessoal da beleza natural e cultural de Águas Frias.

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Em suma, a fotografia é uma celebração da paisagem portuguesa, equilibrando elementos naturais e humanos com uma composição visualmente envolvente.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
15
Jun25

Capela de S. Tiago -  (Aldeia de Castelo – freguesia de Eiras – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

Capela de S. Tiago

(Aldeia de Castelo – freguesia de Eiras – Chaves – Portugal)

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A fotografia de Mário Silva retrata a Capela de S. Tiago, localizada na aldeia de Castelo, freguesia de Eiras, em Chaves, Portugal.

A imagem mostra uma pequena capela de pedra com um telhado de telhas vermelhas, cercada por uma vegetação verdejante e árvores altas, evocando um ambiente sereno e tradicional.

A capela, com a sua arquitetura simples e rústica, parece estar integrada na paisagem natural, destacando-se como um ponto de devoção e história local.

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São Tiago, o Maior, foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo e é uma figura de grande relevância no cristianismo.

Filho de Zebedeu e irmão de São João Evangelista, Tiago era pescador na Galileia quando foi chamado por Jesus para se tornar um "pescador de homens".

Conhecido pelo seu temperamento forte, ele e o seu irmão foram chamados por Jesus de "filhos do trovão".

Tiago esteve presente em momentos cruciais da vida de Cristo, como a Transfiguração e a agonia no Jardim das Oliveiras.

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Após a morte e ressurreição de Jesus, Tiago dedicou-se à pregação do Evangelho.

Segundo a tradição, ele teria viajado até a Península Ibérica, onde evangelizou as populações da região que hoje corresponde à Espanha.

Essa missão é especialmente celebrada na tradição cristã, que o considera o padroeiro da Espanha.

De volta a Jerusalém, Tiago enfrentou perseguições e, por volta do ano 44 d.C., foi martirizado por ordem do rei Herodes Agripa I, tornando-se o primeiro apóstolo a sofrer o martírio, conforme narrado nos Atos dos Apóstolos.

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A lenda mais conhecida sobre São Tiago está ligada ao Caminho de Santiago.

Diz a tradição que, após a sua morte, o seu corpo foi milagrosamente transportado para Espanha, onde foi sepultado em Compostela.

No século IX, o suposto túmulo de São Tiago foi descoberto, dando origem ao santuário de Santiago de Compostela, que se tornou um dos principais destinos de peregrinação cristã na Idade Média e até hoje.

O Caminho de Santiago atrai milhões de peregrinos que buscam espiritualidade, reflexão e ligação com a história do santo.

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São Tiago é frequentemente representado como um peregrino, com um bordão, uma cabaça e uma concha, símbolos associados aos peregrinos do Caminho.

Além disso, é também retratado como Santiago Matamoros, uma figura guerreira que, segundo a tradição medieval espanhola, teria auxiliado os cristãos nas batalhas contra os muçulmanos durante a Reconquista.

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A Capela de S. Tiago em Castelo, Chaves, é um testemunho da devoção a este santo, refletindo a importância da sua mensagem de fé, coragem e missão evangelizadora que ressoa através dos séculos.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
14
Jun25

Chamariz (Serinus serinus)


Mário Silva Mário Silva

Chamariz

(Serinus serinus)

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A fotografia de Mário Silva, intitulada “Chamariz (Serinus serinus)”, captura a delicadeza de um pequeno pássaro pousado num galho, com o seu corpo amarelo brilhante contrastando contra o céu azul e a vegetação coberta de musgo.

O Chamariz, ou “Serinus serinus”, é uma ave comum em várias regiões da Europa, África e Ásia Ocidental, conhecida pelo seu canto melodioso e pela sua plumagem vibrante.

Preservar essa espécie é essencial por diversos motivos, tanto ecológicos quanto culturais.

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O Chamariz desempenha um papel importante nos ecossistemas onde habita.

Como ave granívora, ele alimenta-se principalmente de sementes, contribuindo para a dispersão de plantas e ajudando a manter o equilíbrio da vegetação em áreas naturais.

Além disso, serve como presa para predadores naturais, como aves de rapina, sendo uma peça fundamental na cadeia alimentar.

A presença do Chamariz num ambiente é também um indicador de saúde ecológica, pois ele depende de habitats com boa qualidade, como campos abertos, bosques e jardins.

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Além da sua relevância ecológica, o Chamariz tem um valor cultural e estético.

O seu canto alegre é uma fonte de inspiração para poetas, músicos e amantes da natureza, trazendo beleza e serenidade aos espaços que frequenta.

Em muitas culturas, pássaros como o Chamariz simbolizam liberdade e harmonia, ligando as pessoas à natureza de forma profunda.

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No entanto, o Chamariz enfrenta ameaças como a perda de “habitat” devido à urbanização, o uso de pesticidas que reduzem a sua fonte de alimento e as mudanças climáticas, que alteram os seus padrões migratórios.

Para preservar esta espécie, é crucial proteger os seus “habitats” naturais, promover práticas agrícolas sustentáveis e aumentar a conscientização sobre a importância da biodiversidade.

Ações como a criação de áreas protegidas e a redução do uso de químicos nocivos podem garantir que o Chamariz continue a encantar as futuras gerações com a sua presença e o seu melodioso canto.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
13
Jun25

"Santo António" - Mário Silva (IA)


Mário Silva Mário Silva

"Santo António"

Mário Silva (IA)

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A pintura digital "Santo António" de Mário Silva retrata uma cena serena e simbólica, onde Santo António, com a sua característica túnica franciscana castanha, segura o Menino Jesus nos braços.

O fundo dourado e texturizado remete à aura sagrada, enquanto o lírio branco que Santo António segura simboliza pureza e santidade.

A expressão de devoção e ternura entre as figuras reflete a profunda ligação espiritual que caracteriza a iconografia do santo.

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Santo António de Lisboa, também conhecido como Santo António de Pádua, nasceu em 1195, em Lisboa, Portugal, com o nome de Fernando Martins de Bulhões.

Inicialmente, ingressou na Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, mas, inspirado pelo testemunho dos primeiros mártires franciscanos, juntou-se à Ordem de São Francisco em 1220, adotando o nome António.

A sua vida foi marcada por uma intensa dedicação à pregação do Evangelho, com um estilo simples, porém profundo, que atraía multidões.

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Santo António destacou-se como teólogo e orador, sendo enviado para ensinar teologia aos frades e combater heresias, como a dos cátaros, no sul da França e na Itália.

A sua capacidade de explicar a fé de forma acessível e a sua vida exemplar de pobreza e humildade renderam-lhe o título de "Doutor da Igreja", concedido séculos depois.

Além disso, é conhecido por inúmeros milagres, como a pregação aos peixes, quando os homens se recusaram a ouvi-lo, e a bilocação, estando presente em dois lugares ao mesmo tempo para salvar o seu pai de uma acusação injusta.

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Santo António também é associado à proteção dos pobres e à ajuda em causas difíceis, sendo frequentemente invocado para encontrar objetos perdidos.

Faleceu em 1231, em Pádua, aos 36 anos, e foi canonizado menos de um ano após a sua morte, em 1232, pelo Papa Gregório IX, devido à sua santidade e aos muitos milagres atribuídos à sua intercessão.

Até hoje, Santo António é um dos santos mais populares da Igreja Católica, celebrado no dia 13 de junho, especialmente em Portugal e no Brasil, onde é tradicionalmente associado a festas populares e ao papel de "santo casamenteiro".

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
12
Jun25

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar" – (estória)


Mário Silva Mário Silva

"A folha de feto (Osmunda regalis) que não queria verdejar"

(estória)

12Jun DSC03620_ms

Numa floresta densa e húmida, onde o verde reinava absoluto, vivia uma jovem folha de feto chamada Osmunda.

Todas as suas irmãs, folhas da espécie “Osmunda regalis”, exibiam com orgulho um verde vibrante, refletindo a vida e a energia da natureza.

Mas Osmunda era diferente.

Desde que brotou, ela recusava-se a verdejar.

Em vez disso, a sua cor era um dourado brilhante, como se o sol tivesse decidido morar dentro dela.

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As outras folhas zombavam dela. "Por que tu não és verde como nós?", perguntavam.

"Tu não pertences a esta floresta!"

Osmunda, porém, não se abalava.

Ela sentia que a sua cor era especial, um presente que ainda não entendia completamente.

"Talvez eu tenha um propósito diferente", pensava, enquanto balançava suavemente com a brisa.

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Um dia, a floresta enfrentou uma seca terrível.

O sol escaldante secou as folhas verdes, que começaram a murchar e perder a sua vitalidade.

Osmunda, no entanto, permaneceu intacta.

A sua cor dourada parecia absorver a luz do sol e transformá-la em força.

As outras folhas, agora frágeis e desbotadas, olhavam para ela com inveja e admiração.

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Foi então que um pássaro sábio, que sobrevoava a floresta, pousou perto de Osmunda.

"Tu és única", disse ele.

"A tua cor não é uma falha, mas um dom. Você reflete a luz e a esperança em tempos de escuridão."

O pássaro explicou que a tonalidade dourada de Osmunda ajudava a atrair a humidade do ar, criando pequenas gotas de orvalho que caíam à sua volta, nutrindo o solo e as plantas próximas.

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Com o tempo, a floresta começou a recuperar.

As folhas verdes voltaram a brotar, mas agora olhavam para Osmunda com gratidão.

Ela havia ensinado a todas uma lição: ser diferente não é uma fraqueza, mas uma força que pode salvar a todos.

E assim, Osmunda, a folha de feto que não queria verdejar, tornou-se uma lenda na floresta, um símbolo de resiliência e esperança.

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Plim, pim, pim … a estória chegou ao fim …

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Estória & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
11
Jun25

“O simbolismo da andorinha (Hirundo rustica)"


Mário Silva Mário Silva

O simbolismo da andorinha

(Hirundo rustica)

11Jun DSC08687_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “O simbolismo da andorinha (Hirundo rustica)”, captura uma andorinha no seu ninho, feito de barro e materiais naturais.

A andorinha, com a sua plumagem característica de tons escuros e brancos, está parcialmente visível, com a cabeça e o corpo emergindo do ninho.

A iluminação suave destaca a textura do ninho e as cores da ave, criando um contraste com o fundo claro, de uma parede.

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A imagem mostra um momento íntimo e natural: a andorinha no seu habitat, simbolizando a ligação com a natureza e o ciclo da vida.

O ninho de barro, construído com precisão, reflete a habilidade e a dedicação da ave.

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A andorinha (Hirundo rustica), conhecida como um símbolo de renovação, esperança e liberdade, é frequentemente associada à chegada da primavera e à ideia de retorno, já que é uma ave migratória que volta ao mesmo local ano após ano.

Na fotografia, o ninho reforça a ideia de lar, proteção e continuidade.

A escolha de Mário Silva em capturar esse momento pode simbolizar a resiliência e a harmonia da natureza, além de evocar um sentimento de nostalgia e simplicidade.

A andorinha, ao construir o seu ninho, representa o trabalho árduo e a dedicação, valores que podem ser interpretados como uma metáfora para a vida humana e a busca por estabilidade.

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A composição da fotografia, com foco na ave e no ninho, transmite serenidade e um convite à reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza, destacando a beleza nas pequenas coisas do quotidiano.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
10
Jun25

"Dia de Portugal, de Luís de Camões e das Comunidades Portuguesas"


Mário Silva Mário Silva

"Dia de Portugal,

de Luís de Camões

e das Comunidades Portuguesas"

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A pintura digital de Mário Silva, intitulada "Dia de Portugal, de Luís de Camões e das Comunidades Portuguesas", é uma obra rica em simbolismo e elementos culturais que celebram a identidade portuguesa.

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A pintura apresenta uma figura central, um homem com barba e uma pala, vestido com trajes renascentistas, incluindo um colarinho ruff típico do século XVI.

Este homem é uma representação estilizada de Luís de Camões, o renomado poeta português, conhecido por sua obra “Os Lusíadas” e por ter perdido um olho em combate.

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À esquerda, o escudo português, com as cinco quinas e os sete castelos, está destacado sobre uma esfera armilar, símbolo associado aos descobrimentos portugueses e ao reinado de D. Manuel I.

A bandeira nacional, com as cores verde e vermelha, também aparece integrada ao escudo, reforçando o patriotismo.

No fundo, à direita, é possível identificar silhuetas de monumentos icónicos, como a Torre Eiffel (Paris), o Big Ben (Londres) e outras estruturas que remetem a cidades com comunidades portuguesas significativas, simbolizando a diáspora portuguesa.

A pintura utiliza uma paleta de cores quentes, com tons de dourado e castanho, num estilo que remete às pinturas a óleo clássicas, com pinceladas expressivas e texturizadas.

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A figura de Camões é central, representando a cultura literária e histórica de Portugal.

Ele é um ícone do Renascimento português e da celebração da língua e das façanhas marítimas do país.

O escudo e a esfera armilar reforçam a herança dos descobrimentos, um período de glória na história portuguesa, enquanto a bandeira ume a a obra ao sentimento contemporâneo de nação.

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O título da obra referencia o feriado de 10 de junho, que celebra simultaneamente o “Dia de Portugal, a morte de Camões em 1580 e as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”.

A inclusão de monumentos estrangeiros, como a Torre Eiffel e o Big Ben, simboliza a presença e a influência da diáspora portuguesa em diversas partes do globo.

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Mário Silva utiliza um estilo que evoca a pintura clássica, mas com uma abordagem digital que permite maior liberdade na composição e na fusão de elementos históricos e modernos.

A textura e os tons quentes criam uma atmosfera nostálgica, enquanto os detalhes, como a pala de Camões, adicionam um toque de realismo histórico.

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A obra parece transmitir um sentimento de orgulho nacional e conexão global.

Ao unir Camões, um símbolo do passado, com referências às comunidades portuguesas no exterior, a pintura reflete a continuidade da cultura portuguesa através do tempo e do espaço.

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Em conclusão, a pintura digital de Mário Silva é uma homenagem vibrante ao Dia de Portugal, a Luís de Camões e à diáspora portuguesa.

Com uma composição rica em símbolos nacionais e um estilo que mistura o clássico com o contemporâneo, a obra captura a essência da identidade portuguesa: uma nação com raízes históricas profundas, mas também com uma presença global marcante.

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Texto & Pintura digital: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
09
Jun25

"Para memória futura" - Águas Frias, Chaves, Portugal


Mário Silva Mário Silva

"Para memória futura"

Águas Frias, Chaves, Portugal

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A imagem capturada por Mário Silva, intitulada "Para memória futura" e ambientada em Águas Frias, Chaves, Portugal, revela uma cena rústica que convida à reflexão.

O espaço, com as suas paredes de pedra antiga, telhado de madeira desgastado e objetos simples como cebolas penduradas e lenha empilhada, transmite a essência de um tempo passado, onde a vida seguia um ritmo mais lento e ligado à natureza.

Atrás da grade de ferro, que parece proteger e ao mesmo tempo limitar o acesso a esse mundo, percebe-se a presença de uma porta fechada, simbolizando talvez o fim de uma era ou a guarda de memórias.

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Tudo tem o seu tempo.

Esta frase ressoa profundamente ao observar a fotografia.

As cebolas maduras, colhidas e penduradas, sugerem o momento certo da colheita, enquanto a estrutura envelhecida reflete o passar dos anos, cada rachadura contando uma história.

É um lembrete de que cada coisa tem o seu ciclo – o crescimento, a maturação, o declínio – e que a beleza reside em respeitar esse fluxo natural.

A luz que entra pelo telhado danificado ilumina suavemente o interior, como se o tempo, na sua inevitabilidade, trouxesse também um brilho de esperança ou nostalgia.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
08
Jun25

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas"


Mário Silva Mário Silva

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas

e a Igreja vergada pelos seus dogmas"

08Jun DSC01425_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas", apresenta uma composição rica em simbolismo e contraste visual.

A imagem mostra uma cerejeira carregada de frutos vermelhos e os seus ramos curvados pelo peso, em primeiro plano.

Ao fundo, ergue-se uma igreja com uma torre de pedra, coroada por uma cruz, cercada por uma paisagem verdejante de árvores e colinas.

A luz suave do dia ilumina a cena, criando uma atmosfera serena, mas carregada de significado.

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A cerejeira, com os seus galhos pendentes e repletos de cerejas maduras, domina o lado direito da imagem.

As cores vibrantes das frutas contrastam com o verde das folhas e da vegetação ao redor, atraindo imediatamente o olhar do observador.

À esquerda, a igreja, com a sua arquitetura tradicional e telhados de telhas vermelhas, emerge entre as árvores.

A torre da igreja, com dois sinos visíveis e uma cruz no topo, é um elemento marcante que remete à presença da religião na paisagem rural.

O fundo, composto por colinas cobertas de vegetação densa, adiciona profundidade à fotografia, enquanto a luz suave sugere um momento de tranquilidade, possivelmente ao entardecer.

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O título da obra de Mário Silva é profundamente metafórico e convida a uma reflexão sobre os elementos visuais e os seus significados.

A cerejeira "vergada com o peso das cerejas" simboliza a abundância da natureza, mas também o fardo que essa abundância pode trazer.

Os galhos curvados sugerem um peso inevitável, uma consequência natural do ciclo de vida e da fertilidade.

Por outro lado, a igreja "vergada pelos seus dogmas" aponta para uma crítica à rigidez das instituições religiosas.

Assim como a cerejeira se curva sob o peso dos seus frutos, a igreja, segundo o autor, parece sobrecarregada por tradições e doutrinas que, em vez de libertar, podem oprimir.

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O contraste entre a cerejeira e a igreja também pode ser interpretado como uma dicotomia entre o natural e o humano, ou entre a liberdade da natureza e as restrições impostas pela sociedade.

"A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas"

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A cerejeira, mesmo vergada, permanece viva e vibrante, enquanto a igreja, embora imponente, parece estática e distante, quase engolida pela vegetação ao seu redor.

A escolha de enquadrar a cerejeira em primeiro plano reforça a sua predominância visual e simbólica, sugerindo que a natureza, com a sua espontaneidade, pode ter uma força maior que as construções humanas.

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A fotografia de Mário Silva, intitulada "A cerejeira vergada com o peso das cerejas e a Igreja vergada pelos seus dogmas", é mais do que uma simples captura de uma paisagem rural.

É uma metáfora visual que nos convida a refletir sobre os pesos que carregamos — sejam eles naturais, como os frutos de uma árvore, ou impostos por construções sociais, como os dogmas religiosos.

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Na imagem, a cerejeira, carregada de frutos maduros, curva-se sob o peso de sua própria abundância.

Este é um fenómeno natural: a árvore, ao cumprir o seu ciclo, produz mais do que pode sustentar com facilidade.

No entanto, há beleza nessa sobrecarga.

As cerejas vermelhas, brilhando sob a luz do sol, simbolizam vida, fertilidade e a generosidade da natureza.

A curvatura dos galhos não é um sinal de fraqueza, mas de resiliência — a árvore adapta-se ao peso, continua a crescer e a oferecer os seus frutos.

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Essa imagem faz-nos pensar sobre os "pesos" que a natureza impõe.

A abundância, embora desejada, pode trazer desafios.

Assim como a cerejeira, muitas vezes encontramo-nos sobrecarregados pelas nossas próprias conquistas ou responsabilidades.

No entanto, a natureza ensina-nos que esses fardos são parte do ciclo da vida, e que a adaptação é possível.

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Em contraponto à cerejeira, a igreja na fotografia representa uma instituição humana, carregada de história e tradição.

No entanto, o título de Mário Silva sugere que essa instituição também está "vergada" — não por frutos, mas por dogmas.

Os dogmas religiosos, muitas vezes vistos como guias para a moral e a espiritualidade, podem tornarem-se fardos quando impostos de forma rígida e inflexível.

A torre da igreja, com a sua cruz no topo, é um símbolo de autoridade espiritual, mas também de uma estrutura que, ao longo dos séculos, nem sempre soube adaptar-se às mudanças do mundo.

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A crítica implícita na obra de Silva é poderosa: assim como a cerejeira se curva sob o peso natural de seus frutos, a igreja curva-se sob o peso artificial das suas próprias regras.

Mas, diferentemente da cerejeira, que encontra equilíbrio na sua flexibilidade, a igreja parece estática, incapaz de se libertar das suas amarras dogmáticas.

Essa rigidez pode levar à alienação, afastando aqueles que buscam uma espiritualidade mais fluida e ligada à essência da vida.

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A fotografia de Mário Silva apresenta-nos uma dicotomia entre o natural e o humano, entre a espontaneidade da natureza e as restrições impostas pelas instituições.

A cerejeira, com a sua vitalidade, parece desafiar a solidez da igreja, sugerindo que a verdadeira liberdade está na capacidade de se adaptar e fluir com os ciclos da vida.

A igreja, por outro lado, lembra-nos da necessidade de estruturas e tradições, mas também dos perigos de permitir que essas estruturas se tornem opressivas.

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Talvez a mensagem mais profunda da obra seja um convite ao equilíbrio.

Assim como a cerejeira encontra força na sua flexibilidade, as instituições humanas — sejam religiosas, sociais ou culturais — podem aprender a se adaptar, mantendo o que é essencial, mas deixando espaço para o crescimento e a transformação.

A natureza, com a sua sabedoria silenciosa, ensina-nos que o peso, quando bem administrado, pode ser uma fonte de beleza e renovação.

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Em conclusão, a obra de Mário Silva é uma chamada de atenção visual de que tanto a natureza quanto as criações humanas carregam os seus próprios fardos.

A cerejeira e a igreja, cada uma vergada à sua maneira, convidam-nos a refletir sobre como lidamos com os pesos que carregamos.

Podemos inspirar-nos na resiliência da natureza, que transforma os seus fardos em frutos, e buscar uma espiritualidade que, em vez de oprimir, nos eleve e nos conecte à essência da Vida.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
07
Jun25

“Sabugueiro (Sambucus nigra) dominando a antiga residência do saudoso pároco” (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

“Sabugueiro (Sambucus nigra) dominando a

antiga residência do saudoso pároco”

(Águas Frias – Chaves – Portugal)

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A fotografia de Mário Silva intitulada “Sabugueiro (Sambucus nigra) dominando a antiga residência do saudoso pároco” captura uma cena pitoresca em Águas Frias, Chaves, Portugal.

A imagem destaca uma antiga residência de pedra com telhado de telhas vermelhas, parcialmente coberta por um sabugueiro (Sambucus nigra), cuja folhagem densa e flores brancas dominam a composição.

O fundo revela um vasto cenário de montanhas e vales, envolto numa atmosfera serena e ligeiramente nublada, sugerindo um ambiente rural e tranquilo.

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A foto equilibra bem os elementos naturais (sabugueiro e paisagem) com a estrutura arquitetónica, criando um contraste entre a vitalidade da vegetação e o estado deteriorado da residência.

O enquadramento centraliza a casa, enquanto o sabugueiro adiciona profundidade e dinamismo.

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A iluminação suave e difusa, provavelmente devido às nuvens, realça as texturas da pedra e das folhas, conferindo um tom nostálgico.

As cores naturais — verdes da vegetação, terrosos da casa e azuis suaves do horizonte — harmonizam-se, reforçando a sensação de integração com a natureza.

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O sabugueiro, crescendo sobre a residência abandonada, pode simbolizar a passagem do tempo e a reforço da natureza sobre o espaço humano, um comentário subtil sobre o declínio da presença humana na região.

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A profundidade de campo bem trabalhada mantém o foco na casa e na planta, enquanto o fundo desfocado adiciona contexto sem distrair.

O uso de um quadro preto ao redor da imagem dá um toque artístico, embora possa ser visto como um elemento convencional.

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A fotografia é uma reflexão melancólica e bela sobre memória e natureza, com uma execução técnica sólida que valoriza o património rural português.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷
06
Jun25

“Barragem de Mairos (Chaves – Portugal)” - Captação de água da ribeira das Aveleiras para regadio


Mário Silva Mário Silva

“Barragem de Mairos (Chaves – Portugal)”

Captação de água da ribeira das Aveleiras para regadio

06Jun DSC06816_ms

A fotografia de Mário Silva, intitulada “Barragem de Mairos (Chaves – Portugal)” retrata uma estrutura hidráulica essencial para a região de Trás-os-Montes: a barragem de Mairos, que capta água da ribeira das Aveleiras para irrigação.

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A imagem mostra uma paisagem rural serena, com um lago formado pela barragem em primeiro plano, refletindo a luz suave de um dia claro.

No centro da composição, uma passarela com grades brancas que se estende sobre a água, ligando a margem a uma pequena torre de captação, que emerge do reservatório.

A torre, de formato cilíndrico e telhado cónico, é um elemento funcional que regula o fluxo de água.

Ao fundo, colinas verdejantes e douradas, cobertas por vegetação rasteira e árvores esparsas, compõem o cenário típico transmontano, com tons que sugerem o final da primavera ou início do verão.

Pequenos detalhes, como flores brancas em primeiro plano, adicionam um toque delicado à composição.

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A fotografia utiliza uma luz natural que realça os tons terrosos e verdes, criando uma atmosfera calma e equilibrada.

A escolha do enquadramento, com a passarela guiando o olhar até a torre e as colinas ao fundo, destaca a harmonia entre a intervenção humana e a natureza.

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A obra de Mário Silva não é apenas um registro documental, mas também uma celebração da relação entre o homem e o meio ambiente.

A barragem de Mairos, com a sua simplicidade arquitetónica, é apresentada como um elemento integrado na paisagem, sem dominá-la.

A passarela, com as suas linhas retas, contrasta com as formas orgânicas das colinas, simbolizando a intervenção humana que, nesse caso, é benéfica e sustentável.

A luz suave e a paleta de cores naturais reforçam a ideia de equilíbrio e tranquilidade, características muitas vezes associadas às zonas rurais de Portugal.

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A barragem de Mairos, como outras estruturas hidráulicas em Trás-os-Montes, desempenha um papel crucial no desenvolvimento agrícola da região.

Trás-os-Montes é conhecida pelo seu clima continental, com verões secos e quentes e invernos frios, o que torna a gestão da água um desafio para os agricultores.

A captação de água da ribeira das Aveleiras para irrigação permite o cultivo de culturas como cereais, hortaliças e vinhas, que são a base da economia local.

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Estas barragens garantem o fornecimento de água durante os períodos de seca, aumentando a produtividade agrícola e a segurança alimentar.

Além disso, elas ajudam a combater a desertificação e a erosão do solo, problemas comuns em áreas de relevo acidentado como Trás-os-Montes.

A construção de reservatórios e sistemas de regadio também incentiva a fixação das populações rurais, reduzindo o êxodo para áreas urbanas, e preserva práticas agrícolas tradicionais que são parte da identidade cultural da região.

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Em resumo, a fotografia de Mário Silva captura não apenas a beleza da barragem de Mairos, mas também a sua relevância como um símbolo de sustentabilidade e desenvolvimento para a agricultura transmontana, evidenciando como a engenharia pode coexistir harmoniosamente com a natureza para beneficiar as comunidades locais.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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