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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

18
Mai09

Águas Frias (Chaves) – As suas Gentes e o trabalho no campo (II) – Lavrar e Gradar


Mário Silva Mário Silva

 .

 

 Continuando a homenagear o nobre trabalho dos residentes/resistentes de Águas Frias, nomeadamente na actividade predominante – a agricultura.

 

 


Esperei pelo dia de hoje para começar a escrever mais alguma coisa sobre este tema, que tenho dificuldade em descrever já que sou (quase ou totalmente) um “agroanalfabeto” (palavra agora inventada para significar que nada sei sobre agricultura).


E esperei pelo dia de hoje porque foi emitido um programa sobre este tema no canal televisivo TVI, em horário nobre. Estava convencido que iria obter informações importantes sobre esta actividade económica. Qual engano … apresentou-se o óbvio.

 

Entre outras coisas, a feira de gado em Chaves nos Santos, com os pastores a declararem que não vendiam ou que o faziam por preços baixos.

Falou-se na óptima batata transmontana, e foi triste ver um casal já idoso, com toneladas de boa batata sem a poder escoar a preço digno.


Mas o Sr. Ministro da Agricultura foi dando “soluções” – os agricultores que se unam para poderem obter maiores produções, competitivas e poderem dispor de ajudas do Estado.
Será que se “esqueceu” que as povoações do interior se foram despovoando porque a agricultura não era nem é rentável e que o parcelamento dos terrenos cultiváveis são de pequena extensão e que o relevo não proporciona a intervenção de grande maquinaria agrícola?

 


Mas uma coisa constato: Boa e saborosa batata se “esconde” nos armazéns e anexos das casas transmontanas, enquanto uma funcionária de uma grande superfície comercial comentava que só tinha para comercializar batata espanhola e francesa.

 


Depois deste desabafo sobre um assunto de que nada sei, volto para a realidade de Águas Frias, onde se faz uma agricultura de subsistência, para o consumo da casa ou para os animais (também cada vez menos).

  

Isto ainda dá mais valor a quem contra todas a adversidades de uma economia global, vai cuidando das suas hortas (onde os legumes dão um colorido verdejante e donde se vai colher as “novidades” que dão “aquele sabor” à sopa e entram em outras iguarias gastronómicas) e dos seus campos de cultivo que teimosamente ainda vão resistindo à tentação de abandono.

 


É para Todos esses que ainda vão fazendo da agricultura a sua principal fonte de rendimento que me faz escrever algumas palavras sobre o que (um citadino) nada sabe, nem sente o calejar provocado pelo cabo da enxada.
Por isso, se algo disser de incorrecto ou inapropriado que, ao menos me desculpem “alguma coisinha”.

 

 

 
Tinha pensado, mostrar um pouco de duas actividades (de entre inúmeras) que são essenciais na actividade agrícola de Águas Frias e que penso serem próprias desta época: o lavrar e gradar a terra.

 

 

 

 

Lavrar - Abrir sulcos na terra com arado ou charrua; amanhar, cultivar. É o processo de revolver um terreno agrícola com um arado ou equipamento mecânico. A sua finalidade é descompactar a terra para um melhor desenvolvimento das raízes. Expõe o subsolo à acção do sol, ajudando a aumentar a temperatura.

 

 

 

 

 

Também enterra restos de culturas agrícolas anteriores ou ervas daninhas porventura existentes. Melhora ainda a infiltração de água no solo.

 

 

 

 

Foi uma das grandes invenções da humanidade, por permitir a produção de crescentes quantidades de alimentos e o estabelecimento de populações.

 

 

 


Arado é um instrumento que serve para lavrar (arar) os campos, revolvendo a terra com o objectivo de descompactá-la e, assim, viabilizar o desenvolvimento das raízes das plantas. É uma das etapas agrícolas que antecede a sementeira.
Além desse objectivo primacial, a aração (lavrar) permite um maior arejamento do solo, o que possibilita o desenvolvimento dos organismos úteis, como as minhocas, além de, alguns casos, permitir a mistura de nutrientes (adubos, químicos ou orgânicos; correctivos de acidez, etc.)
O arado pode ser:
• De tracção animal: para pequenas áreas; método mais primitivo e simples;
• Por tracção motorizada, como um tractor.

 

 

 

 

 
Os arados puxados por tractores podem ser simples, utilizados em pequenas explorações agrícolas, ou múltiplos, utilizados nas grandes explorações.

 


Curiosidade: Os nossos antepassados usavam galhos de árvores para afofar o solo e fazer sulcos onde eram colocadas as sementes, como enxadas primitivas. Um dos primeiros usos dos metais foi a confecção de instrumentos para trabalhar a terra. Os sumérios foram os primeiros a utilizarem arados puxados por animais.

 


Os arados inicialmente eram feitos de madeira, posteriormente de ferro e puxados por cavalos ou burros.

 

 

 

 
Ainda hoje se podem ver este tipo de arados em plena actividade e executando a sua função na perfeição.


Claro que, a maioria já utiliza o tractor, ao qual é acoplado um conjunto de dentes ou discos que revolvem mais rapidamente e mais profundamente a terra, ainda com a vantagem de haver menos esforço.

 

 


Técnica: Como o arado comum sempre tomba a terra para um mesmo lado, é impossível ter-se linhas consecutivas trabalhadas em sentidos inversos, que estragariam o terreno. Usam-se então esquemas para dividir a área em glebas, lavrando umas na ida e outras na volta. É preciso também lavrar transversalmente ao declive, para não facilitar a erosão. Modernamente usam-se arados reversíveis por accionamento mecânico ou hidraúlico, que facilita a prática agrícola.


Gradar:
1. Aplanar e esterroar com a grade (a superfície da terra lavrada).
2. Passar a grade sobre o solo para aplanar a superfície ou para afofar a terra; gradear.

 

 

 

 

 

 

Estas duas fases são preparatórias para a fase seguinte: a sementeira.

 

 

 

 

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.

 

Essa ficará para um próximo “post”.

 .

 .

 .

 

 

 

Mário Silva 📷

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