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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

06
Out25

“A cerca rústica e a vaquinha”


Mário Silva Mário Silva

“A cerca rústica e a vaquinha”

06Out DSC09219_ms

A fotografia de Mário Silva retrata uma cena campestre serena e com um toque de nostalgia.

Em primeiro plano, uma cerca rústica de madeira crua domina a parte inferior da imagem, com um poste de madeira e uma corda que segura a travessa.

Esta cerca serve como uma moldura natural para a cena do fundo.

No plano intermédio, uma pequena vaca de pelagem branca e preta, com a cabeça levantada, observa o ambiente.

O prado em que se encontra é de tons verdes e castanhos, e as árvores, ao fundo, apresentam cores de outono, amareladas.

A atmosfera da imagem é calma, e a luz sugere um final de tarde tranquilo.

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A Vaquinha e a Cerca da Felicidade

Numa colina suave, banhada pela luz dourada do final de um dia de outono, vivia uma pequena vaca chamada Carmina.

Não era uma vaca como as outras.

Carmina, de pelagem branca e manchas pretas que pareciam nuvens escuras no céu da manhã, tinha uma visão muito particular do mundo.

A sua vida era medida pelos dias que se sucediam e pelo sabor da erva fresca, mas o seu coração pertencia à cerca rústica que delimitava o seu prado.

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A cerca não era bonita.

Era feita de troncos toscos e cordas gastas, e os seus nós e rachaduras contavam histórias de chuvas e de sóis.

Mas para Carmina, aquela cerca era a fronteira da felicidade.

Do seu lado, tinha o pasto verde, a água fresca de um riacho e a companhia das outras vacas.

Era ali, junto à cerca, que ela se sentia segura e em paz.

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Muitas vezes, parava perto do tronco mais velho e, com a cabeça erguida, olhava para o que se passava do outro lado.

Via as árvores mudarem de cor com a chegada do outono, as raposas que passavam ao longe e as nuvens que navegavam lentamente no céu.

Às vezes, os “resistentes” da aldeia, que passavam no caminho, paravam para a observar, e Carmina ficava quieta, sentindo-se a guardiã daquele espaço.

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Houve um dia em que o dono da quinta decidiu arranjar a cerca.

Carmina observou-o a trocar os troncos velhos por novos, mais direitos e polidos.

Sentiu uma ponta de tristeza.

Aquela cerca antiga, com todas as suas imperfeições, era a sua casa.

Mas o dono da quinta, com um gesto simples, pegou nas antigas travessas e deixou-as de lado, sem as deitar fora.

No final, o novo espaço era bonito, mas Carmina sentia que o seu antigo lugar, o seu cantinho, tinha desaparecido.

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O que ela não sabia é que o dono, com a sua sabedoria de homem do campo, pegou nas antigas travessas e construiu uma nova cerca, mais pequena, à volta de um campo de flores silvestres.

A Carmina não viu, mas sabia que, mesmo com um novo aspeto, a cerca antiga continuava a proteger um mundo de beleza.

E assim, a vaquinha de Carmina, que a fotografia de Mário Silva capturou, era, no fundo, a vaquinha da cerca, a guardiã silenciosa de um mundo de paz e simplicidade.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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