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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

02
Out25

“A palmeira na rua Cimo de Vila” - Águas Frias - Chaves - Portugal


Mário Silva Mário Silva

“A palmeira na rua Cimo de Vila”

Águas Frias - Chaves - Portugal

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A fotografia de Mário Silva retrata uma cena bucólica numa rua de uma aldeia portuguesa, com uma luz dourada de fim de tarde.

Em primeiro plano, uma palmeira imponente estende as suas frondes sobre uma casa com um telhado vermelho e paredes de cor creme.

Um muro baixo de pedra e um arbusto verde frondoso separam a casa da rua de cimento.

A rua, em curva, conduz o olhar para o fundo da imagem, onde é possível vislumbrar as colinas e o céu.

A iluminação suave realça a textura das paredes, o verde das plantas e o ambiente de tranquilidade rural.

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O Segredo da Palmeira Centenária

A pequena rua de Cimo de Vila, na aldeia de Águas Frias, era um lugar de poucas novidades e muitas histórias.

Mas de todas as histórias, a mais falada era a da palmeira que se erguia à porta da casa de Dona Laida.

Diziam que aquela palmeira era a mais velha da aldeia, plantada por um marinheiro que tinha regressado das colónias há mais de cem anos.

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Dona Laida, uma mulher de sorrisos discretos e olhos azuis, vivia naquela casa há quase toda a sua vida.

A palmeira era a sua companheira, a sua guardiã.

O seu “telhado” de folhas era como um chapéu de sol, e a sua sombra, no verão, era um bálsamo para o calor.

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Mas o que ninguém sabia, exceto Dona Laida, era o segredo daquela árvore.

A palmeira, à medida que envelhecia, tinha adquirido a estranha capacidade de guardar as memórias das pessoas que passavam por ali.

As histórias dos namorados que deram as mãos, os risos das crianças que correram pela rua, as confidências dos vizinhos que se encontraram no fim do dia — tudo ficava lá, nas suas folhas verdes.

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Dona Laida, nos seus fins de tarde, sentava-se na varanda e ouvia a palmeira.

Não com os ouvidos, mas com o coração.

As memórias sussurravam nas frondes, um eco de todas as vidas que a palmeira tinha testemunhado.

Ouvia a canção de embalar que a sua mãe lhe cantava, o primeiro “olá” que o seu marido lhe deu, as promessas de futuro que a sua filha lhe fazia.

A palmeira era a sua arca do tesouro, o seu diário vivo, o seu elo com o passado.

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A fotografia de Mário Silva, com a sua luz suave e dourada, capturou um desses momentos.

Não apenas a beleza da casa e da árvore, mas a história silenciosa que ali se guardava.

A palmeira, naquele instante, era um farol de memórias, um testemunho vivo de todas as vidas que se tinham cruzado sob a sua sombra protetora.

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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