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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

18
Jun25

"A Aldeia deslizando pela encosta do Brunheiro" (Águas Frias - Chaves - Portugal)


Mário Silva Mário Silva

"A Aldeia deslizando pela encosta do Brunheiro"

(Águas Frias - Chaves - Portugal)

18Jun DSC03571_ms

À primeira vista, a fotografia de Mário Silva parece apenas um registo sereno de uma aldeia transmontana.

Mas basta um instante a mais de contemplação para perceber que estamos perante uma poesia visual, um abraço entre o tempo e a terra.

A imagem captura Águas Frias, uma aldeia que repousa docemente sobre as encostas do Brunheiro, como se estivesse adormecida ao colo da serra.

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A aldeia, com os seus telhados vermelhos e casas de pedra branca, parece deslizar suavemente pela encosta, numa harmonia silenciosa com a natureza que a envolve.

O verde profundo das árvores e campos cobre o vale como um manto protetor, e ao longe, o horizonte ondula com colinas que se perdem no céu de nuvens delicadamente esculpidas.

A luz do sol banha a cena com um calor que não é apenas físico — é afetivo.

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No primeiro plano, uma fraga musgosa parece testemunha antiga, guardiã de memórias ancestrais.

É como se dissesse: "Aqui, o tempo anda mais devagar."

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Esta fotografia não é só um retrato da geografia.

É um cântico à permanência, ao silêncio das rotinas simples e ao sussurro das histórias que ecoam nas lareiras das casas.

Mário Silva captura mais do que um lugar — ele prende no instante o sentimento de pertença, de raízes cravadas fundo na terra.

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A aldeia parece uma mãe antiga, curvada, mas firme, que acolhe gerações com braços de pedra e memória.

Cada telhado é uma promessa, cada caminho de terra é uma infância vivida descalça.

O olhar do fotógrafo não é neutro: é um olhar emocionado, de alguém que conhece, sente e reverencia aquele chão.

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Há uma melancolia doce nesta imagem.

Não tristeza, mas sim aquele tipo de saudade que só quem já partiu compreende.

Como se a aldeia chamasse baixinho por aqueles que um dia tiveram de sair, mas que continuam a levá-la no peito.

É um convite à contemplação, à reconexão com a terra, à escuta do silêncio.

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Em conclusão, "A Aldeia deslizando pela encosta do Brunheiro" é mais do que uma fotografia — é um testemunho de amor ao interior de Portugal, um elogio à persistência das pequenas comunidades e um espelho onde tantos reconhecem as suas próprias raízes.

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É como se o fotógrafo dissesse ao mundo:

“Olhem bem — ainda há lugares onde o coração bate devagar… e em paz.”

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Texto & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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