"A casa cor-de-rosa, com viaduto, na aldeia transmontana"
Mário Silva Mário Silva
"A casa cor-de-rosa, com viaduto, na aldeia transmontana"
A fotografia de Mário Silva, intitulada "A casa cor-de-rosa, com viaduto, na aldeia transmontana", captura uma cena pitoresca da aldeia de Águas Frias, em Chaves, Portugal.
A imagem mostra uma casa de dois andares com uma fachada pintada num tom suave de cor-de-rosa, que se destaca contra o cenário rústico da aldeia.
A casa está elevada, com acesso por uma escadaria de pedra que desce até um pequeno pátio de chão irregular, onde se vê uma mistura de terra e pedras.
.
A estrutura da casa apresenta um design funcional e tradicional, com um pequeno viaduto que liga o andar superior a outra construção adjacente, sugerindo uma adaptação ao relevo acidentado da região transmontana.
O viaduto, também pintado de cor-de-rosa, é suportado por uma parede de pedra bruta, que contrasta com a suavidade da cor da fachada.
No andar superior, há uma varanda coberta com colunas cilíndricas da mesma tonalidade, protegida por grades de ferro.
As janelas grandes, com caixilhos brancos e cortinas leves, permitem a entrada de luz natural, conferindo um ar acolhedor ao espaço.
.
Ao fundo, é possível vislumbrar um cenário rural com campos verdes e algumas árvores, típicos da paisagem transmontana.
A luz do sol, suave e inclinada, sugere que a foto foi tirada ao final da manhã, criando sombras que realçam a textura das paredes de pedra e o contraste com a pintura cor-de-rosa.
A assinatura de Mário Silva, no canto inferior esquerdo, adiciona um toque pessoal à obra, que reflete a simplicidade e a beleza da vida nas aldeias portuguesas.
.
A cor-de-rosa, presente de forma marcante na fotografia de Mário Silva, é uma tonalidade que carrega significados profundos e variados, tanto a nível cultural quanto psicológico.
Associada frequentemente à feminilidade, ao romantismo e à suavidade, essa cor tem o poder de evocar emoções e simbolismos que transcendem o óbvio, especialmente quando inserida num contexto rural e tradicional como o de Águas Frias.
.
Na psicologia das cores, o cor-de-rosa é conhecido por transmitir sentimentos de calma, ternura e afeto.
É uma cor que suaviza o ambiente, muitas vezes associada à inocência e à juventude, como se remetesse às memórias de infância ou a momentos de cuidado e carinho.
Em Águas Frias, a escolha do cor-de-rosa para pintar a casa pode refletir um desejo de trazer leveza e serenidade a um ambiente que, pela sua natureza rural e montanhosa, é marcado pela rusticidade e pela dureza do trabalho no campo.
.
Além disso, o cor-de-rosa é frequentemente ligado ao amor incondicional e à empatia. Diferentemente do vermelho, que carrega uma energia intensa e passional, o cor-de-rosa oferece uma versão mais delicada desse sentimento, sugerindo harmonia e conexão emocional.
Na fotografia, a casa cor-de-rosa parece ser um refúgio de tranquilidade, um ponto de equilíbrio no meio da aspereza das pedras e do terreno irregular.
.
Culturalmente, o cor-de-rosa nem sempre foi associado à feminilidade.
Até meados do século XX, era comum que o cor-de-rosa fosse considerado uma cor masculina, por ser um tom derivado do vermelho, que simbolizava força e vigor.
Com o tempo, porém, a sociedade ocidental passou a vinculá-lo ao universo feminino, especialmente a partir da popularização de estereótipos de gênero.
Hoje, o cor-de-rosa é amplamente usado para representar a delicadeza e a suavidade associadas ao feminino, mas também ganhou novos significados, como a luta contra o cancro de mama, simbolizada pela fita cor-de-rosa.
.
Em Portugal, especialmente em regiões rurais como Trás-os-Montes, o uso de cores vibrantes ou suaves nas fachadas das casas muitas vezes reflete uma ligação com a identidade local e um desejo de personalização.
O cor-de-rosa, nesse contexto, pode ser interpretado como uma escolha que busca destacar a casa no meio da paisagem predominantemente cinzenta das pedras e à vegetação verde, criando um ponto focal que atrai o olhar e transmite uma mensagem de acolhimento.
.
Na obra de Mário Silva, o cor-de-rosa da casa não é apenas um detalhe estético, mas um elemento narrativo que dialoga com o ambiente ao seu redor.
A tonalidade contrasta com a rusticidade das pedras e do viaduto, criando um equilíbrio visual que reflete a dualidade da vida na aldeia: a simplicidade do dia a dia e o desejo de beleza e conforto.
A escolha desta cor pode ser vista como uma manifestação de esperança e leveza, valores que, mesmo no meio das dificuldades da vida rural, encontram espaço para se expressar.
.
A casa cor-de-rosa, com o seu viaduto funcional, torna-se um símbolo de adaptação e resiliência, mas também de delicadeza e cuidado.
É como se a cor trouxesse um toque de suavidade a uma estrutura que, de outra forma, poderia parecer austera.
A luz suave que banha a cena reforça essa ideia, criando uma atmosfera de calma e nostalgia, típica das memórias que associamos às aldeias portuguesas.
.
Em conclusão, a cor-de-rosa, na fotografia de Mário Silva, vai além de uma simples escolha estética.
Ela carrega significados que ressoam com os valores da aldeia transmontana: a busca por harmonia, a expressão de afeto e a valorização da beleza em meio à simplicidade.
Ao pintar a casa de cor-de-rosa, os moradores de Águas Frias não apenas personalizam o seu espaço, mas também criam um marco visual que fala de ternura, esperança e conexão emocional — sentimentos que, assim como a própria cor, têm o poder de suavizar até os cenários mais rústicos.
.
Texto & Fotografia: ©MárioSilva
.
.