LEGISLATIVAS 2025 Freguesia de Águas Frias (Chaves - Portugal)
Mário Silva Mário Silva
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Mário Silva Mário Silva
Mário Silva Mário Silva
“Maio, mês mariano
Nossa Senhora aos pés do altar mor da igreja
Águas Frias (Chaves – Portugal)”
A fotografia de Mário Silva, intitulada "Maio, mês mariano - Nossa Senhora aos pés do altar mor da igreja de Águas Frias (Chaves – Portugal)", retrata o interior de uma igreja com um altar ricamente ornamentado.
O altar mor, em estilo barroco, é decorado com detalhes dourados e brancos, destacando-se pela sua imponência e beleza.
No centro do altar, há uma estátua de Nossa Senhora posicionada aos pés, envolta em flores coloridas, simbolizando a devoção mariana típica do mês de maio.
Velas, arranjos florais e outros elementos litúrgicos, como candelabros e imagens de santos, complementam a cena, criando um ambiente de reverência e espiritualidade.
A arquitetura da igreja, com paredes de pedra e teto de madeira, adiciona um toque rústico ao cenário, enquanto as cortinas vermelhas nas janelas e os azulejos decorativos nas laterais reforçam a estética tradicional portuguesa.
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A devoção mariana é uma das expressões mais profundas e enraizadas da espiritualidade do povo português, moldando a sua identidade cultural e religiosa ao longo dos séculos.
Desde a formação da nacionalidade, a Virgem Maria ocupa um lugar central na fé, nas tradições e no imaginário coletivo de Portugal, sendo venerada como mãe, protetora e intercessora.
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A devoção a Maria em Portugal remonta aos primórdios do cristianismo na Península Ibérica, mas ganha particular relevo com a Reconquista e a fundação do reino.
No século XII, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, consagra o reino a Nossa Senhora, estabelecendo uma ligação indelével entre a monarquia e a Virgem.
Este ato reflete a crença de que Maria era a protetora da nação, guiando o povo português nas batalhas contra os mouros e nas adversidades.
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A Virgem Maria foi frequentemente invocada em momentos cruciais da história portuguesa, como nas conquistas marítimas dos Descobrimentos.
Os navegadores portugueses, enfrentando os perigos do mar, recorriam à proteção de Nossa Senhora, dedicando-lhe capelas e ermidas nos territórios descobertos.
A imagem de Maria como "Estrela do Mar" (Stella Maris) tornou-se um símbolo de orientação e esperança para os marinheiros.
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A devoção mariana em Portugal manifesta-se de forma vibrante em peregrinações, festas populares, romarias e na construção de santuários.
O culto a Nossa Senhora de Fátima é, sem dúvida, o mais emblemático.
Desde as aparições de 1917 na Cova da Iria, Fátima tornou-se um dos maiores centros de peregrinação mariana do mundo, atraindo milhões de fiéis que buscam consolação, cura e renovação espiritual.
A mensagem de Fátima, centrada na oração, penitência e conversão, ressoa profundamente com a espiritualidade portuguesa.
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Outros santuários marianos, como Nossa Senhora da Nazaré, Nossa Senhora do Sameiro e Nossa Senhora da Conceição (padroeira de Portugal), também são testemunhos da forte devoção do povo.
Cada região tem as suas invocações particulares, muitas vezes ligadas a lendas e milagres locais, como Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo ou Nossa Senhora dos Remédios em Lamego.
Estas manifestações regionais reforçam o caráter comunitário e festivo da fé mariana, com procissões, cânticos e rituais que unem as populações.
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A influência de Maria transcende o âmbito religioso, impregnando-se na literatura, na arte e nas tradições populares.
Na poesia, poetas como Camões e Fernando Pessoa evocaram a Virgem como símbolo de pureza e proteção.
Na arte sacra, as imagens de Maria, esculpidas em madeira ou pedra, são objetos de veneração e testemunhos da habilidade artesanal portuguesa.
A música, com hinos e cânticos marianos, também reflete essa devoção, sendo o "Avé Maria Puríssima" uma expressão recorrente nas celebrações.
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As festas marianas, frequentemente associadas aos ciclos agrícolas e às estações do ano, são momentos de celebração comunitária.
Nelas, a religiosidade mistura-se com a alegria profana, com danças, comes e bebes, e arraiais que reforçam os laços sociais.
A Virgem é vista não apenas como uma figura celestial, mas como uma mãe próxima, que compreende e acompanha as alegrias e dores do seu povo.
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Hoje, a devoção mariana continua a ser uma força viva em Portugal, embora adaptada aos tempos modernos.
A espiritualidade mariana é reinterpretada pelas novas gerações, que encontram em Maria um modelo de compaixão, resiliência e esperança.
Fátima, em particular, mantém-se como um ponto de convergência para portugueses e estrangeiros, sendo um espaço de diálogo inter-religioso e de reflexão sobre os desafios do mundo atual.
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A devoção a Maria também se expressa na solidariedade social, com muitas instituições de caridade e obras sociais inspiradas pelo exemplo da Virgem.
A sua imagem como mãe acolhedora ressoa em iniciativas que promovem a justiça, a paz e o cuidado pelos mais vulneráveis.
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Em conclusão, a devoção mariana das gentes portuguesas é mais do que uma prática religiosa; é um pilar da identidade nacional, uma fonte de consolo e um elo que une o passado ao presente.
Seja nas grandiosas peregrinações a Fátima, nas pequenas capelas rurais ou nos cânticos entoados em família, a Virgem Maria permanece como a "Mãe de Portugal", uma presença constante que guia, protege e inspira o seu povo.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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