"As fragas emersas" & a 2ª feira-Santa
Mário Silva Mário Silva
"As fragas emersas" & a 2ª feira-Santa
A fotografia de Mário Silva, intitulada "As fragas emersas", apresenta uma cena natural serena e contemplativa.
A imagem mostra um conjunto de rochas empilhadas, emergindo das águas da albufeira das Nogueirinhas, calma, com reflexos quase perfeitos na superfície.
A tonalidade da fotografia é suave, com tons dourados e esverdeados, sugerindo a luz do sol num ambiente tranquilo, possivelmente ao entardecer.
Há também algumas pequenas plantas ao redor, adicionando um toque de vida à composição.
A borda roxa da imagem e a assinatura do autor no canto inferior direito indicam um cuidado estético e artístico.
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As rochas emergindo da água podem ser interpretadas como um símbolo de estabilidade e permanência relativo à fluidez e transitoriedade da água.
A calma do cenário, com o reflexo quase espelhado, evoca uma sensação de paz, introspeção e equilíbrio.
A escolha do título "As fragas emersas" reforça a ideia de algo que se eleva, que resiste e se destaca num ambiente que poderia engoli-lo.
Relação com a Segunda-feira Santa
A Segunda-feira Santa, no contexto católico, é o segundo dia da Semana Santa, que começa no Domingo de Ramos e culmina na Páscoa.
Este dia é marcado por momentos de reflexão e preparação espiritual para os eventos centrais da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
Na liturgia, a Segunda-feira Santa frequentemente inclui passagens bíblicas que destacam a proximidade da crucificação, como a unção de Jesus em Betânia (João 12:1-11), onde Maria unge os pés de Jesus com um perfume caro, um gesto de amor e devoção, mas também de preparação para sua morte.
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A fotografia de Mário Silva pode ser relacionada à Segunda-feira Santa de forma simbólica:
- Reflexão e calma antes da tempestade: A serenidade da imagem, com a água tranquila e as rochas firmes, pode representar o momento de introspeção e preparação espiritual que caracteriza a Segunda-feira Santa.
Assim como as rochas emergem da água, os fiéis são chamados a se "elevar" espiritualmente, preparando-se para os eventos intensos e dolorosos que se aproximam, como a traição de Judas e a crucificação.
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A unção de Betânia e a permanência do amor: As rochas empilhadas podem simbolizar a solidez do amor e da devoção, como o gesto de Maria ao ungir Jesus.
Apesar da transitoriedade da vida (representada pela água), o amor e a fé permanecem firmes, assim como as rochas que resistem à corrente.
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A presença de Deus na criação: A beleza natural da fotografia remete à criação divina, um tema recorrente na espiritualidade cristã.
Na Segunda-feira Santa, os fiéis são convidados a contemplar a presença de Deus nas suas vidas, e a harmonia da natureza na imagem pode servir como um convite à meditação sobre a obra do Criador.
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A cor roxa da moldura: O roxo é a cor litúrgica associada à Quaresma e à Semana Santa, simbolizando penitência, reflexão e luto.
A escolha dessa cor para a moldura da fotografia reforça a conexão com o período litúrgico, evocando o tom solene da Segunda-feira Santa.
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Em conclusão, a fotografia “A fraga emersa” de Mário Silva, com a sua atmosfera de quietude e simbolismo de estabilidade, ressoa com os temas da Segunda-feira Santa.
Ela pode ser vista como uma metáfora visual para a preparação espiritual, a firmeza da fé num meio às provações e a contemplação da presença divina, elementos centrais desse dia na tradição católica.
A imagem convida o observador a pausar, refletir e a se ligar com o sagrado, em sintonia com o espírito da Semana Santa.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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