"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre" - Águas Frias - Chaves - Portugal
Mário Silva Mário Silva
"A porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre"
Águas Frias - Chaves - Portugal
A fotografia de Mário Silva retrata a "porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre", localizado em Águas Frias, Chaves, Portugal.
A imagem mostra uma pequena entrada em forma de arco, construída com pedras rústicas e desgastadas pelo tempo, cobertas por musgo e vegetação rasteira.
A estrutura parece sólida, mas com sinais de deterioração, típicos de construções medievais expostas aos elementos por séculos.
A porta é estreita e baixa, sugerindo que não era destinada a grandes movimentações, mas sim a um propósito mais específico.
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As pequenas entradas, como a porta norte do castelo de Monforte de Rio Livre, tinham uma importância tática crucial na arquitetura militar medieval.
- Controle de acesso e defesa: Portas pequenas, como a da fotografia, eram projetadas para limitar o número de pessoas que podiam entrar ou sair ao mesmo tempo.
Isso dificultava invasões em massa por inimigos, pois apenas um ou dois indivíduos podiam passar de cada vez, tornando-os alvos fáceis para os defensores dentro do castelo. Além disso, essas portas eram frequentemente protegidas por mecanismos defensivos, como ranhuras para barras ou portões internos.
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- Entradas secundárias para saídas estratégicas: Essas portas, conhecidas como postigos, eram usadas para saídas discretas ou missões furtivas.
Durante um cerco, os defensores podiam usá-las para enviar mensageiros, buscar suprimentos ou realizar ataques surpresa contra os sitiantes, sem expor as entradas principais do castelo.
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- Dificuldade de acesso para atacantes: A localização e o tamanho dessas portas eram estrategicamente planeados.
Muitas vezes, ficavam em pontos elevados ou de difícil acesso, como encostas ou áreas protegidas por outros elementos naturais ou artificiais.
A porta norte de Monforte de Rio Livre, por exemplo, parece estar numa área inclinada, o que dificultaria a aproximação de um inimigo com equipamento pesado, como aríetes.
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- Proteção contra armas de cerco: Portas pequenas eram menos vulneráveis a armas de cerco, como catapultas ou aríetes, que eram mais eficazes contra portões principais maiores.
A construção em arco, como a da fotografia, também aumentava a resistência estrutural, distribuindo melhor o peso e os impactos.
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- Uso em tempos de paz: Além da sua função defensiva, essas portas podiam ser usadas em tempos de paz para acesso de moradores ou para atividades rotineiras, como a entrada de suprimentos ou a saída de guarnições para patrulhas, sem a necessidade de abrir os portões principais, que demandavam mais esforço e vigilância.
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O castelo de Monforte de Rio Livre, situado em Águas Frias, Chaves, é um exemplo de fortificação medieval portuguesa, construído no século XII, durante o período de consolidação do reino de Portugal e das lutas contra os mouros e os reinos cristãos vizinhos, como Leão e Castela.
A sua localização na região de Trás-os-Montes, próxima à fronteira com a Espanha, reforça a sua importância estratégica para a defesa do território português.
Pequenas portas como a da fotografia eram elementos essenciais para a sobrevivência do castelo em tempos de conflito, garantindo tanto a segurança quanto a flexibilidade tática.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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