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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

26
Mar25

Amor encantado - Castelo de Monforte de Rio Livre - (Águas Frias – Chaves – Portugal)


Mário Silva Mário Silva

Amor encantado

Castelo de Monforte de Rio Livre

(Águas Frias – Chaves – Portugal)

26Mar DSC06028_ms

Nos altos muros do Castelo de Monforte de Rio Livre, entre pedras centenárias cobertas de musgo, ecoavam os lamentos de Aldara, filha do alcaide.

O vento, cúmplice dos amores proibidos, sussurrava o seu pranto pela aldeia abaixo, onde, entre marteladas e labaredas, Gonçalo, o filho do ferreiro, sentia no seu peito o mesmo desespero.

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Desde a infância, os dois corações entrelaçaram-se como as raízes de um carvalho milenar.

Cresceram sob a mesma lua, compartilharam risos e promessas em segredo, mas o destino, implacável, não cedia ao anseio dos amantes.

O alcaide, senhor de vontades e guardião da honra, jamais permitiria que a sua filha se unisse a alguém de condição tão baixa.

E assim, num gesto frio de autoridade, encerrou Aldara na torre de menagem, onde os raios do sol se filtravam apenas pelas estreitas janelas góticas.

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Ali, entre a dura pedra e a solidão, Aldara chorava o seu amor proibido.

Mas não cedia ao desespero.

Com o olhar firme, buscava pelos recortes das aberturas o vulto de Gonçalo, lá em baixo, na forja, onde o fogo dançava e o ferro tomava forma.

Ela via-o inclinar-se sobre a bigorna, os músculos retesados, o suor misturando-se às cinzas.

Mesmo distante, sentia a sua força, e isso mantinha-a viva.

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Gonçalo, por sua vez, trabalhava como nunca.

Cada golpe de martelo era um grito de amor, uma promessa de resistência.

Criou, com as mãos calejadas e coração ardente, uma chave de ferro adornada com arabescos.

Não era uma chave qualquer, mas uma feita sob a bênção do fogo e da esperança.

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Numa noite de lua alta, quando os guardas se perderam na embriaguez do vinho, Gonçalo deslizou pela muralha como um gato e encontrou a torre onde a sua amada suspirava.

Aldara estendeu os braços pela fresta, tocando-lhe os dedos pela primeira vez em meses.

Com mãos trêmulas, recebeu a chave que ele forjara e, num giro audacioso, libertou-se.

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Fugiram sem olhar para trás, pelos bosques húmidos de névoa, guiados pelo murmúrio do riacho de águas frias.

Para trás, ficaram os muros frios e o destino traçado pelo alcaide.

Para a frente, apenas a incerteza e a liberdade de um amor que nem ferro nem pedra poderiam conter.

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O que aconteceu, a seguir?!!

Deixo, a sua imaginação fluir … e tentar … concluir a estória …

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Estória & Fotografia: ©MárioSilva

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Mário Silva 📷

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