A campainha-amarela (Narcissus bulbocodium)
Mário Silva Mário Silva
A campainha-amarela
(Narcissus bulbocodium)
"A campainha-amarela (Narcissus bulbocodium)" de Mário Silva é mais do que uma fotografia; é um sussurro da primavera, um poema visual que captura a alma frágil e resiliente da natureza.
Neste delicado enquadramento, a flor amarela, com as suas pétalas onduladas como um sino dourado, ergue-se tímida entre o tapete de folhas secas e terras outonais, como se carregasse em si a promessa de renovação.
O seu tom vibrante, quase luminoso, contrasta com o fundo em tons terrosos, criando uma dança de luz e sombra que evoca esperança num meio de quietude do fim do inverno.
Há uma melancolia doce nesta imagem, uma lembrança de que a beleza muitas vezes floresce no silêncio, nas frestas da terra esquecida.
A campainha-amarela parece sussurrar segredos antigos, como se guardasse no seu coração amarelo as memórias das estações passadas e os sonhos de um futuro em flor.
O olhar atento de Mário Silva captura não apenas a forma da flor, mas a sua essência – um símbolo de perseverança, de vida que insiste em brotar, mesmo quando o mundo parece adormecido.
Esta fotografia é um convite à contemplação, uma ode à simplicidade que emociona, uma pausa para o coração que, como a campainha-amarela, busca luz mesmo nas sombras mais densas.
É arte que toca, que fala à alma, eternizando o efémero num instante perfeito, capturado com o olhar sensível e apaixonado de Mário Silva.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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