“O carrinho de mão e a lenha pitada”
Mário Silva Mário Silva
“O carrinho de mão e a lenha pitada”
Na quietude do pátio, a porta de madeira gasta pelo tempo guarda segredos sussurrados pelo vento.
A sua tonalidade, outrora vibrante, agora desbotada pelo sol e pela chuva, conta histórias de invernos rigorosos e verões escaldantes.
As ranhuras e os nós da madeira são testemunhas silenciosas do passar dos anos, cada um deles uma marca da resiliência da casa.
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À sua frente, um carrinho de mão de metal verde, outrora vibrante, agora manchado pelo tempo, repousa como um servo cansado.
A sua roda, gasta pelo atrito com a terra, guarda memórias de inúmeras jornadas carregadas de esperança e trabalho árduo.
No seu interior, um monte de lenha, galhos secos e ramos entrelaçados, aguarda o seu destino, a chama que aquece e ilumina.
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A pedra, bruta e irregular, que emoldura a porta, confere-lhe um ar de fortaleza, um refúgio seguro contra as intempéries.
As marcas do tempo esculpidas na pedra contam histórias de mãos calejadas que a ergueram, de vidas que ali se abrigaram.
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A paleta de cores, outrora vibrante, agora dominada pelos tons terrosos e pelo cinzento da pedra, evoca a simplicidade da vida no campo, a ligação profunda com a natureza.
A luz, suave e difusa, que banha a cena, convida à contemplação, à reflexão sobre a passagem do tempo e a beleza das coisas simples.
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Nesta imagem, Mário Silva captura a essência da vida rural, a beleza da simplicidade, a poesia do quotidiano.
A porta, o carrinho de mão, a lenha, a pedra, tudo se conjuga numa sinfonia visual que nos transporta para um mundo de paz e tranquilidade, onde o tempo parece ter abrandado o seu ritmo.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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