Coleção de “cachorros” figurados da fachada norte - Igreja Românica de São João Baptista - Cimo de Vila da Castanheira (Chaves – Portugal)
Mário Silva Mário Silva
Coleção de “cachorros” figurados da fachada norte
Igreja Românica de São João Baptista
Cimo de Vila da Castanheira (Chaves – Portugal)
A fotografia de Mário Silva captura um detalhe arquitetónico singular da Igreja Românica de São João Baptista, em Cimo de Vila da Castanheira, Chaves.
A imagem focaliza uma série de esculturas zoomorfas, popularmente conhecidas como "cachorros", que adornam a fachada norte do edifício.
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A fotografia apresenta uma composição equilibrada, com as esculturas em destaque contra o fundo do céu azul e da parede de granito.
A luz natural incide sobre as figuras, realçando os detalhes da pedra esculpida e as expressões dos animais.
As esculturas, embora estilizadas, apresentam características realistas, com focinhos proeminentes, orelhas pontudas e olhos expressivos.
A disposição das figuras, em linha horizontal, cria um ritmo visual que conduz o olhar do observador ao longo da fachada.
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A presença de esculturas zoomorfas em fachadas de edifícios religiosos é um elemento comum na arquitetura românica.
Essas representações, muitas vezes associadas a animais reais ou míticos, possuem um significado simbólico profundo, relacionado tanto à fé cristã como a crenças populares.
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Os "cachorros" podem representar guardiões do templo, protegendo-o de influências malignas.
A figura do cão, associada à lealdade e à vigilância, era frequentemente utilizada em contextos religiosos para simbolizar a proteção divina.
As esculturas podem ter uma função apotropaica, ou seja, serviriam para afastar o mau-olhado e outras forças negativas.
A presença de animais grotescos ou demoníacos era frequentemente utilizada com esse propósito em diversas culturas.
Além do significado simbólico, as esculturas também desempenham uma função decorativa, enriquecendo a fachada do edifício e tornando-a mais expressiva.
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As esculturas apresentam um estilo românico característico, com formas simples e robustas, e uma forte expressão de força e energia.
A utilização do granito, material abundante na região, confere às esculturas uma grande durabilidade e resistência ao desgaste do tempo.
A criação dessas esculturas está inserida num contexto histórico e cultural específico, marcado pela religiosidade popular e pela influência da arte românica.
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Como conclusão, a fotografia de Mário Silva revela um património cultural de grande valor, que merece ser estudado e preservado.
As esculturas da Igreja de São João Baptista são testemunhas de um passado rico e complexo, e constituem um elemento fundamental da identidade cultural da região.
Através da análise desta imagem, podemos aprofundar os nossos conhecimentos sobre a arte românica, a religiosidade popular e a história de Portugal.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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