Pensamentos de um Picanço-barreteiro (Lanius senator)
Mário Silva Mário Silva
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Pensamentos de um
Picanço-barreteiro
(Lanius senator)
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Nas Terras Transmontanas, entre serras e montes,
O Picanço-barreteiro encontra seus horizontes.
No norte de Portugal, ele voa com destreza,
E seus pensamentos voam com leveza.
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No topo de um carvalho, ele observa o cenário,
Pensando em sua vida, solitária e solitário.
Com seu traje negro e barrete vermelho,
Ele é um mestre da arte de ser discreto.
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Em sua mente, ele voa mais alto do que as águias,
Pensando em suas presas, em suas migrações tão antigas.
Asas afiadas, bico curvado, olhos atentos,
Ele é um caçador habilidoso, dos mais sedentos.
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Na brisa fria das manhãs transmontanas,
Ele se sente em casa, com suas asas arianas.
As gentes da aldeia, tão simples e amigas,
Observam-no voar com suas cores tão antigas.
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Pensamentos de sobrevivência, instintos em ação,
No norte de Portugal, ele encontra sua razão.
Pousa em ramos secos, com olhar perspicaz,
E o mundo ao seu redor, ele sabe como é capaz.
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Enquanto o sol se põe sobre as terras do norte,
O Picanço-barreteiro, sem pressa, parte e suporta a sorte.
Em terras transmontanas, ele é rei e senhor,
Com pensamentos selvagens, voa com fervor.
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Assim, nas Terras Transmontanas, ele permanece,
Com sua plumagem negra e barrete que enobrece.
Seus pensamentos, um mistério para nós, meros mortais,
Mas sua presença é um tributo às terras ancestrais.
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Poema & fotografia: ©MárioSilva
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